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Teatro

(NU) Madrugada me Proteja estreia no MAFRO

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Foto: Ismael Fagundes

Durante o espetáculo instalação ‘(NU) Madrugada me Proteja’, a Cia Encruzilhadas aborda o constrangimento do racismo em três estórias que se entrelaçam. Com texto de Cuti, colaboração do elenco e Leno Sacramento, que também assina a direção, para dar vida aos personagens, pela primeira vez na Cia, o grupo foi formado através de uma audição, onde sete atores apresentam três histórias diferentes que acontecem simultaneamente, mas que tem um ponto em comum: o constrangimento.

Em cartaz no mês de agosto no Museu Afro Brasileiro UFBA (MAFRO), sempre as terças-feiras, às 19h, a peça é um convite ao debate e reflexão sobre a naturalidade do racismo que expõe os corpos até que fiquem nus. Ganhador do Prêmio Braskem de Teatro como Melhor Diretor de 2023 pelo espetáculo “A Resistência Cabocla” do Bando de Teatro Olodum, Leno Sacramento joga luz sobre episódios do cotidiano que continuam acontecendo, e reforça a ideia de que o espetáculo é um combate ou um esclarecimento pra que situações como essa não sejam normalizadas.

“É evidente o constrangimento do ser humano em ficar nu diante da sociedade. A questão com o corpo é um tabu que inibe e, muitas vezes, humilha. Esta sensação é comum ao povo preto, mesmo que as roupas não sejam tiradas. É muito constrangedora a sensação de ser observado em tempo integral. O constrangimento é uma poderosa imagem capaz de trazer empatia, mesmo por aqueles que não passam por situações como esta”, defende Leno Sacramento.

Ainda segundo ele, esse espetáculo é destinado a todos os públicos, pois se trata de um assunto ignorado por muitos, mas que se faz presente em nosso cotidiano. “A Cia Encruzilhadas adoraria estar, neste momento, fazendo uma comédia, ou abordando temáticas distintas das questões ligadas ao desrespeito ao povo preto, mas ainda não estamos nesse momento, pois há muito o que falar sobre as condições a que estamos expostos todos os dias, e por isso – não vamos parar”, destacou.

Espetáculo Instalação

Pela primeira vez nesta Cia, o espetáculo foi pensado para ser expositivo, pois tudo é para ser visto, sempre. Todas as estruturas do espetáculo, cenografia, figurino, iluminação e sonorização fazem parte de uma grande instalação cênica onde tudo é para ser lido enquanto estrutura que expõe os corpos pretos. A escolha e parceria com o MAFRO vai inaugurar uma nova perspectiva ao local, que a partir desta data vai receber projetos cênicos com temáticas ligadas à negritude.

Sobre o MAFRO

Criado em 1974, o MAFRO é aberto ao público em 1982, e funciona desde então no local onde foi criada a primeira Escola de Medicina do Brasil. Sua criação, pelo Centro de Estudos Afro-Orientais da Universidade Federal da Bahia, correspondeu aos anseios por um espaço de coleta, preservação e divulgação de acervos referentes às culturas africanas e afrobrasileiras, tendo por objetivo principal enfatizar a importância da presença africana na formação da cultura brasileira, incentivando, por outro lado, contatos com a comunidade local.

O Projeto Mais Mafro, que será inaugurado com o espetáculo (NU) Madrugada me Projeta, tem por objetivo ampliar diálogos com novos públicos, produtores culturais, através da introdução de linguagens artísticas diversas, em espetáculos, mostras e ações, em parcerias com agentes da cena preta da cidade de Salvador. Uma hora antes do início do espetáculo, o público poderá participar da atividade “Encontro com o Curador”, que possibilitará diálogo com Marcelo Cunha, diretor do Museu, que abordará questões relacionadas à criação do espaço que é formado de coleções do próprio acervo.

Cia Encruzilhadas

A Companhia de Teatro Encruzilhadas vem desde 2017 alimentando o teatro preto, baiano e nacional, com ações que envolvem a apresentação de espetáculos, oficina de teatro, resultado de oficina, lançamento de livro, estímulo a leitura, e debates sobre as perspectivas do povo preto e suas questões ligadas a sociedade.

