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Literatura

4ª Festa Literária Arte e Identidade acontece no Pelourinho

Ana Paula Nobre

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4ª Festa Arte e Identidade
Ananda Santana - Foto: Divulgação

Nos dias 19, 20 e 21 de setembro, acontece a Festa Literária Arte e Identidade que, pela quarta vez, traz os holofotes para a literatura negra infantojuvenil em espaços culturais do Pelourinho, no Centro Histórico de Salvador. Arte, literatura, identidade e representatividade são os pilares do encontro, que traz o tema “Vozes da Periferia: Arte e Literatura Florescem Longe dos Centros”. Diversos artistas, educadores e escritores vão compartilhar suas experiências e enriquecer o debate sobre a periferia enquanto berço de produções artísticas, que transcendem fronteiras e passeiam por questões históricas, sociais e políticas sob diferentes perspectivas.

Entre as presenças confirmadas, uma coisa é certa: o público vai acessar um verdadeiro espetáculo de criatividade, com poesia musicada, informação, diversão e, claro, muita melanina. É destaque da programação, por exemplo, o rapper e ativista brasileiro MC Marechal (RJ), um dos maiores nomes da cena rap brasileira, criador do Projeto Livrar e da Batalha do Conhecimento, que revelou diversos jovens artistas da periferia do Rio de Janeiro. Ao lado dele, deram sua confirmação o 3º Round, maior circuito de rima improvisada do Norte e Nordeste, a grafiteira Ananda Santana, há sete anos dando vida a representações vibrantes e poderosas de mulheres negras, e o escritor, poeta, educador e quadrinista, Anderson Shon.

4ª Festa Literária Arte e Identidade

Mc Marechal – Foto: Beatriz Madeira

Ainda estão na grade do evento Dejanira Rainha Melo, professora e idealizadora da Biblioteca Social Afro-Indígena Meninas do Subúrbio, e o grupo de teatro infantojuvenil Bonde da Calu, liderado pela atriz, escritora, produtora cultural e mestre em educação Cássia Valle. Entre os lançamentos literários, estreiam no evento os livros Ayana e o Passeio à Lagoa do Abaeté, da escritora Claudya Costta, e Awon Ona Jagun – Narrativas de Mãe Carmen de Osaguian.

Representatividade negra e periférica – Criado em 2013 e realizado pela Kalifa LXXI, o 3º Round participa da 4ª Festa Literária de Arte e Identidade pelo segundo ano consecutivo, com a promessa de romper estereótipos quando o assunto é representatividade na produção literária. “Durante muito tempo, a literatura e a poesia foram vistas como expressões eruditas, elitizadas e distantes da realidade das pessoas pretas, em grande parte devido à falta de representatividade – algo que permeia quase todos os aspectos de uma sociedade com um passado/presente colonial. Acreditamos que é o momento de destacar o que a periferia sempre produziu, especialmente no campo da arte e cultura, projetando novos futuros e colocando em evidência o protagonismo negro e periférico”, comenta André Costa, mais conhecido como Cosca, idealizador do 3º Round.

4ª Festa Literária Arte e Identidade

Anderson Shon – Foto: Divulgação

Super-herói negro – Seja pelo formato de literatura de rua, muitas vezes não escrita – como é o caso das rimas improvisadas – por livros ou até quadrinhos, os convidados da 4ª Festa Literária Arte e Identidade promovem a democratização do acesso à literatura e à inovação, promovendo sua relevância cultural e social. É o caso do escritor, poeta, educador e quadrinista Anderson Shon, que vai conduzir uma conversa sobre afrofuturismo por um universo onde a poesia se conecta com a prosa e o mundo nerd, sempre com uma pitada de superpoderes e com a mensagem de ‘resistir para existir’. “Acho que é da periferia que sai o que há de mais belo das artes, porque são pessoas que vivem na contradição social de tentarem ser apagadas o tempo todo, mas resistirem”, comenta ele.

Curadoria com foco nas potências negras – Nos bastidores da 4ª edição da Festa de Arte e Literatura Negra Infantojuvenil, um dedicado time de curadoria, formado exclusivamente por mulheres negras, está cuidando de cada detalhe para preparar uma edição que promete ser memorável. Esse grupo, composto por Cássia Valle, Karla Daniella Brito, Helena Nascimento e Taisa Ferreira, se destaca pelo compromisso em valorizar as vozes periféricas. Segundo Cris Santana, coordenadora geral do projeto, “cada curadora traz uma rica bagagem de experiências no campo da literatura e da cultura afro-brasileira, unindo forças para criar uma programação que reflete a diversidade e a potência das expressões artísticas que florescem longe dos centros. Essa curadoria é um ato de resistência e celebração, garantindo que as narrativas periféricas sejam ouvidas, respeitadas e celebradas em toda a sua complexidade e beleza.”

A 4ª Festa de Arte e Literatura Negra Infantojuvenil – Arte e Identidade tem apoio financeiro do Governo do Estado, através do Fundo de Cultura, Secretaria da Fazenda e Secretaria de Cultura da Bahia. Para democratizar o acesso, o evento irá dispor de recursos de acessibilidade, como audiodescrição e interpretação em libras, além de comodidade e segurança para pessoas com deficiência e/ou mobilidade reduzida.

