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Festival Negritudes Globo lota Casa Baluarte durante primeira edição em Salvador

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Foto: Magali Moraes

A cidade mais negra fora da África recebeu a primeira edição do Festival Negritudes Globo durante todo o dia ontem (18), em parceria com a Rede Bahia. Salvador aguardava esse momento e demonstrou, lotando a Casa Baluarte, no Santo Antônio Além do Carmo. Com acesso gratuito e aberto ao público, o local ficou repleto de pessoas pretas interessadas em acompanhar as mesas, cujos temas levantaram questões inerentes ao universo negro por anos. Fé, espiritualidade, arte, comunicação, empreendedorismo e os desafios no combate ao racismo foram alguns deles.

Promover o debate sobre as narrativas negras no audiovisual foi o principal objetivo do encontro. Para o cineasta norte-americano, Alrick Brown, presente na mesa ‘Narrativas Negras: Uma Infinidade de Possibilidades’, mediada pela jornalista Zileide Silva ao lado da atriz Maria Gal, “progresso verdadeiro é quando qualquer um de nós, quando quisermos cantar, dançar e contar suas histórias, possamos fazê-los livremente”.

Foto: Magali Moraes

Com apresentação de Rita Batista e Vanderson Nascimento, o evento contou com a participação de artistas como os cantores Tatau e Kléber Lucas, os atores Érico Bráz, Jessica Ellen, Amaury Lorenzo e Maria Gal, além de escritores como Bárbara Carine, Elisa Lucinda e a influenciadora Maíra Azevedo (Tiá Má). “Temos muitos avanços, mas enquanto contarmos nos dedos quantas pessoas pretas estão nas telas, precisamos avançar muito ainda. Apesar de tanta dor, nós, baianos, temos a alegria da nossa cidade”, declarou Tia Má.

Foto: Magali Moraes

“Seremos a última geração de primeiros”. Monique Evelle parafraseou essa frase se referindo ao fato de algumas pessoas negras serem consideradas “as primeiras” a ocuparem certos lugares de destaque em determinadas profissões e espaços na sociedade. A empreendedora levantou essa discussão na mesa ‘Painel Led: Educação Antirracista’, juntamente com a escritora e idealizadora da escola Maria Felipa, Bárbara Carine, e mediação da cantora e apresentadora, Larissa Luz.

Foto: Magali Moraes

Ao todo foram seis painéis, além de ativações e oficinas promovidas em parceria com a Associação dos Profissionais do Audiovisual Negro (APAN). Coordenadas pelo empresário Ad Júnior, mentorias ofereceram dicas sobre carreira e projetos direcionados exclusivamente a pessoas negras. O Festival Negritudes faz parte da Agenda ESG da Globo, conjunto de práticas voltadas para preservação do meio ambiente, responsabilidade com a sociedade e transparência empresarial. A curadoria e roteiro foi do jornalista baiano Dimas Novais e o patrocínio da Nívea.

 

 

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Cine Terreiro em Salvador estreia documentário ‘Vozes da Fé’

Ana Paula Nobre

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Vozes da Fé | Foto: Beatriz Meneses

Na próxima quarta-feira (27), às 19h, será realizada a abertura do ‘Cine Terreiro’, festival itinerante que possibilita a exibição de conteúdos audiovisuais, promovendo a valorização dos povos originários e afro-brasileiros. Durante o evento, haverá uma apresentação musical do Coral Ecumênico da Bahia (CEB), regido pelo maestro Angelo Rafael, e exibição única de estreia do documentário “Vozes da ”, que também foi contemplado no edital Salcine. Com entrada gratuita, sujeita à lotação do espaço, a mostra será no Espaço Cultural da Barroquinha – Rua do Couro, s/n, Barroquinha, em Salvador. 

O festival Cine Terreiro transita em territórios de religiões de matriz afro-brasileira e indígena (terreiros de Candomblé, Umbanda e Jurema), quilombos urbanos e Casas Espirituais Universalistas, enaltecendo e prestigiando o patrimônio imaterial, através dos espaços de preservação e memória, discussão, formação e desenvolvimento desses povos.

