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Políticas

Observatório da Economia Criativa celebra 10 anos no Enecult

Ana Paula Nobre

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Observatório da Economia Criativa
Foto: Rafael Martins

O Observatório da Economia Criativa da Bahia chega aos 10 anos com um posicionamento ampliado em nova marca: ainda que estabelecido em terras baianas, retira o estado do nome por conta do alcance nacional da sua atuação e relevância. Criado em 2014 através de um projeto da Secretaria de Economia Criativa do Ministério da Cultura (MinC) em parceria com universidades federais do Brasil, possui oito pesquisas concluídas nesta década e três em andamento. Esta história será celebrada na sexta-feira, 23 de agosto, a partir das 14h, no encontro “OBEC 10 anos: contribuições para a Economia Criativa no Brasil”, no auditório do Pavilhão de Aulas Glauber Rocha (PAF III) da Universidade Federal da Bahia (UFBA), dentro da programação do XX ENECULT – Encontro de Estudos Multidisciplinares em Cultura.

O Observatório da Economia Criativa (OBEC) tem sido referência na produção de informações e indicadores sobre os diversos setores criativos para subsidiar o desenvolvimento de políticas públicas no país. O evento contará com duas mesas: na primeira, Daniele Canedo, coordenadora do OBEC, receberá Carlos Paiva, assessor especial do MinC e ex-membro do OBEC; Cláudia Leitão, futura secretária da Economia Criativa no MinC; Maria Marighella, presidenta da Fundação Nacional de Artes (Funarte); e Marielle Gonçalves, coordenadora de Museologia Social e Educação do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram).

Depois, pesquisadoras e pesquisadores do OBEC vão apresentar resumos das pesquisas do OBEC. Na lista de trabalhos concluídos, estão: “Impactos da Covid-19 na Economia Criativa”, “Impactos da Covid-19 nos festejos juninos da Bahia”, “Audiovisual Baiano em Rede”, “Avaliação de resultados do edital Emília Biancardi voltado aos festejos juninos”, “Capoeira de Salvador: economia criativa e gestão cultural”, “PEMBrasil – Pesquisa nacional de práticas educativas dos museus brasileiros”, “Panorama nacional da Lei Aldir Blanc” e “LAB nos Estados e Municípios: pesquisa nacional de implementação e resultados da Lei Aldir Blanc”. Entre as pesquisas em processo, estão: “Painel do Fomento à Cultura”, com primeiro boletim já publicado; “Fomento às Artes no Brasil”, em parceria com a Funarte; e “Economia do Patrimônio e Sustentabilidade”, em parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Além das pesquisas, o OBEC tem atuado consistentemente na qualificação e incentivo a profissionais de pesquisa do campo, através de cursos, debates e variados encontros públicos. Também assina a realização de eventos de mobilização e formulação de políticas para a economia criativa, como o Encontro Nacional de Educação Museal (Emuse), em parceria com o Ibram, que ocorreu na cidade de Cachoeira em julho de 2023, e o Seminário Nacional Uma Lei para a Economia Criativa Brasileira, em parceria com a Frente Parlamentar Mista da Economia Criativa (FECriativa), em agosto de 2024.

O OBEC é um grupo de pesquisa interinstitucional que reúne docentes e discentes da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), da Universidade Federal da Bahia (UFBA), da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), além de pesquisadores independentes e de outras instituições, públicas e privadas, para a promoção de atividades de ensino, pesquisa e extensão no campo da economia criativa. Os membros atuam em diversas áreas de conhecimento: artes, comunicação, economia, administração, estatística, gestão e produção cultural, entre outras. Sua sede é instalada no Instituto de Humanidades, Artes e Ciências da Universidade Federal da Bahia (IHAC/UFBA). 

