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Samba Trator celebra 10 anos na Senzala do Barro Preto

Realizado no dia 11 de junho, na Senzala do Barro Preto, no Curuzu, o “Niver do Samba Trator – 10 anos” levou à população baiana muito samba duro junino, contando com diversos convidados: Grupo Movimento, Nivaldo do Tchaco, Swing do Fora, Miller, dentre outros. O Samba da Bahia ecoa durante todo o ano em nosso estado.
A cultura baiana vem sempre se mostrando para o cenário nacional e internacional, com inovações e valorizando as raízes da cultura baiana. E o Samba Trator traz essa marca de inovação e ao mesmo tempo de valorização das raízes do samba duro junino baiano.
A festa contou com a presença de personalidades, artistas, produtores da cena baiana. A Senzala do Barro Preto foi um território do samba da Bahia e de festejos desse grupo, que leva brilho e muito samba junino. Viva os 10 anos do Samba Trator!
O evento contou com apoio institucional do Governo do Estado da Bahia, através da Superintendência de Fomento ao Turismo SUFOTUR e da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia – SECULT-BA.
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Juliana Ribeiro divulga agenda artística no Novembro Negro

Uma das maiores referências da música baiana, a cantora, compositora, historiadora e mestra em Cultura e Sociedade, Juliana Ribeiro, inicia nesta quinta (7) sua intensa agenda de eventos no Mês da Consciência Negra. Salvador, Santo Amaro e Pernambuco estão na lista de locais que vão receber a artista, dentre shows, participações musicais e palestras.
Nesta quinta (7/11), Juliana palestra no Seminário Música e Mediações Culturais, organizado pela URFB em Santo Amaro, evento que vai tratar sobre pesquisa de práticas musicais que operam transformações sociais, atualizam identidades e dinamizam territorialidades. Na ocasião, ela vai falar sobre Clementina de Jesus, Elza Soares e Liniker, as três rainhas da sua pesquisa atual do Doutorado. Já na sexta (8/11), a artista participa de edição especial da roda de samba do Grupo Botequim, no Pátio da Igreja do Santo Antônio Além do Carmo, a partir das 21h. Ingressos podem ser obtidos no Sympla.
No dia 14 de novembro (quinta-feira), data de nascimento Riachão, Juliana Ribeiro integrará a celebração da vida, obra e do lançamento do disco “Onde eu cheguei, está chegado”, com 10 faixas inéditas do sambista, no qual participa da canção “Morro do Garcia”, um feat com Enio Bernardes. O show de lançamento deste trabalho póstumo acontece na Cantina da Lua, no Pelourinho, a partir das 19h. No evento, aberto ao público, os presentes vão testemunhar uma audição em primeira mão do álbum, seguida de uma roda de samba com músicos da Bahia.
No Teatro SESC Pelourinho, dia 19 de novembro (terça-feira), Juliana apresenta o show “Elas por ELLA”, em evento para convidados. Concebido pela multiartista, o show traz o empoderamento musical feminino nos palcos através da canção, em um repertório composto só por mulheres nos diversos lugares da cadeia musical como compositoras, intérpretes e instrumentistas. No repertório, um diálogo que vai de Elza Soares a Carmen Miranda, de Clementina de Jesus a Maria Bethânia, de Juliana Ribeiro a Joana Batista Ramos.
No dia 20 de novembro, Juliana canta na Caminhada da Consciência Negra, em Salvador. E, finalizando o mês de novembro, a agenda é em Pernambuco, onde participa do Seminário “Novembro Negro”, organizado pelo Núcleo de Estudos sobre África e Brasil (NEAB) da Universidade de Pernambuco (UPE), com o tema “O Reinado musical de Clementina de Jesus”.
Sobre a multiartista
Juliana Ribeiro é uma cantora e compositora baiana de carreira internacional. Dona de uma aplaudida performance e verve interpretativa, Juliana também surpreende quando faz da música um veículo para pesquisa como Historiadora, Arte Educadora, Mestre e agora Doutoranda em Cultura e Sociedade pela UFBA. Em sua pesquisa, a origem do samba é narrada através da própria música, num repertório que engloba três séculos de canção através de ritmos como Lundu, Jongo, Maxixe, os Sembas Angolanos, Batuque e as Umbigadas. Em sua carreira musical, canta as matrizes do samba através da própria arte.
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Flica 2024 recebe Liniker, Elisa Lucinda e Ebomi Cici de Oxalá no primeiro dia

