Música
Samba de Roda de Tubarão se apresenta na Cantina da Lua


Foto Débora Santos
No dia 8 de outubro, sábado, a partir das 15h, o grupo Samba de Roda de Tubarão sobe ao palco da Cantina da Lua (Pelourinho) com seu repertório de sambas de roda consagrados e canções autorais, como “Cachoeira é Minha Terra”, “Mulher Preta” e “Areia de Tubarão”, que cantam as histórias do Recôncavo e do Subúrbio Ferroviário de Salvador.
O Samba de Roda de Tubarão é composto em sua maioria por moradores da comunidade tradicional que dá nome ao grupo, localizada à beira da Baía de Todos os Santos, no bairro de Paripe. O grupo nasceu em 2014 como “A Corda Samba de Roda” e agora retorna ao circuito cultural após a pandemia, com novo nome e com a missão de seguir valorizando e disseminando as identidades culturais do Subúrbio Ferroviário e do Recôncavo baiano, através do tradicional samba da Bahia.
Esta será a segunda apresentação do grupo coordenado por Mãe Natureza na Cantina da Lua e, dessa vez, junto com as sambadeiras e sambadores Neto Arouca, Davi Bahia, Cleciane do Carmo, Pólen Acácio, Crislei Santos, Amanda Cunha e Junior Vasconcellos.
Serviço
Samba de Roda de Tubarão na Cantina da Lua
Data e horário: 8 de setembro, a partir das 15h
Couvert: R$ 5,00 por pessoa
Gastronomia
Culinária Musical terá Juliana Ribeiro e Roberto Mendes na Casa Rosa em abril

A próxima edição do projeto Culinária Musical será dia 6 de abril (domingo), em um novo espaço: a Casa Rosa, no Rio Vermelho. Espaço dedicado a atividades artísticas e culturais de variadas linguagens e origens, a Casa vai receber pela primeira vez o projeto do Afrochefe Jorge Washington, das 12h às 17h, mesmo horário tradicional do evento que costuma acontecer no Pelourinho.
Segundo o Afrochefe, a mudança nesta edição tem o intuito de abraçar novos públicos. “Queremos que o Culinária cresça cada vez mais, expandindo seu alcance em outros bairros, chegando a outras pessoas”, diz Jorge Washington que na última edição, em 9 de março, celebrou os 8 anos do projeto.
Neste dia 6 de abril, a atração principal será a cantora e compositora, Juliana Ribeiro, com repertório de clássicos do samba, canções autorais e uma homenagem especial ao samba de Roda do Recôncavo. Seu convidado especial será o sambista, cantor, compositor e arranjador, Roberto Mendes, violonista santamarense que já teve composições gravadas por diversos artistas, entre os quais, Gal Costa, Margareth Menezes, Daniela Mercury, Maria Creuza, Simone Moreno, Raimundo Sodré e Zezé Motta.
Nos intervalos, o cantor e compositor baiano, João Gonzaga, vai se apresentar ao público do Culinária pela segunda vez, com seu figurino de “Pescador Estilizado” e uma mistura de interpretações de clássicos da MPB, como “Sangue Latino”, de Ney Matogrosso, e “Casa Aberta”, de Milton Nascimento, em versões remix.
Na cozinha, Jorge vai preparar sua tradicional Big Feijoada do Afrochefe, com 35 tipos de carne. Terá ainda outras opções como Arrumadinho de Fumeiro e a opção vegana, Feijão com Legumes. De aperitivos, serão servidos casquinha de siri, charque com farofa d’água e aipim frito.
A edição também terá lançamento do livro “A de Afro – Uma Pequena Enciclopédia Visual da Bahia Negra”, produzido pelo ilustrador Patek e pela pedagoga Isadora Cruz com objetivo de homenagear 26 personalidades, coletivos, territórios, manifestações e tradições culturais do estado da Bahia. E, inovando, também terá espaço reservado para crianças.
Desfile
Para esta edição especial na Casa Rosa, o Afrochefe convidou a marca Negrif para o Desfile Afro. A marca, da estilista Madalena Silva, Madah, é especializada em roupas e acessórios que celebram a cultura afro, com peças únicas que valorizam a história e a beleza negra. O Desfile terá a participação de personalidades como Magary Lord, o coreógrafo Zebrinha, a apresentadora, Val Benvindo, o cantor, Tonho Matéria, dentre outros nomes.
