Dança
“Ancestralidade em Movimento” faz temporada na Sala do Coro
“Ancestralidade em Movimento”, espetáculo do Grupo de Dança Contemporânea da Universidade Federal da Bahia (UFBA), com direção e concepção da professora e coreógrafa, Edileuza Santos, entra em cartaz nos dias 20, 21, 22 e 23 de agosto, às 20h, na Sala do Coro do Teatro Castro Alves (TCA), em Salvador. Tendo como ponto de partida a pesquisa “Corpo Tambor: Um Novo Olhar da Dança de Expressão Negra”, metodologia em dança fruto de vivências e experiências ao longo dos anos da diretora, seus referenciais são as culturas de matrizes estéticas negro-africanas na Bahia e a religião do Candomblé. Os ingressos podem ser adquiridos na plataforma Sympla ou na bilheteria.
Em cena, uma coreografia espiralar, composta por fragmentos de memórias amálgamas como pedras ancestrais de um amanhã. Sete intérpretes colocam em encruzilhada/palco as sonoridades expressivas de seus corpos, vindas em Diáspora. “Ancestralidade em Movimento” conjuga o passado com o presente e a reflexão sobre o futuro, em um diálogo entre a tradição e a contemporaneidade com a dança, música, história, imagem e poesia.
Brenda Falcão, Cauã Borges, Isla Haiala, Joseh Jara, Maiane Mendes, Monalisa Azevedo e Uiliane Monteiro nos levam a caminhar no tempo, a mergulhar nas águas yabás das memórias, para nos reconhecer e resistir. A trilha sonora, que tem direção e produção de Gilberto Santiago, foi especialmente composta pelas mãos potentes de músicos-performers percussionistas – Lucas de Gal, Caroline Mota, ngelo Santiago e convidado Léo Jesus.
“É um espetáculo ritualístico dentro do universo holístico em que tudo gira em torno do cosmo que é o sentido do àse, onde o movimento do círculo representa a criação e a recriação de vida. São representações imagéticas onde se concentra o àse da nossa existência”, descreve a coreógrafa.
“Dançar é performar, inscrever. (…) Nas culturas predominantemente orais e vivenciais, como as africanas e as indígenas, o corpo é, por excelência, local e ambiente da memória”, concebe a dramaturga, poeta e ensaísta carioca – residente em Belo Horizonte, Leda Maria Martins. Edileuza Santos comenta que a obra é consequência de um processo criativo colaborativo, em que cada intérprete se conecta com o corpo ancestral e suas poéticas que formam as suas identidades.
Uma musicalidade espiralar, que traz os sons dos couros em soma com sintetizadores e cordas eletrônicas da contemporaneidade, a partir dos corpos em movimento dos intérpretes. O diretor musical Gilberto Santiago, também músico da obra, diz que todo o processo criativo se deu através de uma imersão sensorial, onde sempre havia uma carga emocional importante, acompanhando com o olhar, aos movimentos da dança.
“O deixar- se levar pelos gestos e expressões dos dançarinos, pela condução falada da coreógrafa, pelos pontos enfatizados por ela, bem como pela constante presença de um cantar ritmado, com o qual ela conduzia as aulas e muitas vezes, gestos da cena. O uso por parte dela, de expressões vibrantes e metáforas em representação aos movimentos e cenas, também alimentou a criatividade e imaginação musical”, conta o músico.
SOBRE O GRUPO
O GDC – Grupo de Dança Contemporânea da UFBA é um programa permanente da Escola de Dança, que surgiu em 1965, pelas mãos de professores e alunos, dentre eles Rolf Geleweski e Clyde Morgan. O referido grupo funciona como um espaço pedagógico complementar na formação dos alunos de graduação e conta com o apoio institucional da Pró Reitoria de Extensão. Vale pontuar que, atualmente, a Escola de Dança da UFBA é dirigida pelo coreógrafo e professor Antrifo Sanches e Gilsamara Moura.
Antrifo Sanches comenta que o espetáculo do Grupo de Dança Contemporânea (GDC) “fala de Áfricas e ancestralidades para reconhecermos nossa Bahia preta, impelindo à Dança Contemporânea um espaço onde artistas interpretam e reinterpretam a noção de passado, presente e futuro, promovendo uma compreensão dinâmica de identidades culturais. Falar de ancestralidade africana no GDC é repensar estereótipos da Dança Contemporânea e também celebrar a diversidade e a riqueza das histórias humanas”.