OBEC 10 anos: contribuições para a Economia Criativa no Brasil

Dentro da programação do XX ENECULT

Quando: 23 de agosto de 2024 (sexta-feira), 14h às 18h30

Onde: Auditório do Pavilhão de Aulas Glauber Rocha (PAF III) – Campus Universitário de Ondina da Universidade Federal da Bahia (UFBA)

Quanto: Gratuito | Aberto ao público

obec.ufba.br

www.instagram.com/obecbahia

www.youtube.com/@obecbahia

Políticas

Escola Afro-brasileira Maria Felipa realiza campanha “Adote Um Educande”

Ana Paula Nobre

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Foto: Divulgação

A Escola Afro-brasileira Maria Felipa, referência na educação antirracista, realiza a ação de responsabilidade social “Adote um Educande”, projeto permanente que busca mobilizar a todo e qualquer cidadão para doação de valores para a manutenção de bolsas estudantis. Atualmente, cerca de 30 crianças pretas e indígenas são atendidas pelos editais de bolsas estudantis. Para o ano letivo de 2025, foram selecionadas mais seis crianças. A Escola tem buscado desde o primeiro ano da sua existência, em 2019, oportunizar um ensino emancipador para crianças negras e/ou indígenas em situação de vulnerabilidade social.

As contribuições não só custeiam a mensalidade, mas permite a manutenção destas crianças na Instituição ao oferecer kits pedagógicos, materiais didáticos, atividades oferecidas extra classe gratuitas, passeios e acolhimento psicológico. O projeto é uma ação de responsabilidade social que precisa da colaboração de todas as pessoas para garantir uma educação ancestral, que valoriza as culturas afro-brasileiras e indígenas. As contribuições podem ser feitas mensalmente, através do site da campanha, a partir de R$5 (cinco reais), por meio de cartão de crédito ou débito, PIX e transferências bancárias.

“É importante pontuar que, os corpos pretos e famílias negras tem a humanidade destituída ao vivenciar uma educação eurocêntrica nos espaços escolares. Por isso, oferecemos uma educação emancipadora. Queremos que todas as crianças que estudam aqui cresçam afirmando a coroa que carregam em suas cabeças”, destaca Bárbara Carine.

Através do Adote Um Educande, a Escola Afro-brasileira Maria Felipa pretende ser instrumento transformador na memória de nossas crianças, ao oferecer uma educação afroreferenciada, trilíngue (português, libras e inglês) e com um corpo docente diverso. Uma ação que busca atingir a família como um todo, acolhendo-as e transformando-as na trajetória das crianças contempladas, ao trabalhar a identidade em comunidade.

“Somos uma instituição privada e nossa mensalidade acaba atingindo grupos sociais privilegiados. Para alcançarmos crianças pretas e indígenas, moradoras de bairros periféricos e desassistidas de políticas públicas de Educação do Estado, desenvolve-se o Adote um Educande. Mas, para que isso tenha uma amplitude maior, precisamos que a sociedade se mobilize junto conosco”, pontua Maju Passos, ao acrescentar que o “Adote um Educande” é um projeto que tem por finalidade a equidade social.

Foto: Divulgação

A Escola

Localizada em Salvador, na Rua Comendador José Alves Ferreira, no bairro do Garcia, a Escola Afro-brasileira Maria Felipa foi criada em 2017 pela Bárbara Carine – mulher preta cis, escritora afrodiaspórica, militante e doutora em ensino, filosofia e história das ciências -, no processo de adoção de sua filha Iana, uma criança negra. Buscava uma metodologia de ensino antirracista, afroafetiva e que valoriza as culturas africanas e indígenas. Não achou, criou a Maria Felipa.

Atualmente, a Instituição em Salvador tem a empresária Maju Passos como sócia e, em 2025, terá uma nova unidade na cidade do Rio de Janeiro, em que se soma ao quadro de sócias, a atriz Leandra Leal. A Escola é um projeto que transforma sonho em realidade e constroi uma nova página na história do país ao oferecer às nossas crianças um espaço escolar que resgata os conhecimentos ancestrais combatendo o eurocentrismo e a colonialidade do ser, do poder e do saber, inovando a educação com uma metodologia decolonial e afrocentrada.

Ao se comprometer com a valorização da herança africana e indígena na sociedade brasileira, a Escola Afro-brasileira Maria Felipa se enquadra nas leis 10.639/2003 e 11.645/2008, que torna obrigatório o Ensino das histórias e culturas afro-indígenas. “Diretamente, estamos nos comprometendo a combater um problema social, que é o racismo. A Maria Felipa é uma escola para todes – crianças pretas, indígenas, brancas, entre outras. Abraçamos a diversidade dos corpos”, descreve Passos. É Ubuntu. “Eu sou porque nós somos”. É a partir desta filosofia de origem africana que trazemos a percepção de que nos humanizamos por meio da conexão e relação com o outro.

