Audiovisual
#Barco – Documentário retrata a memória dos navios negreiros a partir das religiões de matriz africana


Marcelo Ricardo – Foto Edvaldo Raw
“Barco: Do outro lado da memória”, documentário dirigido por Marcelo Ricardo, passará a integrar o acervo digital do museu Casa do Benin, no próximo dia 19 de novembro.
Símbolo da migração forçada dos povos africanos, os navios negreiros figuram na tragédia que acometeu tais sociedades. No entanto, os povos de terreiros mantêm a simbologia da navegação, através da expressão “barco de iniciados”, para representar a reconexão com suas origens a partir da espiritualidade.
Ao longo de sua investigação teórica, o documentarista encontrou fortes indícios de que a hipótese de que a expressão surgiu como forma de resgatar e dar significado à trágica memória dos navios negreiros.
“A história negra é marcada pela transmigração forçada de povos africanos, mas para a tradição do candomblé, o barco é quem faz o retorno à sua origem. Os nossos mais velhos contam nossa história diferente de como aprendemos, foi com esse intuito que produzi esse trabalho para apontar outros olhares desta memória. ”, aponta Marcelo.
A partir da memória do babalorixá Rychelmy Imbiriba (Esutobi) do Ilé Asé Ojisé Oludumaré, Doté Amilton Costa, do Hunkpame Vodun Zo Kwe, e do Tatá Anselmo Santos, do Terreiro do Mokambo o projeto buscou contemplar as três nações que remanescem na tradição do Candomblé ampliando o entendimento da expressão, a partir de suas semelhanças e diferenças. A obra também traz a narração de Vovó Cici.
“Meu desejo era que o filme fizesse parte da Casa [Benin], pois acredito que este é um documento da memória negra e africana que urge fazer parte do imaginário coletivo, sobretudo de nossos ideais de nacionalidade. Eu acredito que obras como esta estão inteiramente comprometidas com a educação e a diversidade, sendo também minha forma de colaborar com a Lei 10.639/03”, enfatiza.
O filme está disponível para ser visto através das plataformas digitais do museu.
Ficha técnica
Direção e Argumento: Marcelo Ricardo
Produção Executiva: Bruno Rodrigues
Câmera e Fotografia: Edvaldo Santos Junior
Som Direto: Lane Costa
Montagem e Finalização: Igor Moura
Vocais: Thiago Romero
Serviço
Lançamento de “Barco – do outro lado da memória”
QUANDO: 19 de novembro de 2021
ONDE: Disponível no
Gratuito
Audiovisual
“Filme Marginal” abre inscrições para produções audiovisuais independentes de todo o Brasil

Estão abertas até o dia 18 de maio as inscrições para a 5ª edição da Mostra do Filme Marginal: Cinema de Luta, Arte de Libertação. O evento, que acontece em setembro no Rio de Janeiro, busca valorizar o cinema independente brasileiro com obras que abordem temas sociais, políticos e culturais marginalizados. Podem se inscrever realizadores de curtas, médias e longas-metragens de qualquer parte do país — inclusive Salvador — com filmes finalizados a partir de 2022. A participação é gratuita.
Voltada para a difusão de um cinema autoral, popular e crítico, a Mostra se define como um espaço de reflexão, estímulo e autoformação. A proposta é ampliar a visibilidade de produções que provoquem debates sobre injustiças e desigualdades, com temas como racismo, gênero, sexualidade, direitos das mulheres, meio ambiente, luta por moradia e questões indígenas.
As inscrições devem ser feitas exclusivamente online, por meio do formulário disponível no site do festival: mostradofilmemarginal.com. A curadoria da mostra avaliará os filmes inscritos e a lista de selecionados será divulgada na primeira semana de agosto. A exibição dos filmes ocorrerá entre os dias 12 e 21 de setembro de 2025, no Rio de Janeiro.
Criada em 2017, a Mostra do Filme Marginal é organizada pela Corpo Fechado Produtora e conta, nesta edição, com apoio do Pró-Carioca Audiovisual 2024 – Edital de Apoio à Produção de Mostras e Festivais de Audiovisual, via Lei Paulo Gustavo e Rio Filme. O evento cresceu significativamente nos últimos anos: da primeira edição com 36 filmes inscritos, saltou para mais de 400 em 2024.
“Estamos abertos à multiplicidade de vozes e experiências do cinema independente contemporâneo brasileiro”, afirma o idealizador da mostra, Uilton Oliveira.
SERVIÇO
📽️ 5ª Mostra do Filme Marginal: Cinema de Luta, Arte de Libertação
📅 Inscrições gratuitas: de 1º a 18 de maio de 2025
📍 A mostra acontece em setembro, no Rio de Janeiro
🔗 Formulário de inscrição: clique aqui
🌐 Site: mostradofilmemarginal.com
📱 Instagram: @mostradofilmemarginal
Audiovisual
Documentário sobre autoras negras baianas tem exibição na Sala Walter da Silveira

