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#Opinião – Carnaval, tá aí? Venha, que eu quero te curtir! Por Mirtes Santa Rosa

Mirtes Santa Rosa

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Carnaval chegou! E, finalmente, depois de dois anos sem folia, no meu caso três anos, a cidade parece pequena para tantas emoções que já transbordam de nossos corações carnavalescos. A festa de Momo é bem interessante do ponto de vista antropológico e sócio-cultural. Óbvio que não estou aqui para fazer essa análise profunda mas sempre gosto, às vezes, de achar que entendo desses assuntos como boa publicitária e o que ocorrer na comunicação que sou.

Faz mais de 15 dias que os noticiários locais tratam da questão dos ambulantes de uma forma bem pitoresca e nada fora do tradicionalismo de todo ano nessa época. Para os sites, rádios ,TVs e perfis desses veículos nas redes sociais o que importa é o clique, o engajamento e, se tiver sorte, que algum vídeo de suas redes chegue ao mundo maravilhoso e sem lei do zap zap. Trazer a discussão sobre o tema é o que não vai acontecer. Realizar a denúncia de uma forma forte e contumaz só acontece no sonho de algum jovem idealista do movimento social e democrático da comunicação que segue o perfil do Intervozes.

Se para os organizadores da festa basta dizer que o cadastramento é online, tudo já está resolvido no momento que é fácil e digital. Acompanhava as notícias da semana e me perguntava em que mundo essas criaturas vivem, ou se é apenas a certeza que aquela população nunca teve voz para ser escutada e defendida. Sim, os ambulantes possuem sindicatos, mas o sindicato só é forte quando acontece a união da luta social com dinheiro grande que esses trabalhadores produzem.

Alguém acompanha com cuidado e atenção sobre os aspectos da economia do trabalho e o que eles agregam à festa momesca? Eu olhando do lado de cá e sabendo que as empresas agora estão todas mergulhadas no ESG (sigla em inglês que significa ter uma administração e gestão preocupada com o social, com governança e um gestão ambiental comprometida com o bem maior que é a vida) me pergunto, se agora os eleitos para administrar as cidades e estados amam dizer que são gestores entendem como esses trabalhadores são tão importantes para o pilar sustentabilidade da vida e da cadeia econômica e produtiva da festa. Está certo eles serem tratados como bichos analfabetos e sem direitos?

Outra questão peculiar do carnaval é a propaganda. Penso que os clientes, aqui me refiro aos anunciantes, precisam entender que os coroas também vão para o carnaval e que são os coroas que pagam para seus filhos irem para o carnaval. Se a festa é conhecida como a festa da carne, a festa pagã mais esperada por todos que desejam liberar endorfina e gozar, como podem os anunciantes de camisinha ou qualquer coisa ligada a ajudar a pegar geral nesse período não falar de nós, os pseudovelhos. Essa nova geração não é a que declarou em pesquisa que transa menos ou não transa? Agora, me explica como as propagandas, principalmente nesse caso os vídeos produzidos, só apresentam corpos magros e jovens?

Como boa amante e foliã, pois minha carne é de carnaval, e em fevereiro eu me viro e meu ascendente é festa de largo, lembro que associar apenas a juventude ao carnaval não é coisa de hoje, é desde sempre. Lembro de meu pai dizer a minha mãe que se ele fosse o governador ele decretava que carnaval é para pessoas 25 anos a menos. Jero, por favor não faça isso viu?

Depois de você emplacar a música do carnaval desde setembro de 2022, esperamos que você mantenha sua plataforma de campanha, discutida e ovacionada pelos Programas Participativos de Comunicação, que uma boa música é sucesso de campanha e atua como uma forma inclusiva e democrática para transmitir uma boa mensagem. Quer dizer, um bom jingle feito na Bahia garante no futuro entrar na crônica maravilhosa que é realizada por Waltinho Queiroz na sua coluna Deixa o coração mandar, na Rádio Metrópole e que lembra os carnavais, as poesias, resistências musicais e as músicas criadas pelos gênios da comunicação que são eternizadas pelo carnaval. Tá vendo porque carnaval é transgressão e balbúrdia?

Voltando ao caso da festa momesca ser apenas para a juventude, sempre que meu pai fazia sua declaração nada etária e inclusiva, ríamos, pois sabíamos a resposta de mainha, enquanto eu tiver forças irei ao carnaval. E esse é o meu caso, quem puxa às suas não degenera. O carnaval é festa de todos os corpos, de todas as formas, de todos os ritmos e de todas as idades.

Eu desde já informo aos comunicadores, aos gestores e a quem interessar possa que vou pra rua. A capital da Bahêa vai ficar pequena para a velharia dos 40 mais nos bloquinhos, atrás dos trios, no Curuzu e onde mais tiver um bom batuque, pois como gostamos daquele vuco-vuco, empurra-empurra, mas que sempre fica gostoso, resenha e putaria, esse carnaval promete. Azar o de vocês que precisarão editar nossos corpos e rostos com algum aplicativo para parecermos mais novos.

