Cultura
Festival de Música Negra do Ilê acontece no Curuzu
Tradição do bloco afro Ilê Aiyê há 48 anos consecutivos, a grande final do Festival de Música Negra (FMN) está prestes a acontecer no próximo domingo (10), a partir das 15h, na Senzala do Barro Preto, Curuzu.
Das mais de 110 canções inscritas nesta edição, 17 delas foram selecionadas como finalistas pelo júri e serão apresentadas ao público durante o evento, que conta com apresentações das finalistas e show da anfitriã Band’Aiyê e convidados.
A entrada custa 1kg de alimento não perecível, em prol da campanha Bahia sem Fome. O 49º Festival de Música Negra do Ilê Aiyê tem apoio cultural do ITS, Rádio Educadora, TVE, Pelô da Bahia, Secretaria de Cultura e Governo do Estado da Bahia.
As composições que chegaram à etapa final – oito da Categoria Tema e nove da Categoria Poesia – concorrem aos três primeiros lugares de cada categoria, passando a integrar o repertório do bloco. Quem acompanhou as edições anteriores, sabe que muitas das canções hoje cantadas pelo Ilê Aiyê nos seus shows são oriundas desse festival.
Os três vencedores serão premiados, respectivamente, com os valores de R$ 7 mil, R$ 6.500 e R$ 6 mil na categoria Tema; e com R$ 6.500, R$ 6 mil e R$ 5.500 na categoria Poesia. Além disso, todos também receberão o Troféu Pássaro Preto e duas fantasias do Ilê Aiyê para desfilar no bloco no próximo Carnaval.
AS 17 FINALISTAS
CATEGORIA POESIA
Frente Liberal Feminina, de Ellen Pires e Misinho Corujito
Batuquegê do Ilê, de Cosme Silva, Thesco e Tadeu
Etnia Ilê, de Sérgio Baleiro e Edson Prodígio
O Imortal da Cidade, de André Lima e Josiel Teixeira
Gratidão, de Julinho Magaiver e Rosselini Leite
Febre de Desejo, de Nem Tatuagem
Ilê Mar de Felicidade, de Jose Carlos Cabelo
Mulher de Axé, de Edson Xuxu e Ademário
Ilê Tatuado no Peito, de Fabio Esquivel e Bruno Leão
CATEGORIA TEMA
Alafiou Panteiras Negras, de Edson Pródigio E Sergio Baleiro
Sou Mandinga Sou Dendê, de Dude Santiago
Ah Se Não Fosse O Ilê, de Fábio Esquivel E Bruno Leão
A Era De Ouro Do Ilê, de Joia Santos
Grito Da Vitória, de Cosme Silva E Júnior Bahia
Matriarca, de Marco Poca Olho
Ilê Bodas De Ouro, de Jucka Maneiro, Roberto Cruz Sandoval Melodia
Ori Bom, de Paulo Sales, Meg Star E Correa
SERVIÇO
49º Festival de Música Negra do Ilê Aiyê
Quando: Domingo (10/12)
Local: Senzala do Barro Preto – Curuzu
Horário: 15h
Ingresso: 1kg de alimento não perecível
Cultura
Casa do Patrimônio reúne exposições que resgatam memória da Bahia
As apresentações e exposições na Casa do Patrimônio, que marcam presença na Flica pela segunda vez, são uma grande celebração à ancestralidade e à cultura do povo baiano. Na manhã deste sábado (19), os visitantes tiveram acesso a obras de arte como a mostra ‘Retratos com Os Sagrados’, de autoria de Milton Marinho. O artista visual, que é natural de Itororó, no interior da Bahia, expôs 10 telas com pinturas feitas especialmente para a Flica, a partir de fotografias de ícones da cultura e literatura nacional, como Gilberto Gil e Jorge Portugal.
“A abordagem com esses retratos desconstruídos, que beiram o cubismo e a caricatura, pode ser a porta de entrada para que meu trabalho ganhe mais projeção junto ao público”, diz Marinho. Para o artista, que é autodidata, o intuito da obra é desconstruir a imagem para construir essas provocações e inclinações que a pessoa tem em ver mistério nas coisas, causando curiosidade e até certa estranheza nos visitantes. “Eu tenho uma frase que me acompanha: ‘quem me elogia, me ofende profundamente’”, filosofa o artista.
