Música
Festival Elas à Frente leva mulheres do Samba ao MAM

Festival Elas à Frente leva mulheres do Samba ao MAM. Matriarca do Samba, natural do Recôncavo da Bahia e uma das figuras femininas mais importantes da cultura brasileira no século XX, Tia Ciata é a inspiração do segundo Festival Elas à Frente, que este ano fará uma edição especial dedicada às mulheres do Samba.
Promovido pela Secretaria de Políticas para as Mulheres do Governo do Estado da Bahia (SPM-BA), o festival gratuito acontece no dia 8 de março, no MAM, tendo como atrações as artistas baianas Mariene de Castro, Gal do Beco, Juliana Ribeiro e os grupos femininos As Ganhadeiras de Itapuã, DJ Libre Ana e Samba de Oyá. A entrada será mediante doação de 1kg de alimento não perecível.
O Festival Elas à Frente no Samba integra a programação do “Março Elas à Frente”, com ações culturais, formativas, de empreendedorismo e de políticas públicas que celebram o Dia Internacional da Mulher e que têm como objetivo a garantia plena dos direitos de todas as mulheres na Bahia. Além do line up inteiramente formado por mulheres, o Festival possui também uma equipe de produção e técnica majoritariamente feminina.
PROGRAMAÇÃO
As apresentações começam às 11h e a programação ao longo do dia e da noite contará com shows de Mariene de Castro, Gal do Beco, Juliana Ribeiro e As Ganhadeiras de Itapuã, com discotecagem da DJ Libre_Ana. O Festival é gratuito e o acesso será mediante doação de 1kg de alimento não perecível, exceto sal, que será destinado ao projeto Bahia sem Fome.
MULHERES DO SAMBA
Mariene de Castro – Soteropolitana, soma 26 anos de carreira dedicados ao samba e à cultura popular brasileira. Traz em suas apresentações canções autorais e releituras de sambas clássicos, tendo como referências musicais o samba de roda, coco, maracatu, ijexá e jongo.
Juliana Ribeiro – Cantora, compositora e historiadora, Juliana Ribeiro é expoente nacional da música baiana e traz para essa apresentação o show “Elas por Ella”, com canções de compositoras do Samba e da MPB, incluindo autorais da artista.
Gal do Beco – Com 42 anos de carreira e 72 de vida, Gal do Beco é carioca, mas naturalizada na Bahia, já que reside no Centro Histórico de Salvador há mais de 30 anos. Tornou-se conhecida e respeitada nas rodas de samba da Bahia como divulgadora do samba de raiz.
DJ Libre Ana – Natural de Ilhéus, começou a tocar em 2015 na noite de Vitória da Conquista. De lá pra cá, são quase 10 anos integrando line-ups de peso em shows e festivais revelando-se como uma artista autêntica, de crenças fortes e personalidade presente que faz da música uma ferramenta inesgotável.. Unindo ritmos brasileiros aos clássicos da MPB e do pop, Libre Ana construiu sets que revelam um Brasil diverso e imenso.
As Ganhadeiras de Itapuã – Com berço no bairro de Itapuã e carregando em si detalhes da história primordial do Brasil, o grupo traz a memória das antigas negras de ganho do período colonial – primeiro símbolo do empoderamento feminino no Brasil. Canções praieiras, cantigas e cirandas, fruto do coro de 20 vozes femininas, resgatam memórias e dão ritmo às saias de chita dessas mulheres que, movidas pela força de suas raízes, impressionam nos palcos.
Samba de Oyá – Existe desde 2016, tendo à frente as sambistas Bárbara de Oyá (voz), Betânia Barbosa (bateria) e Jandira Santos (percussão). No repertório, sucessos do samba e pagode, além de MPB, em clássicos como Alcione, Beth Carvalho, Ivone Lara, Zeca Pagodinho, Ferrugem, Thiaguinho e Revelação.