Em vez de gastar com botox,*vou usar todos meus reais suados que tico e teco de trabalhadora coroa que salvou o Brasil em 30 de novembro de com força na tia do isopor. Nem vou me preocupar se ela não tiver troco pois depois de esperar por 30 dias na fila pro cadastro para dormir sete dias na rua vendendo a marca de cerveja que algum gestor e/ou político entendeu que foi a melhor oferta para a cidade e, no futuro, vai escrever em um case que a gestão do carnaval é sucesso para justificar que somos a cidade da música e da festa de rua. Vambora, que eu quero é mais muito carnaval e fevereiro!

 

Mirtes Santa Rosa é publicitária e especialista em Comunicação e Gerenciamento de Marcas também trabalha com planejamento estratégico comunicacional de projetos culturais, no qual pode mesclar suas duas maiores habilidades profissionais: gestão e comunicação. É umas das idealizadoras e apresentadoras do Umbu Podcast. Confira aqui outros artigos de Mirtes.

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#Opinião – A função esotérica do incenso – Por Januário

Ana Paula Nobre

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Januário
Foto: Divulgação

Há quase dois milhões de anos, os povos denominados pela arqueologia como primitivos “conheceram” o fogo. Além de preparar alimentos, clarear ambientes e enfrentar predadores, percebeu-se A Tarefa Superior desse elemento: iluminar o caminho até A Grande Consciência Cósmica. O plasma formado por átomos livres, resultantes da combustão, revela a sutileza d’A Sabedoria Universal.

Paralelo a esse conhecimento, os humanos também identificaram como determinados aromas produzem alterações psicológicas, exercendo efeitos nos sete centros energéticos do corpo, os chakras[2] da cultura hindu. Logo, aquecer ervas aromáticas ao fogo tornou-se costume entre nossos ancestrais. Nasciam as primeiras tradições místicas, reconhecendo os efeitos terapêuticos do incenso, um importante amplificador da consciência e purificador de ambientes.

A palavra latina incendere, literalmente, acender ou queimar, remete às escolas herméticas do Antigo Egito, passando pelas tradições da umbanda, candomblé, xintoísmo, budismo, judaísmo e cristianismo, encontramos a utilização do incenso como chave para acessar os Planos Espirituais. Diversas escolas esotéricas, como a maçonaria, o martinismo, o rosacrucianismo, o sufismo e algumas tradições do Yoga guardam consigo os segredos do preparo de incensos específicos para a transmutação do espírito, buscando a perfeição.

São raras as pessoas que conhecem o sentido profundo do incenso. A superstição vulgarizou o uso, distorceu o seu propósito original, substituindo-o por dogmas. Não obstante, encontramos nos livros adotados por várias religiões, referências ao incenso como presente para celebrar o nascimento de alguns avatares: foi assim com O Mestre Jesus[3].

Tecnologia espiritual, útil para queimar miasmas e larvas astrais, o incenso protege, purifica e auxilia a entrar em contato com O Caminho Ancestral Superior. Um meio para REunir-se aos Arcanos do Conhecimento Eterno. A fumaça que se desloca pelo ar da aspiração humana, rumo A União Secreta e Suprema com O Todo.

[1] Armando Januário dos Santos é Trabalhador da Luz, Mestre em Psicologia, Psicólogo (CRP-03/20912) e Palestrante. Contato: (71) 98108-4943 (WhatsApp).

[2] Em artigo posterior, falaremos sobre os sete chakras e a sua importância para equilibrar os nossos sete corpos: físico, mental, emocional, astral, essencial, espiritual e energético.

[3] “Entraram na casa e encontraram o menino com Maria, a sua mãe. Então se ajoelharam diante dele e o adoraram. Depois abriram os seus cofres e lhe ofereceram presentes: ouro, incenso e mirra” (Mateus 2:11).

 

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#Opinião – João: um sol místico na Judeia – Por Armando Januário

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Entre os santos mais populares do Brasil, São João Batista é uma das figuras mais importantes na tradição judaico-cristã. Reverenciado pela cultura nordestina nas celebrações de junho, o Batizador de Jesus, desde os primórdios da sua existência, cultivou intimidade com os arcanos da Sabedoria Universal.