No repertório do grupo, ao longo desses sete anos, foram construídos quatro espetáculos de repertório (En(Cruz)Ilhada, Nas Encruza, Escarro Início e D.R), um livro (Para Desgraça – Uma quarta para não esquecer), em parceria com a editora Selin Trovoar, e inúmeros debates. É uma equipe formada por sete pessoas que se revezam na construção dos projetos que já ocuparam o Teatro Vila Velha, o Galpão Wilson Melo, o Teatro Gregório de Matos e a Caixa Cultural.

Serviço
Espetáculo (NU) MADRUGADA ME PROTEJA
Local: MAFRO (MUSEU AFRO BRASILEIRO) Terreiro de Jesus, Pelourinho
Datas: 06, 13, 20, 27 de agosto (todas as terças-feiras)
Horário: 19h
Ingressos: R$30,00 (inteira) e R$15,00 (meia) adquiridos pelo Sympla

Instagram: @cia.encruzilhadas

Teatro

Espetáculo ṢE entra em cartaz no Teatro Molière dia 15 de março

Ana Paula Nobre

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Foto: Laís da Conceição

ṢE – Uma Performance Jogo de Improviso é um espetáculo de improvisação cênica que mistura teatro, dança, música e performance para explorar as múltiplas dimensões da presença. Criado e interpretado por Diego Alcantara, com trilha original ao vivo de Tiago Farias, a obra é uma leitura do processo criativo e uma crítica incisiva à cultura do entretenimento instantâneo, o consumo de narrativas rápidas e a representatividade nas mídias tradicionais. A peça fica em cartaz nos dias 15, 16, 22 e 23 de março, às 19h, no Teatro Molière – Av. Sete de Setembro, 401, Salvador.

Transitando entre afrografias, mandinga, malícia e deboche, ṢE convida o público a uma experiência sensorial e intelectual, questionando convenções, racismo estrutural e apropriação cultural. Entre a comicidade dos folguedos brasileiros e o futurismo digital, o espetáculo provoca com uma estética vibrante e subversiva – uma eletricidade, “coisa de negro”. Como um streaming vivo, traduz desejos e pulsões do público, tornando cada apresentação única e irrepetível. Uma experiência efêmera que instiga cada um a acessar sua Inteligência Ancestral (IA) e refletir sobre seu próprio lugar no mundo.

Foto: Laís da Conceição

O espetáculo ṢE estreou em uma temporada curta no Espaço Cultural da Barroquinha, em abril de 2024, e é uma expansão do exercício artístico-científico que dialoga com a pesquisa de mestrado em Artes Cênicas (PPGAC) de Diego Alcantara, estruturando metodologias da negrura.

Provoque, desafie, deseje, compre, negocie, traga uma história, cante, dance, toque, faça! Esses são os dispositivos que rompem a barreira entre palco e plateia, transformando espectadores em agentes de um jogo cênico pulsante e instantâneo. Inspirado na estética dos jogos eletrônicos de simulação e na magia dos rituais, ṢE é uma máquina do tempo vestida de teatro, impulsionando o público a uma jornada de autoconhecimento e reflexão.

 

 

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Teatro

Espetáculo “Nasceu” estreia no Teatro Martim Gonçalves

Ana Paula Nobre

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Foto: Roama

Com texto lírico, assinado por Clara Romariz, a peça “Nasceu” parte da imagem de uma serpente sendo assassinada a duras pauladas por uma mulher prenha. Com a proposta de um teatro visual, físico e extremamente poético, o espetáculo marca sua formatura no bacharelado em direção teatral da Universidade Federal da Bahia (UFBA), e fica em cartaz gratuitamente nos dias 14, 15, 16 e 21, 22, 23 de março, sempre às 19h, no Teatro Martim Gonçalves – Av. Araújo Pinho, 292, em Salvador.

“Nasceu” aborda o princípio da vida: gênese de uma ideia, de uma obra de arte, de uma diretora, de um ser-humano, de uma leoa. E aqui não se trata de “gênese” em oposição a “morte”, já que fim e início estão conectados de forma espiralar. Fim de um ciclo, início de outro. Fim de uma fruta, início de uma semente. Fim de um bicho, alimento para a terra que dará início a mais vida. Descascar da pele da cobra, uma nova configuração de serpente.

