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Artes

Caixa Cultural Salvador abre a exposição “Comigo Ninguém Pode – a pintura de Jeff Alan”

Amanda Moreno

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Caixa Cultural Salvador abre a exposição
Caixa Cultural Salvador abre a exposição | Foto: Shilton Araújo

Caixa Cultural Salvador abre a exposição “Comigo Ninguém Pode – a pintura de Jeff Alan”. A arte de Jeff Alan traz o protagonismo negro para a arquitetura expositiva da Caixa Cultural Salvador, a partir do dia 21 de maio (terça-feira), às 19 horas. A mostra “Comigo Ninguém Pode – a pintura de Jeff Alan” apresenta personagens reais da periferia do Recife e também de outras capitais que, depois de se apresentar na própria terrinha e de circular pelo Rio de Janeiro, aporta, agora, em território baiano. Nas 41 obras, com uma tela e um mural inéditos, o artista visual compartilha com o público as expressões, trejeitos, traços e texturas retintas de negritudes cotidianas testemunhadas em seu dia a dia. O projeto tem o patrocínio da CAIXA e do Governo Federal.

A mostra já traz no próprio título a força da ancestralidade e do olhar que impulsiona a arte de Alan. “Comigo Ninguém Pode” é prova de que a planta mística que garante proteção e prosperidade em muitos lares brasileiros é também a força que move e inspira quem caminha confiante e incansável no desejo de expandir conexões e de ampliar as possibilidades de existências negras. É com essa missão que Jeff Alan chega à Salvador para abertura deste evento que tem entrada gratuita e fica em cartaz até o dia 28 de julho de 2024. Na ocasião, o artista visual vai conduzir as pessoas presentes para uma visita guiada pelo espaço.

Ninguém pode com Jeff Alan

“Impossível”, palavra que não existe no dicionário de uma equipe que sonha junto. Sob a curadoria de Bruno Albertim, as pessoas pretas enobrecem as telas e estampam novos lugares para si. Ao retomar essas trajetórias, a exposição reposiciona os holofotes e atualiza no tempo o que – historicamente – negaram aos artistas negros: protagonizarem e escreverem, ou, neste caso, pintarem a sua própria história. É assim que olhando o outro, como a si mesmo, a mostra disponibiliza mais de 40 trabalhos figurativos, 2 inéditos. Obras – de diversas dimensões – em acrílica sobre tela e desenho sobre papel que figuram o cotidiano e a cultura das ruas por onde transitam as personagens de Jeff.

Periferias Paralelas

É da comunidade do Barro, na Zona Oeste do Recife, onde vive e mantém seu ateliê, que o artista encontra toda a matéria-prima para a sua arte. Daltônico, Jeff Alan pinta desde a infância, motivado pela mãe. É da periferia, tecido urbano de áreas vulnerabilizadas, que ele nutre os ingredientes do que tece com os seus pincéis. É deste lugar de fala e de potência que Alan multiplica as vozes das quebradas e a leva para o mundo das suas pinturas. Corpos retratos de periferias brasileiras, como as de Salvador.

Fruto de um grande sonho coletivo, de inquietação e revolta pelas invisibilidades históricas que acompanham os corpos negros, Jeff acredita nessa exposição como o sonho de um povo. “Antes de ir para o museu, essa exposição é para as periferias. A minha obra nasce na rua. Espero que o público se sinta representado e olhe essas obras como quem se olha no espelho”, declara.

As andanças pelo mundo

Jefferson Alan Mendes Ferreira da Silva, nasceu artista e sonhava em ser, exatamente, quem ele é hoje. Quando criança se imaginava expondo as suas telas pelo mundo. Do pincel faz a sua expressão mais genuína e preenche de cor e de sentidos as negritudes urgentes que se agigantam em sua frente. O artista já teve suas obras expostas em países como França e Inglaterra. Hoje, conquista, cada vez mais, a atenção do público e da crítica ao ser um dos nomes mais promissores das artes visuais no mercado de arte contemporânea brasileira. Caixa Cultural Salvador abre a exposição “Comigo Ninguém Pode – a pintura de Jeff Alan”.

Serviço

O quê: [Artes visuais] Exposição “Comigo Ninguém Pode – A pintura de Jeff Alan”

Local: CAIXA Cultural Salvador – Rua Carlos Gomes, 57, Centro.

Abertura: 21 de maio (terça-feira), às 19h, com a presença do artista Jeff Alan

Período: de 21 de maio de 2024 a 28 de julho de 2024

Entrada gratuita

Visitação: terça a sábado, das 10h às 20h; domingos e feriados, das 10h às 18h

Classificação indicativa: Livre

Acesso para pessoas com deficiência

Mais Informações: (71) 3241 4200 | CAIXA Cultural

Patrocínio: CAIXA e Governo Federal

Artes

Casa do Sol realiza 15ª edição da Feira de Arte e Cultura em Cajazeiras

Jamile Menezes

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Casa do Sol
Foto Ailla Melo

Organização não governamental que tem como foco a integração e a formação da população do bairro de Cajazeiras V, a Casa do Sol realiza, em setembro, a 15ª edição da Feira de Arte e Cultura. A iniciativa vai trazer experiências e vivências com a comunidade por meio da biblioteca itinerante e apresentação musical, teatral, dança, poesia e pintura.