SERVIÇO

4ª Festa de Arte e Literatura Negra Infantojuvenil – Arte e Identidade

Quando: 19 a 21 de setembro de 2024

Onde: Espaços Culturais do Pelourinho – Salvador, BA

Aberto ao público

Literatura

Lucas de Matos lança segundo livro em Salvador

Ana Paula Nobre

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Lucas de Matos
Foto: Fabiano Pereira

O escritor, Lucas de Matos, lança ‘Antes que o Mar Silencie’ em Salvador, no dia 17 de setembro (terça-feira) às 19h, na Livraria LDM do Shopping Bela Vista. O segundo livro do poeta alcançou a 12º posição da lista de mais vendidos da Amazon na categoria de temática em literatura e ficção, e é uma publicação do Selo Principis, Ciranda Cultural.

No evento, Lucas vai recitar e conversar com o público sobre curiosidades da obra, que já tem data de lançamento em outras cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Goiânia. “Vai ser uma noite de encontros, comemoração e celebração da palavra”, festeja o poeta que prepara intervenções poéticas com textos do livro, com temas sobre sustentabilidade, desequilíbrio ambiental e autoconhecimento.

A mesa crítica conta com Rita Pinheiro, escritora e garimpeira da cultura, responsável por assinar a orelha da obra. Anielle Sol, poeta, professora e Doutora em Língua e Cultura, também se junta para analisar a poética de Matos. Além da mesa, o poeta realiza uma sessão de autógrafos para o público. “LDM pode ser uma sigla para Lucas de Matos, e é uma alegria estar na casa dos livros para falar do meu”, celebra a parceria com a Livraria.

Sobre o livro

Nascido em Salvador, o escritor possui uma profunda conexão com o mar. “O título é uma grande metáfora que abarca muitos significados. Escutar a música do mar é um lembrete de estar vivo para mim, e não mais ouvir esse som simboliza o fim do ciclo da vida. Assim, o que nós podemos fazer da nossa existência antes desse silêncio?”, reflete Lucas. Poemas como ‘Batismo’, ‘Água de Cachoeira’ e ‘Maleme’ fazem uma ode às águas. O poeta também traz alertas sobre a poluição dos oceanos e o desequilíbrio ambiental.

“O mar também pode silenciar enquanto estamos vivos, dado o cenário de degradação ambiental do ecossistema marinho. É urgente nos enxergarmos como parte da Natureza, e não à parte dela”, destaca. Lucas ainda enfatiza que “estamos na década do oceano, uma iniciativa da Unesco com ações para conscientizar a população global sobre a importância das águas”, defende.

“Criei um alfabeto inteiro para compor o livro, ao invés de utilizar uma fonte digital, porque acredito que a criação faz parte do brado da poesia de Lucas”, comenta Natália Calamari, ilustradora da obra. “O mar quase abstrato representado em ondas que vão rareando é como uma metáfora do título. Ao mesmo tempo em que a onda chega na praia, ela retorna para o oceano, o som e o silêncio que fazem parte do ciclo da vida”, explica.

SERVIÇO

O quê: Lançamento do livro ‘Antes que o Mar Silencie’ de Lucas de Matos

Quando: 17 de setembro (terça-feira) às 19h

Onde: Livraria LDM do Shopping Bela Vista

Selo Principis, Ciranda Cultural, 2024

96p.

R$34,90

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Literatura

Livro “Ilê Aiyê: a fábrica do mundo afro” será lançado segunda (9)

Ana Paula Nobre

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Ilê Aiyê
Foto: Divulgação

O livro “Ilê Aiyê: a fábrica do mundo afro”, do antropólogo francês Michel Agier, será lançado na próxima segunda-feira (9), com a presença do autor. Participam da roda de conversa Antônio Carlos Vovô, Arany Santana, a diretora do Centro de Estudos Afro-Orientais Jamile Borges e a antropóloga Maria Rosário Gonçalves de Carvalho, que assina o texto de orelha da obra. O encontro será na sede do Ilê Aiyê, no Curuzu, às 19h, onde o público poderá comprar o livro e ter um recorte da história do Mais Belo dos Belos em sua prateleira. Haverá uma apresentação da Band’Aiyê no final da conversa.

Com mais de três décadas de familiaridade com o Ilê, Michel Agier, professor da École des Hautes Études en Sciences Sociales de Paris, dedicou anos de pesquisa para entregar com riqueza de detalhes, dados e informações um arquivo sobre a trajetória do bloco que, em 2024, chega ao seu cinquentenário. Em homenagem ao legado de todos aqueles que fizeram parte deste marco, o resultado foi o livro “Ilê Aiyê: a fábrica do mundo afro”.

