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#Opinião – Ao seu etarismo: quarentei feliz! Por Mirtes Santa Rosa
Quarentei. Falei muitas vezes essa palavra. Quarentei há quase dois anos e quarentei feliz. Pra dizer a verdade nunca me assustei com a idade. Cresci escutando que, quem não morre cedo, envelhece e feliz. Eu desejo chegar aos 85 anos com muita lucidez e saúde. Alguns dizem que não desejam envelhecer, olham apenas a parte da solidão. Eu penso que deve ser bom escutar sua solidão e refletir sobre seus aprendizados.
Envelhecer talvez seja o momento em que nós, espíritos, podemos simplesmente ser feliz, aceitar o passar do tempo e sentir a força que é ser experiente em diversas áreas. Muitas vezes quando olho a juventude em uma sala de reunião, achando que são os fodões da comunicação, porque nasceram em um período em que toda inovação que acontece no mundo é aclamada e dita que foi realizada por mentes geniais de 20 anos. Existe uma soberba e arrogância nessa geração que trabalha na comunicação que fico assustada. Antes que falem que já tive 20 anos e fui arrogante, eu sou do tempo onde não existia redes sociais e que meu primeiro e-mail fiz na faculdade na minha cota de acesso a internet no CPD do Convento da Lapa.
Eu não tinha como ser a arrogante da comunicação, quando nem mesmo estágio eu conseguia por não ter celular. Eu estava fora do modelo padrão publicitário do Brasil. Essa semana fui conhecer um novo espaço para gravação de podcast, que na verdade, em meu primeiro olhar é um espaço para gamers. Mas como tinham sugerido que eu fosse conhecer, lá se vai eu e mais dois parceiros, contemporâneos de jornada na comunicação e quarentões como eu. Chegando ao local indicado a recepcionista, única mulher do ambiente, sorriu para nós mas quem veio nos atender foi um dos novos descolados da comunicação. Sorriu, foi gentil e nos disse que chamaria a melhor pessoa para nos atender.
A melhor pessoa pra nos atender chegou, e aí começou um verdadeiro guia de como não atender possíveis clientes 40 anos +. Quanto mais aquela pessoa falava como se aquele grupo de quarentões fossem incapaz de entender a lógica da comunicação ou como se produz um podcast, mais me subia uma vontade de ser mal educada. Eu fui educada. Por duas vezes disse que tínhamos ido para conhecer o ambiente, na terceira vez que ele disse: “eu apresento assim porque a maioria das pessoas não sabe como ser relevante na produção de um podcast, como tenho um canal de gamer” eu dei meu melhor sorriso e disse: obrigada. Estamos indo.
A verdade era que ele não queria nos atender, deve ter pensado quem são aquelas pessoas que tem mais de 40 anos e acha que pode adentrar o seu castelo de inovação. Não quero essas pessoas aqui. Ao apresentar o espaço ele estava preocupado em falar conosco como se estivesse em uma live no seu canal de YouTube. Fiquei cansada de escutar, não que com minha velhice eu fosse incapaz de compreendê-lo, mas, sim, porque a minha experiência de 20 anos de comunicação nesta cidade me deu régua e compasso. Se o atendimento foi péssimo como ele, vai rodar um elefante branco no meio de um shopping que não é o dos mais populares? Doce ilusão. Demos 3 passos para fora daquele ambiente opressor de quarentões e sorrimos. Decidimos falar mal do grande dono e atendente, como bons quarentões resolvemos que a reunião terminaria em um café e que aquela pessoa se continuar atendendo as pessoas como se elas fossem burras ou não estejam nos lugares que cabem a elas (neste caso, nós 3 somos a mulher que não podia estar na faculdade de bio medicina aos 40 anos) porque nosso tempo acabou.
