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Cultura

10º Festival Internacional de Capoeiragem teve programação extensa

Amanda Moreno

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10º Festival Internacional de Capoeiragem
10º Festival Internacional de Capoeiragem (Foto: André Carvalho)

O 10º Festival Internacional de Capoeiragem teve programação extensa em Salvador e encerrou suas atividades no último sábado (3) com uma mistura de celebração, reverência e aprendizado. A Noite da Galanteria da Capoeira marcou o início desta jornada, reunindo mestres renomados e entusiastas nesta manifestação cultural única.

Mestre Acordeon, de 80 anos, em meio ao espetáculo musical que ecoou pelas ruas históricas de Salvador, compartilhou sua gratidão e compromisso com a Capoeira: “Estou muito feliz por estar aqui, vendo minha família adorada. Vim não só para fazer um jogo de Capoeira, mas para viver e continuar”.

O momento emocionante de homenagem a Mestre Acordeon foi acompanhado pela entrega de uma estatueta simbólica, reconhecendo seu legado e dedicação à Capoeira. Neste dia, grandes mestres da velha guarda se fizeram presentes, como mestres Curió, Olavo, Geni, Aristides, Camisa e o discípulo do mestre Bimba, Durinho. Para Mestre Balão, fundador do evento, este momento foi único. “Era meu sonho trazer o mestre Acordeon a Salvador para homenageá-lo. Considero ele uma das grandes referências da Capoeira e um grande ser humano”, declarou.

Além da Noite da Galanteria da Capoeira, o festival ofereceu uma programação diversificada ao longo dos dias. No dia 31 de janeiro (quarta-feira), a abertura ocorreu na Arena Sesc Senac Pelourinho com a Roda da Galanteria, homenagens e o show ‘Pôr do Sol’ do mestre Acordeon.

No dia 01 de fevereiro (quinta-feira), as atividades iniciaram no final da tarde na Arena Sesc com a Oficina de Capoeira Contemporânea com a contramestra Girassol, Oficina de Musicalidade com o mestre Acordeon, Batizado e troca de graduação e a Roda de Conversa “Visão Institucional de uma Escola de Capoeira” com os convidados: mestre Paulinho Sabiá, mestre Nenel e mestra Geisa, com a mediação do mestre Balão.

No dia 02 de fevereiro (sexta-feira), aproveitando o clima da Festa de Iemanjá, as atividades mudaram para a Praia Fonte do Boi ao lado do Hotel Mercure- Rio Vermelho, com Vivência (Puxada de Rede), feita por pescadores, Oficina de Capoeira Angola com o mestre Cabello, Oficina de Acrobacias com o mestre Macaquinho e Oficina de Samba com o professor Jaguar.

O ápice do evento foi o Tour Capoeiristico pelo Centro Histórico de Salvador, que ocorreu no dia 3 de fevereiro. Foram 22 pontos visitados, um momento marcante foi a visita à Fundação Mestre Bimba. Recebidos pelo mestre Nenel (filho do lendário mestre Bimba), os participantes do festival foram convidados a jogar, o que proporcionou a eles muita emoção. “Eu joguei com o mestre Cafuné, que foi aluno do mestre Bimba, no dia da minha formatura”, conta emocionada a professora portuguesa Arco-íris que veio da Alemanha exclusivamente para participar do festival.

Esta experiência proporcionou aos participantes uma imersão na história e nas raízes profundas desta expressão artística tão marcante na cultura brasileira. Guiados por especialistas e mestres de Capoeira, os participantes puderam explorar os locais históricos de Salvador que têm uma ligação direta com a prática da Capoeira, compreendendo melhor sua importância cultural e social ao longo dos séculos.

Organizado pelo Instituto CTE Capoeiragem @cte.capoeiragem e Polo Cultural, com a parceria de mídia do Grupo A Tarde e patrocínio do Governo da Bahia, através da Superintendência de Fomento ao Turismo (Sufotur), o festival foi aberto ao público, proporcionando uma experiência enriquecedora na preservação dessa manifestação cultural.

Para aqueles que desejam reviver esses momentos ou saber mais sobre o evento, acessem o Instagram do festival @festivalcapoeiragem e mergulhem nesta experiência única de celebração e aprendizado.

O show Pôr do Sol do mestre Acordeon está disponível na íntegra no canal Capoeiragem com o Mestre, neste link!