SERVIÇO:
O que: Culinária Musical na Casa Rosa
Quando: 06 de abril (domingo), 12h às 17h
Quanto: entrada R$40 (antecipado no pix) e R$50 (bilheteria no dia do evento), pratos R$80 (p/ 2 pessoas)
Onde: Casa Rosa ((Praça Colombo, nº 106 – Rio Vermelho)
Mais informações: @culinariamusicalafrochefe
Música
Banda Kalunduh lança novo single “Catastrófica”

A banda de artistas negros camaçarienses, Kalunduh apresenta seu novo lançamento, o single ‘Catastrófica’, um rock indie feminino que lançado nesta sexta-feira (21) em todas as plataformas de música, com visualizer disponível no Youtube.
A música traça uma narrativa de autodefinição, empoderamento feminino e engajamento político a partir de uma mulher segura de si, que reconhece suas potências e sua capacidade de construir e reconstruir a máquina do mundo a partir do combate às opressões que lhe rodeiam.
“Dentro deste conceito, surge como primeira referência estética a figura de Medusa,
monstro da mitologia grega com cabelos de serpente, que reforça estereótipos da mulher como um ser perigoso, traiçoeiro e vingativo, mas que depois de morta se tornou amuleto e símbolo de proteção”, explica a vocalista da banda Kalunduh, Lara Nunes.
Lara complementa, “algumas versões do mito apontam ainda que, antes de ser transformada num monstro horrendo que petrificava quem a encarasse, Medusa foi desacreditada e amaldiçoada por ter sido vítima de violência sexual, o que reforça seu laço com a realidade diária da mulher brasileira, vítima de uma misoginia constante e combinada a fatores de raça, classe, corpo e território”.
Após dois meses de formação na comunidade Som Por Elas, a frente de educação e selo musical da plataforma Pagode Por Elas, o projeto “Catastrófica” foi premiado e realizado através do selo 100% feminino Som Por Elas.
“Foi uma experiência maravilhosa participar da comunidade Som Por Elas. Pude aprender e trocar sobre muitas áreas que nós, artistas independentes, precisamos estar em contato, e ainda inscrever o projeto de Catastrófica e ver esse single nascer de uma forma tão bonita”, contou Lara.
De acordo com a gerente de projetos da Pagode Por Elas, Beatriz Almeida, Som Por Elas surgiu para suprir uma lacuna quanto à profissionalização e oportunidade das mulheres na música. “Após três ciclos formativos com vagas limitada, neste ano estaremos lançando uma plataforma própria com aulas gravadas, encontros de networking e premiações e o potencial de alcançar mais mulheres”, acrescentou Beatriz.
O single é uma realização Som Por Elas, com produção musical assinada por Irmão Carlos Psicofunk e direção vocal de Neila Kadhí. O visualizer foi dirigido por Lane Silva e as fotos registradas pelo olhar de Beatriz de Paula. O hairstyle pelas mãos de Vizy do Arte em Orí.
Sobre Kalunduh
KalunduH é um grupo musical baiano que mescla elementos da poesia falada com
rock, rap, reggae e afropop. Guiada pelo conceito de Música Preta Brasileira, a banda promove um resgate histórico da palavra calundu e apresenta a musicalidade como instrumento de cura e conexão ancestral. Seu primeiro single, Pedaço de Palmares, obteve mais de 5.000 streamings no Spotify, foi lançado em 2023 pelo selo Som Por Elas e celebra o amor entre pessoas negras como forma de
aquilombamento.
Música
Cantor baiano Moisés Victório lança trabalho musical autoral “Borí”

O artista interdisciplinar, Moisés Victório, apresenta seu novo trabalho autoral de música, o EP “Borí”, composto por cinco faixas inéditas que exploram as conexões entre música, fé, memórias e ancestralidade africana. Disponível nas principais plataformas de streaming, o projeto representa um marco significativo em sua trajetória, traduzindo em sons sua busca pela (re)construção de uma identidade africana como indivíduo da diáspora atlântica.
“O processo de transformar essas referências em sonoridades foi muito espontâneo para mim, muito natural”, explica Moisés. “Primeiro porque essa ancestralidade africana está à nossa volta o tempo inteiro. Não tem como conviver e transitar em Salvador sem estar imerso nessa herança. Por outro lado, a conexão com a espiritualidade vem da minha formação familiar. Cresci em terreiros de candomblé, e essa primeira formação musical veio dos cânticos, das rezas, dos orikis que entoávamos rotineiramente.”
Bacharel em artes pela Universidade Federal da Bahia, Moisés vem desenvolvendo pesquisas sobre as relações criativas entre arte, novas tecnologias e cultura eletrônica, estabelecendo relações com o estudo das culturas, línguas e cosmogonias africanas, em especial a cultura nagô-yorubá. Esse encontro entre contemporaneidade e ancestralidade é a essência de “Borí”.