Sinto informar aos que se acham desde os 20 anos que, se eles não morrem cedo,vão envelhecer. Se não entender o que realmente os grandes pensadores da administração estão falando do significado de sustentabilidade, por exemplo, o seu grande negócio não vai alcançar a etapa da sustentabilidade. Ou pra quem é antigo como eu, ele nunca vai descobrir qual é seu serviço que será sua vaca leiteira. Mas sabemos que a juventude tudo aprende pela internet e nos meios digitais, então sendo etarista, talvez ele não conheça outras modalidades de tecnologia, aquela bem antiga que permeia o conhecimento, chamado livro. Ou melhor, ele não saiba que quarentões na sua maioria, muitas vezes possuem filhos de quase 10 anos ou mais que poderiam ser seus clientes e que o dinheiro para seu público
-alvo gastar em seu parque de diversão de inovação e criatividade sai do suor dos pais velhos e acabados.
Triste Bahia. Triste Brasil. E como esta semana estou bem pensando em idade, vocês viram as novas campanhas de outdoors da cidade? Em sua maioria quando tem pessoas elas são o que? Bem jovens, quando são mais velhas é Ivete Sangalo, aí muitos dirão; Veveta tem 50 anos, Mirtoca, mas ela sempre é enaltecida com aquela frase elogiosa que é dirigida para nós mulheres: nem parece que tem 50 anos. Tá bem demais. Toda magrinha. No caso de Veveta que curto bastante, penso que apenas no outdoor tem um erro de comunicação, mas como dizem: ela tem mão de midas ou ela pode ser a imagem da vaca leiteira de sua empresa (definição de vaca leiteira – produtos que atingiram a imprescindibilidade).
Nesse sentido, tratam-se de itens consolidados no mercado, geram lucros altos e sem a necessidade de grandes investimentos, resumindo: Ivete Sangalo é a melhor escolha sempre de garota propaganda, em tudo que aparece, vende. Acredito que ocorra uma transferência simbólica de inovação, criatividade e juventude (os clientes que investem em publicidade amam dizer que a sociedade só gosta de pessoas magras e jovens) no uso de sua imagem, já que ela está vendendo pacotes turísticos de 10 vezes para uma operadora e validando a comunicação do festival em homenagem a cidade.
O spot dessa campanha diz algo como: a grande anfitriã da festa é Ivete. Resumindo: o bom para nossa sociedade que faz culto e idolatra a juventude, é envelhecer como Ivetão, ser uma eterna estrela e assim ser livre para voar ou pelo menos para ter um atendimento decente e respeitoso em um salão de jogos que papai e mamãe montaram pra mim com medo de como dizem em bom baianês: se ele não der pra nada já tem como se sustentar quando eu morrer. Com aquele atendimento duvido, mas o tempo tudo ensina e, quando ele estiver mais velho, se o salão de jogos não quebrar, se ele tiver a honra de envelhecer, quem sabe não vai ter aprendido alguns truques de atendimento.
E espero estar bem viva e cheia de graça, criatividade e inovação, para fazer uma nova análise de atendimento de seu espaço modernoso e cheio de ageísmo ou idadismo. Deixo registrado desde já que sou transgressora e penso como a atriz, Michelle Yeoh, 60 anos, vencedora do Oscar de melhor interpretação em 2023, que ninguém vai ditar que já passei do meu auge na comunicação por causa da minha idade.
Mirtes Santa Rosa é publicitária e especialista em Comunicação e Gerenciamento de Marcas também trabalha com planejamento estratégico comunicacional de projetos culturais, no qual pode mesclar suas duas maiores habilidades profissionais: gestão e comunicação. É umas das idealizadoras e apresentadoras do Umbu Podcast. Confira aqui outros artigos de Mirtes.
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#Opinião – A função esotérica do incenso – Por Januário
Há quase dois milhões de anos, os povos denominados pela arqueologia como primitivos “conheceram” o fogo. Além de preparar alimentos, clarear ambientes e enfrentar predadores, percebeu-se A Tarefa Superior desse elemento: iluminar o caminho até A Grande Consciência Cósmica. O plasma formado por átomos livres, resultantes da combustão, revela a sutileza d’A Sabedoria Universal.
