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Religião

Ilê Axé Ogunjá Tiluaiê Orubaiá celebra os 60 anos de iniciação de Doté Balbino de Ogun

Jamile Menezes

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Acervo pessoal

 

O Ilê Axé Ogunjá Tiluaiê Orubaiá, localizado no bairro da Massaranduba, em Salvador, celebra os 60 anos de iniciação de Doté Balbino de Ogun com festa aberta ao público. No local, o público também visistará uma exposição comemorativa que reúne alguns momentos da trajetória do líder religioso.

“A importância dessa celebração para a comunidade é a perseverança, é o exemplo, é a minha fé, também, e a certeza que essa celebração vai marcar a vida de muitos da minha comunidade, do meu bairro, por conta da minha certeza religiosa, da minha convicção e também do exemplo como sacerdote”, diz Doté Balbino.

Balbino Cabral é historiador e está à frente da casa desde outubro de 2009, após a morte de Mãe América, sua antecessora no cargo e progenitora. O terreiro fundado em 1965, tem seu primeiro registro datado em janeiro de 1971, e atualmente conta com aproximadamente 90 iniciados.

A trajetória do sacerdote e de sua família é marcada pelo protagonismo social e se confunde com a história do povoamento do bairro da Massaranduba, tendo sido o casamento de Mãe América o primeiro a ser realizado na Igreja de Nossa Senhora da Piedade, no bairro.

A vida de Doté Balbino foi marcada pelo ativismo negro e pela defesa e valorização da cultura afro-brasileira, na Bahia e no Brasil. Em 1982, fez parte da organização e ala de canto do bloco Tenda de Olorum. Em 2010, o babalorixá celebrou o primeiro casamento civil em terreiro de candomblé. Ele é autor do livro “Raízes Culturais – Aspectos das culturas e manifestações populares do Brasil”, de 1992, e liderou a 1ª Caminhada do Povo de Santo da Cidade Baixa, em 2019. Ele fala sobre sua trajetória e luta contra a intolerância.

“Ao longo da minha trajetória a intolerância aconteceu muito, e a gente vai seguindo, seguindo, seguindo. E as pessoas vão vindo e, muitas vezes, usando o axé como moeda de troca: eu tenho dinheiro e quero que vocês me ajudem a seguir em frente, a resolver a minha vida e os meus problemas. Eu não me sinto vítima porque respondo à altura; eu não me sinto vítima porque eu vou à luta; eu não me sinto vítima porque eu brigo e a briga mais direta que tem é realmente você quebrar tudo e criar o seu quilombo, o que antigamente acontecia. E hoje se você esperar muita coisa a intolerância só é vista naquele momento, porque interessa só às redes de comunicação escandalizar um fato naquele momento e ganhar ibope. No mais, a gente tem que lutar tête-à-tête mesmo”, pontua.

Onde fica: 

Ilê Axé Ogunjá Tiluaiê Orubaiá

Av. Germano, 31 – Massaranduba, Salvador – BA

Religião

Terreiro Zoogodò Bogum Malè Rundò recebe roda de conversa sábado (29)

Ana Paula Nobre

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Foto: Divulgação

O Zoogodò Bogum Malè Rundò, um dos mais tradicionais terreiros de Candomblé de Salvador, recebe o Projeto Okàn Dúdù para mais uma etapa do ciclo educativo. A roda de conversa será sobre saúde mental no candomblé e acolhimento aos yawò, neste sábado (29), a partir das 10h. Criado por Laísa Gabriela de Sousa, o projeto visa fortalecer os laços entre os membros da comunidade de axé, promovendo um espaço de escuta, troca de experiências e valorização das tradições afro-brasileiras.

“Nossa história é marcada pela resistência e pela força dos nossos ancestrais. O Okàn Dúdù vem para fortalecer essa caminhada, trazendo reflexões e conexões fundamentais para a nossa existência e continuidade”, destaca Laísa.

