Formação
Festival ÌYÁ’S inscreve pra curso gratuito de Produção Cultural
Uma nova oportunidade para mulheres negras da Produção Cultural. O ‘ÌYÁ’S – Festival de Arte de Mulheres Negras: A presença feminina negra no matrigestar do futuro’ abriu inscrições para o curso de Produção Cultural em formato híbrido. A quarta edição do evento oferece essa capacitação gratuita destinada exclusivamente a mulheres negras com objetivo de qualificá-las para que possam ter autonomia em suas criações e produções.
O Festival acontece de 18 a 26 de julho, com uma programação diversificada com espetáculos, oficinas e mesas temáticas.
O curso formará desde a concepção, organização e atuação com produção cultural e executiva, elaboração de projetos e economia coletiva negra. As inscritas terão a oportunidade de participar de atividades complementares presenciais, além do curso prever a seleção de participantes para uma vivência prática na produção do Festival ÌYÁ’S e poderão aprender com profissionais experientes no setor artístico e cultural.
Iniciativas como estas fomentam a participação, capacitação e empoderamento de mulheres negras, segundo Juliana Monique, “a produção cultural é um universo essencial para tirar sonhos do papel, construir autonomia e autoestima, nosso curso não visa somente instrumentalizar, mas sobretudo aproximar, conectar, acolher e gestar no coletivo”, completa a artista, produtora cultural e também mediadora do curso.
Com carga horária de 40 horas, as participantes receberão certificado e podem se inscrever até o dia 03 de julho através da linklist do ÌYÁ’S – Festival de Arte de Mulheres Negras.
SERVIÇO
O quê? ÌYÁ’S – Festival de Arte de Mulheres Negras oferece capacitação gratuita em Produção Cultural
Quando? Até 03 de julho
Onde? https://linklist.bio/
Informações: @festivaliyas
Formação
Em Cajazeiras, projeto Escrevivências Afro-Baianas reafirma potencial literário de jovens
Em sua segunda edição, o projeto “Escrevivências Afro-Baianas” deixa claro que não existem limites literários para narrativas antirracistas para além da crença religiosa, orientação sexual ou classe social. Nascido no bairro de Cajazeiras, em Salvador, mais especificamente no Colégio Estadual Edvaldo Brandão Correia (CEEB), o projeto é idealizado pelas professoras Jucy Silva, Hilma Cerqueira e Liliane Vasconcelos, integrando o Projeto Pedagógico da unidade, e é criado como base para uma educação antirracista voltada para a diversidade. O “Escrevivências Afro-Baianas” nasceu durante a pandemia da Covid-19, em 2020, quando a gestão escolar estava em regime de sistema remoto.
A partir das aulas de Língua Portuguesa e Inglesa, percebeu-se que os estudantes estavam escrevendo muito durante o processo pandêmico. Diante disso, com o auxílio para bolsistas PIBID da Universidade Católica do Salvador (UCSAL), foram criadas oficinas de leitura e escrita. Em 2021, baseadas nessa experiência, as professoras escreveram um projeto de fomento à leitura e à escrita para os estudantes, submetendo-o ao Edital Jorge Conceição, por meio da Secretaria de Educação do Estado da Bahia. Em 2024, este edital é renomeado como Edital Makota Valdina.
“O projeto instituiu a leitura de livros como, por exemplo, ” Olhos D’água”, da escritora mineira Conceição Evaristo, que criou o conceito de “escrevivências” que defendemos em nossas atividades durante a execução anual do projeto”, afirmou a professora Jucy Silva.
Após a execução pioneira do projeto, levando os estudantes para equipamentos culturais como museus e feiras literárias, o projeto Escrevivências Afro-Baianas foi contemplado novamente no edital, em vigência. Nessa trajetória de sucesso no fomento à literatura e escrita, foi concebido o primeiro livro resultado da iniciativa, homônimo ao projeto, em 2023. Na obra, 22 jovens do CEEB têm textos publicados, contando com o apoio da Editora Dikebrada, que auxiliou quanto à organização e ilustração do designer Tássio Vasconcelos, ambos do bairro de Cajazeiras.
Com o sucesso do livro, a segunda edição (prevista para lançar em março de 2025) já segue ampliada, com a escrita de 32 jovens, previsto para ser lançado ainda no final deste ano de 2024. Participam do projeto estudantes das três séries do Ensino Médio do CEEB, numa faixa etária de 15 a 17 anos, sendo que alguns deles já estudam em Universidades públicas e privadas da Bahia.
Alessandra Cruz é uma delas. Moradora do bairro de Nova Brasília e atualmente cursando o 7º semestre de Letras Vernáculas da UCSAL, foi partindo desse lugar, estudante de escola pública, bolsista pós ENEM, aprovada no Programa Institucional de Iniciação à Docência – PIBID, que ela conheceu o projeto “Escrevivências Afro-Baianas”. Aqui ela passou a integrar o grupo de pessoas que fazem parte do núcleo de atividades antirracistas.
