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#Opinião – Pelo legado de Marielle Franco: somos sementes! – Por Laina Crisóstomo

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No dia 02 de novembro de 2017 conheci Marielle Franco em Recife num ato potente chamado Vamos de Preto e nos reencontramos em dezembro para discutir a plataforma Mais Mulheres na Política no Rio de Janeiro. No dia 14 de março de 2018, quando ela foi brutalmente assassinada juntamente com o motorista Anderson, todas nós mulheres negras sentimos na pele o feminicídio político sofrido por ela.

Não foi Marielle que tombou apenas, a execução foi um recado para todas as mulheres que tentam, querem e estão ocupando os espaços de poder. Afinal, se uma mulher vereadora eleita com mais de 46 mil votos foi assassinada, qualquer mulher que tente contra o fascismo e o estado colonizador patriarcal vai tombar também.

Desde o inicio questionamos “QUEM MANDOU MATAR MARIELLE?”.

O debate sobre violência política de gênero precisa ser uma constante em nossas lutas, afinal desde o Golpe Misógino contra a única mulher presidenta eleita do Brasil, Dilma Roussef, em 2016, mesmo ano inclusive que surgem os banheiros femininos no Senado Federal, entendemos que a política é um espaço que não foi pensado para as mulheres. Foi pensado para nos adoecer, violentar, silenciar, interromper não só nossas mandatas, mas também as nossas vidas, famílias e escolhas.

Somos apenas 15% de mulheres nas Casas Legislativas de todo Brasil, ao mesmo tempo que somos 51,1% da população brasileira e 53% do eleitorado de nosso país. Seguimos sendo sub representadas, afinal só conquistamos o direito de votar e sermos votados faz 91 anos, nem um século se quer.

No último ano, mudamos a nossa pergunta para “QUEM MANDOU O VIZINHO DE BOLSONARO MATAR MARIELLE? Já que o autor dos disparos, agora delatado, Ronie Lessa, vizinho do ex presidente, teve em sua casa encontrado um arsenal de guerra com armas de diversos calibres e potências. Além disso, as diversas mudanças realizadas pelos responsáveis pela investigação, como placa depredada pelo deputado federal Daniel Silveira. Total desrespeito, descaso e tentativa de impedir uma investigação que verdadeiramente mostrassem os culpados e mandantes do maior crime politico da história do Brasil pelo ex presidente genocida Jair Messias Bolsonaro.

Nossa Mandata Pretas Por Salvador protocolou e aprovou no ano passado a Projeto de Lei “Não é Não”, sancionado em abril desse ano como Lei 9.691/23, e originariamente elaborada pela companheira Marielle no exercício de sua função como vereadora. Mas a pergunta é: quem de nós conheceu Marielle antes de seu assassinato? Sim, isso também é sobre violência política de gênero, afinal representatividade nos faz entender que podemos ocupar todos os espaços, mas quando não conhecemos nossa história, nem histórias como de Marielle Franco, teremos sonhos não compreendidos e não acreditaremos que a política e os espaços de poder são lugares a serem ocupados por nós.

No dia 27 de julho de 2023 Marielle completaria 44 anos, mas sua vida foi ceifada, seus sonhos foram interrompidos e a nossa possibilidade de caminhar lado a lado com ela também foi retirada pelo facismo, machismo, racismo e LGBTfobia! No entanto, lembremos que tentaram matar Marielle e nos causar medo e silêncio, mas viramos sementes crioulas espalhadas por todos os cantos do Brasil ocupando os diversos espaços de poder!

Nos reivindicamos SEMENTES DE MARIELLE porque sua história nos inspira a seguir fazendo luta, ocupando os espaços de poder e entendendo que nós mulheres pretas temos projetos de sociedade que são coletivos, são diversos e são verdadeiramente de inclusão. Se uma Marielle incomodou tanto o fascismo, o machismo, o patriarcado, o racismo e o estado colonial, seremos muitas Marielles a incomodar a Casa Grande, as estruturas, a política conservadora e tradicional. Entramos na política e não daremos nenhum passo atrás, seguiremos até que todas sejam livres.

Marielle Presente, hoje e sempre!

 

Laina Crisóstomo
Mulher negra, lésbica, gorda, filiada ao PSOL, mãe, candomblecista, antiproibicionista, advogada feminista e popular, fundadora da ONG TamoJuntas, co vereadora na Mandata Coletiva Pretas Por Salvador e procuradora parlamentar da Mulher da Câmara Municipal de Salvador.

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Arraiádunzinho celebra o samba junino e a ancestralidade afro-brasileira no Pelourinho

Iasmim Moreira

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Arraiádunzinho

A Escola Olodum realiza no próximo sábado, 14 de junho, a partir das 14h, o Arraiádunzinho: O Samba Junino e Nossas Raízes, uma celebração gratuita voltada ao público infantojuvenil. O evento acontece no Largo Tereza Batista, no coração do Pelourinho. 