“A iniciativa também abre espaço para que comunidades tradicionais de matriz africana, quilombolas e escolas comunitárias se conectem com histórias e memórias interrompidas pelos processos de escravização e pelos ataques contra povos indígenas. Com o sagrado como fio condutor, o festival proporciona, por meio de suas mostras e oficinas, uma experiência intensa de conexão entre o cinema e as tradições que resistem e mantêm vivas as raízes culturais desses territórios”, destaca o coordenador geral do festival, João Paulo Diogo.

Em sua abertura oficial, o Cine Terreiro recebe a estreia do documentário “Vozes da ”, com participação do  Coral Ecumênico da Bahia (CEB), regido pelo maestro Angelo Rafael Fonseca. A obra, que tem argumento do dramaturgo Elísio Lopes Júnior e roteiro e direção da cineasta Sofia Federico, apresenta as diversas manifestações da , a partir do solo sagrado da Bahia, cidade mais mística do Brasil.

Cine Terreiro em Salvador

Imagem de oficina de audiovisual | Foto: Ismael Silva

Vozes da ” é um curta-musical documental que traz para tela as diversas manifestações da , a partir do solo sagrado da Bahia. As vozes do CEB (Coral Ecumênico da Bahia) ofertam sua arte aos seus Deuses e credos, somam-se às falas de líderes religiosos e depoimentos demonstrando que independente da escolha religiosa, acreditar e ter  são características do povo baiano. Esse filme vai expressar essa vocação através dos cantos que celebram e evocam estas manifestações religiosas, todas unidas e integradas nesta comemoração aos 10 anos do Coral Ecumênico da Bahia.

O maestro do CEB, Angelo Rafael Fonseca ressalta que “o documentário ‘Vozes da ‘ está sendo lançado para reforçar os 10 anos de história do Coral Ecumênico da Bahia (CEB) que celebramos em 2024, além de reforçar os vínculos com outras instituições e pessoas que compartilham com a gente a defesa dos direitos humanos e da interreligiosidade. Essa obra também é uma homenagem ao nosso idealizador do CEB, o pastor Djalma Rosa Torres, conhecido como Djalma Torres de Ogum que, sempre esteve à frente dessa luta pela defesa da livre expressão da ”.

Programação do Cine Terreiro

Entre os dias 13 e 19 de novembro o público poderá prestigiar a Mostra Retrospectiva Online, disponibilizada no site, com filmes que fizeram parte das edições passadas. No dia 27, pela manhã e à tarde haverá sessões para os alunos em escolas públicas do Subúrbio 360. Nos dias 28 e 29 de novembro, o Subúrbio 360 terá a exibição das três mostras competitivas do festival, chamadas Grão (Formação direcionada a realizadores iniciantes), Mar (Contemporânea direcionada a realizadores não iniciantes) e Sal (Mostra especial para filmes produzidos em Salvador). Para os vencedores dessas mostras haverá uma bonificação no valor de R$ 1000,00, além de premiação em serviços prestados e aluguel de equipamentos, cedidos em parceria pela empresa IgluLoc. Em seguida, após o Festival Presencial, o público terá a oportunidade de assistir aos filmes selecionados na Mostra Online de 30 de novembro a 12 de dezembro.

Imagem do filme “Festa de Pajés” | Foto: Divulgação

No último dia, 29 de novembro, no Subúrbio 360, teremos um evento de premiação dos filmes vencedores e homenagens à Ìyálọ̀riṣa Ìyá Márcia de Ògún, a mestra tradicional Maya Pataxó Hãhãhãe e mais outras 12 pessoas autoridades tradicionais e defensores dos direitos dos povos e comunidades matriz africana, uma iniciativa do Assessoria Cirandas com a Frente Makota Valdina, Rremas e SIOBÁ. Este evento de encerramento será dia 29 de novembro, das 18h às 20h, no Subúrbio 360, na Rua da Paz, S/N – Coutos, Salvador – BA. Acesso gratuito sujeito à lotação. Programação completa no site.

