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Religião

Ialorixá cria loja para levantar o ‘Terreiro de Ogun’

Amanda Moreno

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Ialorixá cria loja para levantar o ‘Terreiro de Ogun’
Ialorixá cria loja para levantar o ‘Terreiro de Ogun’

Ialorixá cria loja para levantar o ‘Terreiro de Ogun’. 29 anos. Essa foi a idade em que Mariana Brito, ialorixá soteropolitana, começou a construir o ‘Terreiro de Ogun’ para que pudesse realizar o seu sacerdócio. Levantando em Salvador, o espaço religioso tem sido construído através da venda de produtos de autocuidado, criados por Mariana, que compartilha as etapas da obra e os processos de construção com seus 16 mil seguidores no Instagram.

A Ialorixá, formada em Música e Artes Cênicas, foi iniciada com 21 anos, na época em que estava na faculdade. Designada a cuidar de pessoas, antes mesmo de receber seu cargo como Mãe de Santo, ela acolhe e zela por filhas e filhos de santo, desde 2020. “É um corre para poder fazer o meu Terreiro de Candomblé se fazer existente, exercendo a minha fé de forma racional e não romantizada”, relata Mariana, que também comanda o ‘Fala Aí, Ninha?!’, canal no YouTube onde partilha curiosidades sobre o candomblé.

Autocuidado Ancestral

E para pôr o terreiro de pé, Mariana resolveu empreender, seguindo os desígnios e orientações da ancestralidade. Assim nasceu a loja ‘Pedra de Ouro’, focada em sabonetes dos orixás e banhos de folhas feitos com extratos e insumos puros das ervas, produtos industrializados e com certificação da ANVISA. “A loja entende a necessidade de levar o segredo das ervas de uma forma humanizada, sem o lugar da marginalização”, ressalta a Ialorixá.

Atuante na luta pelo fim do racismo religioso, Mariana evidencia os desafios enfrentados no caminho do empreendedorismo. “Fiquei com tanto medo das pessoas agirem com intolerância, que eu fui no jogo e vi cada folha que devia estar dentro de cada produto”, acrescenta. E é dessa maneira que o Terreiro de Ogun já está com “muro pintado, portão no lugar e chaves na mão”. Contudo, etapas importantes precisam ser concluídas, além da compra de materiais como telhas e vigas de ferro do barracão.

A Mãe nas redes

Além da loja, Mariana também abriu um canal de assinatura com conteúdos exclusivos no Instagram, como forma de angariar fundos para a construção. “O Terreiro de Ogun não está sendo construído de graça e eu preciso fazer dinheiro para tocar a obra. Por isso estou disposta a me dedicar, a construir conteúdos relevantes e exclusivos para quem assinar”, publicou virtualmente.

Mariana posta textos e vídeos com mensagens reflexivas sobre ensinamentos dos orixás, alguns com mais de 200 mil visualizações, e centenas de comentários. Para a sacerdotisa, além do objetivo de realizar a construção da sua casa, os seus  projetos têm o propósito de manter a existência e “dar seguimento por todo o Brasil nos saberes ancestrais, na defesa da liberdade religiosa, mostrando o quão lindo e plural é o candomblé”.

Conheça a Loja Pedra de Ouro: https://www.instagram.com/lojapedradeouro/

Para comprar virtualmente: https://www.pedradeouro.com/

Conheça o Instagram de Mariana: https://www.instagram.com/umamaedeogun/

Fala Aí, Ninha?!: https://www.youtube.com/@Falaaininha

Religião

M.E. Ateliê da Fotografia realiza expo “Mães do Mundo – Mulheres de Axé”

Jamile Menezes

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M.E. Ateliê da Fotografia realiza expo “Mães do Mundo - Mulheres de Axé”

No próximo dia 12/12, o M.E. Ateliê da Fotografia realiza o projeto “Mães do Mundo – Mulheres de Axé”, com lançamento do calendário anual junto a uma exposição na Ladeira do Boqueirão, Santo Antônio Além do Carmo.

Com o objetivo de valorizar e reverenciar o legado das mulheres que contribuem para a preservação e reverberação das religiões de matriz africana, o M.E. Ateliê da Fotografia traz pra exposição artistas convidados e suas obras autorais. O projeto tem uma seleção de 13 imagens de mulheres, sejam elas Mães de Santo ou não, e que tenham atuação ou trabalho sociocultural muito relevante na comunidade onde atuam, com destaque para Mãe Carmen, Egbomi Nice (Casa Branca) e Mãe Ana de Xangô.

