Connect with us

Artigos

#Opinião – Museus, cultura, auto estima e empoderamento! – Por Mirtes Santa Rosa

Mirtes Santa Rosa

Publicado

on

Estamos na semana dos Museus. Em minha trajetória publicitária, por muitos anos fui uma das responsáveis pela execução e tudo mais que envolve colocar uma campanha na rua, sobre este tema. O desafio sempre foi grande. Como incentivar a população baiana a visitar seus museus? Como apresentar aos baianos que, em Salvador, tem museus maravilhosos e que estão de braços abertos para todos. Temos diversos públicos para atingir e apenas um momento do ano para falar sobre esse bicho papão antigo que é o museu.

Essa sempre foi uma questão que precisamos rever na comunicação. Se a Cultura é um direito, como podemos só ter campanhas pontuais? Como vamos dizer que faz diferença na sua vida ter acesso, se só nos movimentamos em no máximo por 15 dias, o tempo de uma bi semana do mercado publicitário? Se a máxima da comunicação continua a mesma, quanto mais falamos sobre, mais pessoas alcançamos. O formato de nossa educação que prende os alunos em 4 paredes prejudica o pobre do museu.

Vivemos em uma cidade, onde a maioria da população não tem acesso a educação de qualidade. Imagina pensar em ir a um museu desde os primeiros anos escolares? Como formaremos novos públicos se não nos unimos para dizer “Gosto de ir ao museu, vou ao museu”. Muitos professores dizem: meus amores, vocês precisam ir aos museus, mas depois é só isso. Não estou aqui para falar que a culpa da não ida é da comunicação ou da escola e, sim, que se faz imprescindível que cada cidadão que acredita na transformação social, a partir do acesso a arte, que consumir Cultura é um dos passos mais importantes para a população ter auto estima e, principalmente, se empoderar do que é em suas diversas possibilidades de ser.

Sou daquelas que não desiste nunca. Todo ano era a mesma coisa e o mesmo desafio, pelo menos naquela semana tínhamos que conseguir lotar os diversos museus administrados e mantidos pelo Estado, incentivando a ida, em especial do povo da terra, através da comunicação. O tamanho da verba impactava também em como a população ia saber sobre a Semana Nacional dos Museus. Mas, pra mim, o que importava muitas vezes após respiros, era que alguma comunicação seria realizada para tentarmos levar estudantes, professores e quem mais quisesse a irem a esses equipamentos que contam nossa história, guardam nossa memória e nos fazem sempre imaginar como será que funciona a cabeça de um artista. Sempre que sou impactada por uma obra, penso: como aquela pessoa conseguiu de forma tão simples me emocionar.

Não importa a linguagem, sempre penso e tenho vontade de conhecer, de dizer: “olá, achei tudo lindo o que você fez”. Ou dizer: “chorei de emoção com sua obra”. Ir a museus é um dos meus passeios preferidos, mas fui criada por uma mulher que foi professora primária formada no Magistério com muito orgulho, que levava seus filhos aos museus, ou, quando passava no ônibus por algum museu, nos dizia: ali fica o museu tal, é ali que fica tal coisa, e assim ela de uma forma simples despertou em seus filhos o entendimento de que conhecer sua cidade faria diferença em sua vida. Na faculdade quando alguém queria saber que ônibus pegava pra ir de um ponto a outro da cidade eu era a referência, só depois que eu percebi que meus conhecimentos de mobilidade era grande porque eu sempre andei de ônibus e que inclusive mesmo com essas dificuldades de pegar buzu pra me divertir isso não me impossibilitava de ir aonde a arte estava quando fiquei adolescente e jovem adulta.

Lembro de ir na casa de minha amiga e pedir à mãe dela uma agenda cultural. Eu fazia isso sempre, às vezes, até quando estava na casa dela esperando a gatinha ficar toda emperequitada para descer e namorar eu folheava a agenda e me imaginava indo em todos aqueles lugares. Eu pensava: quanto mais eu for mais inteligente posso ficar e vou conseguir ir pra faculdade. A mãe de minha amiga, trabalhava na Funceb e era responsável por fazer aquela publicação. Então, eu pegava e lia o que estava acontecendo e onde eu podia ir. Eu ainda conseguia a proeza de dizer de forma nada delicada e pouco impositiva #SQN aos meus amigos que todos iam e acabou, aí Salvador e seus Museus ficavam pequenos.

Nós entrávamos no velho Campo Grande R1, descíamos na praça do Caboclo e era muita perna batida visitando os museus. Hoje meus amigos amam dizer que eu fazia eles consumirem cultura, alguns gostam como eu, outros vão menos a esses lugares, mas uma coisa todos eles afirmam, não precisa ir a SP ou à Europa para se emocionar com a arte. Qualquer um é capaz de perceber a beleza e a sorte que tem em viver na primeira capital dessa nação e que atualmente é a Terra da Liberdade.