Para João Paulo Diogo, “essa homenagem é um ato simbólico de reconhecimento às lideranças espirituais e culturais que, por meio de suas práticas, mantêm vivas as raízes dos povos afro-brasileiros. As contribuições dessas lideranças garantem a preservação da cultura, da espiritualidade e da resistência das comunidades. É um tributo a quem, com sabedoria e dedicação, sustenta e perpetua os valores, tradições e ensinamentos de nossos ancestrais”.

Cine Terreiro

 A iniciativa, que nasceu em 2015, é originária do estado do Rio Grande do Norte e adota um formato itinerante, com Mostras e Oficinas em três Territórios Sagrados: Ilê Áse Torrun Gunan, Ilé Àse Kòso Àrà Tó Iná e Ilê Axé Omin Ifan Quilombo Alto do Tororó. Ainda haverá exibições e rodas de conversa na Escola Comunitária Luiza Mahin e exibição no Parque Pedra de Xangô.

Imagem de oficina de audiovisual | Foto: Divulgação

O diretor artístico do festival, Rodrigo Sena, conta que se sente muito satisfeito em dar prosseguimento a este festival, pois a exibição desses filmes “é um trabalho de resistência, que se relaciona não só com as temáticas de terreiro presentes nos filmes, mas também com o próprio fazer do festival, que vem se mantendo em seu quarto ano consecutivo, superando adversidade e chegando através dos esforços de seus colaboradores a diferentes territórios”.

Cine Terreiro 2024 é um encontro de realizadores da Bahia e do Rio Grande do Norte, representados pelo Assessorias Cirandas, Ori Audiovisual, Culturatao, Cruzeiro Filmes e Bobox Produções, contando com apoio da Iglufilmes e Tets Studio. Na edição deste ano, o projeto do Festival Cine Terreiro foi contemplado pelo edital SalCine, com recursos financeiros da Fundação Gregório de Mattos, Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, Prefeitura de Salvador e da Lei Paulo Gustavo, Ministério da Cultura e Governo Federal. Saiba mais: https://cineterreiro.com.br – https://www.instagram.com/cineterreiro/ – www.facebook.com/cineterreiro.

Serviço

O quê: Festival Cine Terreiro 2024 – Edição Salvador/BA
Quando: De 27 a 29 de novembro de 2024
Onde: Espaço Cultural da Barroquinha e Subúrbio 360, em Salvador/BA
Abertura oficial: 27 de novembro (quarta-feira), às 19h, no Espaço Cultural da Barroquinha – Rua do Couro, s/n – Barroquinha, Salvador-BA.
Acesso gratuito sujeito à lotação.
Premiação e homenagens: 29 de novembro, das 18h às 20h, no Subúrbio 360, R. da Paz, S/N – Coutos, Salvador – BA. Acesso gratuito sujeito à lotação.

 

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Novembro Negro – Governo do Estado

Jamile Menezes

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Amordivino Filmes relança marca sobre comunidade negra

Ana Paula Nobre

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Amordivino Filmes
Foto: Edgar Azevedo

A premiada cineasta Tais Amordivino, fundadora da produtora baiana Amordivino Filmes, realiza o relançamento de sua marca refletindo uma nova fase de atuação para o cenário nacional. Após quase quatro anos de trajetória marcada por um portfólio diverso e impactante, a empresa está mais conectada às suas raízes ancestrais e voltada para a construção de um cinema ainda mais inclusivo e plural. Criada em 2021, a produtora comemora o momento de consolidação, com os recentes lançamentos assinados pela CEO Tais Amordivino, cineasta e documentarista com uma carreira de 12 anos, que co-dirigiu o longa-metragem antológico ‘Insubmissas’, coprodução com Daza Filmes, exibido na première do Festival do Rio 2024, e é autora e diretora da série ‘Golaço delas – Talentos escondidos’, obra que aborda o futebol feminino na Bahia.

