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#Opinião – Assim seja, amém, Oxalá! Por Mirtes Santa Rosa

Mirtes Santa Rosa

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Depois de curar a minha ressaca das eleições do primeiro turno, que ganhamos, é importante comemorarmos e exaltarmos essa vitória, pois faltou pouco pra levarmos de vez, levantei a cabeça e dei a volta por cima. Quero conseguir respirar e pensar que em 2023 teremos paz. Que seja a paz de respirar sem pensar que, após seu almoço, ao acessar as notícias, não leremos que mais uma vez a educação superior e pública está sendo ameaçada. Ou que mais uma vez o vírus da poliomelite foi detectado no Brasil e que menos de 50% das crianças com idade para se vacinar não foram ao posto de saúde.

Quero a tranquilidade de apenas me preocupar se o Bahia vai ganhar, se o Vitória vai cair, se vou conseguir pegar a sessão do cinema vazia pra assistir um filme em paz ou, simplesmente, se vou encontrar alguma forma de fazer xixi sem minha filha entrar no banheiro, me perguntando algo. Eu vibrei bastante no domingo, torci até o último minuto para alcançarmos os 50 por cento + 1. Estava tão esgotada e querendo acreditar que fiquei até o final. Quando veio a posição oficial do TRE Bahia e do TSE respirei fundo, fiz um chá e relaxei. Entendi que era melhor descansar, pois teríamos mais alguns dias para conversar com os que ainda possuem dúvidas sobre a escolha, que para mim parece tão simples, mas para outros não é.

Escutei de muitos nesses dias que a culpa é do PT que foi corrupto, que Lula é ladrão, então percebi que existe uma mágoa tão grande e que por esse motivo muitos não percebem os absurdos desse desgoverno. Eu também me senti chateada quando todos os escândalos do PT aconteceram, eu também senti raiva quando me parecia simples as escolhas que Dilma podia fazer, mas nada disso me fez desacreditar na democracia, deixar de ser de esquerda. Talvez, por isso, compreender essa dificuldade de escolha entre a democracia ou a barbárie me parece tão surreal.

Essa raiva do partido não me fez esquecer que estudei de FIES, que andei de avião (isso, minha primeira viagem de avião eu já estava formada) e que eu podia sonhar em ter acesso à educação e cultura. Melhorar de vida naquele tempo foi possível. Quero parar de ter raiva dos pretos que fodem com pretos nas suas falas como bem nos lembrou esta semana Mano Brown. Ele nem precisou citar de quem ele estava falando, todos sabíamos. E senti ainda mais raiva porque lembrei de meu filho que está tentando encontrar a figurinha dourada desse jogador. Como explicar para uma criança de 8 anos que um dos grandes jogadores da seleção brasileira, em ano de Copa, está pouco se lenhando se nós brasileiros teremos o que comer ou se meninos negros como eles poderão sair sem camisa na rua em que mora sem ser confundido com algum ladrão.

Fato é que, quando o momento da festa democrática se resume a lutar por uma democracia e não mais avaliar quais podem ser as melhores políticas públicas para que o país alcance sua inclusão social, seu desenvolvimento econômico, é quase impossível não ter um momento de raiva e pensar em pegar a foice ou mesmo ler mais um pouco sobre anarquismo. Mas minha raiva passa logo e sou tomada por uma emoção que me faz ter lágrimas nos olhos quando vejo as mulheres eleitas, quando vejo que falta pouco pra um semianalfabeto mais uma vez subir a rampa do Palácio do Planalto e que um menino de Aiquara que estudou toda sua vida em colégio público chegue ao Palácio de Ondina, que ironicamente fica bem perto de uma zona eleitoral onde o presidente do desgoverno e da não inclusão e o candidato que acredita que o IBGE está errado ganhou bastante votos na cidade.