Então que sejamos livres para nos conhecer através dos museus, que a nova campanha para visitá-los alcance seus objetivos enormes de estimular a ida de todos aos seus ambientes, que a ida aos museus se torne hábito, que seja a escolha do lazer de muitas famílias pois a entrada nos museus são gratuitas, em sua maioria, e que principalmente possamos ter uma estratégia de comunicação democrática que faça jus à importância de falar sobre Cultura todos os dias. Que os museus e a Cultura sejam o centro de nossa transformação social para além de discursos demagogos e, sim, com o compromisso de todos em cada área fazer sua parte para bater a meta da mudança.

 

Mirtes Santa Rosa é publicitária e especialista em Comunicação e Gerenciamento de Marcas também trabalha com planejamento estratégico comunicacional de projetos culturais, no qual pode mesclar suas duas maiores habilidades profissionais: gestão e comunicação. É umas das idealizadoras e apresentadoras do Umbu Podcast. Confira aqui outros artigos de Mirtes.

Artigos

#Opinião: “E eu não sou uma criança?” Uma análise sobre a ausência de crianças negras de favelas na literatura por Aline Lisbôa

Ana Paula Nobre

Publicado

on

Foto: Divulgação

Demorei anos para compreender porque que não me encontrava nas literaturas infantis. Para além da ausência de representatividades, onde coelhinhos não ficassem pretos ao entrar em um balde de tinta, também sentia o distanciamento dos ambientes apresentados naquelas literaturas. Eu, que era uma menina negra, de comunidade, filha de pais e avós negros, oriundos dessa mesma comunidade, sabia que aquela infância, branca, colonial e elitizada representada nas literaturas infantis não era a minha.

Durante a infância no ambiente escolar, eu sentia um desinteresse muito grande pelas literaturas, que hoje com bastante transparência, explica-se pelo fato de que como a maior parte das crianças, eu iniciava a escolha e desejo de ler um livro através da linguagem não verbal, mensagens transmitidas pelas ilustrações daquela literatura. Insubmissa desde sempre, ao não me ver como criança, que aprende, que ensina, que convive e que é educada pelo viés psicoeducativo da literatura infanto-juvenil, recusava-me a ler e participar com engajamento, de tais atividades, das quais eu e o meu lugar não pertencia.

A ausência de crianças negras de favelas na literatura infantil tem uma mensagem excludente e muito profunda, sobre lugares. Considerando que a primeira lei da educação proibia pessoas negras de frequentar as escolas, a educação, feita para perpetuar modos de vida, que aqui no Brasil são coloniais, tenta negar os espaços das aprendizagens, academia e intelectualidade às infâncias negras desde sempre.

Assim, a estratégia de não representar essas crianças, bem como a potencialidades que existem nas favelas, é a manutenção do racismo estrutural, assegurando o privilégio de aprender com engajamento a um grupo social e negando aprendizagens sólidas e dialógicas a um outro grupo. Se a alfabetização é a forma de começar a ler o mundo, entende-se a existência de alguns “planetas” nessa cosmovisão literária, que deveria ser diversa, onde muitas histórias não são contadas, mas sim apagadas e controladas  pelo epistemicídio que atravessa as literaturas.

Quando pensou-se em uma única imposição de lugares para as nossas crianças, surgem autores e autoras negras compreendendo o ato político de contar as nossas próprias histórias. Pois agora, ainda que com poucas literaturas, as favelas, marginalizadas e estereotipadas pela sociedade, já fazem parte de uma luta contra o apagamento literário das nossas crianças da comunidade.

Como educar através do imaginário construído nas literaturas, a nós, que também somos crianças, se não estamos ali?

Como educadora e escritora enraizada em uma periferia, digo-lhes, que a poesia do slam, rodas de freestyles, assim como das ladainhas de capoeira e rodas de samba, calçaram a minha escrita, poética ou não, mas sobretudo a representatividade do eu-lírico que proponha-se a contar sua própria história, me fez alçar a escrita com mais propriedade. Há muita potencialidade, assim como fragilidades a serem contadas por nós, para os nossos.

O ouvir e aprender periférico nos distancia da perspectiva de quem somos, através do olhar do colonizador. Crianças negras precisam de representatividades positivas dentro de uma perspectiva construtiva, mas sobretudo, decolonial. As infâncias são diversas, mas todas urgem a descolonização literária das histórias, e falar de favelas nas literaturas, é descolonizar as escritas.

Aline Lisbôa é mulher, negra, nordestina, mãe, educadora antirracista, consultora de diversidade, equidade e inclusão, pedagoga, psicopedagoga e pesquisadora, além de articulista e escritora.