Cultura

Capoeiristas recebem certificação para atuar em escolas públicas

Iasmim Moreira

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Capoeiristas

Em uma noite histórica para a cultura afro-brasileira e a educação pública da Bahia, 200 capoeiristas receberam, na última sexta-feira (16), a certificação do programa Qualifica Capoeira, na Biblioteca Central do Estado, nos Barris.  A formação é pioneira no Brasil e habilita mestres, contramestres e educadores da capoeira a atuarem em escolas da rede estadual, promovendo uma abordagem pedagógica que valoriza a ancestralidade, a resistência e a construção de uma educação antirracista.

Realizado pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), o programa é fruto de uma parceria com o coletivo Capoeira em Movimento Bahia (CMB) e a Organização da Sociedade Civil Comvida. A ação integra o Qualifica Bahia, com investimento de R$ 264 mil, e ofereceu 120 horas de formação gratuita em nove municípios baianos, incluindo Salvador, Feira de Santana, Ilhéus e Vitória da Conquista.

Com conteúdos voltados à prática pedagógica da capoeira, como psicologia da educação, fundamentos filosóficos, história da capoeira e metodologias de ensino, a qualificação buscou fortalecer o papel da capoeira como ferramenta de transformação social. Além do aprendizado, os participantes receberam apoio com transporte, lanche, camisas e material didático, promovendo o acesso igualitário à formação.

Para o coordenador do CMB, Jacaré DiAlabama, a certificação representa uma conquista histórica:

“O curso, criado por capoeiristas para capoeiristas, é uma conquista inédita no mundo. Ele responde a demandas antigas do nosso segmento e é parte essencial da luta para integrar a capoeira às escolas públicas da Bahia. Precisamos estar em sala de aula respeitando os marcos legais da educação, mas também oferecendo uma formação que valorize a identidade e a ancestralidade das nossas juventudes.”

A formação também contribui para a efetivação da Lei Moa do Katendê (Lei nº 14.341/2021), que garante o ensino da história e cultura afro-brasileira nas escolas.

Festival celebra a ancestralidade

Durante a cerimônia de certificação, foi lançado oficialmente o 3º Festival de Capoeira Ancestralidade e Resistência, que acontecerá de 21 a 24 de agosto, também na Biblioteca Central da Bahia. Com o lema “O Futuro é Ancestral”, o festival promete transformar Salvador na capital da capoeira, reunindo mestres, pesquisadores, artistas, jovens e crianças em torno da arte que é patrimônio imaterial do Brasil e do mundo.

Entre as atrações, o evento contará com a Cidade da Capoeira – espaço cenográfico com moeda própria (batizada de Mestre Bimba), feira cultural, desfile afro, rodas históricas, oficinas, apresentações musicais e vivências sensoriais. Homenagens a mestres e mestras griôs também integram a programação.

O festival reafirma o papel da capoeira como instrumento de resistência e denúncia das desigualdades históricas enfrentadas por seus praticantes, como bem destacaram os organizadores:

“A capoeira é mais do que luta, é um modo de existir, de resistir e de ensinar. Celebrar sua ancestralidade é também lutar por dignidade e reconhecimento.”

A entrada para o festival será gratuita, e mais informações estão disponíveis no perfil oficial do coletivo no Instagram: @capoeiraemmovimentobahia.


Informações: @capoeiraemmovimentobahia

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Cultura

Região Metropolitana celebra Mês da África

Iasmim Moreira

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África

Entre os dias 22 e 31 de maio de 2025, a Região Metropolitana de Salvador será palco da Agenda África-Bahia 2025, uma série de atividades culturais, educativas e políticas que celebram o Mês da África. Com ações em Camaçari e Salvador, a programação tem como objetivo central fortalecer a identidade civilizatória da herança africana na Bahia, estado cuja capital é considerada a cidade mais negra fora do continente africano.

A iniciativa é uma articulação da Comunidade dos Africanos Residentes na Bahia (CARBA) e da Rede Mundial de Empreendedorismo Étnico (Rede EMUNDE), com apoio da Casa de Angola, UNILAB, UNEB e da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia.

A abertura da programação acontece em Camaçari, com o VI Fórum Mês da África, nos dias 22 e 23 de maio, no Campus XIX da UNEB. O fórum promoverá debates sobre ancestralidade, protagonismo africano e afrodescendente, empreendedorismo étnico e estratégias de fortalecimento da diáspora.