Conhecida por Mãe Carmen do Gantois ou Mãe Carmen de Oxalá, Carmen Oliveira da Silva comanda o Candomblé do Ilé Iá Omi Axé Iamaxé, Terreiro do Gantois, em Salvador, desde que assumiu o posto de Ialorixá. Sendo iniciada no Candomblé para Oxalá, ao longo dessa trajetória, desempenha um papel fundamental na preservação das tradições de sua família, que possui ancestralidade africana, dando seguimento à missão que os Orixás designaram. Por seu trabalho, a Ialorixá já recebeu a Medalha 02 de Julho, pela Prefeitura Municipal de Salvador, entregue a personalidades baianas de destaque.

Outro nome na exposição é Egbomi Nice, uma das principais lideranças religiosas da Bahia, com história marcada pela defesa da cultura afro-brasileira. Mãe Egbomi recebeu a medalha Zumbi dos Palmares na Câmara Municipal de Salvador e foi a primeira ialorixá a ganhar uma comenda no Ministério Público da Bahia. Egbomi Nice tem cargo no Terreiro da Casa Branca, é IYÁ MASSÔ OYÁ- OXUM e IYÁ LULURE, no Rio de Janeiro, e Mãe ANIRERÊ da Casa de OXUMARÊ, em Salvador.

Já Ana Verônica Bispo dos Santos, conhecida como Mãe Ana de Xangô, é a sexta Ialorixá do Ilê Axé Opô Afonjá em Salvador. Iniciada no candomblé com 23 anos por Mãe Stella de Oxóssi, é pedagoga e tinha como cargo anterior ao de Ialorixá, Otum Ogalá (substituta da responsável por cantar cânticos do Candomblé). Ela foi escolhida como líder religiosa do terreiro em dezembro de 2019,  após o jogo de Ifá realizado por Balbino Daniel de Paula.

A mostra também conta com fotografias de Vovó Cici (Fundação Pierre Verger), Edvana Carvalho, Mãe Ana (Ilê Axé Opô Afonjá), Mãe Filhinha (Irmandade da Boa Morte), Negra Jhô, Rita Santos (Coordenadora Nacional da ABAM), Luedji Luna, Dete Lima (Ilê Aiyê).

Entre os artistas convidados estão Goya Lopes com ilustração no calendário e na exposição; Bida, com temática sobre Yansã; Oliver Dórea, sobre Ewa; Willi Carvalho, Oxum; Rodrigo Neri, Nanã; além de Junior Pakapin e Necko, com obras com foco em Iemanjá; Luciana Galeão, com releitura do Pano da Costa; e Faraó Tattoo, com um mosaico.

 

SERVIÇO: 

“Mães do Mundo – Mulheres de Axé” [exposição] do M.E. Ateliê da Fotografia

Data: 12/12/2024

Horário: a partir das 19h30

Local: M.E. Ateliê da Fotografia, Ladeira do Boqueirão, 6 – Santo Antônio Além do Carmo

ATIVIDADES: lançamento do Calendário, exposição, bate-papo, exibição de documentário e oficinas.

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Religião

Ilê Opô Oyá Sojú completa 40 anos em celebração com homenagens

Ana Paula Nobre

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Ilê Asé Opô Oyá Sojú
Pai Igor de Odé | Foto: Divulgação

O Ilê Asé Opô Oyá Sojú completou 40 anos no último sábado (14), e a celebração foi marcada pelo acirramento de uma placa e homenagens a personalidades importantes para a história do Terreiro, fundado em 1984 e tombado como Patrimônio Cultural de Lauro de Freitas, em 2022. Durante a festa, o Babalorixá Igor Mascarenhas (pai Igor de Odé) contou a trajetória do terreiro fundado por Mãe Elza de Oyá e entoou o hino, lançado na ocasião. O evento teve o apoio do Governo da Bahia através da Superintendência de Fomento ao Turismo (Sufotur).

Foto: Divulgação

“Ilê significa casa, Axé a força, Opô é coluna, sustentação, Oyá é a nossa Guerreira Iansã, Sojú é olhar, cuidar, tomar conta. A casa tem força e é sustentada e governada pela guerreira que cuida, esse nome que carrega a nossa Casa, diz muito sobre a nossa missão”, disse Pai Igor.