 

 

Continue Reading

Artigos

#Opinião: Como experimentar relações sexuais positivas? – Por Januário

Ana Paula Nobre

Publicado

on

Foto: Divulgação

Já se sentiu drenado e em confusão mental, após ter relações sexuais? Do ponto de vista espiritual, isso ocorre porque somos seres cósmicos, com espírito, alma e corpo. Vibramos em padrões energéticos diferentes, portanto, todas as nossas interações com outras pessoas são trocas de frequências energéticas. Em outras palavras, nossa energia – sexual, inclusive – se mistura à da outra pessoa. Por isso, é útil tomar determinados cuidados, se queremos trocas sexuais que agregam positividade.

A energia sexual tem origem no Swadhistana, nome hindu para o chakra sexual, localizado abaixo do umbigo, até o sacro, osso triangular da base da coluna vertebral. Durante o ato sexual – casual ou em um relacionamento estável – através dos chakras, entrelaçamos espírito, corpo e alma. Esse fenômeno possibilita a criação de um cordão energético, e, com ele, o estreitamento dos laços entre os corpos espirituais. Esse processo pode nos impregnar com a energia da outra pessoa e vice-versa, levando, no mínimo, seis meses para se desfazer.

Contudo, em situações violentas, como estupro, o cordão energético pode continuar por anos, repercutindo de maneira negativa e dificultando a nossa iluminação espiritual. Por esse raciocínio, percebemos a covardia moral na atrocidade do estupro e compreendemos que as leis humanas refletem, mesmo imperfeitas, o nosso caráter divino, ao penalizar estupradores. Em paralelo aos prejuízos psicológicos, encontramos no estupro um ataque energético, que revela a corrupção moral dos autores dessa barbárie.

Neste respeito, compreender o sentido maior ligado ao conceito de cultura do estupro – na qual os meios de comunicação fomentam e enfatizam violências múltiplas contra as mulheres, objetificando os seus corpos – nos ajuda a compreender que aos prejuízos causados contra os corpos de quem é violentado, opera a violência espiritual de sujar o campo energético das vítimas.

Contudo, para além dos estupros, nossa aura também pode ser intoxicada em intercursos sexuais feitos com irresponsabilidade. Sexo é uma necessidade orgânica, mas, sobretudo, uma afirmação do nosso caráter divino, logo, buscar nessas relações, a reciprocidade do prazer sexual, utilizando nossos corpos para erotizar o outro, promove o bem-estar, a saúde mental e o contentamento. Isso harmoniza os chakras das pessoas envolvidas e gera uma psicosfera que potencializa a intimidade e o gozo. Devemos lembrar que a energia sexual é poderosa e quando utilizada para a satisfação mútua, potencializa o deleite, durante e mesmo após o enlace, contribuindo para que as pessoas se sintam acolhidas.

Longe de estabelecer um modelo ideal para as condutas sexuais, devemos levar em conta as subjetividades da outra pessoa com quem temos tal intimidade. Isso funciona como uma espécie de preservativo energético: utilizar o próprio corpo para colaborar com o orgasmo do outro demonstra respeito e empatia, que, além de aumentar a probabilidade da união cósmica, também previne contra a ação de larvas astrais.

Quando, durante o sexo, levamos carinho e cumplicidade, evitamos o surgimento de criações mentais, causadoras de insônia, cansaço e frustração. Em termos simples, o que pode ser melhor? Ser egoísta ou altruísta? Ir para a cama visando apenas o próprio prazer ou contribuir para que, independente de compromissos pautados por uma moral sexual dita civilizada, haja generosidade e troca?

Talvez na história do Ocidente, nunca tenha se falado tanto sobre sexo. Por outro lado, a frustração com esse tema nunca tenha sido tão alta: a pesquisa Love Life Satisfaction, realizada pelo Instituto Ipsos, em fins de 2022, revelou que a população brasileira tem um nível de satisfação sexual em 60%, 3 pontos percentuais abaixo da média mundial. Pouco ou nenhum diálogo e falta de conhecimento sobre o próprio corpo são os principais motivos listados pelos brasileiros. De fato, sem comunicação, como é possível desfrutar do sexo com plenitude? Como é possível ser positivo sexualmente, sem conhecer o corpo físico, mental e espiritual?

Enquanto a ideia comum sobre o ato sexual se restringir a uma mera descarga de hormônios, o aumento da insatisfação será cada vez mais provável. Por outro lado, quando compreendemos a nossa natureza espiritual, percebemos o aspecto transcendente desse maravilhoso Jardim das Delícias, que nos aproxima do Sagrado.

