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Literatura

Egbomi Nice lança o livro “O Bailar das Borboletas” no Museu de Arte Moderna da Bahia

Jamile Menezes

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Foto Ismael Silva

 

Ela indicou 50 pessoas para que falassem de sua história. São nove capítulos que trazem a trajetória da filha do Recôncavo Nice Evangelista Espíndola, conhecida como Egbomi Nice de Iansã em todo estado por sua importância para a religião do Candomblé na Bahia e sua luta contra o racismo e ódio religioso. O livro “Oloyá, Egbomi Nice e o Bailar das Borboletas” será lançado no dia 15 de dezembro, às 19h, no Museu de Arte Moderna da Bahia – MAM. O trabalho começou a ser construído no segundo semestre de 2019 e foi impactado pela pandemia, motivo pelo qual está sendo lançado após três anos.

“Oloyá, Egbomi Nice e o Bailar das Borboletas” conta a trajetória de Egbomi Nice a partir dos diferentes lugares onde ela atua: o mundo do catolicismo, o universo dos candomblés e a sociedade civil. O nome do livro foi escolhido pela própria autora. A ele foi apenas acrescentada a palavra Oloya, que é o  maior título dentro do culto de Oyá.

O trabalho da fotografia foi completado pelas ilustrações de Rodrigo Siqueira que também fez uma pintura de óleo sobre tela representando a autora.

A história de Egbomi Nice permitiu ao antropólogo e professor Vilson Caetano se debruçar sobre histórias de outras mulheres que ajudaram a consolidação do candomblé jeje-nagô, no Brasil a partir de uma pesquisa documental realizada no Arquivo Público, nos Arquivos da Santa Casa de Misericórdia da Bahia e nos Arquivos da Curia Metropolitana de Salvador.

A publicação é a realização de um sonho de uma mulher negra que manifestou o desejo de deixar registrada na forma de livro a trajetória de sua vida.

Sobre Egbomi Nice – Nice Evangelista Espíndola nasceu no Recôncavo Baiano no município de Santo Antônio de Jesus, no dia 27 de setembro. Na cidade de Salvador foi iniciada no Terreiro do Engenho Velho por Juliana da Silva Baraúna, a legendária Mãe Teté de Iansã,  então Yakekerê da Casa Branca.

Conhecida como Ebomi Nice de Iansã, as duas palavras em yorubá que antecedem o seu nome lhe definem no mundo dos terreiros de candomblé e na sociedade em geral. A expressão Egbon, significa “irmão mais velho” e “irmã mais velha” e a palavra mi trata-se de um pronome possessivo. Logo, Egbomi significa “minha irmã mais velha.” Mais do que uma maneira de tratamento, o termo, além de significar  um lugar de destaque na hierarquia do candomblé, é um signo de nobreza e distinção de poucos que podem utilizar tal palavra como um nome.

Egbomi Nice é na atualidade umas das mulheres que mais tem se destacado e exercido influência no debate nacional sobre temas como religiões de matrizes africanas, intolerância religiosa, racismo institucional e diálogo inter-religioso. Considerada símbolo da luta pela garantia de direitos e a livre expressão da fé, Egbomi Nice tem assento no Conselho Religioso de várias comunidades de terreiros e possui o reconhecimento de sua atuação através de prêmios que lhes foram conferidos através de instâncias da sociedade civil, pelo poder público e Judiciário.

Aos 80 anos de idade, Ebomi Nice é Irmã da Boa Morte, integra a Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos e a devoção de Santa Bárbara, onde foi uma das precursoras do caruru hoje oferecido na Igreja da Barroquinha no dia 04 de dezembro.

Dentre os títulos que acumula, Egbomi Nice é Madrinha Vitalícia do Bembé do Mercado; Doutora Honoris Causa pela Faculdade Hebraica e Ordem dos Capelãs do Brasil; Medalha General Argolo da Policia Militar; Medalha Zumbi dos Palmares e os Títulos de Cidadã Cachoeirana e Santamarense.Junto com o então Governador da Bahia, Jaques Wagner, Ebomi Nice assinou o Estatuto da Igualdade Racial.

