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Literatura

Claudia Alexandre lança livro “Exu-Mulher e o Matriarcado Nagô”

Jamile Menezes

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Claudia Alexandre também possui uma vasta produção sobre sambas e escolas de samba de São Paulo

No próximo dia 31, às 18h30, o Museu Nacional de Cultura Afro-Brasileira (Muncab), em Salvador, receberá o lançamento do novo livro da jornalista e cientista da religião, Claudia Alexandre: Exu-Mulher e o Matriarcado Nagô – sobre masculinização, demonização e tensões de gênero na formação dos candomblés (Editora Aruanda/ Fundamentos do Axé, 2023). O evento, que tem promoção da livraria Katuka Africanidades, terá uma roda de conversa com participação da prefaciadora, a socióloga Nubia Regina Moreira, coordenadora do grupo de pesquisa Ojú Obìnrín Observatório de Mulheres Negras e professora da UESB (Universidade do Sudoeste da Bahia).

Exu-Mulher e o Matriarcado Nagô: sobre masculinização, demonização e tensões de gênero na formação dos candomblés (Editora Aruanda/Fundamentos de Axé, 2023), apresenta um debate inédito no campo dos estudos sobre as tradições e religiosidades afro-brasileiras em relação ao que foi escrito até aqui sobre o controverso orixá Exu.  Ao mesmo tempo que questiona sobre representações femininas de Exu que não foram inseridas na definição do corpo das tradições yorubá-nagô dos primeiros candomblés na Bahia.

A obra insere registros e informações sobre as experiências e protagonismo de mulheres negras – africanas, escravizadas, alforriadas, libertas, que resistiram as opressões patriarcais para manter suas práticas ancestrais. O livro destaca alterações na relação com o orixá Exu, que na iorubalândia (Nigéria, Benin, Togo…) é representado por figuras em pares – macho e fêmea, que não se popularizaram no Brasil.

O livro é baseado na tese de doutorado da autora, defendida em novembro de 2021, eleita a Melhor Tese do Ano, pelo Programa de Ciência da Religião da PUC-SP.  Foi finalista e segunda colocada do Prêmio SOTER/Paulinas de Teses 2022 (Prêmio Prof. Afonso Maria Ligório Soares), realizado pelo Congresso Internacional da Soter (Sociedade de Teologia e Ciência da Religião).
Claudia Alexandre também possui uma vasta produção sobre sambas e escolas de samba de São Paulo e é autora do livro-dissertação “Orixás no Terreiro Sagrado do Samba: Exu e Ogum no Candomblé da Vai-Vai”, também pela Editora Aruanda/Fundamentos de Axé.

Haverá sessão de autógrafos e venda de livro no local (R$ 80,00 por exemplar). O Muncab está localizado à rua das Vassouras, 25 – Centro Histórico. Entrada gratuita.

Literatura

FLICA 2024 divulga edital de inscrições para autores e artistas

Ana Paula Nobre

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FLICA 2024
Foto: Diêgo Silva

Escritores, quadrinistas, cordelistas, ilustradores e artesãos de todo o país terão a oportunidade de concorrer a um espaço de destaque na 12ª edição da Festa Literária Internacional de Cachoeira (FLICA), que acontece entre os dias 17 e 20 de outubro. Ao todo, serão selecionados 20 autores e artistas para a realização de lançamentos literários, sessões de autógrafos e exposições de artesanato que vão compor a programação oficial do Espaço Casa dos(as) Autores(as) Brasileiros(as). Os projetos podem ser inscritos até o dia 7 de outubro no link.

Interessados podem participar do processo seletivo nas seguintes categorias: autores(as), quadrinistas, cordelistas, artesãos(ãs) e ilustradores(as). O edital completo fica disponível durante o período de inscrição na bio do Instagram e site oficial da FLICA e da Fundação Hansen Bahia, realizadora do evento. Após o anúncio dos resultados, que acontece até o dia 12 de outubro, a Equipe da Curadoria definirá a ordem e os horários das apresentações dos artistas. Além dos 20 projetos escolhidos, outros cinco serão classificados para casos de desistência, obedecendo à ordem de classificação e aos critérios descritos no Edital.

Todos os selecionados receberão um certificado de participação na FLICA 2024, que este ano tem como tema “O mundo da literatura em festa”. A Festa dá as boas-vindas a todos os públicos, portanto, é assegurado o direito ao pleito das vagas a qualquer participante que preencha as exigências estabelecidas no Edital, havendo reserva de 10% das vagas para pessoas com deficiência, 10% para negros(as) e 5% para indígenas.