Ajodun para Yemanjá e Gamela de Xangô, foram homenageados Pai Ari de Ajagunā – Presidente da FENACAB e fundador do Ilê Axé Opô Ajagunã; Mameto Kamuricy do Terreiro São Jorge Filho da Gomeia – Portão; Obá Tossí – Ilê Asé Opô Oyá Sojú; Mãe Mariinha de Oyá – Yakekerê do Ilê Axé Opô Ajagunã; Pai Cesário de Xangô filho do Ilê Axé Opô Afonjá; Egbomy Cátia de Oyá – Primeira filha iniciada por Pai Igor; Egbomy Cláudia de Oyá – Otun Yakekerê do Ilê Axé Opô Ajagunã; Pai Luiz de Oxum – Axogun do Ilê Axé Opô Ajagunã; Pai Raykil de Oxaguiãn – Primeiro filho iniciado por Mãe Elza e Dra Sônia Neves filha biológica de Mãe Elza.

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Religião

Projeto Agô Bahia lança Roteiro das Comunidades de Terreiros

Ana Paula Nobre

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Projeto Agô Bahia
Foto: Feijão Almeida
A capital baiana e região metropolitana contam agora com um Roteiro Turístico das Comunidades de Terreiros. A iniciativa da Secretaria de Turismo (Setur-BA), em parceria com terreiros de candomblé e trade turístico, integra as ações do Projeto Agô Bahia, que visa valorizar as religiões de matriz africana e incrementar o afroturismo baiano.
Nesta primeira etapa, serão alcançadas dez casas, sendo nove na capital e uma na região metropolitana. São elas: Terreiros da Casa Branca, Gantois, Ilê Axé Opô Afonjá, Bate Folha, Zoogodô Bogum Malê Hundó, Ilê Maroialaji Alaketu, Ilê Oxumarê Axé, Ilê Asipá e Hunkpame Savalu Vodun Zo Xwe; em Camaçari, o Manso Kilebemkueta Lemba Furamon.
“Estou vendo o esforço do governo em trazer esse projeto com respeito à casa, às nossas obrigações, aos nossos segredos internos. Por isso que esse projeto vem com tanta força para prestigiar o nosso terreiro, para trazer essa publicidade para a nossa religião”, explicou Rodrigo Codes Oba Tela, ministro de Xangô do Ilê Axé Opô Afonjá, um dos integrantes desta fase. De acordo com ele, ao mostrar os templos, vai ser possível reduzir os preconceitos.
O antropólogo Vilson Caetano, babalorixá do Ilê Obá L’Okê, considera a iniciativa muito importante para as comunidades e povos tradicionais. “Esse é um projeto que nos dá visibilidade, porque é algo que acontece a partir de um diálogo preexistente entre a Secretaria de Turismo e outras comunidades e terreiros. Ele vai nos ajudar a dialogar mais com a sociedade, sobretudo, mostrando, de fato, a nossa realidade, a nossa comida, a nossa indumentária, o nosso culto, de maneira mais respeitosa e integrativa para todas as pessoas”, pontuou.
O ponto de partida foi a escuta das lideranças religiosas para coletar sugestões. Depois, foram selecionados os templos sagrados, que passaram por melhorias nas instalações e sinalização turística, seguidas de capacitação para atendimento aos visitantes e produção de material informativo. A visita dos profissionais do turismo às casas de candomblé contribuiu para a estruturação do novo roteiro.
“Nós vamos poder proporcionar aos visitantes uma experiência muito rica de conhecer as religiões de matriz africana, mas com todo o respeito. Visitar um terreiro de candomblé é adentrar um templo religioso, uma religião que exige determinados procedimentos”, destacou o titular da Setur-BA, Maurício Bacelar, ao reforçar que o objetivo é incrementar o fluxo turístico neste segmento.
Em busca de mais informações sobre a iniciativa, a turismóloga e agente de viagens Magda Souza pretende oferecer pacotes deste roteiro. “A pretensão em relação a esse roteiro como comercialização dos pacotes de viagens é, realmente, participar das capacitações, para que a gente possa organizar isso e oferecer aos visitantes e turistas que venham ao nosso estado”. Como frequentadora de um terreiro, ela ficou satisfeita com a forma como está sendo apresentada à cultura e religiosidade baiana.
A expectativa é de que, nas próximas etapas, terreiros de outras cidades baianas sejam inseridos no roteiro. Para isso, é necessário que as casas demonstrem o interesse junto à Setur-BA. Os agentes e operadores de viagens que tenham intenção de comercializar pacotes neste sentido devem procurar a secretaria para as tratativas.
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