Que Deus dê paciência ao futuro governador, para seguir as dicas de São Francisco: compreender mais do que ser compreendido. O bom é que, por ele ser um professor, sabemos que acredita no valor da educação e que sempre lembrará daquela frase que amamos de Paulo Freire: “A educação é um ato de amor. Por isso um ato de coragem.” Que essa busca pela educação e coragem tome todos nós. E pra não deixar de colocar Deus nesse texto político, que Deus abençoe a todos nós. Pois os últimos serão exaltados. Assim Seja!

 

Mirtes Santa Rosa é publicitária e especialista em Comunicação e Gerenciamento de Marcas e também trabalha com planejamento estratégico comunicacional de projetos culturais, no qual pode mesclar suas duas maiores habilidades profissionais: gestão e comunicação. É umas das idealizadoras e apresentadoras do Umbu Podcast.

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#Opinião: 2025: Conselhos do Tarot Maria Padilha – por Januário

Ana Paula Nobre

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Januário
Foto: Divulgação

O ano de 2025 é regido pelo resultado do somatório 2 + 0 + 2 + 5 = 9. Temos o número 2 se repetindo e a presença do número 5, além do próprio 9. O que esses arcanos representam? Afinal, como será 2025? Encontramos as respostas nas Lâminas de Maria Padilha.

Em julho de 1997, A Senhora da Magia comunicou a Eliane Arthman, através de projeção astral, as 36 cartas do Seu tarot. Se manifestava, então, o Tarot Maria Padilha, com o verso preto e cores marcantes – vermelho, dourado e branco – para gerar impacto visual e promover a cura interior. Essas foram exigências da própria Dona Padilha: o Seu tarot é terapêutico, preciso e objetivo; cada lâmina orienta para O Caminho da Luz.

Através da Carta 2 – O Lápis – Maria Padilha revela a necessidade de aprimorar a nossa capacidade de expressar ideias. Em paralelo, somos convocados a estudar e planejar a vida, para que novidades interessantes aconteçam. A repetição do número 2 em 2025 traz ênfase para esse chamamento: estruturar ideias, com planos estabelecidos e metas bem traçadas.

Na Carta 5 – As Moedas – temos a Lei da Atração. Aqui, Dona Padilha mostra a importância de vibrar no Positivo, para acessar a riqueza espiritual e material. Amar sempre, praticar a gratidão, evitar fofocas, meditar, perdoar e ouvir músicas de alta vibração, são hábitos a desenvolver durante o ano. Pobreza de espírito e crenças limitantes atraem prejuízos, logo, devemos evitar frequências empobrecidas, porque elas trazem consigo presenças espirituais negativas.

Quem estuda e planeja a própria vida dificilmente terá tempo para se intrometer na vida alheia. Percebemos, nesse ponto, a relação entre as cartas 2 e 5: organizar o cotidiano sempre é favorável, seja por dar forma aos nossos objetivos, seja por estabelecer distância daquilo que pertence aos outros, e, portanto, não nos diz respeito.

Por fim, a Carta 9, se apresenta como mensagem central para 2025: uma poltrona na cor preta, vazia, como se estivesse abandonada, pois parece velha e empoeirada. Aqui, Maria Padilha, Espírito de Luz, incentiva a encerrar ciclos o mais rápido possível. Devemos aceitar o passado como um instante de aprendizagem para o crescimento espiritual: a poltrona talvez tenha sido confortável por algum tempo, porém, chegou o momento de abandoná-la e cultivar nobres valores. Sobretudo, precisamos nos abrir ao novo, deixando aquela poltrona – com velhos hábitos empoeirados – de lado, para seguir firmes, rumo à prosperidade e abundância.

2025 é um ano de encerramentos. Será necessário “morrer” ante determinadas questões, para, daí, renascer e caminhar por novas estradas. Deus, através do Mestre Jesus, na figura de Dona Maria Padilha nos abençoe e proteja para viver esse ano com coragem, verdade e paixão! Laroyê, Pombogira!

