Cultura
Bárbara Carine fez noite de autógrafos na Biblioteca Central
Bárbara Carine fez noite de autógrafos na Biblioteca Central. A chuva deu uma trégua no final desta quinta-feira (22) para o lançamento de mais um livro da educadora, escritora, pesquisadora e ativista, Bárbara Carine. Intitulado “Querido estudante negro” o evento foi realizado no Quadrilátero da Biblioteca Central, nos Barris. Após o sucesso de “Como ser um educador antirracista”, a ativista compartilha experiências pessoais repletas de tensões sociais e raciais.
No novo livro, Bárbara dialoga com dois estudantes negros que, independente das condições financeiras ou sociais, compartilham as experiências vividas em formato de cartas fictícias. “São histórias de ficção, mas, ao mesmo tempo, as histórias narradas pela jovem negra são todas histórias da minha vida, então, na realidade, é uma ficção que eu diria que é autobiográfica”, contou a educadora e influencer.
Bárbara Carine fez noite de autógrafos na Biblioteca Central (Foto: Henrique Santos)
Para Daudi Akil, estudante oriundo de escola pública e bolsista em escola particular de salvador, existe uma ansiedade de receber o autógrafo da autora e de ler o livro que segura firme nas mãos. “Já tô muito ansioso para ler esse livro. Eu tenho a certeza que vai ter muita batalha aqui dentro, porque hoje em dia viver numa sociedade dessa forma é horrível. Ser negro já é uma coisa difícil, imagina pra uma mulher negra? Aqui tem parte da história de vida dela, então deve ter sido muita batalha, inclusive, pra publicar o livro”, explicou o jovem estudante.
Com quase 400 mil seguidores nas redes sociais, a intelectual conversou com o público que lotou o Quadrilátero da Biblioteca. Ela explicou que no livro a ideia é mergulhar na complexidade da formação de subjetividades negras e que traz a perspectiva de uma psicopedagogia com leitura racial. Ao final Bárbara contou que já tem outro livro no forno, que parou para escrever “Querido estudante negro”, mas já retomou a escrita. Em breve, mais novidades!
A Academia de Letras da Bahia (ALB) realiza no dia 2 de maio, sexta-feira, uma homenagem especial pelos 100 anos de nascimento de Mãe Stella de Oxóssi, ialorixá e imortal da instituição. A celebração acontece a partir das 18h, no Palacete Góes Calmon, sede da ALB, com o lançamento oficial do Instituto Mãe Stella de Oxóssi e a assinatura de um Protocolo de Intenções entre o novo instituto e a academia.
Aberto ao público, o evento marca o início das atividades da nova entidade, criada com o objetivo de preservar e ampliar o legado da ialorixá, referência nacional das religiões de matriz africana e da luta por direitos sociais e culturais. O instituto será presidido por Adriano Azevedo, sobrinho de Mãe Stella.
Segundo ele, a organização atuará em frentes diversas, como educação, saúde, cultura, esporte e assistência social.
“A educação será sempre a premissa do Instituto, pois era o que minha tia primava! Os demais objetivos, seguiremos em busca de apoio para pôr tudo isso em prática”, afirma.
Entre as ações previstas estão projetos para mulheres, crianças, idosos e famílias em situação de vulnerabilidade, além de cursos de capacitação e qualificação profissional.
Mãe Stella de Oxóssi foi a primeira ialorixá do Brasil a integrar uma academia de letras. Líder religiosa do terreiro Ilê Axé Opó Afonjá, em São Gonçalo do Retiro, Salvador, ela foi eleita para a ALB em abril de 2013, assumindo a cadeira de número 33, anteriormente ocupada pelo historiador Ubiratan Castro. Sua obra literária é referência na valorização das culturas afro-brasileiras.
O Centenário da saudosa acadêmica Maria Stella de Azevedo Santos reveste-se de profundos significados, porque é a celebração da memória de uma grande líder comunitária e cultural, e escritora cuja obra representa a linguagem, a tradição, o imaginário, a identidade, a narrativa e a poesia das culturas de matriz africana que estão na base da formação do nosso povo”, destaca Aleilton Fonseca, presidente da ALB.
