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Artes

Ambev e PretaHub lançam edital para apoiar projetos de economia criativa

Jamile Menezes

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Foto: SPerifas Feira Preta  – Evensen Photography

 

Estão abertas as inscrições para o Fundo Bora Cultura Preta, que vai apoiar projetos de entretenimento e cultura e gerar mais oportunidades a produtores, artistas e empreendedores negros. A iniciativa da Ambev em parceria com a PretaHub, aceleradora do empreendedorismo negro no Brasil, faz parte do programa de inclusão produtiva da companhia que busca gerar oportunidades de capacitação, emprego e renda.

Realizado pela primeira vez, o Fundo vai destinar 7 milhões de reais para apoiar o trabalho de empreendedores culturais de todo o País, fruto da combinação de recursos próprios e investimentos via leis de incentivo. O objetivo é contemplar projetos de diversos setores da economia criativa que sejam liderados por pessoas negras, e puxar outras empresas para a pauta – mostrando que estimular a cadeia produtiva também é uma oportunidade para a área de marketing de experiência e de negócios.

“Reconhecemos a participação do mercado do entretenimento na economia do País e o potencial de consumo da população negra. Como um dos patrocinadores da cultura brasileira, queremos continuar movimentando o mercado e fomentar iniciativas que vão além de impacto social com recorte racial, mas que estejam focadas na inclusão produtiva e trazem experiências em que as pessoas se tornam protagonistas. Ao conectar essa iniciativa ao Bora, também vamos facilitar o acesso para centenas de brasileiros e reafirmar que olhar para a pluralidade é sim uma oportunidade de fazer negócio”, afirma Felipe Bratfisch Santiago, Diretor de Patrocínios e Marketing de Experiência da Ambev.

O Fundo Bora Cultura Preta conta com o apoio do Comitê Externo de Diversidade da companhia e da Adriana Barbosa, fundadora da Feira Preta e idealizadora da PretaHub.

“Estou feliz em ter a PretaHub como parceira da AMBEV neste lançamento que é inédito no país. O Fundo de Cultura Preta não é só sobre valorizar o potencial criativo da população negra, é também reconhecer o protagonismo intelectual e criativo. É sobre viabilizar a projetos e ações, protagonizadas por esse grupo, e contribuir para a distribuição de renda de forma mais equânime. Com essa iniciativa, espero que os departamentos de marketing de outras empresas se inspirem e invistam financeiramente em proponentes negros, não apenas pelo cunho social, mas por entender o potencial de consumo de mais da metade da população do país”, destaca Adriana.

As inscrições já estão abertas e seguem disponíveis até às 17h59 do dia 26 de maio de 2023. Os interessados podem conferir o edital completo e cadastrar seus trabalhos, exclusivamente, pelo site do Prosas.  Serão contemplados projetos de artes, artes visuais, mídias digitais e produção de conteúdo, gastronomia, turismo cultural e histórico de negócios de impacto social na indústria criativa, moda e festivais de artes integradas.

Artes

Casa do Sol realiza 15ª edição da Feira de Arte e Cultura em Cajazeiras

Jamile Menezes

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Casa do Sol
Foto Ailla Melo

Organização não governamental que tem como foco a integração e a formação da população do bairro de Cajazeiras V, a Casa do Sol realiza, em setembro, a 15ª edição da Feira de Arte e Cultura. A iniciativa vai trazer experiências e vivências com a comunidade por meio da biblioteca itinerante e apresentação musical, teatral, dança, poesia e pintura.

“Além das apresentações dos resultados das oficinas do projeto adolescente no turno da manhã, também iremos apreciar produções artísticas dos grupos externos da comunidade que vão participar de forma voluntária”, diz Carolina Bastos, coordenadora do Programa Adolescentes em Arte e Ação na Casa do Sol.

Além das apresentações artísticas, estão previstas ainda atividades como pintura corporal infantil, brechó, gastronomia, bingo, desfile, recitais e exposições produzidas pelos artistas da Casa, de Cajazeiras e seu entorno.

Criada em 1997 pelo pároco da comunidade na época, Pe. Luís Lintner, a Casa do Sol conta ainda com programas como a Biblioteca de Ítalo, que conta com mais de 1000 obras literárias em seu acervo e é aberta ao público. O Viver e Aprender, responsável pela creche e educação infantil, também atua pela garantia da segurança alimentar de mais de 200 crianças; o Contra Turno, que apoia mais de 70 alunos da rede pública de ensino, em turno oposto ao escolar; e o Adolescentes em Arte e Educação, que acolhe mais de 60 jovens anualmente ofertando oficinas artísticas de Música percussiva, Violão, Teatro, Dança e mais.