No dia 25 de maio, data em que se comemora o Dia da África — marco da criação da Organização da Unidade Africana (OUA), atual União Africana — será realizada a segunda edição do Festival África Bahia (AFRI-BA), no Largo Tereza Batista, no Pelourinho, das 10h às 20h. Com o tema “África Viva na Bahia: Tradição, Resistência e Futuro em Movimento”, o festival reunirá música, dança, gastronomia, moda, exposições e apresentações de artistas africanos e afro-baianos.

Encerrando a programação, no dia 31 de maio, a Chácara São Jorge, em Salvador, recebe o Festival de Música Africana, também promovido pela CARBA. Este será o único evento da agenda com entrada paga, no valor de R$ 100 (open bar), e promete uma noite de celebração ao som da musicalidade do continente africano.

A Agenda África-Bahia reafirma o papel da Bahia como ponte viva entre o Brasil e a África, promovendo o intercâmbio cultural, a valorização da ancestralidade e o reconhecimento da diversidade como força de transformação social.

PROGRAMAÇÃO COMPLETA – MÊS DA ÁFRICA 2025

📍 Camaçari
22/05 (14h às 17h)VI Fórum Mês da África – 1º dia
Local: Campus XIX – UNEB Camaçari
Acesso: Gratuito

23/05 (14h às 21h)VI Fórum Mês da África – 2º dia
Local: Campus XIX – UNEB Camaçari e transmissão online (YouTube)
Acesso: Gratuito

📍 Salvador
25/05 (10h às 20h)2ª edição do Festival AFRI-BA: África Viva na Bahia
Local: Largo Tereza Batista – Pelourinho
Acesso: Gratuito

31/05 (a partir das 9h)Festival de Música Africana
Local: Chácara São Jorge – Salvador
Acesso: R$ 100 (Open Bar)

📧 Contato:
comunidadecarba@gmail.com
redeemunde@gmail.com

Foto: Jean Victor

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Cultura

Slam das Minas leva a potência poética de Salvador para Cabo Verde e Lisboa

Iasmim Moreira

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Slam das Minas

O mês de maio será marcado por um feito histórico para a cena cultural de Salvador. O coletivo Slam das Minas Bahia, formado por mulheres potentes da nossa terra, realiza sua primeira turnê internacional com ações em Cabo Verde e Portugal. A iniciativa, intitulada “Vozes em Poesia”, afirma o Slam como ferramenta de criação, resistência e intercâmbio entre Brasil, África e Europa — tendo as mulheres negras como centro e força motriz desse movimento.

De 12 a 14 de maio, a cidade da Praia, capital de Cabo Verde, recebe a residência artística do grupo, com oficinas de Slam Poetry, escrita criativa e performance poética no Instituto Guimarães Rosa. Voltada especialmente para mulheres negras, a proposta promove escuta, fortalecimento de vínculos e amplificação de vozes historicamente silenciadas. Encerrando essa etapa no continente africano, uma batalha de poesia — o tradicional Slam — será realizada no dia 15 de maio, em uma edição especial e gratuita.

A poesia segue seu curso e cruza o oceano rumo à Europa. No dia 20 de maio, Lisboa será palco da performance “Ancestralitura”, no Museu do Aljube – Resistência e Liberdade. A apresentação será acompanhada de um bate-papo e lançamento de livro, reafirmando a oralidade como instrumento político, poético e ancestral. Mais do que uma apresentação, o evento se torna um marco de encontro entre experiências de luta, arte e liberdade nos territórios da diáspora negra.

Desde 2017, o Slam das Minas Bahia vem ocupando espaços na literatura e na vida, com batalhas de poesia falada, oficinas e intervenções em escolas, comunidades e centros culturais. Sempre com a missão de fortalecer o protagonismo de mulheres negras e dissidências, o coletivo é hoje um dos principais nomes da cena literária contemporânea na Bahia — e agora no mundo.

PROGRAMAÇÃO COMPLETA

CABO VERDE – CIDADE DA PRAIA
📍 Instituto Guimarães Rosa
📅 12 a 14 de maio – Oficinas de Slam Poetry, escrita criativa e performance poética
📅 15 de maio – Batalha de Poesia – Slam
🕒 Gratuito e presencial

PORTUGAL – LISBOA
📍 Museu do Aljube – Resistência e Liberdade
📅 20 de maio – Performance Ancestralitura, bate-papo e lançamento de livro
🕒 Gratuito e presencial

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