A Feira Literária Internacional de Cachoeira (Flica) foi iniciada na última quinta-feira (17), realizada no berço da cultura histórica da Bahia, em Cachoeira, no recôncavo baiano. Ao todo serão quatro dias de festa literária, seguindo até domingo (20). A abertura oficial contou com a presença de organizadores, curadores, autoridades políticas, escritores e artistas e ocorreu na Tenda Paraguaçu, próxima ao rio de mesmo nome.
Às 10h, Ebomi Cici de Oxalá, Lívia Sant’Anna Vaz e o anfitrião Sulivã Bispo participaram da primeira mesa do dia, intitulada ‘Tecnologias de continuidade: contando hoje ensinando o amanhã’. Ebomi Cici, além de trazer histórias dos orixás, cantou, tocou agogô e emocionou toda a plateia, que estava lotada.
No período da tarde, às 15h, um dos momentos mais aguardados de toda a Flica: a presença da cantora e compositora Liniker, que entrou ovacionada pelo público. Ela dividiu a mesa ‘Criar dentro dos sonhos, inaugurar línguas, destruir processos’ com a escritora e artista ativista visual, Jota Mombaça, mediada pela artista, pesquisadora e modativista, Carol Barreto.

Lívia Sant’Anna Vaz, Ebomi Cici de Oxalá, Sulivã Bispo e Calila das Mercês | Foto: Diego Silva
No entendimento da poesia como lugar de intimidade e transformação, Mombaça lembra que ela, exatamente por isso, não deveria ser apenas resposta às opressões, mas sim resultado daquilo que nos move. ”Devemos poder sonhar não como resposta pelo que a gente sofre, e sim sonhar com as possibilidades que vibram no nosso peito, precisamos não estar confinados à necessidade de responder à injúria racial e ao comentário transfóbico, para que possamos acessar uma dimensão muito mais excitante da criação com a responsabilidade de influenciar outras pessoas para abertura de outros caminhos”, avalia.
“Foi a minha poesia que sempre me deu a mão desde quando eu nem sonhava em ser cantora e compositora. Quando comecei a escrever e fazer minhas próprias poesias com 15 anos, eu tinha muita dificuldade de entender quem eu era. E aí, quando eu escrevia, essa poesia foi me dando um lugar de indivíduo”, conta Liniker.
Para fechar o dia, às 19h, a mesa ‘Poesia e ousadia nas vozes de Elisa, Cida e Lívia’ recebeu Elisa Lucinda, Cida Pedrosa e teve como anfitriã, Lívia Natália. “A arte é um equipamento de cidadania política, representa, põe na roda, escancara, traduz, espelha. A arte é como se fosse uma porrada imensa, mas com lubrificante, que a pessoa não sente quando está entrando toda aquela trolha de transformação”, declara Elisa, que escolheu Cachoeira para lançar em primeira mão seu mais novo trabalho, ‘Livro do Avesso’, revelando que tem uma forte relação com a cidade. Ao final, deu muitos autógrafos.

Elisa Lucinda, Lívia Natália, Cida Pedrosa e a mestre de cerimônias, Tarsilla Alvarindo
O maior evento literário do Norte Nordeste e segundo maior do Brasil está avançando não apenas na quantidade de público, como também na qualidade da programação. Nesta edição, por exemplo, estarão presentes 58 autores nacionais e internacionais. “Procuramos oferecer neste ano, como o tema é ‘O Mundo da Literatura em Festa’, uma programação que reúna esse mundo, os vários diálogos, discussões, sobre jovens, adultos, gênero, acessibilidade, as questões mais diversas, que possam promover uma reflexão e também a ampliação do conhecimento e do acesso à literatura”, pontuou a CEO da Fundação Hansen Bahia, Vanessa Dantas.
A expectativa da organização é a de superar as edições anteriores e alcançar um público de até 100 mil pessoas, destacou Vanessa Dantas, na abertura oficial. “De 2022 para cá, a cada ano temos superado em público. O último registro tinha sido de 40 mil pessoas. Em 2022, registramos 60 mil, em 2023, 80 mil e quem sabe agora na 12° edição alcançar 100 mil pessoas”. Nesta edição, os principais espaços são a Tenda Paraguaçu, Fliquinha e Geração Flica, além da programação artística, dividida entre o Palco Raízes e o Palco dos Ritmos. Todos os espaços têm indicação etária livre e contam com acessibilidade, tradução em libras e audiodescrição.
A Flica 2024 é uma realização da Fundação Hansen Bahia (FHB), em parceria com a Prefeitura de Cachoeira, LDM (livraria oficial do evento), CNA NET (internet oficial do evento) e conta com o apoio da Bracell, ACELEN, Bahiagás, Governo do Estado da Bahia, através da Bahia Literária, ação da Fundação Pedro Calmon/Secretaria de Cultura e da Secretaria de Educação, Caixa e Governo Federal.
FLICA – Na edição 2024 da FLICA, os principais espaços são a Tenda Paraguaçu, Fliquinha e Geração Flica, além da programação artística, dividida entre o Palco Raízes e o Palco dos Ritmos. Todos os espaços têm indicação etária livre e contam com acessibilidade, tradução em libras e audiodescrição. A curadoria da FLICA é formada por Calila das Mercês, Emília Nuñez, Deko Lipe e Linnoy Nonato. A Coordenação Geral é assinada por Vanessa Dantas, CEO da Fundação Hansen Bahia.
A 12ª FLICA é uma realização da Fundação Hansen Bahia (FHB), em parceria com a Prefeitura de Cachoeira, LDM (livraria oficial do evento), CNA NET (internet oficial do evento) e conta com o apoio da Bracell, ACELEN, Bahiagás, Governo do Estado da Bahia, através da Bahia Literária, ação da Fundação Pedro Calmon/Secretaria de Cultura e da Secretaria de Educação, Caixa e Governo Federal.
Música
Savannah Lima emociona com videoclipe “Odara” e lança no YouTube hoje (12)