Com uma proposta educativa e cultural, o Arraiádunzinho propõe uma releitura das tradicionais festas juninas sob a ótica do samba junino, manifestação tipicamente soteropolitana que une as tradições do Nordeste às raízes da cultura afro-brasileira. A iniciativa é parte do trabalho social da Escola Olodum e foi idealizada pela diretora geral Linda Rosa Rodrigues.

Mais do que um arraiá, o evento é um espaço de afirmação cultural, aprendizado e valorização da identidade negra desde a infância. A escolha da data também tem forte simbolismo: o Arraiádunzinho ocorre na semana do Dia Internacional da Criança Africana (16 de junho), marco que reforça a luta global por direitos, equidade e dignidade para crianças negras em todo o mundo.

A programação inclui brincadeiras juninas, apresentações musicais, rodas de dança e atividades lúdicas, todas voltadas ao reconhecimento e à valorização das tradições afrodescendentes e nordestinas. O evento visa contribuir com uma educação antirracista desde a infância, em sintonia com os princípios da Escola.

SERVIÇO

Evento: Arraiádunzinho – O Samba Junino e Nossas Raízes
Data: 14 de junho de 2025 (sábado)
Horário: A partir das 14h
Local: Largo Tereza Batista – Pelourinho 
Entrada: Gratuita

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Cantoras Carla Lis e Ju dos Santos são convidadas do Grupo Botequim

Ana Paula Nobre

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Carla Lis | Foto: Divulgação

As cantoras Carla Lis e Ju dos Santos serão as convidadas do Grupo Botequim nesta sexta-feira (14), no Pátio da Igreja do Santo Antônio Além do Carmo, a partir das 21h, comemorando o Mês da Mulher. A roda de samba mais aguardada de Salvador promete agitar a noite com um repertório especial, que mistura a tradicional energia do samba de raiz com músicas que exaltam o poder feminino, o empoderamento e a beleza das mulheres. Os ingressos estão disponíveis no Sympla.

Para Roberto Ribeiro, um dos fundadores e cavaquinista do grupo, a roda especial do Mês da Mulher é uma forma de reverenciar o legado de artistas importantes que passaram pela história do samba. “Ficamos muito felizes em entender que a mulher sempre esteve e hoje está muito mais, e pode ainda estar muito mais no espaço que sempre foi delas de direito, mas que esse mundo machista muitas vezes barrou”, afirma.

“O Botequim vai homenagear essas figuras importantes e históricas que, no processo de fortalecimento do samba, foram pontos fundamentais para que o samba resistisse, desde Tia Ciata e muitas outras. Apesar do machismo também presente dentro do samba, hoje em dia a gente já vê uma quantidade enorme de grupos formados por mulheres, artistas, cantoras, pelo Brasil todo. Estamos muito felizes com a participação dessas duas figuras incríveis, que são Carla e Ju, fazendo essa representação”, comenta Roberto.

Ju dos Santos | Foto: Divulgação

Sobre as convidadas

Potiguar radicada em Salvador, Ju dos Santos vai contribuir para a roda com seu carisma e timbre forte, que vem conquistando espaços cada vez maiores, como o Carnaval de Salvador, onde cantou pela primeira vez a convite do Camarote Expresso 2222. Cantora, compositora e mulher trans negra, Ju Santos reforça seu compromisso com a diversidade e a representatividade feminina e trans.

Cantora desde os 9 anos de idade, Carla Lis tem toda uma vida dedicada à música popular brasileira e ao samba. Em 98, ingressou na Banda Feminina Didá como vocalista da banda principal, representando o “Samba Reggae” por vários países. Hoje em carreira solo, Carla Lis continua contagiando o público com seu samba.

A roda de samba de março do Botequim se destaca não apenas pela qualidade musical, mas também pelo seu simbolismo. A escolha do repertório foi pensada para homenagear mulheres que fizeram história no samba e para dar espaço a vozes que representam o empoderamento feminino.

Além das canções tradicionais do gênero, o público poderá se deliciar com uma seleção de composições que reverenciam a força, a luta e o brilho das mulheres, mostrando a importância da presença feminina tanto na música quanto na sociedade.

Foto: Marina Alfaya

Sobre o Grupo Botequim

Símbolo de resistência e afirmação do samba na Bahia, o Grupo Botequim tem 18 anos de história e carrega alegremente a responsabilidade pela ampliação da vivência em torno do gênero musical na cidade de Salvador. Com canções autorais registradas no álbum “Festa no Botequim” (2016), o grupo apresenta um trabalho autoral consolidado, sendo reconhecido nacionalmente pelo trabalho de pesquisa sobre o samba tradicional de todas as regiões do país.

O Grupo Botequim é formado por Roberto Ribeiro (cavaquinho e voz), Washington Rodrigues (violão e voz), Tito Fukunaga (flauta e percussão), Bolota (percussão), Lalá Evangelista (percussão) e Brinquedo (surdo).