“A Flica deste ano estende suas intenções para envolver cada vez mais autores e artistas, para que eles possam ter uma oportunidade de divulgação das suas obras, considerando que nem sempre isso é possível. A literatura, a arte e a cultura têm sido extremamente relegadas a segundo plano no nosso país, e é preciso que essas oportunidades sejam criadas. A arte é condição fundamental para que a gente possa ver a vida mais colorida e com mais leveza”, declara Dinalva Melo, curadora do Espaço Casa dos(as) Autores(as) Brasileiros(as).

Nos quatro dias de evento, 58 autores nacionais e internacionais se reunirão com o objetivo de democratizar o acesso à leitura e potencializar a formação de leitores de todas as idades. Com entrada gratuita, as atividades envolvem debates, intervenções artísticas, mesas de bate-papo, lançamentos de livros, sessões de autógrafos, espetáculos, contação de histórias, exibição de conteúdos audiovisuais, apresentações de filarmônicas e muito mais.

Nesta edição, os principais espaços são a Tenda Paraguaçu, Fliquinha e Geração Flica, além da programação artística, dividida entre o Palco Raízes e o Palco dos Ritmos, que vão sediar diversas atrações imperdíveis. Todos os espaços têm indicação etária livre e contam com acessibilidade, tradução em libras e audiodescrição. A curadoria da FLICA é formada por Calila das Mercês, Emília Nuñez, Deko Lipe e Linnoy Nonato. A Coordenação Geral é assinada por Vanessa Dantas, CEO da Fundação Hansen Bahia.

A FLICA 2024 é uma realização da Fundação Hansen Bahia (FHB), em parceria com a Prefeitura de Cachoeira e a LDM (livraria oficial do evento), e conta com o apoio do Governo do Estado da Bahia, através da Bahia Literária, ação da Fundação Pedro Calmon/Secretaria de Cultura e da Secretaria de Educação.

SERVIÇO

O quê: Inscrições abertas para autores e artistas independentes na FLICA 2024
Onde: No link
Quando: Até o dia 7 de outubro
Programação completa da FLICA: https://flica.com.br/
Instagram: @flicaoficial

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Literatura

Mara Felipe lança livro sobre pedagogia e trajetória do Olodum

Ana Paula Nobre

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Foto: Divulgação

Uma visão aprofundada sobre a trajetória do Olodum, uma das mais importantes instituições do movimento negro brasileiro. A publicação ‘Pedagogia Olodum – Epistemologia do Olodum’, de Mara Felipe, lançada pela Paco Editorial, abrange esses e outros contextos, a exemplo do período desde a fundação do grupo no mangue do Maciel/Pelourinho até a promulgação da Lei 10.639/03, que tornou obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana nas escolas. A obra revela o papel crucial desempenhado pelo Olodum na conscientização e na luta contra o racismo através de suas músicas, atividades pedagógicas e ações socioculturais.

Ao longo de suas 364 páginas, a autora detalha como o Olodum, por meio do samba-reggae e de suas práticas educativas, desenvolveu uma pedagogia única, focada em princípios antirracistas e decolonizadores. Essa pedagogia, que antecede a Lei 10.639/03, foi capaz de transformar a música em uma ferramenta de ensino e de resistência, promovendo a valorização da cultura negra e a conscientização sobre a história do povo afro-brasileiro. As letras das músicas do Olodum, carregadas de mensagens de empoderamento e resistência, aliadas a uma série de iniciativas culturais e educativas, ajudaram a moldar uma pedagogia voltada para a inclusão social e a igualdade racial.

Foto: Divulgação

Além de contextualizar o impacto da atuação do Olodum em Salvador e no Brasil, o livro expande o olhar para a influência internacional do grupo, que se tornou um símbolo de luta pelos direitos civis em diversas partes do mundo. O Olodum promoveu um modelo educativo que vai além das salas de aula, com práticas lúdicas e artísticas que estimulam a reflexão crítica e o reconhecimento da herança africana na formação da identidade brasileira.

Para fundamentar essa análise, Mara Felipe recorre a importantes teóricos como Abdias Nascimento, Paulo Freire, Frantz Fanon, Lélia Gonzales e Beatriz Nascimento, além de nomes internacionais como Marcus Garvey e Cheikh Anta Diop. Esses autores são convocados para explicar o processo educativo e sociopolítico do Olodum, que construiu uma forma de ensino própria, a partir da prática epistemológica do samba-reggae e da sua participação em movimentos de resistência cultural.