Fundado no século XIX, o Terreiro Bogum, liderado por Naadoji Índia Mello, é um importante referencial da nação Jeje-Mahi e tem papel fundamental na preservação da cultura e espiritualidade negra. “O Okàn Dúdù tem criado um espaço de diálogo que respeite a hierarquia do Candomblé, mas, também, que abre caminho para discussões sobre temas essenciais para a nossa comunidade, como acolhimento, combate ao racismo religioso, coletividade e pertencimento”, explica Laísa Gabriela, idealizadora do projeto.

Foto: Divulgação

O ciclo educativo, que está em suas últimas rodas de conversa da circulação, abordou sete temáticas que dialogam com as vivências do povo de axé, incentivando a troca de conhecimentos entre gerações. A iniciativa, também, pretende ampliar seu impacto com a produção de um documentário e a realização de palestras em escolas, levando as discussões para diferentes espaços da sociedade.

Serviço

O quê: Roda de conversa do projeto Okàn Dúdú
Quando: 29 de Março de 2025 às 10h
Onde: Zoogodò Bogum Malè Rundò (Engenho Velho da Federação)
Entrada: Gratuita

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Audiovisual

Mostra “Entre Axé” exibe curtas inéditos no Museu Afro-Brasileiro

Jamile Menezes

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Mostra Entre Axé

Salvador completa 476 anos e o Instituto Calu Brincante, em parceria com a produtora Menina Bonita, realiza a mostra cinematográfica “Entre Axé” no Museu Afro-Brasileiro (MAFRO). Serão exibidos os curtas “Ecos de Cura” e “Roncó: No Mesmo Passo”, que exploram saberes, rituais e a resistência da cultura afro-brasileira na cidade mais negra fora de África.

O curta “Ecos de Cura”, dirigido por Cassia Valle e Luane Souto, desdobra o espetáculo Memórias Povoadas, mergulhando nos saberes ancestrais das mulheres negras e ressaltando a cura e o cuidado como formas de resistência. Já “Roncó: No Mesmo Passo”, dirigido por Anjos de Castro, mostra a fundação de um terreiro de candomblé nos arredores de Salvador, entrelaçando as histórias de três irmãos em uma jornada de fé e tradição.

Mostra "Entre Axé"

Os curtas fazem parte da primeira edição do Cinerê – Circuito de Produção Audiovisual para Novos Cineastas Negros, realizado pela Pé de Erê Produções.

A Mostra “Entre Axé” veio para reafirmar Salvador como um centro de diversidade cultural e criatividade, onde novas histórias, protagonizadas por negros e negras, ganham cada vez mais visibilidade.

“Ao celebrar suas raízes, Salvador se coloca como um farol de resistência e afirmação cultural, onde as narrativas negras não só são preservadas, mas também projetadas para o futuro, construindo um legado de protagonismo e visibilidade para as gerações vindouras”, diz Cassa Valle.

A sessão é gratuita e aberta ao público. Sujeita a lotação.

SERVIÇO

O quê: Exibição dos curtas Ecos de Cura e Ronco no Mesmo Passo – Mostra “Entre Axé”

Onde: MAFRO – Museu Afro-Brasileiro, Pelourinho, Salvador

Quando: 29 de março de 2025, às 15h

Quanto: Gratuito

Fotos: Luane Souto

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Religião

Terreiro Axé Omin Ifan recebe roda de conversa sobre legado ancestral

Ana Paula Nobre

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Foto: Divulgação

O Terreiro Ilê Axé Omin Ifan, em São Tomé de Paripe, em Salvador, receberá uma roda de conversa sobre acolhimento à população LGBTQIAPN+ e o legado ancestral através das gerações no candomblé, dia 22 de março (sábado), a partir das 10h.

A ação integra o projeto Okàn Dùdù, que articula saberes ancestrais e contemporâneos, conectando o candomblé às questões sociais.

Foto: Divulgação

A primeira edição do projeto conta somente com as pessoas de terreiro para debater importantes temáticas dentro da religião, como seus desafios e aproximações com a nova geração, compreendendo que a tradição depende da continuidade.

“Realizar itinerários formativos que fertilizam e diluem pontes entre os mais velhos e a juventude no candomblé é uma responsabilidade de todos nós, uma vez que a tradição implica em continuidade”, afirma Almerson Cerqueira, Bàbá Egbé do Ilê Axé Omin Ifan.

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