Armando Januário dos Santos é Taroterapeuta do Baralho de Maria Padilha, Mestre em Psicologia e Palestrante. Instagram: @tarot.maria.padilha / WhatsApp: (71) 99278-9379

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#Opinião: Quando Ogum abre estrada pra Oxum, Xangô acompanha – por Patrícia Bernardes Sousa

Ana Paula Nobre

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Foto: Divulgação

Salvador amanheceu na primeira segunda-feira útil de 2025 com um novo ciclo de reparação promovido pelas águas do Terreiro Ilê Axé Iyá Nassô Oká, mais conhecido como Terreiro da Casa Branca. A filha de mamãe Oxum, ekedji de pai Ogum e advogada Isaura Genoveva, tomou posse cercada pela doçura sagaz de sua mãe das águas doces, as boas estradas de seu pai e seu filho Ogum e da justiça estratégica do amalá que já te acompanha desde que se formou em Direito em Salvador.

O que esperar dessa equação espiritual que sucede o pioneirismo pedagógico da secretária e professora negra Ivete Sacramento que ocupou este cargo dignamente por longo 12 anos?! Pai Ogum já definiu. Você não percebeu? A palavra de ordem é percorrer as boas estradas de reparação e justiça racial na Bahia e no mundo.

Em sua primeira ação internacional em Reparação e Justiça Social, a jovem ekedji e advogada já despontou no “grande pássaro de ferro” – o avião – e foi para as terras africanas ao lado do prefeito Bruno Reis, para selar e forjar ainda mais esse acordo tácito de mudança e planejamento estratégico para o nosso povo preto, em sua nova estrada como gestora pública de uma secretaria cercada de altos e baixos quando o assunto é as palpitações e taquicardias das políticas públicas sociais e  letramento racial empresarial na capital baiana. Expectativas em excesso geram frustração, sempre dizem, mas a menina preta do imaterial Terreiro Casa Branca já notou que tão quão a sua cadeira de ekedji, a sua cadeira como gestora pública do enfrentamento racial ela pouco irá sentar para descansar.

Como assim, Bernardes? Na agonia e na beleza de organizar o antes, o durante e o depois de um sirè (xirê), a ekedji e advogada também será cobrada pelos seus ancestrais e pelas lideranças do movimento social, membros dos conselhos municipais das mais diversas frentes de trabalho e dos seus próprios colegas de gestão pública do governo municipal de Bruno Reis, a respeito da sua capacidade de “matar a sede” de justiça social dos soteropolitanos negros que também são cristãos, católicos, kardecistas, budistas e até mesmo ateus.

Injúria racial, racismo institucional, letramento racial, intolerância religiosa, racismo ambiental, LGBTfobia, desemprego, assédio moral e racismo religioso são alguns dos ingredientes que já “temperam” a palma das mãos dessa gestora pública, para que o açúcar e o quiabo façam justiça aos pés do machado sagrado de seu pai. Jesus Cristo entre nós, mas Obatalá também. Sem paz no ori (cabeça) não se faz justiça e nem se planeja reparação concreta para “estancar” os corações de Terreiros e Templos Religiosos das mais diversas denominações que clamam com acaçá e óleo ungido por uma escuta ativa, sensível e com estradas de resolução para as inúmeras demandas que já cercam a jovem Isaura Genoveva.

Às vésperas da festa momesca, os trabalhos de Exú e Arcanjo Miguel não param. Pedindo sempre licença e agradecendo os seus ancestrais, a nova Secretária da Reparação de Salvador já entendeu que a ronda de Ogum agora é outra em seu benefício, pois é no asfalto de terras brasileiras e estrangeiras que faz morada os negros, negras e negres esquecidos nos viadutos, no isopor da sua vida diária como ambulante e até mesmo nos barrancos que assombram os seus Terreiros e Templos Religiosos por conta da especulação imobiliária ano após ano.

