Literatura
Acervos literários e documentais são ferramentas importantes no combate ao racismo religioso


Foto Mateus Pereira
Em 2022, o Disque 100 registrou um aumento de 106% de denúncias de intolerância religiosa, e o número de crimes contra os templos religiosos cresceram 45%, de acordo com dados do Ministério dos Direitos Humanos.
Com vistas a intensificar e preservar o legado africano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva definiu o dia 21 de março como o Dia Nacional das Tradições Africanas e Nações de Candomblé.
A data escolhida para a comemoração é também o Dia Internacional contra a Discriminação Racial, marco determinado pelas Organizações das Nações Unidas (ONU), que teve como referência o episódio que ficou conhecido como Massacre de Shaperville, em 1960 na África do Sul.
Acervos Valiosos
As viagens do documentarista Pierre Verger ao Benin e as ilustrações de Carybé estão no imaginário do cotidiano dos povos de terreiro e compõem o setor de Documentação Baiana da Biblioteca Central do Estado da Bahia (BCEB). Documentos do Arquivo Público do Estado da Bahia (APEB) também já foram usados na composição de livros, como Corujebó: Candomblé e Polícia de Costumes (1938-1976), do antropólogo Vilson Caetano.
Neste trabalho, o autor apresenta ao longo do recorte temporal as ações contra os atos religiosos de matriz africana, e discute a importância da nova data para as comunidades de terreiro. “A data sancionada vem trazendo a visibilidade de nossa diversidade, o empoderamento do povo preto, e nos reconhece como formadores da nossa cultura para o processo que foi a formação do Brasil”, relata Vilson.
Para o autor, os acervos literários e documentais são pontuais para que o conhecimento combata o racismo religioso e recreativo. “Livros como o Corujebó e outros trabalhos que envolvem as tradições africanas, vem para fortalecer e enfrentar o racismo, seja na música, na culinária ou nas vestimentas”, salienta o autor.
“A minha tarefa como professor é de ajudar a desmistificar essa idéia de que somos um povo que não lutou, e o livro é para orientar e recontar a nossa história de uma visão não coloquial, fazer com que as novas gerações se sintam representadas e defendam a partir de novos referenciais”, explica o antropólogo.
Literatura
Projeto “Literatura de Erê 2025” oferece oficina gratuita para educadores

A Oficina “Contação de Histórias Pretas – Literatura de Erê 2025” está com inscrições abertas para educadores, artistas e interessados em fortalecer práticas educativas a partir da oralidade e da literatura negra voltada à infância. O projeto acontecerá de forma gratuita entre os meses de agosto e outubro, com três edições presenciais nos bairros de Nova Brasília de Valéria, Pirajá e outro local a ser confirmado. São 20 vagas por turma.
Idealizada pela educadora e contadora de histórias Niní Kemba Náyò, a oficina é uma das formações oferecidas pela plataforma LiteAfroInfantil, criada em 2018 para promover ações culturais e pedagógicas baseadas na literatura africana e afrodiaspórica para as infâncias. Desde sua criação, o projeto já impactou centenas de educadores com recomendações de livros, vídeos e formações presenciais e online, com mais de 41 turmas formadas apenas durante a pandemia.
Com linguagem acessível e metodologia própria, a oficina une literatura, ancestralidade e oralidade africana, resgatando valores civilizatórios negros e promovendo o fortalecimento da identidade de crianças pretas. “A contação de histórias é uma das formas mais antigas de ensinar valores, cultivar memória e construir identidade cultural. Nossa oficina amplia o repertório de quem educa e cuida da infância preta”, afirma Niní.
Em 2024, o projeto voltou ao presencial formando 30 educadores através do edital Vozes Culturais da Bahia, e agora chega aos bairros de Salvador com apoio do edital Territórios Criativos – Ano II, da Fundação Gregório de Mattos, Secretaria Municipal de Cultura e Turismo e Política Nacional Aldir Blanc (PNAB), do Ministério da Cultura.
SERVIÇO
O quê: Oficina “Contação de Histórias Pretas – Literatura de Erê 2025”
Onde: Nova Brasília de Valéria (agosto), Pirajá (setembro) e outro local a definir (outubro)
Vagas: 20 por edição
Quanto: Gratuita
Inscrições: Link na bio do Instagram @ochpliteraturaere
Literatura
Escritora Ana Cecília participa do Festival Pôr do Sol da Literatura em Itapuã

A escritora e psicóloga Ana Cecília, um dos nomes em ascensão na cena literária baiana contemporânea, está entre as atrações confirmadas da 20ª edição do Festival Pôr do Sol da Literatura, que acontece nos dias 12 e 13 de julho, no bairro de Itapuã. Nascida e criada no território que sedia o festival, Ana retorna à sua terra natal com sua escrita potente e afetiva, marcada por memórias, ancestralidade e resistência.
Autora do livro Nossa Pele e membro da Academia de Cultura da Bahia, Ana Cecília vem conquistando leitores em todo o estado com sua poesia visceral e transformadora. Seu novo livro, Preta, será lançado em agosto pela editora BFK Books e promete ampliar ainda mais sua presença no cenário literário nacional. Enquanto isso, ela segue com uma intensa agenda de eventos, tendo participado recentemente de festivais, feiras, bienais e encontros literários em diferentes cidades da Bahia.
“É uma emoção e uma honra muito grande estar participando do Festival no território de onde venho, de onde as minhas mais velhas passeavam comigo, me entregavam ensinamentos e escolheram Itapuã para viver seus dias. É bonito de ver e vivenciar tudo isso na minha terra. Eu posso voar o mundo e Itapuã sempre será minha casa, será sempre memórias inseparáveis, amor inegociável. Vamos fazer uma edição do festival de jamais se esquecer”, declara Ana, que carrega com orgulho o pertencimento ao bairro e à sua história.
O Festival Pôr do Sol da Literatura é uma poderosa articulação comunitária em torno da arte, da economia criativa e da memória cultural de Itapuã. Em sua 20ª edição, o evento reafirma seu papel como espaço de encontro, celebração e resistência, com uma programação gratuita e acessível. Parte das atividades contará com tradução em Libras, reforçando o compromisso com a inclusão e a democratização do acesso à arte.
Além de conferir a participação de Ana Cecília no festival, o público pode adquirir seu livro Nossa Pele nas livrarias LDM Shopping Bela Vista e Paseo, ou diretamente pelo Instagram da autora, no perfil @annaceciliafs, onde também é possível acompanhar novidades sobre seu trabalho e o lançamento de Preta.
SERVIÇO
O quê: Participação da escritora Ana Cecília no Festival Pôr do Sol da Literatura
Quando: 12 e 13 de julho
Onde: Bairro de Itapuã, Salvador (BA)
Quanto: Gratuito
Mais informações: @annaceciliafs
Onde encontrar o livro Nossa Pele:
📚 Livrarias LDM – Shopping Bela Vista e Paseo
📦 Venda direta: via Instagram @annaceciliafs
Literatura
Educadora Fabiana Cardeal lança Livro das Emoções sobre escuta sensível na infância

Foto: Thamires Leite
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