Serviço

Roda de Samba de Março – Grupo Botequim celebrando o mês da mulher
Local: Pátio da Igreja do Santo Antônio Além do Carmo
Data: 14 de março (sexta-feira)
Horário: 21h
Ingressos no Sympla

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Márcia Short é convidada de Lan Lanh e Mário Soares segunda (17)

Ana Paula Nobre

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Foto: Divulgação

Os artistas Lan Lanh e Mário Soares ‘Num Axé Pra Lua’ vão carnavalizar a Praça Quincas Berro D’Água nesta segunda-feira (17), às 20h, no Pelourinho. O violinista Mário Soares e a percussionista Lan Lanh voltam a mergulhar na música afro-brasileira com participação da convidada especial, Márcia Short, cantora que faz parte da trajetória da axé music. Os dois contam com a companhia de músicos de peso: Ruan de Souza (violão), Alexandre Vieira (baixo) e Robinson Cunha (bateria). O evento é aberto ao público.

No título, o show festeja a primeira canção de Luiz Caldas a tocar no rádio, Axé pra Lua, três anos antes de o cantor, compositor e multi-instrumentista lançar a axé music, que comemora 40 anos. Uma homenagem que se estende à música baiana e à diversidade do autor de Fricote, que dedicou aquele primeiro sucesso ao Velho Lua, apelido de Luiz Gonzaga, inevitavelmente presente no dueto dos musicistas. É impossível não dançar com o diálogo entre as melodias e acordes clássicos, brasileiros e caribenhos do violino de Mário com a batida de Lan Lanh, que mistura o pop com o sagrado dos terreiros.

“Nosso encontro e o repertório ratificam essa abertura para vários espectros da música, tirando o violino do lugar exclusivamente erudito e trazendo a percussão para um diálogo paradoxalmente harmônico. Ritmo no violino e harmonia no batuque”, descreve Lan. “O encontro do violino com o universo percussivo de Lan Lanh nos traz um mundo de possibilidades e cores. A sonoridade rica e diversa que orquestramos é desafiadora e surpreendente!”, define Mário.

Foto: Divulgação

Já que o legado da Mãe África é o eixo central do show, sempre é bom garantir a bênção dos orixás. “Vamos começar pedindo licença a Iemanjá, com Batuque nas Águas (Naná Vasconcelos), Sereiar (Lan Lanh/ Robson Nonato) e Sexy Iemanjá (Pepeu Gomes), para abrir o show que traz o DNA de dois artistas que navegam por mares do afro, seja no baião de Qui nem jiló (Luiz Gonzaga/ Humberto Teixeira) ou no Lamento Sertanejo (Gilberto Gil/ Dominguinhos), canções que Mário Soares trouxe pro repertório”, conta Lan.

Para fechar, os dois homenageiam Osmar Macêdo, um dos pais do trio elétrico, com o frevo Taiane, e Moraes Moreira, primeiro artista a levar voz às “multidões sem cantor” do trio elétrico. Lan Lanh define seu encontro com Mário Soares tomando emprestada a expressão “forroxé”, desse sucesso inicial de Luiz Caldas, ou seja, Nordeste com axé. Mário descreve essa relação no show: “À medida que o violino se revela, também, como uma rabeca, esteticamente, no toque, nos acompanhamentos, na maneira de interpretar, Lan Lanh traz o pandeiro, uma percussão que vai para esse lugar do barro do chão, do sertão, e esse lugar celebra a região Nordeste”.

“Quem espera uma conversa entre os instrumentos dentro dos âmbitos tradicionais dos musicistas quebrou o queixo. O violino de Mário e a parede percussiva de Lan Lanh tornaram-se protagonistas numa ode à música brasileira baiana e caribenha. No palco, os dois escalonam encontros memoráveis como o do violino/berimbau, instrumento bem estereotipado na cultura baiana, e o violino/cajón (acentuando todo um sotaque latino marcado pelo show”, afirma Sérgio Maggio, jornalista, dramaturgo e diretor teatral.

No show, Lan toca um medley com músicas do Velho Lua e ritmos afins, como baião, ijexá, xote e coco. “Todo show eu faço isso”, conta. Mário também toca Gonzaga e dimensiona sua importância: “Luiz Gonzaga é o rei da estrutura levada pro país inteiro que fez com que o Brasil respeitasse, entendesse e lesse de forma mais ampla o Nordeste’’.

Serviço

O quê: Show Lan Lanh e Mário Soares num axé pra lua
Quando: 17 de fevereiro (segunda-feira), às 20h
Onde: Largo Quincas Berro D’Água, no Pelourinho
Atrações: Lan Lanh (percussão e voz) e Mário Soares (violino e voz)
Banda: Ruan de Souza (violão), Alexandre Vieira (baixo) e Robinson Cunha (bateria)
Entrada gratuita

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