Serviço
O quê: “Ancestralidade em Movimento”, espetáculo do Grupo de Dança Contemporânea da UFBA
Quando: 20, 21, 22 e 23 de agosto (terça a sexta-feira), às 20h
Onde: Sala do Coro do Teatro Castro Alves (Campo Grande)
Ingressos – R$20 (inteira) e R$ 10 (meia), disponíveis com compra na plataforma Sympla e na bilheteria do teatro
Mais informações – perfil Instagram @ancestralidade_emmovimento
Dança
Bailarina Maju Passos apresenta solo “Dona de Si” na Alemanha
A performer e bailarina baiana, Maju Passos, apresentou o espetáculo de dança “Dona de Si”, nos dias 31 de agosto e 01 de setembro, em Berlim, na Alemanha, dentro da programação do festival internacional de arte site-specific ONSITE, no Museum Kesselhaus Herzberge. A obra é um solo para se reconhecer e se permitir ser inteira.
As apresentações integram a Residência Artística Interdisciplinar do Festival, em que 20 artistas de diferentes nacionalidades, entre eles Maju Passos, desenvolvem trabalhos interativos em colaborações transdisciplinares. Vale pontuar que, o Museum Kesselhaus Herzberge já abrigou um dos mais importantes complexos hospitalares e psiquiátricos alemão, inaugurado no final do século XIX. Hoje, reformado, se tornou um complexo para exposições e outras apresentações artísticas.
“Uma das coisas mais interessantes dessa residência no ONSITE é que ela nos provoca reverberar esse intercâmbio em nossas pesquisas e obras. As trocas têm sido bem potentes e tenho sentido os atravessamentos no meu corpo de mulher negra, mãe solo e brasileira, nesse solo estrangeiro e isso, com certeza, irá reverberar no estágio corporal da minha performance. Mas, Dona de Si é também sobre esse estágio de metamorfose, é sobre me questionar dentro desse complexo”, ressalta Maju Passos.
“Dona de Si” faz parte da pesquisa de mestrado da artista, no Programa de Pós-Graduação em Dança da UFBA (PRODAN), que aponta a maternidade como dispositivo de criação e identifica a dança quanto uma tecnologia ancestral de conexão com o próprio corpo, com a própria história.
Bufalá
Com direção artística de Edileuza Santos e assistência de Sueli Ramos, “Dona de Si” tem como inspiração o itan “Oyá transforma-se em Búfalo” do livro “Mitologia dos Orixás”, do autor Reginaldo Prandi, e o livro “Tornar-se negra”, de Neusa Santos Souza, e dança o caminho de poderamento percorrido por Maju Passos após a maternidade para reconhecer-se.
No itan citado acima, Iansã deixa a sua pele de búfalo escondida para passear como mulher, ao voltar não a encontra e se sente perdida. Neste momento, encontra Ogum, que jura amor e promete cuidado. Eles casaram. Mas, o que Matamba não sabia era que Nkosi tinha a pele dela na mão. Vale lembrar que, a pele é o nosso maior órgão, nele toda a nossa vivência é registrada.
Maju complementa que socialmente a “nossa pele de búfala geralmente está sob a custódia de quem deveria nos proteger, de quem nos promete amor. Se eu pego de volta o que é meu, não compactuo mais ao que está estabelecido para a manutenção de uma ‘ordem social’ que não tem espaço para a mulher que sou”.
Trajetória
Importante pontuar que, as primeiras células performativas de “Dona de Si” foram criadas e apresentadas dentro do próprio festival “ONSITE”, através de residência artística ocorrida em 2023. Na ocasião, a performance apresentada foi intitulada “Owner of Herself” e ocorreu dentro do Brucke-Museum. Agora, as células já ganharam corpo em estado constante de metamorfose.
A obra é também um espetáculo continuidade de uma série de montagens produzidas desde em 2019, como “Donna”, um solo que coloca o corpo no limite a fim de responder de onde vem sua dor; “À Vista”, performance solo para eternizar o amor no corpo; “Funda” (2020/2021), um experimento de olhar e buscar, voltar para pegar o esquecido, abandonado ou roubado; o filme “Evocar” (2021), um convite para evocarmos nossos desejos de dentro; e “Passos” (2022), vídeo performance sobre uma mulher que busca na natureza um lugar de conexão para se libertar.