“Eu e mais duas colegas de docência criamos um projeto aqui dentro das vivências do “Escrevivências”, no CEEB, com base no livro “Angola Janga”, do escritor Marcelo D’ Salete, um romance ilustrado que conta a história do Quilombo dos Palmares. O livro foi apresentado durante o Encontro Nacional de Licenciaturas (ENALIC), no qual nosso artigo foi aprovado e publicado, tomando como base também a correlação da rotina diária no bairro de Cajazeiras em 2023”, conta Alessandra.
As alunas Emili, Judi e Evelin Fernanda também fazem parte do projeto desde a sua construção, ainda na pandemia, e reafirmam que mesmo com a finalização do Ensino Médio, o projeto Escrevivências deixou aprendizado para a vida toda. O que vale, segundo elas, tanto na perspectiva de futuro como escritoras, como nas vivências em equipamentos culturais como feiras literárias, museus e salas de cinema em Salvador.
“A sensação de empatia com as meninas que são daqui do projeto Escrevivências e já publicaram seus textos na primeira edição do livro me deixa animada e eufórica. É aquela sensação de que eu também posso escrever, eu consigo”, afirmou Judi, aluna cristã, negra e moradora de Cajazeiras IV, que completou sua fala dizendo: “A partir do Escrevivências Afro-Baianas, consegui romper com a ilusão de que Jesus era um homem branco e consegui escrever sobre afetos, e sobre o amor sem desmerecer ninguém. Meu desejo é que as pessoas possam se sentir acolhidas com as narrativas de amor através do texto”, disse.
“Assim como na primeira edição do livro, em 2023, minha expectativa em 2024 é que seja incrível. Fomos despertadas para questões raciais, femininas e agora estou em contato com a natureza e com o cotidiano, quero escrever mais sobre isso. Não só ficar no poema, quero escrever histórias”, vibrou a já escritora infantojuvenil, Evelin Fernanda.
Para Emili, a perspectiva é focar em coisas para além da natureza e do cotidiano de uma jovem em Salvador. A narrativa dela nessa segunda edição está voltada para assuntos internos dos sentimentos humanos na rotina diária corrida na cidade. “A poesia trata muito de aspectos exteriores, mas também é importante tratar dos desafios dos sentimentos que não são ditos publicamente”, enfatiza.
Parcerias & Intercâmbios
A fotógrafa premiada Amanda Tropicana, nascida no Rio de Janeiro, mas moradora na Bahia há 20 anos, tem atuação com culturas afro-brasileiras, e está executando o projeto “Foto – Diáspora” no Colégio. Um projeto de pesquisa fotográfica sobre os intercâmbios culturais entre a Bahia e os continentes africanos.
Recém chegada de Moçambique, a fotógrafa escolheu o Colégio Estadual Edvaldo Brandão para pôr o intercâmbio do projeto em prática, uma vez que já tem uma relação com as idealizadoras do Escrevivências. Temas como “Quem somos” e “Para onde desejamos ir” são alguns dos aspectos explorados pelas Oficinas e Rodas de Conversa do Projeto Escrevivências Afro-Baianas em 2024.
“Acredito no poder da Escola como um lugar de potencializar cada jovem que passa pelo CEEB. Não tinha como falar sobre História, Cultura Afro sem vir aqui, até pra que cada estudante possa também idealizar e seguir esse projeto que estou realizando”, explica Amanda.
“São muitas parcerias que vimos construindo aqui no CEEB a partir do Escrevivências, como por exemplo, a presença da Rainha do Congo em nossa unidade escolar, com a parceria do Afoxé Filhos do Congo, com o Instituto Odara, a Flipelô, a Festa Literária Arte e Identidade, a Festa Literária de Cajazeiras – Flicaj. Isso oxigena e dá voz aos jovens que fazem parte do nosso projeto desde 2020”, diz a professora Hilma Cerqueira.
O Edital Makota Valdina foi criado para selecionar e premiar projetos escolares da rede estadual de ensino que demonstrem mérito, eficácia e sucesso na valorização da história e da cultura africana, afro-brasileira e indígena. É realizado em parceria entre a Secretaria Estadual da Educação (SEC) e a de Promoção da Igualdade Racial (SEPROMI). Todas as unidades escolares pertencentes aos 27 Núcleos Territoriais de Educação da Bahia podem se inscrever.
Tem interesse em acessar a primeira edição do livro? Clique AQUI.
Texto de Patrícia Bernardes Sousa, jornalista colaboradora do Portal Soteropreta, redatora e integrante de projetos de impacto social, letramento, educação e cultura.