A publicação é, ao mesmo tempo, um estudo acadêmico e uma celebração das conquistas da instituição que, em mais de 40 anos de existência, se consolidou como um dos principais expoentes na luta contra o racismo no Brasil e no mundo. Pedagogia Olodum é um convite à reflexão sobre o papel da cultura na educação e na formação de uma consciência crítica sobre as questões raciais.

SERVIÇO

Pedagogia Olodum – Epistemologia do samba-reggae, de Mara Felipe
Preço: R$ 89,90 (364 páginas)
Disponível nas plataformas:
* [Paco Editorial](https://www.pacolivros.com.br/pedagogia-olodum)
* [Amazon](https://www.amazon.com.br/dp/8546225346)
Contato: Mara Felipe – (61) 98651-1299 / marafelipegentil@hotmail.com

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Literatura

Flipeba celebra ancestralidade e literatura em outubro

Ana Paula Nobre

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Festa Literária de Boipeba
Foto: Acervo Flipeba

A 3ª edição da Festa Literária de Boipeba (Flipeba) acontece entre os dias 9 e 12 de outubro, na ilha de Boipeba, localizada no município de Cairu, região do Baixo Sul da Bahia. O evento reúne escritores, artistas, estudantes e professores da rede municipal e estadual de ensino, além de moradores e turistas que visitam o local. Com o tema “Histórias Ancestrais: a literatura como ponte entre passado, presente e futuro”, a Festa terá mais de 30 atividades, entre oficinas educativas, contações de histórias, mesas literárias, mostra de cinema, lançamentos literários, performances, apresentações musicais e exposições. O evento é totalmente aberto, gratuito e conta com o apoio da Lei Paulo Gustavo através da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SecultBA).

“Essa edição da Flipeba é a consolidação do trabalho de três anos que articulou a comunidade local, instituições públicas, a escola, artistas de diferentes áreas, o turismo e o comércio. É uma enorme alegria e um momento de celebração colocar a Festa na rua, mobilizando uma enorme rede na ilha em prol da educação e da cultura”, destaca Gilvan Reis, um dos coordenadores do evento.

Entre os nomes já anunciados para a atividade estão o da escritora e atriz Cássia Vale, da multiartista Kauê Guajajara, do roteirista Fil Braz, do poeta Lucas de Matos, do DJ e produtor musical Eric Terena, da escritora e idealizadora do Slam das Minas, Nega Fyah, do jornalista Uran Rodrigues, além dos artistas locais e da região, como rapper Yago Chefe, Jenice e o grupo Raízes do Mangue, Fredinho O Louco. Nessa edição também ocorrerá o lançamento do livro de poesias dos estudantes da Escola Cândido Meireles – Anexo Boipeba, além do videoclipe “Moreré Amor É”, de Paulinho Lima e Vinícius Santana.

Poeta Lucas de Matos | Foto: Acervo Flipeba

Oficina de Grafite e parceria com Amazônia de Pé 

Como parte das ações continuadas, a Flipeba promoveu, no começo de setembro, em parceria com o projeto Amazônia de Pé, a Virada Cultural. O objetivo foi participar da mobilização nacional em defesa da floresta, reconhecendo os saberes de comunidades tradicionais na proteção da natureza. Essa foi a segunda ação realizada pela Flipeba neste segundo semestre. Na última semana de agosto, aconteceu a oficina de grafite na Biblioteca Eu Acredito do Centro Cultural comandada pelo artista grafiteiro Gutemberg Sollys, com a participação de 50 estudantes do ensino médio da Escola Estadual Cândido Meireles (Anexo Boipeba).

O tema escolhido para o mural foi “Mulheres da Independência”, uma homenagem às heroínas baianas que lutaram na Independência da Bahia. “Desenvolver a educação continuada e plural é um dever social e a Flipeba tem trilhado esse caminho tão importante para todas as gerações, mas, especialmente, com os nossos alunos e os jovens aqui da ilha”, afirmou a professora Cátia Suzete, uma das coordenadoras do evento. A programação completa e informações sobre o evento como transporte, hospedagem, dicas de lazer e turismo na ilha podem ser conferidas no Instagram @flipeba.

SERVIÇO

O quê: Festa Literária de Boipeba (Flipeba)
Quando: De 9 a 12 de outubro
Onde: Ilha de Boipeba, Cairu-BA
Quanto: Gratuito

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