O pano da costa, material tradicional dos terreiros de candomblé, também ganhou uma exposição na Casa do Patrimônio. São tecidos usados dentro das casas de axé como proteção da cabeça e do corpo. Responsável pela mostra, Makota Kamulenge da Gomeia explica que o pano da costa serve também para identificar o cargo da pessoa dentro do terreiro. “A cabeça é sagrada e está sempre coberta”, ressalta. A exposição traz 12 tecidos pendurados no salão, cujas cores significam os orixás a que representam, de acordo com a matriz africana.
“A gente trabalha com resgate de cultura e lutamos para manter as tradições originárias”, afirma.
A Casa do Patrimônio também trouxe outras exposições, como a mostra fotográfica “Negreiros, um pensamento Afro-Atlântico”, de Marcelo Reis; e a mostra artística assinada por Fernando Barbosa, intitulada “Bahia de Saberes e Fazeres, o legado do patrimônio imaterial”. Além da apresentação do samba de roda Suspiro do Iguape, resgatando o ritmo que tem origem na mãe África. “Falar de samba no samba é importante porque têm pessoas que cantam, porém não conhecem a origem do ritmo, que chega à Bahia trazido pelos reis e rainhas que foram arrancados da África para serem escravizados aqui, mas que trouxeram junto a cultura ancestral”, explica Ananias Viana, coordenador do Suspiro do Iguape.
A estudante universitária Ananda Chalegre, 20, está visitando a Flica pela primeira vez e ficou encantada com a programação da Casa do Patrimônio. “Estou admirando muito a experiência e conseguindo entender melhor os meus antepassados, o que aconteceu anteriormente”, reflete. O engenheiro civil Benedito Ferreira, 62, usou o celular para registrar tudo e ficou feliz com o que viu na Casa do Patrimômio. “Eu olho para isso aqui e me causa um espanto positivo. A gente sai impactado de uma exposição dessas”, afirma.
A produtora executiva da Casa do Patrimônio, Joelma Stella, destaca a importância de abrir as portas da casa em Cachoeira, cidade histórica na luta pela independência da Bahia. “É uma oportunidade de dar projeção ao debate sobre patrimônio material e imaterial. Uma forma de preservar esse patrimônio é fazendo com que ele seja transmitido para as novas gerações e que isso gere uma consciência sobre a manutenção dessas tradições e memória”, conclui.
FLICA – Na edição 2024 da FLICA, os principais espaços são a Tenda Paraguaçu, Fliquinha e Geração Flica, além da programação artística, dividida entre o Palco Raízes e o Palco dos Ritmos. Todos os espaços têm indicação etária livre e contam com acessibilidade, tradução em libras e audiodescrição. A curadoria da FLICA é formada por Calila das Mercês, Emília Nuñez, Deko Lipe e Linnoy Nonato. A Coordenação Geral é assinada por Vanessa Dantas, CEO da Fundação Hansen Bahia.
A 12ª FLICA é uma realização da Fundação Hansen Bahia (FHB), em parceria com a Prefeitura de Cachoeira, LDM (livraria oficial do evento), CNA NET (internet oficial do evento) e conta com o apoio da Bracell, ACELEN, Bahiagás, Governo do Estado da Bahia, através da Bahia Literária, ação da Fundação Pedro Calmon/Secretaria de Cultura e da Secretaria de Educação, Caixa e Governo.
Cultura
FLICA 2024 recebe Mestre Bule-Bule na Casa do Governo
A Casa do Governo, que funciona na sede da Fundação Hansen Bahia, vai reunir um conjunto de ações de um total de 13 secretarias e vinculadas durante a 12ª Festa Literária Internacional de Cachoeira (FLICA), entre os dias 17 e 20 de outubro. A intensa programação estará espalhada em oito diferentes espaços da cidade, incluindo atividades nas áreas da cultura, educação, cidadania e direitos humanos promovidas pelo Governo do Estado, no intuito de reafirmar o quanto as políticas de leitura são transformadoras de vidas e fazem parte do processo formativo.
Este ano, a Casa do Governo terá a honra de receber no sábado (19) a palestra cantada: “Um Punhado de Cultura Popular” do Mestre Bule-Bule, cantor, compositor, cordelista e repentista, com mais de cinco décadas dedicadas à arte popular e reconhecido como um dos maiores expoentes da cultura nordestina. A experiência vai proporcionar um espetáculo rico em tradição, com uma imersão nas diversas expressões da cultura popular que moldaram a vida e a trajetória do artista. Também vale destacar os projetos Mezanino Cultural e Janela Poética, promovidos pela Secretaria de Educação (SEC), pelos quais estudantes da rede estadual poderão expressar sua arte durante todos os dias de evento.