Fotos: Patrícia Bernardes Sousa
Formação
Universo da Voz qualifica profissionais da voz para o audiovisual
Criada para qualificar profissionais que utilizam a voz em produções audiovisuais, o Universo da Voz é uma oficina gratuita e pioneira na Bahia. As inscrições estão abertas até esta segunda-feira (25) e acontece presencialmente no Cine Teatro 2 de Julho – Rua Pedro Gama, 413 E, Federação, em Salvador, nos dias 5, 6 e 7 de dezembro, das 9h às 12h. O programa traz técnicas avançadas e estratégias de mercado, com foco em áreas como locução publicitária, dublagem, audiodescrição, voz original para animação e localização de games. Serão oferecidas 20 vagas direcionadas a atrizes e atores, locutoras e locutores maiores de 18 anos, com ou sem experiência e podem ser realizadas aqui.
O Universo da Voz oferece conteúdo abrangente sobre técnicas vocais e gestão de carreira para locutores, dubladores e artistas de voz. As aulas serão ministradas por Mariana Ferrari, atriz, especialista em trabalhos com a voz, comunicadora, formada em Rádio e TV pela Universidade São Judas Tadeu, de São Paulo. Com vasta experiência no setor, Mariana compartilhará tanto técnicas artísticas quanto técnicas práticas, além de estratégias de mercado que ajudam os profissionais da voz a expandir seu alcance e visibilidade.
Além do desenvolvimento técnico, o curso abordará aspectos práticos de gestão de carreira no campo da voz. Os participantes aprenderão como criar e divulgar portfólios, atrair clientes, construir presença digital e gerenciar sua autopromoção no mercado audiovisual. Com intuito de fomentar o audiovisual baiano e fazer network entre os contemplados na oficina com profissionais da voz e produtores de animação e game, a oficina estará dentro da programação oficial do ANIMAI – Festival de Animação e Game. Mais informações acesse o link.
A Batalha da Voz – Show de Encerramento
Para encerrar a oficina, no dia 7 de dezembro, das 14h às 17h, acontecerá A Batalha da Voz, também no Cine Teatro 2 de Julho. Este show especial é uma oportunidade para os participantes mergulharem no universo da dublagem e da interpretação de vozes, em um formato de roda de conversa com a participação de Nina Novaes.
Durante a batalha, os participantes entrarão no universo de Pedro e a Pedra Secreta, seriado baiano de animação em 3D que estreou no Prime Video, junto com alguns dos artistas que deram vida aos personagens: Gabriel Faindé (o heroi Pedro), Gabriela Borges (amiga tecnologica de Pedro Fáfa), Jhoilson de Oliveira (vilão, o monstro de pedra Zirag) e Angel Marques ( a vilã Medina), onde vão compartilhar o processo de construção dos personagens e adaptação das vozes originais.
Na batalha de voz os atores trocarão seus personagens, dublando uns aos outros em uma demonstração ao vivo de suas habilidades de improviso. Além disso, os alunos da Oficina Universo da Voz, terão a chance de apresentar novas vozes originais, desafiando os personagens criados para Pedro e a Pedra Secreta.
O projeto Universo da Voz foi contemplado nos Editais da Paulo Gustavo Bahia e tem apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia, através da Secretaria de Cultura via Lei Paulo Gustavo, direcionada pelo Ministério da Cultura, Governo Federal. Paulo Gustavo Bahia (PGBA) foi criada para a efetivação das ações emergenciais de apoio ao setor cultural, visando cumprir a Lei Complementar nº 195, de 8 de julho de 2022.
Formação
Projeto Mukunã promove oficinas gratuitas de teatro em Salvador
Idealizado pela atriz, arte-educadora, pesquisadora, diretora e gestora cultural, Vika Mennezes, o projeto “Mukunã: do fio à raiz” promove oficinas gratuitas de Dramaturgia Afrocentrada, na qual participantes aprenderão a criar narrativas que refletem suas vivências e a cultura das mulheres negras, dia 22 de novembro (sexta-feira); e Solos Teatrais para Mulheres Negras, nos dias 28, 29 e 30 de novembro (quinta-feira a sábado).
Sempre das 9h às 18h, as oficinas acontecem na sede da Fábrica Cultural, no bairro da Ribeira. As inscrições serão feitas no local até 15 minutos antes da oficina e terá emissão de certificado. “Mukunã: do fio à raiz” é uma plataforma para celebrar a diversidade, resgatar a autoconfiança e desafiar os padrões de beleza eurocêntricos, ao dar voz à experiência de opressão e promover a resistência com uma mensagem de empoderamento”, explica Vika Mennezes.
Serviço
Oficinas gratuitas (Fábrica Cultural – Ribeira), das 9h às 18h
Inscrições no local até 15 minutos antes da oficina
Oficina de Dramaturgia Afrocentrada
Data: 22/11/2024 | Carga Horária: 8h (das 9h às 18h – com 1h de intervalo) | Ministrantes: Filêmon Cafezeiro e Vika Mennezes
Oficina de Solos Teatrais para Mulheres Negras
Data: 28, 29 e 30/11/2024 | Carga Horária: 24h (das 9h às 18h – com 1h de intervalo) | Ministrante: Vika Mennezes