A cantora e compositora baiana, Savannah Lima, apresentou o seu segundo videoclipe, “Odara”, na última quarta-feira (9), no Vale do Dendê, Pelourinho. Profundamente emocionada, a artista fez um pocket show com músicas que saúdam os orixás, e convidou integrantes da equipe e pessoas que fizeram parte da gravação para darem seu depoimento. Depois, exibiu o vídeo em primeira mão para amigos e convidados. O lançamento oficial para o público, no Youtube, será hoje (12), às 18h, no Dia das Crianças.
“A data foi muito bem pensada, pois foi uma música que fiz para uma criança. Odara é uma menina que existe, fez parte da minha vida, a vi crescer e falar “mamãe” no meu colo. Ela é filha de uma pessoa muito importante pra mim e neta de Dinha do Acarajé. O clipe é um presente, então quero que outras crianças negras, indígenas, portadoras de deficiência, que não tem a liberdade de brincar porque moram em zona de risco, que não recebem presentes porque a mãe e o pai não tem pra dar, que seja um presente para todas essas crianças, e também as pessoas mais velhas, porque todo mundo tem uma criança interior. Sintam-se presenteados com esse trabalho”, deseja a artista.

Savannah Lima e Cicinha Alcântara | Foto: Ana Paula Nobre
Para a atriz mirim, Cicinha Alcântara, que já trabalha com publicidade, foi a sua primeira participação em um videoclipe. “Pra mim, foi muito gratificante, ainda mais estar com duas mulheres que são representatividade aqui na Bahia. Três gerações de Odara onde eu fui a mais nova. Eu amei participar”, diz. A música foi composta em 2019, e Savannah gostaria de ter gravado o clipe em 2020, mas não era o momento, afirmando que foi um grande presente não ter sido naquela ocasião. “Tinha que ser agora com essas pessoas e com esse recurso. Na época, não era uma possibilidade e não teria a participação especial de Negra Jhô, que fez toda a diferença”, afirma.
Representando a grande mãe ancestral, Negra Jhô foi canal para trazer a sua verdade nas cenas, já que se conhecem há anos e apresenta uma referência de força, honra à ancestralidade e às raízes africanas. “Savannah é filha, é amiga, é parceira, vi começar e decolar e sei que ela tem muita história pra contar. Ela merece prêmios e mais prêmios. Odara é o que a gente bebe, o que a gente come, o que a gente sente, o que a gente caminha, é o nosso sangue. Participar desse clipe fez eu me sentir mais forte. Juntas seremos sempre mais fortes e sem luta não há vitória. Eu sou uma mulher Odara. Quando ela me convidou, foi só gratidão. Agradeço a minha mãe, a minha avó, aos meus seios, ao meu útero, à minha ancestralidade”, comemora.