A 15ª Feira de Arte e Cultura da Casa do Sol acontecerá no dia 14 de setembro, um sábado, na Praça de Cajazeiras V, com início às 9h e término previsto para as 16h.

Serviço

O que: 15ª Feira de Arte e Cultura da Casa do Sol

Quando: 14 de setembro (sábado), com início às 9h

Onde: Praça de Cajazeiras V

Quanto: Acesso gratuito; Venda de produtos no local

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Artes

Exposição O Corpo Liberto – Uma Mostra de Arte e Loucura até dia 10

Ana Paula Nobre

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Exposição O Corpo Liberto
Foto: Fernando Barbosa

A exposição O Corpo Liberto – Uma Mostra de Arte e Loucura segue para visitação até o dia 10 de setembro, no Solar do Ferrão, no Pelourinho, Centro Histórico de Salvador. A mostra é uma realização da Clínica Espaço a – Saúde Integral em parceria com o CAPS Garcia II UFBA, Projeto Iluminarte e o CAPSad Gregório de Matos.

Intitulada O Corpo Liberto pelo multiartista Nilton César – usuário do CAPS Garcia || UFBA e paciente do Espaço a – a exposição teve um número expressivo de visitantes, entre eles, integrantes do grupo musical Racionais, além da presença de estudantes de escolas públicas, universitários, turistas, moradores de Salvador e usuários de Centros de Atenção Psicossociais. Dentro dessa perspectiva, – O Corpo Liberto – ganhou destaque como um símbolo de resistência e autonomia, onde a pessoa em sofrimento psíquico é vista como sujeito de direitos e não como objeto de intervenção.

Para Nilton César, que tem a arte como elemento central em seu cotidiano, ter as suas obras expostas no museu é maravilhoso. Ele relata a importância de produzir e ser reconhecido desta forma. “É maravilhoso mostrar para as pessoas que mesmo com a questão da saúde mental, é possível produzir arte e o meu maior incentivo é servir como exemplo para outras pessoas e também expandir para que meu referencial seja uma diretriz para os demais”

Além das obras do Nilton,  a mostra conta também com peças de outros artistas que são usuários dos serviços de saúde mental. Entre eles, peças de Joseneide Ferreira (Neide), poesias de João Rebouças Filho, o Projeto Iluminarte, obras de Márcio Lobo “ML”, Ricardo Paulino de Moura, peças coletivas produzidas na Oficina de Arte e Educação do CAPSad Gregório de Matos, arte em grafite de Lee 27 e Josemar Gomes de Brito “Joe” – CAPSad Gregório de Matos e pinturas e murais da artista Vivian Lessa, poesias de Vitória Maria Matos.

“A ideia da exposição surgiu em uma conversa com o artista Nilton, então nós da clínica Espaço a decidimos nos lançar na empreitada de montar a mostra com suas obras, e em seguida, pensamos em ampliar o alcance, fazendo convite aos dois Centros de Atenção Psicossocial que tínhamos mais proximidade, o CAPS Garcia e o CAPS Gregório de Mattos.”, explica Maísa Jones, uma das sócias do Espaço a.

A Clínica Espaço a – Saúde Integral, é um serviço da rede privada de Saúde Mental de Salvador, que fica localizada na Avenida Anita Garibaldi. As sócias fundadoras da Espaço a (Bila, Andreia, Maisa e Melissa) possuem experiência com a luta antimanicomial e compartilham dos princípios de uma clínica psi não excludente, pautada no respeito aos direitos humanos e atenta às questões sociais e políticas da sociedade.

Serviço

Últimos dias da Exposição O Corpo Liberto –  Uma Mostra de Arte e Loucura

Quando: Até 10 de setembro de 2024

Onde: Centro Cultural Solar Ferrão (R. Gregório de Matos, 45 – Pelourinho)

Horário: De terça a domingo, das 10h às 18h

Entrada: Gratuita

Realização: Clínica Espaço a – Saúde Integral

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Artes

David Sol leva diálogo entre Arte e Espiritualidade a Moçambique

Ana Paula Nobre

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David Sol
Foto: Divulgação

O artista David Sol escreve uma ladainha de homem grande, onde o caçador e a flecha se fundem em uma única existência, em um registro que celebra a ancestralidade e a espiritualidade do Recôncavo Baiano. Oxóssi atravessa o oceano para saudar os Caboclos do Brasil e beber da Jurema, em um tempo onde o passado, o presente e o futuro ensinam uma verdade comum: para acertar o alvo, é preciso ter o gingado do andarilho. Sob essa perspectiva, o artista propõe o registro da cultura oral e dos saberes ancestrais de sua terra natal, contribuindo para a produção de um conhecimento que respeite a si, sua gente—encarnada e desencarnada—e seu chão.