O evento promete ser não apenas uma homenagem, mas também um marco para o fortalecimento de políticas e ações voltadas à valorização da ancestralidade africana e das comunidades que sustentam esse legado.
A Mostra Itinerante de Cinemas Negros Mahomed Bamba (MIMB) confirmou a realização de sua 6ª edição, que acontecerá entre os dias 26 de maio e 08 de junho, em formato híbrido. Com o tema “Dendê e Luz!”, o festival promete reafirmar seu papel como um dos principais espaços de celebração e difusão do cinema negro no Brasil e na diáspora.
Mesmo com uma programação mais compacta este ano, a MIMB seguirá oferecendo uma seleção de filmes, painéis, encontros e masterclasses com nomes de destaque do cinema nacional e internacional. As sessões online serão disponibilizadas gratuitamente na plataforma UBUPLAY, reconhecida como o maior streaming voltado exclusivamente para produções negras. Já o encerramento será realizado presencialmente no Espaço Cultural da Barroquinha, em Salvador – local símbolo da cultura afro-brasileira.
“Colocar um festival como a MIMB na rua, ano após ano, é muito mais do que realizar um evento, é um ato contínuo de resistência narrativa. A 6ª edição reafirma nosso compromisso com a formação de público, com a ocupação dos espaços e com a valorização de um cinema negro que pulsa vida, memória, denúncia e encantamento”, afirma Daiane Rosário, diretora executiva do projeto.
Desde sua criação, a Mostra Itinerante de Cinemas Negros Mahomed Bamba tem se consolidado como uma vitrine dos cinemas negros, conectando Salvador a outros territórios da diáspora, como São Paulo, Guiné-Bissau e Cuba. Além das exibições, o evento é também um espaço de formação e troca entre realizadores negros, promovendo reflexões e diálogos sobre narrativas afrodiaspóricas.
Em sua última edição, realizada em 2024, a mostra contabilizou 427 filmes inscritos, 57 selecionados, 8 painéis, 5 masterclasses e a geração de cerca de 150 empregos diretos e indiretos. A estreia do Mercamimb, espaço de mercado do festival, premiou três projetos. Ao todo, mais de 7 mil pessoas foram impactadas pelas ações da mostra, que também conquistou 12 mil seguidores nas redes sociais.
A 6ª edição da MIMB é realizada pela Rosários Produções Artísticas com recursos do edital público LEI Paulo Gustavo nº PG08/2023 – Cineclubes, Mostras e Festivais e Eventos no Audiovisual, reforçando o papel das políticas públicas culturais na valorização do audiovisual negro como ferramenta de transformação social.
A programação completa será divulgada em breve nas redes sociais do festival. Para acompanhar as novidades, siga o perfil oficial da MIMB no Instagram: @oficialmimb.
No dia 23 de abril, a tradicional Feijoada de São Jorge movimenta a Feira de São Joaquim, a partir das 15h, com uma programação gratuita que une devoção, cultura popular e música. A celebração, que oferece entrada e feijoada gratuitas, presta homenagem a São Jorge, santo católico sincretizado.
Mais do que uma festa, o evento é um ato de resistência cultural, comum nas celebrações populares da Bahia, onde a fé se mistura à música e à culinária como forma de manter vivas tradições ancestrais. O samba comanda a festa com os grupos Lado C do Samba, Mais Que Marra e Rogério Bambeia, que apresentam um repertório de clássicos do gênero e sucessos do samba.
A Feijoada de São Jorge reafirma a importância da Feira de São Joaquim como espaço de convivência e expressão da cultura afro-baiana.
SERVIÇO
Feijoada de São Jorge
23 de abril (quarta-feira), a partir das 15h
Em frente ao Bar São Jorge, na Feira de São Joaquim – Salvador (BA)
Atrações: Lado C do Samba, Mais Que Marra e Rogério Bambeia
Entrada gratuita | Feijoada gratuita
Classificação: Livre