Savannah Lima e Negra Jhô | Foto: Beni Lopes
Fruto de um projeto contemplado no edital Paulo Gustavo Bahia, promovido pela Secult-BA e Governo Federal, para a cantora, “afirmar isso nesse lugar da política pública nos garante a dignidade de realizar o nosso trabalho e de levar também a possibilidade de trabalho para tantas outras pessoas, porque para fazer um videoclipe pelo menos foram 22 pessoas envolvidas direta e indiretamente. O resultado tem menos de 4 minutos, mas uma importância tão grande, um fundamento tão grande e um alcance enorme que vai reverberar durante muitos anos na nossa vida pela experiência que foi”, pontua.
“A forma como o trabalho foi conduzido, com um projeto que tem essa representatividade, acessa um lado diferente na gente. Quando fazemos um trabalho comercial e outro artístico, que tem uma causa, uma proposta de construção de legado, se torna muito mais fluido”, avalia o diretor do videoclipe, Adriano Zatara. A música traz na melodia a rítmica da capoeira como elemento chave. No arranjo também se encontra o sotaque musical característico das regiões do vasto nordeste do Brasil, lembrando a sonoridade presente em rodas de viola e de samba de roda.
Sobre o videoclipe
No clipe da música “Odara”, o clima emana da leveza e da ludicidade presentes na infância de uma criança negra de origem humilde que encontra no seu dia a dia, aproveitando os espaços e modos culturais com os quais têm relação, a forma para criar e desenvolver o seu universo de criatividade e subjetividade. Assim, árvores, troncos, pedras, água, animais, sombras, sons, cantos, danças e ritmos, ou qualquer outra coisa que possa ser lida por ela como possibilidade de expressar a sua imaginação, são elementos presentes no videoclipe.
Por essa razão, foram escolhidas como cenário para as gravações as ruínas da primeira igreja do município de Vera Cruz , na Ilha de Itaparica, na Baia de Todos os Santos. A Igreja do Nosso Senhor de Vera Cruz, construída em 1560, é a terceira mais antiga no país. Este monumento, mesmo tendo sido construído por jesuítas, carrega em suas ruínas a simbiose entre as paredes que restaram da Igreja e a árvore gameleira, que é um símbolo sagrado para o povo de Candomblé. Esta árvore vive há mais de trezentos anos no local e representa Iroko, o Orixá que é o próprio tempo e ancestralidade. O culto a Ele feito aos pés da gameleira é realizado pelo povo de santo há muito tempo e este local é por si só uma representação de resistência da crença dos povos negros que viveram naquela região.
Sobre Savannah Lima
Cantora, compositora, atriz, poetisa e apresentadora, Savannah Lima é uma multiartista negra, nascida em Salvador, que transforma letras em canções desde os 12 anos, com uma voz que transita entre potência e sensibilidade ao mesmo tempo. Iniciou a carreira como banking-vocal, mas não demorou a ganhar destaque e ser convidada para integrar os vocais da Banda Percussiva Feminina Didá, grupo do pelo Mestre Neguinho do Samba. o criador do ritmo Samba-reggae.
Na sua trajetória de 20 anos de carreira, Savannah Lima dividiu o palco com artistas consagrados como Margareth Menezes, Cadinhos Brown, llê Aiyê, Daniela Mercury, Ivete Sangalo e Arlindo Cruz. Também cantou com nomes da nova geração como Majur, Bia Ferreira e a banda instrumental baiana Panteras Negras. Idealizou, dirigiu e produziu o show “Oferendas”, exaltando a natureza, os Orixás e fortalecendo a luta no combate à intolerância religiosa, realizando apresentações em Salvador e São Paulo. Em 2023 e 2024 lançou sua primeira música autoral com um videoclipe oficial, a canção ‘Orixa”.
Também realizou o primeiro desfile do retorno do Bloco Baile Black, no Circuito Mestre Bimba e o show “Soul Samba-Reggae”, contemplado no edital Carnaval do Pelô. Nos festejos juninos fez show no Pelourinho homenageando os sambas do Recôncavo e as Cirandas. Como ativista se apresentou no Seminário de Celebração do Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial, no Salão Nobre da Reitoria da Ufba, cantando o hino nacional e o hino da independência da Bahia; também na 6a Conferência da Diáspora nas Américas, evento internacional, que contou com a presença de diversas lideranças e personalidades sociais, políticas e artísticas, a exemplo da Ministra da Cultura Margareth Menezes e a Ministra da Igualdade Racial Anielle Franco.
Em sua carreira como atriz formou-se na Oficina de Performance Negra do Bando de Teatro Olodum e atuou na peça Sortilégio II, com direção do premiado Ângelo Flávio e texto de Abdias do Nascimento. Viajou o Brasil com o espetáculo “Guerreiro”, do Circo Picolino. Atuou no filme ADA, da cineasta Rafaela Uchoa, e foi escolhida melhor atriz coadjuvante no Festival Palma Cine 2020. Como apresentadora fez a cobertura Oficial do Carnaval do Circuito Mestre Bimba no Nordeste de Amaralina, em 2020 e 2023. Em 2021 e apresentou a segunda edição do “Festival Panteras Negras Convida”, realizado no estúdio do llê Aiyê.