SERVIÇO:
Festival Elas à Frente no Samba – Homenagem a Tia Ciata
Atrações: Mariene de Castro, Juliana Ribeiro, As Ganhadeiras de Itapuã, Gal do Beco, Samba de Oyá e DJ Libre Ana
Data: 8 de março (sexta-feira)
Horário: a partir das 11h
Local: MAM – Museu de Arte Moderna da Bahia (Av. Lafayete Coutinho, s/n)
Entrada Gratuita – mediante doação de 1kg de alimento não perecível
Música
Banda Kalunduh lança novo single “Catastrófica”

A banda de artistas negros camaçarienses, Kalunduh apresenta seu novo lançamento, o single ‘Catastrófica’, um rock indie feminino que lançado nesta sexta-feira (21) em todas as plataformas de música, com visualizer disponível no Youtube.
A música traça uma narrativa de autodefinição, empoderamento feminino e engajamento político a partir de uma mulher segura de si, que reconhece suas potências e sua capacidade de construir e reconstruir a máquina do mundo a partir do combate às opressões que lhe rodeiam.
“Dentro deste conceito, surge como primeira referência estética a figura de Medusa,
monstro da mitologia grega com cabelos de serpente, que reforça estereótipos da mulher como um ser perigoso, traiçoeiro e vingativo, mas que depois de morta se tornou amuleto e símbolo de proteção”, explica a vocalista da banda Kalunduh, Lara Nunes.
Lara complementa, “algumas versões do mito apontam ainda que, antes de ser transformada num monstro horrendo que petrificava quem a encarasse, Medusa foi desacreditada e amaldiçoada por ter sido vítima de violência sexual, o que reforça seu laço com a realidade diária da mulher brasileira, vítima de uma misoginia constante e combinada a fatores de raça, classe, corpo e território”.
Após dois meses de formação na comunidade Som Por Elas, a frente de educação e selo musical da plataforma Pagode Por Elas, o projeto “Catastrófica” foi premiado e realizado através do selo 100% feminino Som Por Elas.
“Foi uma experiência maravilhosa participar da comunidade Som Por Elas. Pude aprender e trocar sobre muitas áreas que nós, artistas independentes, precisamos estar em contato, e ainda inscrever o projeto de Catastrófica e ver esse single nascer de uma forma tão bonita”, contou Lara.
De acordo com a gerente de projetos da Pagode Por Elas, Beatriz Almeida, Som Por Elas surgiu para suprir uma lacuna quanto à profissionalização e oportunidade das mulheres na música. “Após três ciclos formativos com vagas limitada, neste ano estaremos lançando uma plataforma própria com aulas gravadas, encontros de networking e premiações e o potencial de alcançar mais mulheres”, acrescentou Beatriz.
O single é uma realização Som Por Elas, com produção musical assinada por Irmão Carlos Psicofunk e direção vocal de Neila Kadhí. O visualizer foi dirigido por Lane Silva e as fotos registradas pelo olhar de Beatriz de Paula. O hairstyle pelas mãos de Vizy do Arte em Orí.
Sobre Kalunduh
KalunduH é um grupo musical baiano que mescla elementos da poesia falada com
rock, rap, reggae e afropop. Guiada pelo conceito de Música Preta Brasileira, a banda promove um resgate histórico da palavra calundu e apresenta a musicalidade como instrumento de cura e conexão ancestral. Seu primeiro single, Pedaço de Palmares, obteve mais de 5.000 streamings no Spotify, foi lançado em 2023 pelo selo Som Por Elas e celebra o amor entre pessoas negras como forma de
aquilombamento.
Música
Cantor baiano Moisés Victório lança trabalho musical autoral “Borí”

O artista interdisciplinar, Moisés Victório, apresenta seu novo trabalho autoral de música, o EP “Borí”, composto por cinco faixas inéditas que exploram as conexões entre música, fé, memórias e ancestralidade africana. Disponível nas principais plataformas de streaming, o projeto representa um marco significativo em sua trajetória, traduzindo em sons sua busca pela (re)construção de uma identidade africana como indivíduo da diáspora atlântica.