Armando Januário dos Santos é Taroterapeuta de O Baralho de Maria Padilha, Mestre em Psicologia e Palestrante. WhatsApp: (71) 99278-9379 / Instagram: @tarot.maria.padilha

Continue Reading

Artigos

#Opinião: 2025: Conselhos do Tarot Maria Padilha – Por Januário

Ana Paula Nobre

Publicado

on

Januário
Foto: Divulgação

O ano de 2025 é regido pelo resultado do somatório 2 + 0 + 2 + 5 = 9. Temos o número 2 se repetindo e a presença do número 5, além do próprio 9. O que esses arcanos representam? Afinal, como será 2025? Encontramos as respostas nas Lâminas de Maria Padilha.

Em julho de 1997, A Senhora da Magia[1] comunicou a Eliane Arthman[2], através de projeção astral, as 36 cartas do Seu tarot. Se manifestava, então, o Tarot Maria Padilha, com o verso preto e cores marcantes – vermelho, dourado e branco – para gerar impacto visual e promover a cura interior. Essas foram exigências da própria Dona Padilha: o Seu tarot é terapêutico, preciso e objetivo; cada lâmina orienta para O Caminho da Luz.[3]

Através da Carta 2 – O Lápis – Maria Padilha revela a necessidade de aprimorar a nossa capacidade de expressar ideias. Em paralelo, somos convocados a estudar e planejar a vida, para que novidades interessantes aconteçam. A repetição do número 2 em 2025 traz ênfase para esse chamamento: estruturar ideias, com planos estabelecidos e metas bem traçadas.

Na Carta 5 – As Moedas – temos a Lei da Atração. Aqui, Dona Padilha mostra a importância de vibrar no Positivo, para acessar a riqueza espiritual e material. Amar sempre, praticar a gratidão, evitar fofocas, meditar, perdoar e ouvir músicas de alta vibração, são hábitos a desenvolver durante o ano. Pobreza de espírito e crenças limitantes atraem prejuízos, logo, devemos evitar frequências empobrecidas, porque elas trazem consigo presenças espirituais negativas.

Quem estuda e planeja a própria vida dificilmente terá tempo para se intrometer na vida alheia. Percebemos, nesse ponto, a relação entre as cartas 2 e 5: organizar o cotidiano sempre é favorável, seja por dar forma aos nossos objetivos, seja por estabelecer distância daquilo que pertence aos outros, e, portanto, não nos diz respeito.

Por fim, a Carta 9, se apresenta como mensagem central para 2025: uma poltrona na cor preta, vazia, como se estivesse abandonada, pois parece velha e empoeirada. Aqui, Maria Padilha, Espírito de Luz, incentiva a encerrar ciclos o mais rápido possível. Devemos aceitar o passado como um instante de aprendizagem para o crescimento espiritual: a poltrona talvez tenha sido confortável por algum tempo, porém, chegou o momento de abandoná-la e cultivar nobres valores. Sobretudo, precisamos nos abrir ao novo, deixando aquela poltrona – com velhos hábitos empoeirados – de lado, para seguir firmes, rumo à prosperidade e abundância.

2025 é um ano de encerramentos. Será necessário “morrer” ante determinadas questões, para, daí, renascer e caminhar por novas estradas. Deus, através do Mestre Jesus, na figura de Dona Maria Padilha nos abençoe e proteja para viver esse ano com coragem, verdade e paixão! Laroyê, Pombogira!

[1] Atributo pelo qual a Pombagira Dona Maria Padilha também é conhecida. Existem outros, a exemplo de Dama da Madrugada e Rainha da Encruzilhada. Mais informações sobre as Pombagiras, ou Pombogiras, são encontradas em dois artigos escritos por mim e publicados no Portal Soteropreta: Quem são as Pombagiras? (https://portalsoteropreta.com.br/2024/05/20/opiniao-quem-sao-as-pombagiras/) e Quem são as Pombagiras? Um mistério revelado (https://portalsoteropreta.com.br/2024/06/04/opiniao-quem-sao-as-pombagiras-um-misterio-revelado-por-armando-januario/)

[2] Cantora e compositora, Eliane Arthman é oraculista há várias encarnações. Ela também recebeu outras comunicações do Plano Espiritual e manifestou os Tarôs de Dona Sete e Seu Zé Pelintra.

[3] As informações neste parágrafo são resultado da minha aprendizagem junto a plataforma de e-learning Ûdemy, na qual realizei a formação O Baralho de Maria Padilha. Aproveito para expressar gratidão à Professora Lua Cigana.

Armando Januário dos Santos é Taroterapeuta do Baralho de Maria Padilha, Mestre em Psicologia e Palestrante. Instagram: @tarot.maria.padilha / WhatsApp: (71) 99278-9379

Continue Reading
Advertisement
Vídeo Sem Som

EM ALTA