Servidores

Através da Secretaria Municipal de Gestão (SEMGE), a Maria Felipa também está disponibilizando de bolsas de estudos para os filhos e outros dependentes de servidores/empregados públicos, no valor de 15%. A parceria, que ocorre através do Programa de Bolsas Estudantis (PBE), da Prefeitura de Salvador, irá possibilitar aos pais descontos em todas as mensalidades. Para este processo, os servidores já podem consultar o edital de matrículas a ser disponibilizado pela SEMGE no link.

A Escola Afro-brasileira Maria Felipa já está com as matrículas abertas para o ano letivo de 2025, para todas as turmas de ensino infantil e fundamental. Cada turma é nomeada por um reino/império africano que norteará os estudos dos grupos, sendo eles, Império Inca (G2 – 02 anos), Reino Daomé (G3 – 03 anos ), Império Maia (G4 – 04 anos), Império Ashanti (G5 – 05 anos) e Reino de Mali (1° ano fundamental), entre outras.

Dentro da sua metodologia, a Escola desenvolve uma série de outras atividades didática-pedagógicas afroreferenciadas, como “Afrotech – Feira de Ciência Africana e Afrodiáspórica”, “Mariscada – Mostra artístico-cultural decolonial”, “Formatura no Quilombo”, “Decolônia de Férias” (ações durante o período de férias escolares), “Festival artístico educacional Avante Maria Felipa” e alguns outros.

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Artes

Celebração do Novembro Negro acontece na Concha Acústica

Jamile Menezes

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Novembro Negro

O Governo da Bahia, através da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial e dos Povos e Comunidades Tradicionais (Sepromi), realiza no dia 26 de novembro (terça-feira), na Concha Acústica do Teatro Castro Alves, o Ato de Celebração do Novembro Negro Bahia.

Entre as atrações que se apresentam no ato estão a banda Didá, com sua batida marcante e protagonismo feminino e sua eterna homenagem ao mestre Neguinho do Samba; os Filhos de Gandhy, tapete branco da paz com seu ijexá; o cantor Dão e sua ginga black da Bahia; o pagodão contemporâneo da banda de Camaçari Afrocidade e o toque vibrante dos tambores ancestrais do Bloco Afro Olodum.

Além da música, o teatro vai trazer emoção e beleza O Bando de Teatro Olodum, um dos mais importantes grupo de teatro negro do país vai trazer uma performance trazendo reflexões sobre o povo negro da Bahia. Já Sulivã Bispo chega com sua personagem Koanza com misto de irreverência e força.

“Neste primeiro Novembro Negro com o dia 20 de novembro como feriado nacional, trouxe ainda mais força e visibilidade para a agenda antirracista na Bahia, estado de grande importante para estas lutas. Depois de abrir o mês com importantes conquistas como a regulamentação da Lei Moa do Katendê que salvaguarda a Capoeira e institui seu ensino nas escolas da rede pública estadual, do lançamento do Programa Capoeira nas Escolas, do envio à Assembleia do PL que cria a Delegacia Especializada na repressão aos crimes de racismo e intolerância religiosa, do sucesso do Festival Movaê que reuniu o melhor do empreendedorismo negro, inovação e economia criativa, celebramos com este grande ato a potência da contribuição negra nas artes e cultura. Tenho certeza que será mais um grande momento da celebração deste Novembro Negro de lutas e conquistas”, disse a Secretária Ângela Guimarães.

O Ato cultural é gratuito e o ingresso poderá ser adquirido no Sympla.