“O processo de transformar essas referências em sonoridades foi muito espontâneo para mim, muito natural”, explica Moisés. “Primeiro porque essa ancestralidade africana está à nossa volta o tempo inteiro. Não tem como conviver e transitar em Salvador sem estar imerso nessa herança. Por outro lado, a conexão com a espiritualidade vem da minha formação familiar. Cresci em terreiros de candomblé, e essa primeira formação musical veio dos cânticos, das rezas, dos orikis que entoávamos rotineiramente.”
Bacharel em artes pela Universidade Federal da Bahia, Moisés vem desenvolvendo pesquisas sobre as relações criativas entre arte, novas tecnologias e cultura eletrônica, estabelecendo relações com o estudo das culturas, línguas e cosmogonias africanas, em especial a cultura nagô-yorubá. Esse encontro entre contemporaneidade e ancestralidade é a essência de “Borí”.
O EP nasce das experiências pessoais do artista, que teve sua formação musical nos terreiros de candomblé durante sua infância. “Borí é ritual, é transcendência, é orixá, é essência”, afirma Moisés. “A partir da mundivisão nagô-iorubá, podemos entender figurativamente o conceito de Borí como um processo de conexão interna, de autoconhecimento, de expansão de si para o mundo – através do seu lugar de fala e origem”.
Parte do trabalho foi concebido durante sua Residência Artística no Instituto Sacatar em 2023, onde Moisés colaborou com pesquisadores e artistas afro americanos da Universidade de Stanford (EUA). Dessa experiência surgiu a participação especial de Amara Tabor-Smith na faixa “Obìnrin”. A produção musical do EP conta com a colaboração do maestro e arranjador Cassius Cardozo. A masterização e finalização foi concebida pelo engenheiro de áudio Carlos Eduardo Andrade (Cají).
A primeira faixa “ÈṢÙ”, que abre o EP, já está disponível com videoclipe no YouTube. A obra traduz em canção um universo construído e imaginado nas intersecções do orixá da comunicação, do guardião dos caminhos, daquele que traz as notícias e elabora a sorte. “Essa faixa é muito especial porque ÈṢÙ é o orixá da comunicação, o mensageiro que conecta os mundos”, comenta Moisés. “Na cultura tradicional iorubá e afro-brasileira, antes de iniciar qualquer ritual, qualquer celebração, é essencial saudar Exú. Por isso, a faixa abre o disco e também foi a primeira a ganhar um videoclipe”.
“Borí” representa mais que um conjunto de canções – é uma metáfora da memória, um portal para o autoconhecimento, é uma celebração da herança africana na diáspora atlântica. “Espero que as pessoas se conectem com esse trabalho pela força da simbologia que carrega”, reflete o artista. “Este EP é um resgate de memórias da minha infância nos terreiros, mas também é uma discussão sobre cultura, identidade, ancestralidade, visões de mundo. Ele dialoga e protagoniza narrativas que precisam ser mais ouvidas”.
Bori é uma realização da Bogum Ambiente Criativo em parceria com a Multi Planejamento Cultural e tem apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura via Lei Paulo Gustavo, direcionada pelo Ministério da Cultura, Governo Federal. Paulo Gustavo Bahia (PGBA) foi criada para a efetivação das ações emergenciais de apoio ao setor cultural, visando cumprir a Lei Complementar nº 195, de 8 de julho de 2022.
Sobre Moisés Victório
Músico intuitivo, aprendeu nos terreiros de candomblé onde passou a infância o letramento necessário para traduzir em canções o mundo à sua volta. Começou sua trajetória artística aos 12 anos, como mobilizador cultural no quilombo urbano onde nasceu, no Engenho Velho da Federação. Ao longo dos mais de 20 anos de aprendizados e trajetória profissional, trabalhou ao lado de dezenas de artistas nacionais e internacionais, tendo circulado por todas as capitais brasileiras e alguns países do exterior.
