Cultura
Jogo baiano Odoyá está disponível na plataforma Steam

Jogo baiano Odoyá está disponível na plataforma Steam, plataforma online de jogos. Neste jogo, os jogadores assumem o papel de Jana, uma menina de 10 anos que foi acolhida por Iemanjá, quando a ação dos homens provocou uma grande inundação e o fim da primeira humanidade. Quando a humanidade ressurgiu e voltou a crescer, os homens esqueceram novamente da importância de respeitar as forças da natureza e Jana precisa cuidar do meio ambiente, salvar os animais e os próprios humanos dos desastres ambientais que provocam.
Este jogo levará o participante a uma viagem por um mundo rico e vibrante inspirado na mitologia afro-brasileira. O game pode ser adquirido neste link.
Victor Cayres, roteirista do projeto, explica como surgiu a obra. “A ideia de Odoyá surgiu de Cristhyane Ribeiro, da Sinergia Games que tem uma linha de jogos relacionados à cultura de matriz africana, com uma perspectiva de possibilitar uma maior representatividade e fomentar a educação. Ela, Joe Santos e eu nos juntamos para desenvolver esse universo ficcional e reunimos nossas três empresas na coprodução do projeto”, conta.
Além do game, o projeto conta ainda com um curta-metragem homônimo, que já participou de alguns festivais. A obra, juntamente com o trailer do game, será exibida na oficina Narrativas Transmídia: Como Construir um Universo Ficcional, ministrada por Victor na programação do World Criativity Day 2024, no Cinema do Parque Shopping, em Lauro de Freitas. Inscrições neste link. Jogo baiano Odoyá está disponível na plataforma Steam.
Cultura
Capoeiristas recebem certificação para atuar em escolas públicas

Em uma noite histórica para a cultura afro-brasileira e a educação pública da Bahia, 200 capoeiristas receberam, na última sexta-feira (16), a certificação do programa Qualifica Capoeira, na Biblioteca Central do Estado, nos Barris. A formação é pioneira no Brasil e habilita mestres, contramestres e educadores da capoeira a atuarem em escolas da rede estadual, promovendo uma abordagem pedagógica que valoriza a ancestralidade, a resistência e a construção de uma educação antirracista.
Realizado pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), o programa é fruto de uma parceria com o coletivo Capoeira em Movimento Bahia (CMB) e a Organização da Sociedade Civil Comvida. A ação integra o Qualifica Bahia, com investimento de R$ 264 mil, e ofereceu 120 horas de formação gratuita em nove municípios baianos, incluindo Salvador, Feira de Santana, Ilhéus e Vitória da Conquista.
Com conteúdos voltados à prática pedagógica da capoeira, como psicologia da educação, fundamentos filosóficos, história da capoeira e metodologias de ensino, a qualificação buscou fortalecer o papel da capoeira como ferramenta de transformação social. Além do aprendizado, os participantes receberam apoio com transporte, lanche, camisas e material didático, promovendo o acesso igualitário à formação.
Para o coordenador do CMB, Jacaré DiAlabama, a certificação representa uma conquista histórica:
“O curso, criado por capoeiristas para capoeiristas, é uma conquista inédita no mundo. Ele responde a demandas antigas do nosso segmento e é parte essencial da luta para integrar a capoeira às escolas públicas da Bahia. Precisamos estar em sala de aula respeitando os marcos legais da educação, mas também oferecendo uma formação que valorize a identidade e a ancestralidade das nossas juventudes.”
A formação também contribui para a efetivação da Lei Moa do Katendê (Lei nº 14.341/2021), que garante o ensino da história e cultura afro-brasileira nas escolas.
Festival celebra a ancestralidade
Durante a cerimônia de certificação, foi lançado oficialmente o 3º Festival de Capoeira Ancestralidade e Resistência, que acontecerá de 21 a 24 de agosto, também na Biblioteca Central da Bahia. Com o lema “O Futuro é Ancestral”, o festival promete transformar Salvador na capital da capoeira, reunindo mestres, pesquisadores, artistas, jovens e crianças em torno da arte que é patrimônio imaterial do Brasil e do mundo.
Entre as atrações, o evento contará com a Cidade da Capoeira – espaço cenográfico com moeda própria (batizada de Mestre Bimba), feira cultural, desfile afro, rodas históricas, oficinas, apresentações musicais e vivências sensoriais. Homenagens a mestres e mestras griôs também integram a programação.
O festival reafirma o papel da capoeira como instrumento de resistência e denúncia das desigualdades históricas enfrentadas por seus praticantes, como bem destacaram os organizadores:
“A capoeira é mais do que luta, é um modo de existir, de resistir e de ensinar. Celebrar sua ancestralidade é também lutar por dignidade e reconhecimento.”
A entrada para o festival será gratuita, e mais informações estão disponíveis no perfil oficial do coletivo no Instagram: @capoeiraemmovimentobahia.
Informações: @capoeiraemmovimentobahia
Cultura
Região Metropolitana celebra Mês da África