É no Palco “Palavras Encantadas” que a maioria das atividades artísticas acontecem. Uma das atrações recebidas no Mezanino Cultural é Jamile Burgos, musicista da Filarmônica Lyra Ceciliana e estudante do Ensino Médio do Colégio Estadual de Cachoeira. Grande talento na flauta transversal, ela irá preencher o ambiente com sua melodia.
“Acredito que conseguimos formar um quebra-cabeça bastante diversificado, contemplando ações literárias, música, rodas de conversa, oficinas e bem-estar”, comenta Flávia Motta, curadora da Casa do Governo.
“Tenho alegria e orgulho desse projeto. É meu segundo ano na curadoria e produção da Casa do Governo, em que secretarias do Governo do Estado mostram o trabalho realizado durante o ano. Nosso público é majoritariamente de estudantes de escolas públicas de 10 a 18 anos de idade, que sempre chegam animados e se divertem. Um detalhe especial é que eles não são apenas plateia, mas também protagonistas, com destaque para os espaços Mezanino Cultural, onde acontecem apresentações de música, e a Janela Poética, onde todos os dias irão declamar poesias e outras obras literárias”, realça Flávia.
Outra atividade que merece a visita é a oficina de Tranças Nagô realizada pela Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (SEPROMI), na qual jovens e adultos poderão aprender sobre técnicas de tranças nagô e cuidados com os cabelos, na quinta e sexta-feira (17 e 18). Vai ser uma oportunidade para fortalecer a identidade cultural, incentivar a autoestima e oferecer habilidades práticas que valorizem a beleza dos cabelos afros.
Além disso, a Empresa Gráfica da Bahia (EGBA) vai levar um pedacinho do seu parque fabril, com a produção de um jornal diário da quinta ao sábado (17 a 19) com matérias curtinhas e fotos do que aconteceu na Casa do Governo para os visitantes. Tudo isso sem contar, por exemplo, os sorteios de brindes de diversas secretarias e as fitinhas do Bonfim distribuídas pela Secretaria de Turismo (SETUR) em seu stand.
Quinta-feira (17/10) – A abertura oficial da Casa do Governo fica por conta da Secretaria de Segurança Pública (SSP), que levanta o astral do espaço com a Banda de Música da Polícia Militar da Bahia, comandada pelo maestro Wanderley, e o Coro Sinfônico. Em seguida, Carolyne Amorim, secretária de Política para as Mulheres (SPM), vai ministrar uma aula de yoga voltada para mulheres e haverá ainda o lançamento do livro “Um homem chamado Dorgon”, do autor Jackson Preto, pela Fundação Pedro Calmon (FPC).
Uma rodada de oficinas promete movimentar o espaço com abordagens da cultura da infância, jogos teatrais e músicas populares oferecidos pelo Centro de Cultura Popular e Identitária (CCPI), e a prática de Heels Dance, ensinada pela professora Talita Lima da FUNCEB. Também marcam presença a Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE), além das exposições fixas da Casa abertas para visitação.
Sexta-feira (18/10) – No segundo dia, tem início na Casa do Governo uma série de rodas de conversa que agregam temas como “Presença das Mulheres na Literatura”, “Economia Circular e Sustentabilidade”, “Repertório de Escritas para Diversidade”, “Juventude, Leitura e Processo Criativo” conduzida pela romancista Júlia Grilo e, para encerrar, “Gingando com a Produção Científica e Literária sobre a Capoeira”, acompanhada de uma roda de capoeira organizada pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (IPAC).
Ao longo da sexta-feira, haverá o lançamento do livro “Os Povos Ciganos”, pelo CCPI, e do Selo Bicentenário da Independência do Brasil na Bahia, pela FPC. Outra atração que não passará despercebida e fará a alegria da criançada é o Robozão, um robô móvel comandado por controle remoto da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (SECTI), que volta a aparecer no sábado.