“O que eu quero transmitir enquanto francês e antropólogo é que a importância do Ilê vai além do local, é uma importância cultural e política. O Ilê Aiyê teve um papel fundamental sobre o olhar que se tem sobre o povo negro, inclusive colocando em pauta a luta contra o racismo e a valorização de uma história própria de referência aos afrodescendentes não só da Bahia, mas do mundo todo. Recompus o dia a dia da preparação do primeiro carnaval desde o primeiro folheto de 1974, um arquivo histórico muito importante de um pequeno evento de jovens negros que brincavam no carnaval com essa ideia de África na Bahia e que se tornou referência tanto local quanto internacional”, comenta Michel.

Para colher entrevistas, relatos de vida de alguns membros e de mulheres associadas do bloco, o autor fez muitas idas e vindas à Bahia. Agier, que já desenvolveu no Brasil pesquisas sobre relações raciais e dinâmicas culturais afro, focou especial atenção nos ritos carnavalescos e no bloco Ilê Aiyê a partir dos anos 90. No decorrer das páginas, o autor analisa as condições que deram origem e viabilidade ao movimento, situando-as no contexto dos debates sobre raça, cultura e modernidade no país, ao mesmo tempo em que acompanha de perto os cinquenta anos de existência do bloco afro.

No final de 1974, um grupo de jovens de Salvador distribui pelas ruas o panfleto de um novo bloco carnavalesco, com uma foto de três negros numa rua de Lagos, na Nigéria, e os dizeres “Nós somos os africanos na Bahia”. Surgia assim o Ilê Aiyê: mais do que um bloco de carnaval, um movimento cultural e social que seria responsável não só pela reinvenção do carnaval da Bahia, mas por lançar um novo olhar sobre as relações raciais no Brasil. É assim que nasce então a investigação antropológica sobre os múltiplos significados dessa frase e desse carnaval que deslocavam tanto o imaginário do que era a África como do que era então a cidade de Salvador.

Enriquecido pelas reflexões de Antonio Sérgio Alfredo Guimarães, no posfácio, e 35 fotografias de Milton Guran — elas próprias um documento antropológico de excepcional qualidade estética —, o produto final é um livro vivíssimo, que diz respeito não apenas à cultura afro-baiana, mas interroga também o devir de outras culturas diaspóricas ao redor do globo.

SERVIÇO

Lançamento do livro “Ilê Aiyê: a fábrica do mundo afro”

Data: 9 de setembro (segunda-feira)

Horário: 19h

Local: Sede do Ilê Aiyê – Curuzu, Salvador-BA

Valor do livro: R$72,00 (176 páginas)

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Literatura

Midiã Noelle lança obra sobre Comunicação Antirracista pela Editora Planeta

Ana Paula Nobre

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Midiã Noelle
Foto: Divulgação

Previsto para o primeiro trimestre de 2025, a obra inédita sobre comunicação antirracista da jornalista, Midiã Noelle Santana, será lançada pela renomada Editora Planeta Brasil, que firmou contrato com a escritora esse mês. Sua trajetória notável na mídia dentro do campo da comunicação antirracista tem sido amplamente reconhecida, levando-a a ser incluída na lista Bantumen das 100 pessoas mais influentes dos países lusófonos.

A comunicadora, que é mestra em Cultura pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e mestranda em Políticas Públicas pela Fundação Getúlio Vargas, é idealizadora do Instituto Commbne, que pauta comunicação, inovação, raça e etnia. Entre seus feitos, recentemente, criou o prêmio Jacira da Silva, para premiar mídias negras, em parceria com o Instituto Afrolatinas.

“Nos meus 16 anos como jornalista, aprendi muito sobre como a comunicação é fundamental para garantir dignidade às vidas das pessoas. Foram muitos os caminhos percorridos: jornal impresso, Nações Unidas/ONU, movimento social, sobretudo negro e feminista negro, e governo. Neste que será o meu primeiro de muitos filhos como escritora, irei reunir esses aprendizados, percepções e estratégias de uma forma inédita e amorosa”, destaca a jornalista.

Sobre a escritora

Midiã é uma mulher negra soteropolitana, criada em bairros periféricos de Salvador, como Liberdade e Paripe, no subúrbio da capital. Foi uma das criadoras da editoria Correio Afro no Jornal Correio, na Bahia, onde ainda apresentou o programa “Conexões Negras” entre 2020 e 2022, entrevistando figuras proeminentes nas questões raciais do Brasil, como a escritora Djamila Ribeiro e a apresentadora Rita Batista.

Atualmente, Midiã é consultora da UNESCO e está à frente da elaboração do Plano Nacional de Comunicação Antirracista na administração pública, para o governo federal. Com passagens por diversas agências das Nações Unidas, como UNFPA e PNUD, ela realiza formações especializadas em comunicação antirracista desde 2019, atendendo empresas públicas, privadas, o terceiro setor e a sociedade civil. Como fundadora do Instituto Commbne, promove a conexão e ampliação das vozes de comunicadores da diáspora africana.

Sobre a Editora

A Editora Planeta Brasil, fundada em 2003, é parte do Grupo Planeta, um dos maiores conglomerados editoriais do mundo, com sede em Barcelona. Com nove selos editoriais, a editora já publicou mais de 1.500 livros, além de enciclopédias, como a Barsa no Brasil. O Grupo Planeta possui filiais em várias cidades brasileiras, incluindo São Paulo e Curitiba.

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