Com o compromisso de contar histórias de relevância artística, social e cultural, a produtora traz um olhar mais afiado para questões como a ancestralidade, a luta pela inclusão de gênero e o protagonismo das populações periféricas e negras. “Neste novo momento, quero mais do que nunca reforçar o meu compromisso com o cinema negro, potente e afetuoso, contudo, podendo falar de todas as coisas com muita sabedoria e respeito. O relançamento é uma forma de me projetar no mundo com mais intensidade e com a força do ferro do Orixá que me guia a continuar construindo narrativas poderosas e transformadoras. Amordivino Filmes é afeto e força de Ògún”, explica a diretora documentarista, Tais.

Conectando de forma mais profunda às suas origens e à força de suas referências culturais, além de sua proposta estética e técnica, a produtora é fortemente inspirada pela força do orixá Ogum – patrono das batalhas e da abertura de caminhos, o que a impulsiona a desbravar novas narrativas e territórios na indústria audiovisual. As questões de identidade e a valorização dos saberes ancestrais se tornam ainda mais centrais no discurso da empresa, que se inspira na filosofia e nos princípios dos orixás para guiar seus projetos. Entre os recentes trabalhos desenvolvidos pela produtora, destacam-se ‘Registros da Ausência’ (longa de ficção em desenvolvimento), Dilma Mendes – Futebol e Raça, Manifesto Pagodão, entre outros.

Foto: Edgar Azevedo

Sobre Tais Amordivino

Mulher preta, periférica e sapatão, a roteirista e diretora documentarista é ‘nascida e criada’ no Cabula, “o maior quilombo de Salvador”, como gosta de destacar. Entre as obras mais recentes de Tais Amordivino estão “Davi – Um Cara Comum da Bahia” (Globoplay, 2024), o longa biográfico sobre a jogadora Formiga ‘Miraildes Mota – A Lendária Formiga’ (HBO Max, 2025 – Janela do Mundo). Tais é co-realizadora do festival Itinerante de Cinemas Negros – MIMB e recentemente seu curta-metragem “A Menina que queria voar” (Ori Imagem) foi selecionado no conceituado 57º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Vale destacar que a cineasta ficou conhecida no mercado cinematográfico com o premiado documentário “Motriz” (Canal Brasil), exibido em mais de 30 festivais nacionais e internacionais, além de dez premiações.

Em desenvolvimento, ‘Manifesto Pagodão’ aborda música e identidade do pagodão baiano. Série documental inédita, explorando um dos ritmos mais representativos e efervescentes do país, apresenta um verdadeiro testemunho da força cultural da Bahia e do impacto transformador do ritmo musical. Além dessas produções, Tais já prepara novos projetos no campo da biografia e da música, que em breve serão anunciados. A cineasta se auto intitula como uma ‘Diretora Sonora’ por se preocupar excessivamente com a sonoridade dos seus filmes. “Eu sempre fui muito musical, se não fosse cineasta, seria “musgueira”, como definiu o mestre Gilberto Gil, para classificar quem trabalha com música”, finaliza.

SetAmordivino

A Amordivino Filmes se destaca por sua forma de operar, com a criação de um ambiente afetivo e cuidadoso no set de filmagens, conceito denominado SetAmordivino pela própria Tais. “Esse conceito criado por mim tem como finalidade promover um ambiente afetivo. Procuro uma relação transparente e direta com cada profissional, reconhecendo que o sucesso de um set de filmagem depende da colaboração de todos e que não é possível realizar esse trabalho sem transparência e comunicação afetiva” afirma.

A personalidade da CEO ocupa muitos espaços e promove um diferencial importante no modo como lida com sua equipe e parceiros de trabalho durante as gravações. O conceito envolve ainda a construção de um ambiente de filmagem afetuoso e colaborativo, onde todos os profissionais envolvidos são respeitados e valorizados não apenas pela técnica e talento, mas também pela energia positiva e cuidado com as relações humanas. Mais informações no Instagram: @taisamordivino | @amordivinofilmes e e-mail: amordivinofilmes@gmail.com.

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