O EP nasce das experiências pessoais do artista, que teve sua formação musical nos terreiros de candomblé durante sua infância. “Borí é ritual, é transcendência, é orixá, é essência”, afirma Moisés. “A partir da mundivisão nagô-iorubá, podemos entender figurativamente o conceito de Borí como um processo de conexão interna, de autoconhecimento, de expansão de si para o mundo – através do seu lugar de fala e origem”.
Parte do trabalho foi concebido durante sua Residência Artística no Instituto Sacatar em 2023, onde Moisés colaborou com pesquisadores e artistas afro americanos da Universidade de Stanford (EUA). Dessa experiência surgiu a participação especial de Amara Tabor-Smith na faixa “Obìnrin”. A produção musical do EP conta com a colaboração do maestro e arranjador Cassius Cardozo. A masterização e finalização foi concebida pelo engenheiro de áudio Carlos Eduardo Andrade (Cají).
A primeira faixa “ÈṢÙ”, que abre o EP, já está disponível com videoclipe no YouTube. A obra traduz em canção um universo construído e imaginado nas intersecções do orixá da comunicação, do guardião dos caminhos, daquele que traz as notícias e elabora a sorte. “Essa faixa é muito especial porque ÈṢÙ é o orixá da comunicação, o mensageiro que conecta os mundos”, comenta Moisés. “Na cultura tradicional iorubá e afro-brasileira, antes de iniciar qualquer ritual, qualquer celebração, é essencial saudar Exú. Por isso, a faixa abre o disco e também foi a primeira a ganhar um videoclipe”.
“Borí” representa mais que um conjunto de canções – é uma metáfora da memória, um portal para o autoconhecimento, é uma celebração da herança africana na diáspora atlântica. “Espero que as pessoas se conectem com esse trabalho pela força da simbologia que carrega”, reflete o artista. “Este EP é um resgate de memórias da minha infância nos terreiros, mas também é uma discussão sobre cultura, identidade, ancestralidade, visões de mundo. Ele dialoga e protagoniza narrativas que precisam ser mais ouvidas”.
Bori é uma realização da Bogum Ambiente Criativo em parceria com a Multi Planejamento Cultural e tem apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura via Lei Paulo Gustavo, direcionada pelo Ministério da Cultura, Governo Federal. Paulo Gustavo Bahia (PGBA) foi criada para a efetivação das ações emergenciais de apoio ao setor cultural, visando cumprir a Lei Complementar nº 195, de 8 de julho de 2022.
Sobre Moisés Victório
Músico intuitivo, aprendeu nos terreiros de candomblé onde passou a infância o letramento necessário para traduzir em canções o mundo à sua volta. Começou sua trajetória artística aos 12 anos, como mobilizador cultural no quilombo urbano onde nasceu, no Engenho Velho da Federação. Ao longo dos mais de 20 anos de aprendizados e trajetória profissional, trabalhou ao lado de dezenas de artistas nacionais e internacionais, tendo circulado por todas as capitais brasileiras e alguns países do exterior.
Borí, novo trabalho de Moisés, apresenta os desdobramentos poéticos da sua mais longeva pesquisa, a (re)construção da sua identidade africana como indivíduo da diáspora atlântica. Nascido no seio de uma família candomblecista, construiu sua primeira percepção de mundo através dos itans e orikis, dos cânticos sagrados e do cósmico som dos atabaques. Essa percepção afro centrada, impactou profundamente sua formação política, social e artística.
Ao longo dos anos, vem se dedicando ao estudo regular das línguas, cultura e cosmogonia africanas. É discente do curso de língua e cultura yorubá do Núcleo Permanente de Extensão em Letras – NUPEL da Universidade Federal da Bahia – UFBA, além de dedicar-se a imersões sobre a mundivisão nagô-yorubá. É certificado pelo projeto Ẹ̀kọ́ Dára (Ilê-Ifé, Nigéria) coordenado pelo professor nigeriano Phd em literatura e linguística Prof. Dr. Félix Ayoh’omidire, o que lhe conferiu maior aprofundamento às origens, fundamentos e orientação ancestral da pessoa nagô-yorubana.
Artista interdisciplinar, é bacharel em artes pela Universidade Federal da Bahia. Além de iluminador cênico, realizador audiovisual e músico, atua na gestão de festivais, eventos e instituições. Atualmente é gestor do Teatro Sesc Casa do Comércio, dirige a empresa Bogum Ambiente Criativo e faz parte do comitê gestor da Casa Preta Espaço de Cultura. Antes, foi gestor do Teatro Gregório de Mattos e coordenador técnico da Gerência de Equipamentos Culturais da Fundação Gregório de Mattos, prefeitura municipal de Salvador.
O álbum pode ser conferido em todas as plataformas digitais no link
O videoclipe da canção Èṣù já está disponível no Youtube