Sábado (19/10) – Temáticas muito relevantes serão tratadas no terceiro dia na Casa do Governo, como a contação de história juntamente com a distribuição do livro “Turma da Felipa: Juntos Podemos Vencer o Medo”, que vai dialogar de forma lúdica com o público infantil a respeito dos seus direitos. Os mascotes Ursinho Atento e a Lulu Alerta também vão contribuir com uma ação de conscientização sobre a exploração sexual e o trabalho infantil.
Na sequência, a Secretaria de Segurança Pública promove uma oficina de primeiros socorros com o Corpo de Bombeiros da Bahia e saraus lítero-musicais vão enriquecer ainda mais a programação.
FLICA 2024 – Nos quatro dias de evento, 58 autores nacionais e internacionais se reunirão com o objetivo de democratizar o acesso à leitura e potencializar a formação de leitores de todas as idades na Festa Literária Internacional de Cachoeira. Com entrada gratuita, as atividades envolvem debates, intervenções artísticas, mesas de bate-papo, lançamentos de livros, sessões de autógrafos, espetáculos, contação de histórias, exibição de conteúdos audiovisuais, apresentações de filarmônicas e muito mais.
Nesta edição, os principais espaços são a Tenda Paraguaçu, Fliquinha e Geração Flica, além da programação artística, dividida entre o Palco Raízes e o Palco dos Ritmos, que vão sediar diversas atrações imperdíveis. Todos os espaços têm indicação etária livre e contam com acessibilidade, tradução em libras e audiodescrição. A curadoria da FLICA é formada por Calila das Mercês, Emília Nuñez, Deko Lipe e Linnoy Nonato. A Coordenação Geral é assinada por Vanessa Dantas, CEO da Fundação Hansen Bahia.
A FLICA 2024 é uma realização da Fundação Hansen Bahia (FHB), em parceria com a Prefeitura de Cachoeira, LDM (livraria oficial do evento), CNA NET (internet oficial do evento) e conta com o apoio da Bracell, ACELEN, Bahiagás, Governo do Estado da Bahia, através da Bahia Literária, ação da Fundação Pedro Calmon/Secretaria de Cultura e da Secretaria de Educação, Caixa e Governo Federal.
SERVIÇO
Casa do Governo – FLICA 2024
Onde: Fundação Hansen Bahia
Quando: 17, 18 e 19 de outubro
Informações:
Programação completa da FLICA: https://flica.com.br/
Instagram: @flicaoficial
Cultura
Escola Olodum celebra 41 anos com espetáculo musical
A Escola Olodum realiza o espetáculo musical Raízes Negras: a nossa identidade em movimento, no dia 25 de outubro, às 19h, no Teatro Uneb, em comemoração aos seus 41 anos. O projeto, que promove educação antirracista desde 1989, trará uma produção infantojuvenil com ritmos, performances corporais contemporâneas e referências negras. A apresentação é gratuita e aberta ao público a partir dos 7 anos de idade, com apoio financeiro do Bloco Afro Olodum.
O espetáculo busca valorizar a herança cultural africana e afro-brasileira por meio de uma experimentação instrumental de percussão, além de abordar as tradições, hábitos e transformações dos povos africanos. Idealizado pela diretora Linda Rosa Rodrigues, o projeto pretende conectar as novas gerações com a história afro-brasileira de maneira lúdica.
Sobre o Olodum
Fundado como bloco afro carnavalesco em Salvador no ano de 1979, a Banda Olodum é atualmente um grupo cultural, considerado uma organização não governamental reconhecida como de utilidade pública pelo governo do estado da Bahia. Depois da estreia no carnaval de 1980, a banda conquistou quase dois mil associados e passou a abordar temas históricos relativos às culturas africana e brasileira. O primeiro LP da banda, “Egito Madagascar”, foi gravado em 1987 e alcançou grande sucesso na Bahia e no restante do país com a música “Faraó, Divindade do Egito“, composição de Luciano Gomes.
Sobre a Escola Olodum
Desde 25 de outubro de 1984, a Escola Olodum é um espaço real de participação e expressão da comunidade afro-descendente, constituindo-se numa referência nacional e internacional pela inovação no trabalho com arte, educação e pluralidade cultural. Esse projeto pioneiro de educação popular afro brasileiro teve origem no projeto Rufar dos Tambores, desenvolvido em 1984, pelo Olodum, composto de aulas gratuitas de percussão de bloco afro, e dos cursos afro – brasileiros de curta duração.
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