Foto: Roama

“Nasceu” trata do feminino, tema da pesquisa de Clara Romariz há alguns anos, saindo de um lugar único de compreensão deste ser-mulher, estereotipado, sempre em oposição. Santa ou puta, Eva ou Maria, a do instinto materno puro e imaculado ou a mãe que é sempre culpabilizada por tudo. Com um elenco formado pelas atrizes Amanda Cervilho, Daiane Martins e Nina Andrade e equipe majoritariamente feminina, “Nasceu” busca outras formas de mulheridade, muito mais vinculada à ancestralidade, ao lado animalesco desse dito instinto materno, um lado menos controlado por milênios de culpa cristã. Através de um texto poético e de uma encenação contemporânea, “Nasceu” questiona a representação do feminino propondo um novo olhar sobre as mulheres.

Sobre a diretora

Clara Romariz é diretora, atriz e dramaturga, formada pela universidade livre do teatro vila velha, trabalhou no Vila por cinco anos tendo participado de diversos espetáculos, ora como atriz, ora como assistente de direção. Depois de sair do Vila, Clara entra em direção teatral na UFBA, tendo se aprofundado mais na dramaturgia e na direção. Escreveu diversos espetáculos como Gatunas, Do fundo ao fôlego – ecos de mulheres, Abismo, Rominho e Marieta, passeando por gêneros diversos, sem perder sua linguagem lírica e seu tema de pesquisa, o universo do feminino. Dirigiu Ifigênia Agamemnon Electra, Sonata, Varal (seu solo) e Do fundo ao fôlego – ecos de mulheres (sua pré-formatura em direção).

Serviço

O quê: Espetáculo “Nasceu”

Estreia: Dia 14 de março (sexta)

Temporada: Dias 15, 16, 21, 22 e 23 de março de 2025 (sexta a domingo)

Horário: Às 19h

Onde: Teatro Martim Gonçalves – Av. Araújo Pinho, 292, Salvador-BA

Entrada gratuita (retirada 1h antes de cada sessão na bilheteria do Teatro)

 

 

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Teatro

CTO da Bahia será lançado nesta sexta-feira (14) em Salvador

Ana Paula Nobre

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Foto: Diney Araújo

O Centro de Formação e Produção em/de Teatro do Oprimido da Bahia (CTO da Bahia) será lançado nesta sexta-feira (14), às 18h, no Espaço da Resistência Marielle Marighella – Rua João Gomes, 43 – Rio Vermelho, em Salvador. Na ocasião, será apresentada a sessão da peça ‘O Pregador – Teatro Fórum Antirracista’ da Cia de Teatro da Universidade Federal da Bahia (UFBA), GESTO e PELE NEGRA – Escola de Teatros Pretos.

O mote deste lançamento são os 50 anos de publicação da obra “Teatro do Oprimido e Outras Poéticas Políticas”, em 1975, no Brasil, um dos livros mais importantes do dramaturgo brasileiro Augusto Boal e um marco na história do teatro mundial. A obra apresenta uma reflexão profunda sobre o papel político do teatro na sociedade ocidental, propondo uma nova poética – fortemente influenciada pela Pedagogia do Oprimido de Paulo Freire -, em que o público deixa de ser apenas espectador e passa a ser espect-ator, participando como produtor na re-construção da cena.

Foto: Diney Araújo

Ao longo dos dias 14,15 e 16; 21 e 22, ocorrerão oficinas de Teatro do Oprimido e sessões do ‘O Pregador’. Dia 16 de março é o Dia Municipal e Nacional do Teatro do Oprimido, data em que Augusto Boal nasceu. Em todo o Brasil e em vários países do mundo ocorrem eventos que celebram este fato. A coordenação do CTO da Bahia é formada por Taiana Lemos (coordenação de formação); Carlos Matias (articulador institucional); Fabíola Simmel (coordenação de produção); Luana Csermak (coordenação pedagógica) e Licko Turle (coordenação artística). Mais informações no e-mail: ctodabahia@gmail.com | (71) 98695-3003 | @ctodabahia.

 

 

 

 

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