Dança
Iara Cassano oferece aulas de samba no pé em Salvador
A dançarina e coreógrafa, Iara Cassano, passista do Salgueiro, traz à Salvador, pela primeira vez, o projeto de intercâmbio cultural AfroConexão Rio X Salvador, promovendo trocas de aprendizados entre as culturas afro-carioca e afro-baiana. A programação acontece na Casa de Cultura SoMovimento, com aulas de samba no pé “Vem Sambá Iaiá”, de quinta (29) a sábado (31). Além disso, ela apresentará um fragmento de seu espetáculo solo “Em Gira: Ela Encruzilhada”, a qual intitula “Encruzilhada: A Passista”, nos sábados 24 e 31, no evento ArtEmCena. Iara também participará das diversas atividades e aulas oferecidas pela casa.
O projeto de aulas de samba no pé “Vem Sambá Iaiá” iniciou em 2020, realizou turnês por cidades da França, Alemanha, Itália e Cabo Verde. Atualmente, reside no Centro Cultural Fundição Progresso na Lapa, no Rio de Janeiro, e já recebeu mais de 600 alunas. Agora em Salvador, as aulas serão gratuitas para moradores; é solicitado apenas a contribuição de algum material para a manutenção da limpeza da Casa. Para pessoas de fora, R$100 (curso completo), R$50 (apenas uma aula). As aulas são destinadas tanto para quem já tem experiência quanto para iniciantes.
“Vem Sambá Iaiá” propõe uma experiência de autoconhecimento através da conexão com a ancestralidade do samba, a partir de uma metodologia própria. “Nas aulas compartilho minhas vivências nas encruzilhadas do samba, desde as rodas de samba do quintal da minha avó, passando por jongos e terreiros guiados por malandros e pombagiras, até chegar ao universo do carnaval das escolas de samba”, explica Iara.
O projeto Casa de Cultura SoMovimento, idealizado e produzido por seus diretores e fundadores, Nei Sacramento e Vera Passos, tem acolhido, ao longo de seus cinco anos, grandes artistas da dança e da música, criando um espaço de trocas culturais e artísticas. Vera Passos, diretora do projeto, destaca a importância da chegada da artista carioca: “Com Iara Cassano, teremos mais um momento para mergulhar em nossas histórias, nutridas pelas ancestrais. Será uma troca de saberes, um fortalecimento da comunidade e uma oportunidade de compartilhar conhecimentos herdados da família. Ela traz uma trajetória dançante profundamente enraizada nas práticas de seu pai desde a infância. Sua colaboração será fundamental para os processos de formação continuada e diversificada que a Casa de Cultura SoMovimento se compromete a oferecer como missão.”
Durante sua estadia, Iara também apresentará um fragmento de seu espetáculo “Em Gira: Ela Encruzilhada”, que já circulou pelo Rio de Janeiro, Turquia, França e Cabo Verde. A performance questiona padrões impostos pelo sistema racista e patriarcal acerca do corpo afro-carioca da passista, a partir da combativa desobediência da Pombagira. Além de discutir o samba através de Exú, com um corpo que vibra as potências da imprevisibilidade e se faz estratégia de resistência e sabedoria ancestral, como nos ensina a poética das encruzilhadas. “Através de mitologias pessoais, compartilho as buscas por caminhos (encruzilhadas)”, conta a passista.
Ela também participará das atividades oferecidas pela Casa de Cultura SoMovimento, como ‘Diálogos em Corpo Terreiro – Orixá’ com Vera Passos, ‘Danças de Bloco Afro’ com a Rainha Vânia Oliveira e ‘Dança de Reis e Rainhas de Blocos Afro’ com Gisele Soares, enriquecendo sua própria pesquisa e prática artística. “As culturas afro-cariocas e afro-baianas têm uma profunda conexão e essa vivência contribuirá para um entendimento mais completo da nossa ancestralidade e história”, destaca.
Nascida em uma família de sambistas de Guadalupe, Iara Cassano traz desde a infância corporeidades sincopadas nas brincadeiras de improvisos nas rodas de samba no quintal da Vovó Eminha. Em busca por caminhos que honrem sua ancestralidade, em 2008 decide voltar sua pesquisa artística para as diferentes manifestações da cultura afro-carioca, como Samba de Gafieira, o Jongo, Samba no Pé e o carnaval de rua e da avenida. É artista em multilinguagens, Bacharela em Dança pela UFRJ, atualmente integra a premiada ala de passista G.R.E.S. Acadêmicos do Salgueiro, é coreografa no Bloco Amigos da Onça, Dançarina do Cantor Diogo Nogueira, cantora e compositora na Banda Flor de Manacá.