“Além das apresentações dos resultados das oficinas do projeto adolescente no turno da manhã, também iremos apreciar produções artísticas dos grupos externos da comunidade que vão participar de forma voluntária”, diz Carolina Bastos, coordenadora do Programa Adolescentes em Arte e Ação na Casa do Sol.

Além das apresentações artísticas, estão previstas ainda atividades como pintura corporal infantil, brechó, gastronomia, bingo, desfile, recitais e exposições produzidas pelos artistas da Casa, de Cajazeiras e seu entorno.

Criada em 1997 pelo pároco da comunidade na época, Pe. Luís Lintner, a Casa do Sol conta ainda com programas como a Biblioteca de Ítalo, que conta com mais de 1000 obras literárias em seu acervo e é aberta ao público. O Viver e Aprender, responsável pela creche e educação infantil, também atua pela garantia da segurança alimentar de mais de 200 crianças; o Contra Turno, que apoia mais de 70 alunos da rede pública de ensino, em turno oposto ao escolar; e o Adolescentes em Arte e Educação, que acolhe mais de 60 jovens anualmente ofertando oficinas artísticas de Música percussiva, Violão, Teatro, Dança e mais.

A 15ª Feira de Arte e Cultura da Casa do Sol acontecerá no dia 14 de setembro, um sábado, na Praça de Cajazeiras V, com início às 9h e término previsto para as 16h.

Serviço

O que: 15ª Feira de Arte e Cultura da Casa do Sol

Quando: 14 de setembro (sábado), com início às 9h

Onde: Praça de Cajazeiras V

Quanto: Acesso gratuito; Venda de produtos no local

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Artes

Exposição O Corpo Liberto – Uma Mostra de Arte e Loucura até dia 10

Ana Paula Nobre

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Exposição O Corpo Liberto
Foto: Fernando Barbosa

A exposição O Corpo Liberto – Uma Mostra de Arte e Loucura segue para visitação até o dia 10 de setembro, no Solar do Ferrão, no Pelourinho, Centro Histórico de Salvador. A mostra é uma realização da Clínica Espaço a – Saúde Integral em parceria com o CAPS Garcia II UFBA, Projeto Iluminarte e o CAPSad Gregório de Matos.

Intitulada O Corpo Liberto pelo multiartista Nilton César – usuário do CAPS Garcia || UFBA e paciente do Espaço a – a exposição teve um número expressivo de visitantes, entre eles, integrantes do grupo musical Racionais, além da presença de estudantes de escolas públicas, universitários, turistas, moradores de Salvador e usuários de Centros de Atenção Psicossociais. Dentro dessa perspectiva, – O Corpo Liberto – ganhou destaque como um símbolo de resistência e autonomia, onde a pessoa em sofrimento psíquico é vista como sujeito de direitos e não como objeto de intervenção.

Para Nilton César, que tem a arte como elemento central em seu cotidiano, ter as suas obras expostas no museu é maravilhoso. Ele relata a importância de produzir e ser reconhecido desta forma. “É maravilhoso mostrar para as pessoas que mesmo com a questão da saúde mental, é possível produzir arte e o meu maior incentivo é servir como exemplo para outras pessoas e também expandir para que meu referencial seja uma diretriz para os demais”

Além das obras do Nilton,  a mostra conta também com peças de outros artistas que são usuários dos serviços de saúde mental. Entre eles, peças de Joseneide Ferreira (Neide), poesias de João Rebouças Filho, o Projeto Iluminarte, obras de Márcio Lobo “ML”, Ricardo Paulino de Moura, peças coletivas produzidas na Oficina de Arte e Educação do CAPSad Gregório de Matos, arte em grafite de Lee 27 e Josemar Gomes de Brito “Joe” – CAPSad Gregório de Matos e pinturas e murais da artista Vivian Lessa, poesias de Vitória Maria Matos.

“A ideia da exposição surgiu em uma conversa com o artista Nilton, então nós da clínica Espaço a decidimos nos lançar na empreitada de montar a mostra com suas obras, e em seguida, pensamos em ampliar o alcance, fazendo convite aos dois Centros de Atenção Psicossocial que tínhamos mais proximidade, o CAPS Garcia e o CAPS Gregório de Mattos.”, explica Maísa Jones, uma das sócias do Espaço a.

A Clínica Espaço a – Saúde Integral, é um serviço da rede privada de Saúde Mental de Salvador, que fica localizada na Avenida Anita Garibaldi. As sócias fundadoras da Espaço a (Bila, Andreia, Maisa e Melissa) possuem experiência com a luta antimanicomial e compartilham dos princípios de uma clínica psi não excludente, pautada no respeito aos direitos humanos e atenta às questões sociais e políticas da sociedade.