Paralelo a esse conhecimento, os humanos também identificaram como determinados aromas produzem alterações psicológicas, exercendo efeitos nos sete centros energéticos do corpo, os chakras[2] da cultura hindu. Logo, aquecer ervas aromáticas ao fogo tornou-se costume entre nossos ancestrais. Nasciam as primeiras tradições místicas, reconhecendo os efeitos terapêuticos do incenso, um importante amplificador da consciência e purificador de ambientes.
A palavra latina incendere, literalmente, acender ou queimar, remete às escolas herméticas do Antigo Egito, passando pelas tradições da umbanda, candomblé, xintoísmo, budismo, judaísmo e cristianismo, encontramos a utilização do incenso como chave para acessar os Planos Espirituais. Diversas escolas esotéricas, como a maçonaria, o martinismo, o rosacrucianismo, o sufismo e algumas tradições do Yoga guardam consigo os segredos do preparo de incensos específicos para a transmutação do espírito, buscando a perfeição.
São raras as pessoas que conhecem o sentido profundo do incenso. A superstição vulgarizou o uso, distorceu o seu propósito original, substituindo-o por dogmas. Não obstante, encontramos nos livros adotados por várias religiões, referências ao incenso como presente para celebrar o nascimento de alguns avatares: foi assim com O Mestre Jesus[3].
Tecnologia espiritual, útil para queimar miasmas e larvas astrais, o incenso protege, purifica e auxilia a entrar em contato com O Caminho Ancestral Superior. Um meio para REunir-se aos Arcanos do Conhecimento Eterno. A fumaça que se desloca pelo ar da aspiração humana, rumo A União Secreta e Suprema com O Todo.
[1] Armando Januário dos Santos é Trabalhador da Luz, Mestre em Psicologia, Psicólogo (CRP-03/20912) e Palestrante. Contato: (71) 98108-4943 (WhatsApp).
[2] Em artigo posterior, falaremos sobre os sete chakras e a sua importância para equilibrar os nossos sete corpos: físico, mental, emocional, astral, essencial, espiritual e energético.
[3] “Entraram na casa e encontraram o menino com Maria, a sua mãe. Então se ajoelharam diante dele e o adoraram. Depois abriram os seus cofres e lhe ofereceram presentes: ouro, incenso e mirra” (Mateus 2:11).
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#Opinião – João: um sol místico na Judeia – Por Armando Januário
Entre os santos mais populares do Brasil, São João Batista é uma das figuras mais importantes na tradição judaico-cristã. Reverenciado pela cultura nordestina nas celebrações de junho, o Batizador de Jesus, desde os primórdios da sua existência, cultivou intimidade com os arcanos da Sabedoria Universal.
João foi educado nos preceitos judaicos e logo adentrou ao nazireado, costume típico do judaísmo, no qual algumas famílias destinavam seus filhos para uma vida ascética: os nazireus deixavam crescer a barba e os cabelos, se privavam de bebidas alcoólicas e uvas, e não tocavam em cadáveres. Essa moral era o caminho encontrado para a introdução em conhecimentos profundos sobre A Energia Criativa. O Batista afirmava que batizava em água, contudo, viria Aquele que batizaria em fogo, sendo maior que ele (Mateus 3:11). Essa passagem bíblica dá a entender que João já conhecia a iminente Manifestação Crística em Jesus de Nazaré. Com efeito, ele é o filho de Isabel, que ainda no ventre da sua mãe, pula de júbilo quando ela ouve a saudação de Maria, grávida de Jesus (Lucas 1:41-44). Esse momento indica que João e Jesus se conheciam de outras existências.