O intercâmbio cultural faz parte do projeto AfroConexão Rio X Salvador, idealizado pela dançarina Iara Cassano, selecionado pela Fundação Palmares para a Bolsa Mobilidade Cultural Afro-Brasileira.
SERVIÇO:
AULAS DE SAMBA NO PÉ
Data: 29 a 31 de Agosto
Local: Casa de Cultura SoMovimento
Endereço: Rua Democrata, 21, Dois de Julho
Horários:
Quinta-feira de 16h30 às 18h00
Sexta-feira de 18h30 à 20h30
Sábado de 10h às 11h30
Valores para pessoas que não são de Salvador:
R$100,00 – Curso completo (3 aulas)
R$50,00 – Uma aula avulsa
APRESENTAÇÃO “ENCRUZILHADA: A PASSISTA”
Data: 24 e 31 (aos sábados)
Horário: Sempre às 20h
Local: Casa de Cultura SoMovimento
Mais informações:
21 996329297
Dança
Escola de Dança da UFBA ministra cursos livres de K-pop e Dancehall
Estão abertas as inscrições para os Cursos Livres de Extensão de K-Pop Dance e Dancehall, na Escola de Dança da Universidade Federal da Bahia (UFBA). As técnicas estão em grande ascensão em Salvador e no Brasil. As formações ocorrem de agosto a novembro de 2024 e os interessados podem se inscrever durante esse período, podendo assistir aulas avulsas ou pagar por todo o curso através de formulário virtual no link.
Os cursos de extensão em dança são voltados ao público interno e externo da UFBA. Ao todo, estão sendo ofertadas 13 modalidades e os cursos serão ministrados por estudantes da graduação da Escola de Dança da UFBA. São eles: K-Pop Dance, Dancehall, Dança para Todos, Dança Contemporânea, Dança Moderna, Mexendo Pelve, Zumba, Pagode Baiano, Balé para Criança, Balé para Iniciante, Dança Afro-brasileira, Preparação Corporal e Vida Mais Flex.
Os cursos são pagos, com exceção do curso “Dança para Todos”, que é gratuito. O valor da mensalidade é de R$100,00 (cem reais). O projeto conta com pacotes promocionais: Bimestral R$180,00 (cento e oitenta reais) e Trimestral R$260,00 (duzentos e sessenta reais). Se a pessoa interessada não puder participar de todo o processo dos cursos, pode optar por fazer aulas avulsas e o valor é de R$ 40,00 (quarenta reais). O pagamento deve ser feito apenas pelo Banco do Brasil.
Confira abaixo, os horários e professores dos cursos de extensão 2024.2:
K-pop dance – Quarta e Sexta- Das 14h30 às 15h30 – Prof.ª Luana Sanches.
Dancehall – Sábado – Das 13h30 às 15h30 – Dricca Bispo.
Dança para Todos (gratuito) – Terça e Quinta – Das 9h às 11h – Prof.ª Tânia Bispo.
Dança Contemporânea – Sábado – Das 13h às 15h – Prof. Jonatas de Matos.
Dança Contemporânea – Quarta e Sexta – Das 14h às 15h – Prof. Keven Almeida.
Dança Moderna – Sábado – Das 9h30 às 11h30 – Prof. Igor Vogada.
Mexendo Pelve – Quartas-feiras – Das 16h às 18h – Brisa Òkun.
Zumba – Sábado – Das 9h30 às 11h30 – Prof. Loiziano Oliveira.
Zumba – Quinta-feira – Das 18h30 às 20h30 – Prof.ª Raquel Souza.
Pagode Baiano – Segunda – Das 14h às 16h – Prof.ª Amanda dos Santos Alves.
Swing Baiano – Quarta e Sexta – Das 15h às 16h – Prof.ª . Malu Andrade.
Balé para Criança – Segunda e sexta – Das 14h às 15h – Prof.ª Alice Coutinho.
Balé para Iniciante – Segunda e Quarta – Das 18h30 às 19h30 Prof. Eberth Vinícius.
Dança Afro-brasileira – Quarta e Sexta – Das 18h30 às 19h30 – Prof. Ton Eplars.
Conversas para Dançar – Sábado – Das 9h30 às 11h30 – Monalisa Azevedo.
Vida Mais Flex – Segunda-feira – Das 18h às 20h – Prof.ª Maiane Mendes.
Em caso de dúvidas, os (as) interessados (as) podem encaminhar mensagem para o endereço de e-mail coordnatex@gmail.com ou através do perfil no Instagram da Escola de Dança da UFBA (@dancaufba).