A Plataforma Flotar, em colaboração do Instituto Guimarães Rosa e o Museu Mafalala se unem para apresentar “Pedrinhas Miudinhas”, uma exposição curada por Juci Reis e Jorge Dias que reúne o trabalho de pesquisa e criação do artista baiano David Sol, explorando a interseção entre fotografia e pintura. A exposição, que ficará em cartaz a partir de 19 de setembro de 2024, no Museu Mafalala, como um marco cultural, sendo a primeira vez que um artista da Bahia ocupa o renomado Museu, conhecido por seu olhar político e social sobre a cidade de Maputo através de suas periferias.

A exposição surge como uma ladainha visual inspirada nas ricas tradições dos Caboclos em terreiros de Santo Amaro, na Bahia. As obras expostas resultam de um diálogo poético entre fotografias capturadas em festividades dedicadas aos Caboclos e pinturas que retratam cobras corais, símbolos de encantamento e poder na cultura afro-índigena. A exposição não se limita à contemplação das imagens; ela convida o público a uma imersão profunda nas histórias e nos rastros das cobras encantadas, que se manifestam tanto nos corpos como nas marcas deixadas no chão. Estas serpentes, desenrolando-se esteticamente entre o sibilar e os riscos, revelam o invisível que habita em nós, oferecendo uma reflexão sobre a espiritualidade e suas manifestações na arte.

“A Bahia e o Recôncavo baiano são as raízes de tudo o que escrevo e produzo, e ver que os sonhos que pintei estão me levando a Maputo é uma experiência verdadeiramente odara. O Museu Mafalala, com sua forte conexão comunitária, é o cenário ideal para esse diálogo intercultural. ‘Pedrinhas Miudinhas’ é mais do que uma exposição; é uma celebração da espiritualidade e da identidade do povo do Recôncavo Baiano, um povo que se constrói e se afirma no coletivo,” afirma David Sol.

O bairro da Mafalala, ícone da periferia de Maputo, abriga cerca de 20 mil pessoas em um emaranhado de casas de madeira e zinco, com ruas de terra batida e vielas delimitadas por chapas metálicas que servem como muros. Este lugar, que foi o lar de grandes nomes da literatura, música, artes plásticas e política de Moçambique, desempenhou um papel crucial nas lutas pela independência e na formação da identidade nacional.

A Mafalala é considerada o reduto das artes e dos intelectuais do país, como afirma o cantor Wazimbo, que recorda antigos moradores ilustres, incluindo os escritores José Craveirinha e Noémia de Sousa, o compositor Fany Mpfumo, o lendário jogador de futebol Eusébio, que brilhou na seleção portuguesa e no Benfica, e líderes da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), como Samora Machel e Joaquim Chissano, os dois primeiros presidentes após a independência.

Além da exposição, o projeto contará com um ciclo de palestras, com a participação de Barbara Lima, Luan Gramacho e Cândido Nobre. Essas palestras têm como objetivo aprofundar a compreensão do processo criativo de “Pedrinhas Miudinhas” e sua relação com as religiões afro-brasileiras e afro-ameríndias, explorando a riqueza epistêmica dessas tradições. “Essa exposição é para toda a ancestralidade de pindorama e do orun, nas obras materializo um pouco da poesia herdada da nossa gente“, concluiu o artista visual Sol.

Contemplado no edital do Programa de Mobilidade Cultural 2024, Pedrinhas Miudinhas é um projeto financiado pelo Governo do Estado, através do Fundo de Cultura, Secretaria da Fazenda e Secretaria de Cultura da Bahia, e conta com a gestão e coordenação internacional do Flotar Programa e curadoria de Juci Reis (IGR/Maputo).

Sobre David Sol

David Sol nasceu no Recôncavo da Bahia, Brasil, em 2000. Ele é artista visual, curador, bacharel em Comunicação Social com ênfase em Jornalismo pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), Especialista em História e Antropologia, e Mestrando pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação na mesma universidade. Suas pesquisas exploram a interseção entre fotografia, pintura e escrita, com um foco particular nas experimentações de linguagens que dialogam com as tradições afro-indígenas-brasileiras.

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