Entre os dias 22 e 31 de maio de 2025, a Região Metropolitana de Salvador será palco da Agenda África-Bahia 2025, uma série de atividades culturais, educativas e políticas que celebram o Mês da África. Com ações em Camaçari e Salvador, a programação tem como objetivo central fortalecer a identidade civilizatória da herança africana na Bahia, estado cuja capital é considerada a cidade mais negra fora do continente africano.
A iniciativa é uma articulação da Comunidade dos Africanos Residentes na Bahia (CARBA) e da Rede Mundial de Empreendedorismo Étnico (Rede EMUNDE), com apoio da Casa de Angola, UNILAB, UNEB e da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia.
A abertura da programação acontece em Camaçari, com o VI Fórum Mês da África, nos dias 22 e 23 de maio, no Campus XIX da UNEB. O fórum promoverá debates sobre ancestralidade, protagonismo africano e afrodescendente, empreendedorismo étnico e estratégias de fortalecimento da diáspora.
No dia 25 de maio, data em que se comemora o Dia da África — marco da criação da Organização da Unidade Africana (OUA), atual União Africana — será realizada a segunda edição do Festival África Bahia (AFRI-BA), no Largo Tereza Batista, no Pelourinho, das 10h às 20h. Com o tema “África Viva na Bahia: Tradição, Resistência e Futuro em Movimento”, o festival reunirá música, dança, gastronomia, moda, exposições e apresentações de artistas africanos e afro-baianos.
Encerrando a programação, no dia 31 de maio, a Chácara São Jorge, em Salvador, recebe o Festival de Música Africana, também promovido pela CARBA. Este será o único evento da agenda com entrada paga, no valor de R$ 100 (open bar), e promete uma noite de celebração ao som da musicalidade do continente africano.
A Agenda África-Bahia reafirma o papel da Bahia como ponte viva entre o Brasil e a África, promovendo o intercâmbio cultural, a valorização da ancestralidade e o reconhecimento da diversidade como força de transformação social.
PROGRAMAÇÃO COMPLETA – MÊS DA ÁFRICA 2025
📍 Camaçari
22/05 (14h às 17h) – VI Fórum Mês da África – 1º dia
Local: Campus XIX – UNEB Camaçari
Acesso: Gratuito
23/05 (14h às 21h) – VI Fórum Mês da África – 2º dia
Local: Campus XIX – UNEB Camaçari e transmissão online (YouTube)
Acesso: Gratuito
📍 Salvador
25/05 (10h às 20h) – 2ª edição do Festival AFRI-BA: África Viva na Bahia
Local: Largo Tereza Batista – Pelourinho
Acesso: Gratuito
31/05 (a partir das 9h) – Festival de Música Africana
Local: Chácara São Jorge – Salvador
Acesso: R$ 100 (Open Bar)
📧 Contato:
comunidadecarba@gmail.com
redeemunde@gmail.com
Foto: Jean Victor
Cultura
Slam das Minas leva a potência poética de Salvador para Cabo Verde e Lisboa

O mês de maio será marcado por um feito histórico para a cena cultural de Salvador. O coletivo Slam das Minas Bahia, formado por mulheres potentes da nossa terra, realiza sua primeira turnê internacional com ações em Cabo Verde e Portugal. A iniciativa, intitulada “Vozes em Poesia”, afirma o Slam como ferramenta de criação, resistência e intercâmbio entre Brasil, África e Europa — tendo as mulheres negras como centro e força motriz desse movimento.
De 12 a 14 de maio, a cidade da Praia, capital de Cabo Verde, recebe a residência artística do grupo, com oficinas de Slam Poetry, escrita criativa e performance poética no Instituto Guimarães Rosa. Voltada especialmente para mulheres negras, a proposta promove escuta, fortalecimento de vínculos e amplificação de vozes historicamente silenciadas. Encerrando essa etapa no continente africano, uma batalha de poesia — o tradicional Slam — será realizada no dia 15 de maio, em uma edição especial e gratuita.
A poesia segue seu curso e cruza o oceano rumo à Europa. No dia 20 de maio, Lisboa será palco da performance “Ancestralitura”, no Museu do Aljube – Resistência e Liberdade. A apresentação será acompanhada de um bate-papo e lançamento de livro, reafirmando a oralidade como instrumento político, poético e ancestral. Mais do que uma apresentação, o evento se torna um marco de encontro entre experiências de luta, arte e liberdade nos territórios da diáspora negra.
Desde 2017, o Slam das Minas Bahia vem ocupando espaços na literatura e na vida, com batalhas de poesia falada, oficinas e intervenções em escolas, comunidades e centros culturais. Sempre com a missão de fortalecer o protagonismo de mulheres negras e dissidências, o coletivo é hoje um dos principais nomes da cena literária contemporânea na Bahia — e agora no mundo.
PROGRAMAÇÃO COMPLETA
CABO VERDE – CIDADE DA PRAIA
📍 Instituto Guimarães Rosa
📅 12 a 14 de maio – Oficinas de Slam Poetry, escrita criativa e performance poética
📅 15 de maio – Batalha de Poesia – Slam
🕒 Gratuito e presencial
PORTUGAL – LISBOA
📍 Museu do Aljube – Resistência e Liberdade
📅 20 de maio – Performance Ancestralitura, bate-papo e lançamento de livro
🕒 Gratuito e presencial