Serviço

Últimos dias da Exposição O Corpo Liberto –  Uma Mostra de Arte e Loucura

Quando: Até 10 de setembro de 2024

Onde: Centro Cultural Solar Ferrão (R. Gregório de Matos, 45 – Pelourinho)

Horário: De terça a domingo, das 10h às 18h

Entrada: Gratuita

Realização: Clínica Espaço a – Saúde Integral

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Artes

David Sol leva diálogo entre Arte e Espiritualidade a Moçambique

Ana Paula Nobre

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David Sol
Foto: Divulgação

O artista David Sol escreve uma ladainha de homem grande, onde o caçador e a flecha se fundem em uma única existência, em um registro que celebra a ancestralidade e a espiritualidade do Recôncavo Baiano. Oxóssi atravessa o oceano para saudar os Caboclos do Brasil e beber da Jurema, em um tempo onde o passado, o presente e o futuro ensinam uma verdade comum: para acertar o alvo, é preciso ter o gingado do andarilho. Sob essa perspectiva, o artista propõe o registro da cultura oral e dos saberes ancestrais de sua terra natal, contribuindo para a produção de um conhecimento que respeite a si, sua gente—encarnada e desencarnada—e seu chão.

A Plataforma Flotar, em colaboração do Instituto Guimarães Rosa e o Museu Mafalala se unem para apresentar “Pedrinhas Miudinhas”, uma exposição curada por Juci Reis e Jorge Dias que reúne o trabalho de pesquisa e criação do artista baiano David Sol, explorando a interseção entre fotografia e pintura. A exposição, que ficará em cartaz a partir de 19 de setembro de 2024, no Museu Mafalala, como um marco cultural, sendo a primeira vez que um artista da Bahia ocupa o renomado Museu, conhecido por seu olhar político e social sobre a cidade de Maputo através de suas periferias.

A exposição surge como uma ladainha visual inspirada nas ricas tradições dos Caboclos em terreiros de Santo Amaro, na Bahia. As obras expostas resultam de um diálogo poético entre fotografias capturadas em festividades dedicadas aos Caboclos e pinturas que retratam cobras corais, símbolos de encantamento e poder na cultura afro-índigena. A exposição não se limita à contemplação das imagens; ela convida o público a uma imersão profunda nas histórias e nos rastros das cobras encantadas, que se manifestam tanto nos corpos como nas marcas deixadas no chão. Estas serpentes, desenrolando-se esteticamente entre o sibilar e os riscos, revelam o invisível que habita em nós, oferecendo uma reflexão sobre a espiritualidade e suas manifestações na arte.

“A Bahia e o Recôncavo baiano são as raízes de tudo o que escrevo e produzo, e ver que os sonhos que pintei estão me levando a Maputo é uma experiência verdadeiramente odara. O Museu Mafalala, com sua forte conexão comunitária, é o cenário ideal para esse diálogo intercultural. ‘Pedrinhas Miudinhas’ é mais do que uma exposição; é uma celebração da espiritualidade e da identidade do povo do Recôncavo Baiano, um povo que se constrói e se afirma no coletivo,” afirma David Sol.

O bairro da Mafalala, ícone da periferia de Maputo, abriga cerca de 20 mil pessoas em um emaranhado de casas de madeira e zinco, com ruas de terra batida e vielas delimitadas por chapas metálicas que servem como muros. Este lugar, que foi o lar de grandes nomes da literatura, música, artes plásticas e política de Moçambique, desempenhou um papel crucial nas lutas pela independência e na formação da identidade nacional.

A Mafalala é considerada o reduto das artes e dos intelectuais do país, como afirma o cantor Wazimbo, que recorda antigos moradores ilustres, incluindo os escritores José Craveirinha e Noémia de Sousa, o compositor Fany Mpfumo, o lendário jogador de futebol Eusébio, que brilhou na seleção portuguesa e no Benfica, e líderes da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), como Samora Machel e Joaquim Chissano, os dois primeiros presidentes após a independência.

Além da exposição, o projeto contará com um ciclo de palestras, com a participação de Barbara Lima, Luan Gramacho e Cândido Nobre. Essas palestras têm como objetivo aprofundar a compreensão do processo criativo de “Pedrinhas Miudinhas” e sua relação com as religiões afro-brasileiras e afro-ameríndias, explorando a riqueza epistêmica dessas tradições. “Essa exposição é para toda a ancestralidade de pindorama e do orun, nas obras materializo um pouco da poesia herdada da nossa gente“, concluiu o artista visual Sol.

Contemplado no edital do Programa de Mobilidade Cultural 2024, Pedrinhas Miudinhas é um projeto financiado pelo Governo do Estado, através do Fundo de Cultura, Secretaria da Fazenda e Secretaria de Cultura da Bahia, e conta com a gestão e coordenação internacional do Flotar Programa e curadoria de Juci Reis (IGR/Maputo).

Sobre David Sol

David Sol nasceu no Recôncavo da Bahia, Brasil, em 2000. Ele é artista visual, curador, bacharel em Comunicação Social com ênfase em Jornalismo pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), Especialista em História e Antropologia, e Mestrando pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação na mesma universidade. Suas pesquisas exploram a interseção entre fotografia, pintura e escrita, com um foco particular nas experimentações de linguagens que dialogam com as tradições afro-indígenas-brasileiras.

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