Com lançamento marcado para o dia 08 de maio, às 19h, na Sala Walter da Silveira, o documentário “Cartografia de Nós” propõe um mergulho na produção literária contemporânea liderada por mulheres autoras negras baianas. A sessão será gratuita e aberta ao público, com direito a bate-papo após a exibição. O filme também estará disponível a partir de 06 de maio no canal YouTube Passos Entre Linhas.
Idealizado pela escritora e educadora Lorena Ribeiro, fundadora do projeto Passos Entre Linhas, o curta de aproximadamente 40 minutos convida o público a refletir sobre os impactos dos territórios geográficos e sociais na construção das narrativas literárias negras. A direção é de Sabrina Andrade, com roteiro, apresentação e produção de Lorena Ribeiro, e trilha sonora assinada por Hosanna Almeida e Marcelo Santana.
O documentário reúne entrevistas com mulheres negras autoras de diferentes regiões da Bahia e faixas etárias: Táina Sena (Itamaraju), Camila Carmo (Amargosa/Ilha de Itaparica), Paula Anias (Sapeaçu), Maria Dolores Rodriguez (Feira de Santana) e a própria Lorena Ribeiro (Salvador/Lauro de Freitas). A cidade de Cachoeira, com sua forte tradição histórico-cultural, também é destacada como espaço de efervescência literária.
“Nosso estado tem muita gente produzindo coisas riquíssimas, mas ainda pouco conhecidas e, por isso, pouco valorizadas. Criar ao lado dessas mulheres é a confirmação de que juntas realizamos coisas gigantes”, afirma Lorena.
Além dos depoimentos, o filme incorpora intervenções artísticas, como o bordado da poeta Tainah Cerqueira, que ampliam o olhar sobre a literatura como expressão sensível de identidade e resistência. O objetivo da obra é também estimular a leitura de autoras negras contemporâneas da Bahia e contribuir para a preservação e valorização dessas vozes.
“Cartografia de Nós” é uma realização do projeto Passos Entre Linhas em parceria com a Aiocá Produções. O projeto foi contemplado pelo edital Paulo Gustavo Bahia, com apoio do Governo do Estado da Bahia, por meio da Secretaria de Cultura, e do Ministério da Cultura, Governo Federal, através da Lei Paulo Gustavo.
SERVIÇO
O quê: Exibição do documentário Cartografia de Nós
Quando: 08 de maio de 2025 (quinta-feira), às 19h
Onde: Sala Walter da Silveira – R. Gen. Labatut, 27 – Barris, Salvador – BA
Quanto: Gratuito
Duração: 40 min
Classificação: Livre
Extras: Bate-papo com realizadoras após a sessão
Acompanhe o projeto:
🌐 Site oficial
📷 Instagram: @passosentrelinhas
📺 YouTube: Passos Entre Linhas
📘 Facebook: Passos Entre Linhas
🐦 Twitter: @passoselinhas
Audiovisual
Animação ‘Jimú e o Universo Ancestral’ estreia na Sala Walter da Silveira

