Literatura
Está no ar a 3ª edição da Revista Laroyê com ensaios fotográficos, contos e artigos inéditos
Assutnos como as manifestações culturais, a convergência simbólica entre os movimentos das ruas e o culto afro religioso estão na terceira edição da Revista Laroyê, marcando o encerramento do projeto. Na publicação, cerca de 20 artistas assinam trabalhos que dialogam com o arquétipo e elementos relacionados a Exu.
A Laroyê proporcionou o encontro de diferentes artistas visuais, fotógrafos, escritores, poetas e leitores com temas que traduzem a ancestralidade e a familiaridade de Exú a partir de elementos artísticos e urbanos.
Além de artigos assinados por Cidinha da Silva, Cleidiana Ramos e Ordep Serra, esta edição apresenta ainda contos inéditos de Marcus Borgón e Gustavo Rios; dos jornalistas Carlos Barbosa, Flávio VM Costa e Kátia Borges e Lima Trindade.
Rita Santana, vencedora do Prêmio Braskem de Literatura (2004) para autores inéditos com o livro “Tramela”, participa com o conto “Ogó”. “Quando veio o convite para produzir um conto para a revista, a única ideia que tive foi escrever um Orfeu Negro em Salvador tentar abordar essa distopia que estamos vivendo”, revela a escritora baiana. Rita ainda completa que “Orfeu veio com essa necessidade de tocar delicadamente, e espero que seja acolhido assim, nas questões religiosas da Cidade e trazer um pouco da minha memória primordial de Salvador”.
Nesta mesma linha, a edição reúne ensaios fotográficos de Arlete Soares, Christian Cravo, Hugo Martins, Juliana Neri, Thiago Borba, Vinícius Xavier e Hirosuke Kitamura, que transitam desde o Pelourinho no início dos anos 1970, passa pelo Moçambique e a tragédia em Mariana (MG) até as séries que revelam a ligação de Salvador com os temas sociais e afro-religiosos. A Laroyê 3 conta também com a participação da poeta Mônica Menezes e da fotógrafa Sarah Fernandes, que assinam juntas um poema e um ensaio, respectivamente.
Para acessar a Revista Laroyê acesse: http://www.laroye.com.br/
Literatura
Bruna Silva lança seu primeiro livro “Èsù Walê – O Caminho de Volta”
A poeta, cantora e mobilizadora cultural Bruna Silva, mulher preta e lésbica lança seu primeiro livro autoral de poesias “Èsù Walê – O Caminho de Volta”, no próximo dia 13 de janeiro, às 19h, na Casa do Benin. A obra terá distribuição gratuita de exemplares e a noite de lançamento contará com uma roda de conversa com Bruna Silva, o poeta e comunicólogo Marcelo Ricardo, a pesquisadora literária Amanda Julieta e o poeta performer Nelson Maca. E ainda, um pocket-show com Samba de Lua.
A publicação, que já está disponível em audiobook e conta com a direção de voz de Reinan Acioly, traz escritos encruzilhados nas ruas da periferia, para falar de afeto, força e da ancestralidade.
Uma de suas poesias, escrita em parceria com o poeta Evanilson Alves, fala: “A palavra é nossa arma / Contra toda opressão / A poesia que não se cala / Dá voz a toda uma geração / (…) / Nosso fazer vai além do artístico / É conhecimento, exemplo e motivação / Que a poesia toque os corações / E na perifa gere transformação”.
“As minhas poesias nascem e se fundamentam nas encruzilhadas, das ocupações do meu corpo, nas batalhas de slam, das pessoas que estão no meu entorno. Por isso, elas ganham às ruas, pois esse é o tempo-espaço delas. As escritas surgem a partir dos caminhos que sou e ocupo. O livro vem para afirmar que a minha arte é possível estar nesses lugares. Èsù Walê representa esse caminho que me diz onde, como e por que devo estar. E, principalmente, de onde não quero sair”, declara a poeta, que completa 10 anos de criação artística.
Ela realça que o livro mostra “aos meus” que é possível falar sobre o que acreditamos. “Que a partir da nossa arte e poesia é possível encontrar e aproximar pessoas. Por isso, lanço este livro, em que através das poesias e poemas descrevo o caminho que refaço para encontrar o sagrado, de dizer a Exu que estou aqui”.
Para a jornalista Vânia Dias, que presenteia o livro com um lindíssimo prefácio, através das poesias “é possível ouvir gritos e sussurros. Medos e coragens de quem se sabe malabarista da arte da sobre(escre)vivência”. E, se preciso for, quebra a rima, escreve poemas e poesias livre de amarras e ou de regras. “Na velocidade do vento, a menina Silva escreve como se, nesse encontro de páginas nuas, vestisse de palavras os cenários das ruas”, descreve Vânia Dias.
“Èsù Walê – O Caminho de Volta é um megafone para falar sobre as várias faces e demandas que nós pretos e de periferia lidamos durante a vida.
Em sua escrita posfácio, a pesquisadora literária Amanda Julieta descreve que Bruna Silva traz em seu livro “Uma poesia dita em pretuguês, como pontua Lélia Gonzalez, essa língua de encruzilhada, marcada pela africanidade; uma poesia feita com caneta e papel, mas também de voz, gestos, gritos, sorrisos, olhares, silêncios; uma poesia para ser compartilhada coletivamente, como um quilombo de palavras onde tudo que se dá se recebe, seguindo o princípio da reciprocidade de Èsù.”
O livro, dividido em quatro capítulos com 26 poemas no total, conta com ilustrações assinadas pelo artista Lee 27. A capa exusíaca foi desenhada por Maria Clara Duarte. O projeto gráfico do livro é de Duda Rievrs e a revisão é do poeta-performer Alex Simões. A direção e coordenação do projeto são de Igor Tiago (seu irmão) e de Herley Nunes, respectivamente.
O livro “Èsù Walê – Caminho de Volta” foi contemplado nos Editais da Paulo Gustavo Bahia e tem apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura via Lei Paulo Gustavo, direcionada pelo Ministério da Cultura, Governo Federal. A Paulo Gustavo Bahia (PGBA) foi criada para a efetivação das ações emergenciais de apoio ao setor cultural, visando cumprir a Lei Complementar n° 195, de 8 de julho de 2022.
Serviço
O quê – lançamento do livro de poesias Èsù Walê – O Caminho de Volta, de Bruna Silva
Quando – 13 de janeiro de 2025, 19h
Onde – Casa do Benin
Entrada – Gratuita, com distribuição de exemplares
Mais informações – @brunasilvapoesia
Literatura
Escritora Larissa Reis lança o livro ‘Dayó, Itapuã e os Contos’
Sobre Larissa Reis
Literatura
Anderson Shon recebe troféu HQMIX, o Oscar dos quadrinhos
“O troféu foi uma noite de celebração, diversidade, ocupação e resistência! Ainda não tenho palavras pra dizer o quanto estou feliz e realizado, mas elas virão”, completou Daniel Cesart.