SERVIÇO
O quê: Ato de Celebração do Novembro Negro na Bahia com Didá, Filhos de Gandhy, Koanza, Dão, Bando de Teatro Olodum, Afrocidade e Olodum
Quando: 26 de novembro de 2024 (terça-feira), às 18h
Onde: Concha Acústica do Teatro Castro Alves (Praça Dois de Julho, s/n – Campo Grande, Salvador – BA)
Ingressos: Gratuito, através do Sympla – https://www.sympla.com.br/ato-de-celebracao—novembro-negro-2024__2745139

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Políticas

Carla Akotirene analisa impacto do sexismo institucionalizado

Ana Paula Nobre

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Carla Akotirene
Foto: Divulgação

Carla Akotirene, doutora em Estudos Feministas, analisa no videocast Substantivo Feminino o impacto do sexismo institucionalizado na exclusão de mulheres negras da política. Em sua fala, ela aborda como raça e gênero influenciam a violência de gênero e o acesso das mulheres aos espaços de poder. Neste episódio, participaram da conversa Raquel Branquinho, jurista e procuradora regional da República e a mediadora do videocast, Ana Fontes, empreendedora social e fundadora da Rede Mulher Empreendedora.

As convidadas compartilharam suas perspectivas sobre a necessidade de amplificar o debate em torno da violência de gênero no ambiente político e os desafios da implementação da Lei 14.192/2021, que visa combater a forma de opressão contra mulheres no cenário político. A lei, sancionada em 4 de agosto de 2021, é um marco na legislação brasileira, criando normas para prevenir e reprimir atos de discriminação e violência durante as eleições, no exercício de direitos políticos e em funções públicas.

Carla Akotirene abriu o debate ao explicar o gênero como marcador social é fundamental para entender as raízes da violência contra as mulheres, ressaltando que essa visão reverbera no chamado “sexismo institucionalizado”, que reflete nas normas e comportamentos que limitam a atuação das mulheres no cenário público. Pontuou ainda a dificuldade enfrentada por mulheres para ocupar espaços de poder e exercer seus direitos de forma plena.

“O racismo e o sexismo andam de mãos dadas. As mulheres são retiradas do cenário político, e isso se agrava quando outros marcadores sociais, como idade e raça, entram em jogo”, completou Carla.

Ana Fontes trouxe dados sobre a Lei 14.192/2021, que criminaliza a violência política de gênero. Para ela, é essencial entender conceitos como gênero e sexismo para compreender as raízes do problema. “É fundamental resgatar as informações e os dados, porque, muitas vezes, o que ouvimos, especialmente nas redes sociais, é equivocado. A lei de 2021 é um marco, pois trouxe instrumentos para combater a violência, tanto durante campanhas eleitorais quanto contra mulheres eleitas”, explicou Ana.

As eleições de 2022 foram as primeiras realizadas sob a vigência da nova legislação. No entanto, Raquel Branquinho, destacou que a aprovação da lei foi um processo demorado. “O Brasil vive em uma sociedade patriarcal, onde o espaço público sempre foi difícil de ser ocupado pelas mulheres. Embora as mulheres sustentem suas famílias e contribuam enormemente para o PIB, são excluídas dos espaços de poder”, afirmou Raquel.

Ela destacou a importância da pressão internacional para a criação da legislação, mencionando que o Brasil é signatário de tratados internacionais de proteção às mulheres, ela contribuiu: “Tivemos um movimento de fora para dentro e um trabalho muito bem feito da bancada feminina no parlamento, que conseguiu a aprovação da lei”, comentou a procuradora, ressaltando que o país ocupa posições baixas em índices de representatividade feminina nos parlamentos municipais, estaduais e federais.

Outro ponto levantado durante no videocast foi o desafio de tornar a lei amplamente conhecida, tanto entre as mulheres quanto na sociedade em geral. Raquel frisou que, embora a legislação seja eficiente para seu propósito, ainda há muito a ser feito para sua aplicação plena. “Vivemos um momento de tentativas de retrocesso, por isso é tão importante defender a legislação. Ela não é perfeita e precisa de melhorias, mas é um passo crucial”, alertou.

A comparação com a Lei Maria da Penha também surgiu, destacando a necessidade de transformar a Lei 14.192 em um referencial conhecido e exigido pela sociedade, como foi feito com a lei de combate à violência doméstica. As convidadas ressaltaram que a luta pela efetivação da legislação é contínua e depende de ações que garantam a equidade de gênero no ambiente político.

O videocast Substantivo Feminino, é uma iniciativa do YouTube Brasil em parceria com a Rede Mulher Empreendedora (RME), Gênero e Número, Internet Lab e Casé Fala, e produção da Dia Estúdio.

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