Antes de o imperador Justiniano, no Concílio Ecumênico de Constantinopla, em 553, condenar a reencarnação, o cristianismo primitivo encarava a pluralidade das existências como realidade. Por isso, quando Jesus afirmou que João “[..] é Elias, que havia de vir” (Mateus 11:14), o Mestre alude a vida pregressa do Batista, algo que certamente não causou surpresa aos presentes. A própria encarnação de João, anunciada pelo anjo Gabriel confirma a existência pretérita de João como Elias: “[…] e [João] irá adiante dele com o espírito e a virtude de Elias, a fim de reconduzir os corações dos pais para os filhos” (Lucas 1:13).
João Batista é uma figura tão especial que os festejos em sua homenagem uniram certas tradições antigas[1], na qual a data está inserida no solstício de verão, quando o ângulo do sol se distancia ao máximo da Terra. Esse fenômeno ocorre apenas duas vezes por ano: em junho, no Hemisfério Norte e em dezembro, no Hemisfério Sul. Temos, portanto, dois sóis: João, o sol que vem para anunciar a chegada de outro sol, reluzente e soberano: Jesus, o Cristo Planetário.
[1] Os celtas comemoravam o solstício de verão em honra ao deus Sol, para o qual pediam proteção contra maus espíritos e pragas nas colheitas. As festas incluíam fogueiras e fartura, apontando para o desejo de prosperidade espiritual e física.
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#Opinião – O sentido místico do Dia dos Namorados – Por Armando Januário
Por aspectos históricos e econômicos, o Brasil celebra o Dia dos Namorados em 12 de junho. A 1948, o publicitário João Dória, pai do ex-governador de São Paulo, foi contratado por uma loja. Ele percebeu que o Mês das Mães era rentável para o comércio, em oposição a junho, um mês de queda nos lucros. Planejando estender os ganhos comerciais, Dória escolheu a véspera do Dia de Santo Antônio – na tradição católica, O Santo Casamenteiro – para aquecer os corações e o comércio. A estratégia deu certo e temos o Dia dos Namorados em junho, mais de 4 meses após a data tradicional, 14 de fevereiro, Dia de São Valentim. Contudo, essas tradições oficiais envolvem um mistério muito anterior.
No Império Romano, havia a celebração do deus Lupercus, para afastar os maus espíritos e atrair fertilidade. A Lupercália era marcada pelo momento em que os homens retiravam de um jarro o nome das mulheres que seriam suas companheiras nessa festa e nas seguintes. Posteriormente, alguns desses casais se apaixonavam e se casavam, porque teriam o que se considera “sorte no amor”. Essa expressão envolve ser agraciado através do sorteio, que, inicialmente, seria puro acaso. Não obstante, o sentido esotérico de sorte abrange saber o instante adequado para consolidar um plano. Percebemos, então, que o sentido dado a esta palavra se afastou significativamente do seu conceito original. Fica também evidente a inexistência da sorte como percebida nos tempos atuais, mas, sim, que ela obedece às Leis Cósmicas, sobretudo, a Lei de Atração. O oculto no Dia dos Namorados se apresenta.
A celebração dos apaixonados potencializa a vibração e atrai a pessoa amada para o campo magnético do emissor. Não se trata de magia ou acaso. Antes, falamos do Poder Divino[3] manifesto em nós. Por isso, quando pensamos em viver um amor com a firme convicção de sua existência, a materialização dessa realidade ocorre, obedecendo o Mistério denominado Tempo.
Portanto, o Dia dos Namorados, longe de uma data comum, oferece a oportunidade vibracional para ser A Unidade Eterna, Princípio de Todas As Coisas, que utiliza o desejo para cocriar sonhos.
[1]Dedico esse texto a minha noiva, Andrêina.
[2]Armando Januário dos Santos é Trabalhador da Luz, Mestre em Psicologia, Psicólogo (CRP-03/20912) e Palestrante. Contato: (71) 98108-4943 (WhatsApp)
[3]Em João 10:34, Jesus de Nazaré argumenta com seus opositores: “na Lei de vocês está escrito que Deus disse: “Vocês são deuses”” (O Mestre Jesus, em João 10:34). Deixamos com a pessoa do leitor a perspicácia para compreender o ensino secreto do Mestre.