A animação infantil “Jimú e o Universo Ancestral” será lançada oficialmente nos dias 5 e 8 de maio em duas exibições presenciais na Bahia. O curta-metragem, inspirado no livro “Jimú – Memória das Águas”, da escritora e artista visual Aislane Nobre, leva às telas uma jornada poética de espiritualidade e ancestralidade vivida por uma criança na Ilha de Itaparica.
A primeira exibição acontece no dia 5 de maio, às 15h30, na Biblioteca Juracy Magalhães Jr, em Itaparica. A segunda, no dia 8 de maio, será realizada na Sala Walter da Silveira, na Biblioteca dos Barris, em Salvador. Após as sessões presenciais, o filme ficará disponível online por 24 horas no canal do projeto no YouTube (youtube.com/@universojimu).
A obra traz recursos de acessibilidade como libras, audiodescrição e legenda em inglês, reafirmando seu compromisso com a inclusão.
Uma jornada mágica e ancestral
A história acompanha Jimú, uma criança curiosa e gulosa, que ao lado da irmã Nira, embarca em uma jornada mágica ao receber um chamado ancestral ligado ao culto aos Egunguns – divindades que representam os espíritos dos antepassados. A aventura atravessa questões profundas como espiritualidade, vida e morte, e o amadurecimento infantil, tudo ambientado na Ilha de Itaparica.
Com personagens como Giã (pai e líder espiritual), Yaiá (mãe) e Dona Mariinha (uma católica que simboliza o respeito entre religiões), Jimú descobre que sua fome é muito mais do que um desejo físico – é um chamado para a conexão com suas raízes.
“Essa é uma obra que nasce do afeto, da memória e da força de uma herança espiritual viva”, afirma Aislane Nobre, autora do livro que inspira o filme. “A transformação para o audiovisual foi feita com muito cuidado, respeitando as raízes dessa história, mas também se abrindo às novas formas de contá-la.”
Sem narração, o curta aposta em uma narrativa guiada pela musicalidade e sonoridade afro-brasileira. A direção de som é assinada por Herison Pedro, do Ofò Laboratório Sonoro. Toda a trilha foi construída com base nos cânticos ancestrais do culto aos Egunguns.
A criação e direção musical são de Lucas Maciel e Tiago Farias, que também assinam os efeitos sonoros. A proposta é usar os sons como fios condutores de memória, emoção e espiritualidade, estabelecendo uma experiência sensorial profunda com o público.
Criação colaborativa com crianças
A produção do filme foi realizada pelo estúdio Mirabolantes Studios, liderado por Lucas Morassi, André Luis Silva e Andreia Silva. Como parte do processo criativo, o projeto promoveu uma oficina de ilustração com crianças, incorporando desenhos feitos por elas em alguns cenários do filme, como forma de reconhecer o protagonismo infantil e fortalecer o elo entre a obra e seu público.
Além disso, no dia 6 de maio, às 10h30, será realizada uma nova oficina de ilustração na Biblioteca Juracy Magalhães Jr, voltada para crianças e jovens.
Um tributo à ancestralidade
“Jimú e o Universo Ancestral” combina animação tradicional com motion graphics, propondo uma nova estética narrativa que homenageia as raízes africanas e a oralidade. “A sobreposição de técnicas e o cuidado com a composição visual são uma aposta estética e política. Jimú não apenas conta uma história, ela provoca uma escuta com o corpo inteiro”, destaca a equipe da Mirabolantes Studios.
Sobre a autora
Aislane Nobre, nascida em Itaparica, é escritora, artista visual e candomblecista. Doutoranda em Artes Visuais na UFBA, investiga temas como cor da pele, afetividade e ancestralidade na arte contemporânea. O livro “Jimú – Memória das Águas” foi lançado em novembro de 2024 com distribuição gratuita em escolas, terreiros e comunidades negras de Salvador, Itaparica, Paulo Afonso e Cachoeira. A publicação está à venda no site www.universojimu.com.br.

Aislane Nobre | Foto: Daniel Pita
SERVIÇO
O quê: Lançamento do curta-metragem de animação “Jimú e o Universo Ancestral”
Classificação indicativa: Livre
Formato: Animação infantil com acessibilidade (libras, audiodescrição e legenda em inglês)
Exibição em Itaparica
Data: 05 de maio (domingo)
Horário: 15h30
Local: Biblioteca Juracy Magalhães Jr – Itaparica
Oficina de Ilustração (Itaparica)
Data: 06 de maio (segunda-feira)
Horário: 10h30
Local: Biblioteca Juracy Magalhães Jr – Itaparica
Público-alvo: Crianças e jovens
Exibição em Salvador
Data: 08 de maio (quinta-feira)
Local: Sala Walter da Silveira – Biblioteca Pública dos Barris
Exibição online:
Após as exibições presenciais, o filme ficará disponível por 24 horas no YouTube:
youtube.com/@universojimu