Os esquecidos serão exaltados? Os já amparados pelas leis federais continuaram sendo abençoados pela atenção da gestora pública que bebe água doce como todas as outras que a antecederam? São diversas as perguntas que são feitas pelas pessoas comuns como eu e você que lê esse artigo e sabe que nem tudo Ifá pode “alafiar” ou Jesus Cristo testificar nesse momento. Como em Eclesiastes e como bem afirma pai Tempo, tudo tem o tempo certo de acontecer entre o céu e a Terra na capital baiana neste novo momento.

Sigamos em cortejo sagrado acompanhando os próximos passos que virão…

Patrícia Bernardes Sousa é yawo de Oxum do Terreiro Ilê Axé Ejigbo (Cajazeiras XI), jornalista, gestora e mobilizadora de projetos de Impacto Social e colunista do Portal Soteropreta.

 

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#Opinião: Os ensinamentos de Nossa Senhora Aparecida – Por Januário

Ana Paula Nobre

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januario
Foto: Divulgação

O dia infrutífero deixava João Alves, Felipe Pedroso e Domingos Garcia, tristes. Os três pescadores haviam tentado por várias vezes retirar das águas o seu sustento, mas, todo o esforço foi em vão. Contudo, um deles, ainda esperançoso, lançou a rede ao mar e ao retirá-la, identificou uma imagem de madeira negra, sem a cabeça. Lançando novamente a rede, a cabeça foi achada. Era Nossa Senhora da Conceição.

Daí por diante, os peixes encheram as redes dos pescadores. Compreendendo que foram abençoados, um deles levou a imagem para a casa. Entre rezas e graças atendidas, a devoção se espalhou, rápida e fervorosa. Nascia ali o maior culto popular do cristianismo brasileiro: a devoção por Nossa Senhora Aparecida. A fé se tornou tão ardente que em 1929, o Papa Pio XI proclamou Nossa Senhora, Padroeira Oficial e Rainha do Brasil.

Alguns detalhes na imagem encontrada pelos pescadores nas águas do Rio Paraíba do Sul nos convidam a uma reflexão profunda sobre o sentido de Nossa Senhora em nossas vidas. Todavia, antes de trazer esses aspectos, afirmamos o respeito a todas as crenças e não-crenças. O nosso objetivo é abordar a mensagem silenciosa trazida pela aparição: mesmo sem falar, a imagem de Nossa Senhora ensina muito. Feita em terracota, resultado do cozimento da argila no forno, a imagem nos transmite calor e conforto, tal qual a mãe que abriga o filho amado em seus braços. As mãos em prece remetem a humildade de quem sabe estar na presença de Deus.

Encontramos a meia lua sob os pés da Mãe do Mestre Maior: esse símbolo, retratação do Sagrado Feminino de Tempos Ancestrais, brilha para nós, através do Sol. Jesus, o Sol para nosso mundo, na mística cristã, emana a Sua vibração para Maria, a Lua Amorosa, iluminar o caminho daqueles nas trevas da noite dos extremismos, da ignorância, ainda tão escravizados aos pseudos prazeres que dilaceram a própria condição humana.

Negra e descoberta antes da abolição oficial do sistema escravagista, Nossa Senhora Aparecida nos convoca a destronar a branquitude e o machismo dos seus opressivos tronos. Sem dúvida, é obrigação diária contribuir para o surgimento de uma sociedade equitativa e firme no combate à discriminação racial e à desigualdade de gênero. Somos chamados pela Doce e Sagrada Mãe Aparecida, encontrada por pescadores, ao empoderamento de quem respeita as diferenças e se dedica a eliminar com luzes do conhecimento as trevas do ódio.

Armando Januário dos Santos é Trabalhador da Luz, Mestre em Psicologia, Psicólogo (CRP-03/20912) e Palestrante. Contato: (71) 98108-4943 (WhatsApp).

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