Borí, novo trabalho de Moisés, apresenta os desdobramentos poéticos da sua mais longeva pesquisa, a (re)construção da sua identidade africana como indivíduo da diáspora atlântica. Nascido no seio de uma família candomblecista, construiu sua primeira percepção de mundo através dos itans e orikis, dos cânticos sagrados e do cósmico som dos atabaques. Essa percepção afro centrada, impactou profundamente sua formação política, social e artística.
Ao longo dos anos, vem se dedicando ao estudo regular das línguas, cultura e cosmogonia africanas. É discente do curso de língua e cultura yorubá do Núcleo Permanente de Extensão em Letras – NUPEL da Universidade Federal da Bahia – UFBA, além de dedicar-se a imersões sobre a mundivisão nagô-yorubá. É certificado pelo projeto Ẹ̀kọ́ Dára (Ilê-Ifé, Nigéria) coordenado pelo professor nigeriano Phd em literatura e linguística Prof. Dr. Félix Ayoh’omidire, o que lhe conferiu maior aprofundamento às origens, fundamentos e orientação ancestral da pessoa nagô-yorubana.
Artista interdisciplinar, é bacharel em artes pela Universidade Federal da Bahia. Além de iluminador cênico, realizador audiovisual e músico, atua na gestão de festivais, eventos e instituições. Atualmente é gestor do Teatro Sesc Casa do Comércio, dirige a empresa Bogum Ambiente Criativo e faz parte do comitê gestor da Casa Preta Espaço de Cultura. Antes, foi gestor do Teatro Gregório de Mattos e coordenador técnico da Gerência de Equipamentos Culturais da Fundação Gregório de Mattos, prefeitura municipal de Salvador.
O álbum pode ser conferido em todas as plataformas digitais no link
O videoclipe da canção Èṣù já está disponível no Youtube
Música
Rapper Wall Cardozo lança single ‘Itapuã’ em parceria com Liz Kaweria

O rapper Wall Cardozo vai lançar na próxima quinta-feira (20), seu novo single ‘Itapuã’ (faça o pré-save aqui). Com um flow marcante que se encaixa perfeitamente com a letra, a canção fala de amor e desejo entre duas pessoas que querem viver um romance em um dos bairros mais famosos de Salvador: Itapuã. O trabalho faz parte do seu primeiro álbum intitulado ‘Homem Menino’ e o projeto autoral conta com a participação de diversos artistas nordestinos, sendo lançado na íntegra em abril.
Com mais de 10 anos de carreira, Wall destacou como foi o processo de criação da música. “Considero Itapuã uma das músicas mais bonitas que já fiz. Lembro de ter começado a escrever a letra durante um momento de inspiração, encima de um beat gratuito da internet. Quando terminei a composição, cheguei com a ideia para Manigga, que brilhou na produção musical. A participação de Liz foi a cereja do bolo. Quando a voz dela entrou, ficou claro que era exatamente o que faltava para considerarmos a música pronta”, disse o artista.
Para a cantora Liz Kaweria, gravar o feat com Wall “foi incrível. Quando ouvi a música pela primeira vez, me deu uma sensação de paz. A melodia é perfeita, a produção é perfeita, a letra é absurda, é excelente. A letra mostra um amor com cumplicidade, companheirismo. É uma música que casais novos e antigos podem se identificar. Pra mim foi muito bom gravar, eu me identifiquei muito com a letra”, declarou Liz.
Sobre Wall Cardozo
Wall Cardozo é um baiano que está no cenário da música desde 2013, quando formou o grupo WWL RAP junto com amigos da escola e permaneceu na formação musical até 2019. O rapper viu seu processo criativo aflorar em janeiro de 2020, com o lançamento do seu primeiro EP chamado EHLO. O projeto tem cinco faixas e foi exclusivamente produzido pelo artista. Agora, em 2025, Wall celebra uma nova fase da carreira com o seu primeiro álbum, que será lançado em abril. Através dele, o artista faz uma conexão mais potente com sua própria arte e experimenta novas possibilidades musicais ao lado de artistas já admirados por ele.