Serviço:

Lançamento do livro “Oloyá, Egbomi Nice e o Bailar das Borboletas”

Data: 15 de dezembro

Horário: às 19h

Local: Museu de Arte Moderna da Bahia – MAM

Gratuito

Destaque

Jornalista Luana Souza fortalece presença preta na FLICA

Jamile Menezes

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Jornalista Luana Souza integra presença preta na FLICA

A jornalista, apresentadora de TV e digital influencer cachoeirana Luana Souza é uma das presenças pretas que vão marcar a tradicional Festa Literária Internacional de Cachoeira (Flica), que chega a sua 13ª edição entre os dias 23 e 26 de outubro, em Cachoeira. Natural do município, Luana mediará uma mesa no sábado (25), às 15h, na Tenda Paraguaçu.

A mesa “Nossas vozes como a noite estrelada” contará com as presenças da apresentadora da TV Globo Aline Midlej, da escritora e jornalista Yeyé Kintê e da psicopedagoga Sueli Kintê. São 4 vozes negras que perpassam pelo jornalismo, literatura e ancestralidade.

Para Luana, esse momento vai além de fazer parte de uma roda de conversa.

“Mediar essa mesa com mulheres tão potentes, que representam diferentes vozes de nossa ancestralidade e do nosso tempo é um reencontro com minha própria história. Estar mais uma vez na Flica, na minha terra, não é apenas participar de um evento literário. É honrar minhas raízes e celebrar o lugar de onde venho. Conduzir essa conversa é, para mim, como olhar para um céu de estrelas que me formaram e continuam guiando o caminho”, declarou a comunicadora.

Luana Souza

Luana é mestra, doutoranda, com livros publicados e, além disso, coleciona diversos prêmios conquistados nos últimos anos, como o Prêmio Maria Felipa – concedido a mulheres negras engajadas na luta por direitos e contra o racismo -, em 2021 e o Troféu Mulher Imprensa, no ano passado, na categoria “Jornalista Revelação”. O mais recente foi o Prêmio +Admirados Jornalistas Negros e Negras da Imprensa Brasileira, por ter sido a mais votada da região Nordeste. É autora autora do livro-reportagem “Na contramão do afeto” e co-autora da obra “Negras crônicas: escurecendo os fatos”.

Durante os quatro dias de evento, a Flica contará com uma programação diversa trazendo escritores, comunicadores, artistas e personalidades renomadas como, Tia Má, Rita Batista, Ricardo Ishmael, Anderson Shon, Lazzo Matumbi, Márcia Short e Adão Negro, atraindo o público do Recôncavo Baiano, de Salvador e também de outras localidades.

Confira aqui mais presenças pretas na programação. 

Foto: Pedro Gabriel

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Literatura

Escritor Djavan Benin lança último livro da saga “Ordem Macabra”

Jamile Menezes

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Djavan Benin

No dia 1º de novembro, o escritor, designer e ilustrador Djavan Benin lança Ordem Macabra – Dimensão Vermelha, terceiro e último volume da saga Ordem Macabra iniciada em 2021.

A obra encerra uma narrativa que mescla folk horror, distopia ritualística, crítica social e new weird, explorando temas como intolerância, manipulação pela fé e regimes autoritários. O autor propõe um diálogo com questões sociais e políticas contemporâneas.

O evento de lançamento será na Biblioteca Pública do Estado (Barris), a partir das 17h, será aberto ao público e contará com experiências imersivas, sorteios e sessão de autógrafos.

A trilogia Ordem Macabra é composta pelos títulos: O tempo da Morte (2021), Sacerdote Oculto (2023) e Dimensão Vermelha (2025). A narrativa acompanha Cassiano Santos, um espiritualista, e seu melhor amigo Eduardo Torres, advogado e cético, que são enviados por um portal secreto na misteriosa cidade de Patre Omnia, em outra dimensão. Lá, são confrontados com rituais fatais, perseguições militares e a opressão da organização religiosa mais poderosa daquele mundo, conhecida como A Ordem.