João foi educado nos preceitos judaicos e logo adentrou ao nazireado, costume típico do judaísmo, no qual algumas famílias destinavam seus filhos para uma vida ascética: os nazireus deixavam crescer a barba e os cabelos, se privavam de bebidas alcoólicas e uvas, e não tocavam em cadáveres. Essa moral era o caminho encontrado para a introdução em conhecimentos profundos sobre A Energia Criativa. O Batista afirmava que batizava em água, contudo, viria Aquele que batizaria em fogo, sendo maior que ele (Mateus 3:11). Essa passagem bíblica dá a entender que João já conhecia a iminente Manifestação Crística em Jesus de Nazaré. Com efeito, ele é o filho de Isabel, que ainda no ventre da sua mãe, pula de júbilo quando ela ouve a saudação de Maria, grávida de Jesus (Lucas 1:41-44). Esse momento indica que João e Jesus se conheciam de outras existências.

Antes de o imperador Justiniano, no Concílio Ecumênico de Constantinopla, em 553, condenar a reencarnação, o cristianismo primitivo encarava a pluralidade das existências como realidade. Por isso, quando Jesus afirmou que João “[..] é Elias, que havia de vir” (Mateus 11:14), o Mestre alude a vida pregressa do Batista, algo que certamente não causou surpresa aos presentes. A própria encarnação de João, anunciada pelo anjo Gabriel confirma a existência pretérita de João como Elias: “[…] e [João] irá adiante dele com o espírito e a virtude de Elias, a fim de reconduzir os corações dos pais para os filhos” (Lucas 1:13).

João Batista é uma figura tão especial que os festejos em sua homenagem uniram certas tradições antigas[1], na qual a data está inserida no solstício de verão, quando o ângulo do sol se distancia ao máximo da Terra. Esse fenômeno ocorre apenas duas vezes por ano: em junho, no Hemisfério Norte e em dezembro, no Hemisfério Sul. Temos, portanto, dois sóis: João, o sol que vem para anunciar a chegada de outro sol, reluzente e soberano: Jesus, o Cristo Planetário.

[1] Os celtas comemoravam o solstício de verão em honra ao deus Sol, para o qual pediam proteção contra maus espíritos e pragas nas colheitas. As festas incluíam fogueiras e fartura, apontando para o desejo de prosperidade espiritual e física.

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#Opinião – O sentido místico do Dia dos Namorados – Por Armando Januário

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Por aspectos históricos e econômicos, o Brasil celebra o Dia dos Namorados em 12 de junho. A 1948, o publicitário João Dória, pai do ex-governador de São Paulo, foi contratado por uma loja. Ele percebeu que o Mês das Mães era rentável para o comércio, em oposição a junho, um mês de queda nos lucros. Planejando estender os ganhos comerciais, Dória escolheu a véspera do Dia de Santo Antônio – na tradição católica, O Santo Casamenteiro – para aquecer os corações e o comércio. A estratégia deu certo e temos o Dia dos Namorados em junho, mais de 4 meses após a data tradicional, 14 de fevereiro, Dia de São Valentim. Contudo, essas tradições oficiais envolvem um mistério muito anterior.

No Império Romano, havia a celebração do deus Lupercus, para afastar os maus espíritos e atrair fertilidade. A Lupercália era marcada pelo momento em que os homens retiravam de um jarro o nome das mulheres que seriam suas companheiras nessa festa e nas seguintes. Posteriormente, alguns desses casais se apaixonavam e se casavam, porque teriam o que se considera “sorte no amor”. Essa expressão envolve ser agraciado através do sorteio, que, inicialmente, seria puro acaso. Não obstante, o sentido esotérico de sorte abrange saber o instante adequado para consolidar um plano. Percebemos, então, que o sentido dado a esta palavra se afastou significativamente do seu conceito original. Fica também evidente a inexistência da sorte como percebida nos tempos atuais, mas, sim, que ela obedece às Leis Cósmicas, sobretudo, a Lei de Atração. O oculto no Dia dos Namorados se apresenta.

A celebração dos apaixonados potencializa a vibração e atrai a pessoa amada para o campo magnético do emissor. Não se trata de magia ou acaso. Antes, falamos do Poder Divino[3] manifesto em nós. Por isso, quando pensamos em viver um amor com a firme convicção de sua existência, a materialização dessa realidade ocorre, obedecendo o Mistério denominado Tempo.

Portanto, o Dia dos Namorados, longe de uma data comum, oferece a oportunidade vibracional para ser A Unidade Eterna, Princípio de Todas As Coisas, que utiliza o desejo para cocriar sonhos.

[1]Dedico esse texto a minha noiva, Andrêina.

[2]Armando Januário dos Santos é Trabalhador da Luz, Mestre em Psicologia, Psicólogo (CRP-03/20912) e Palestrante. Contato: (71) 98108-4943 (WhatsApp)

[3]Em João 10:34, Jesus de Nazaré argumenta com seus opositores: “na Lei de vocês está escrito que Deus disse: “Vocês são deuses”” (O Mestre Jesus, em João 10:34). Deixamos com a pessoa do leitor a perspicácia para compreender o ensino secreto do Mestre.

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