Ao longo dos três livros, a obra revela uma teocracia autoritária com rígidas castas sacerdotais, mulheres misteriosas, conhecidas como as Escolhidas e os enigmáticos ascéticos — híbridos humanos que funcionam como soldados e executores. Entre guerras, conspirações e manipulações psicológicas, a saga conduz o leitor ao clímax repleto de revelações e desfechos impactantes.

“Escrevi este livro para demonstrar como a manipulação coletiva é perigosa para a destruição da liberdade, da vida em sociedade e da justiça social. A obra é uma reflexão do que o mundo pode se tornar se reinar a intolerância, o preconceito e o ódio”, diz Djavan Benin.

SOBRE O AUTOR

Djavan Benin é designer, professor, quadrinista e ilustrador. Natural de Salvador (BA), seu trabalho é marcado pela criação de universos narrativos originais que aliam imaginação visual e profundidade temática. Tem como missão difundir a leitura por meio do entretenimento, acreditando na arte como ferramenta de desenvolvimento intelectual e social.

SERVIÇO

Evento: Lançamento Ordem Macabra – Dimensão Vermelha
Data: 1º de novembro de 2025
Local: Biblioteca Pública do Estado (R. Gen. Labatut, 27 – Barris)

Horário: 17h
Entrada: Gratuita

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Literatura

FLICA começa em Cachoeira com diversas atrações pretas

Jamile Menezes

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Na sua 13ª edição, a Festa Literária Internacional de Cachoeira – FLICA – terá uma grande participação de autores e autoras negras, além de grandes nomes de outras áreas.  Entre 23 e 26 de outubro, a Tenda Paraguaçu, por exemplo, se transforma em um grande palco da força das mulheres na literatura e na educação da América Latina.

Na mesa “Desafiar”, no dia 24 (sexta-feira), estará a autora de diversos livros, como o best‐seller “Como ser um educador antirracista”, Bárbara Carine. Tendo seu livro vencedor do prêmio Jabuti 2024 na categoria Educação, a baiana Bárbara Carine é também professora, empresária, palestrante, sócia-idealizadora da Escola Maria Felipa, primeira escola afro-brasileira do país, além de influenciadora digital com o perfil “Uma intelectual diferentona”.

A mesa “Da leveza e da força”, no dia 25 (sábado), vai receber Lili Almeida. Lili conquistou notoriedade principalmente por meio de suas redes sociais, onde compartilha vídeos motivacionais, repletos de metáforas, conselhos e reflexões profundas sobre a vida. Com mais de 1 milhão de seguidores no Instagram, a chef baiana transformou seus ensinamentos no livro “A gente merece ser feliz agora”, lançado em 2024.

NegaFyah

NegaFyah

PROGRAMAÇÃO – Durante os quatro dias de evento, também marcarão presença outros nomes de peso na Tenda Paraguaçu, como Russo Passapusso, em participação como palestrante ao lado de Rita Batista e Marielson Carvalho na mesa de abertura “Ler é Massa!”. Terá também Aline Midlej, uma das palestrantes da mesa “Nossas Vozes como a noite estrelada”; a escritora Lívia Natália na mesa “Ser Poesia”; Mestre Bule-Bule, cordelista, repentista e figura emblemática da cultura popular nordestina.

Todos os espaços apresentam indicação etária livre e contarão com acessibilidade. Além da Tenda, há também a Geração Flica, Fliquinha, o espaço Bahia Presente e o Palco Ritmos.

Anderson Shon

Durante os quatro dias de evento, também marcarão presença outros nomes de peso na Geração Flica, como NegaFyah, Alice Nascimento e Breno Silva na mesa “A poesia da transformação do Slam: Palavras que revolucionam”; Pétala e Isa Souza (afrofuturas), Marcelo Lima e Anderson Shon  na mesa “O Afrofuturismo e suas possibilidades: Imaginando futuros radicais”; e Daniel Ferreira, Yara Damasceno na mesa “O meu humor é massa: Um diálogo sobre criar do nosso jeitinho”.

Afrofuturas

O público compartilhará, também, da presença de ícones como Rita Batista, Tia Má, Leozito Rocha, e muitas outras atrações pretas este ano. Confere a programação completa AQUI. 

 

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