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Religião

Projeto Agô Bahia lança Roteiro das Comunidades de Terreiros

Ana Paula Nobre

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Projeto Agô Bahia
Foto: Feijão Almeida
A capital baiana e região metropolitana contam agora com um Roteiro Turístico das Comunidades de Terreiros. A iniciativa da Secretaria de Turismo (Setur-BA), em parceria com terreiros de candomblé e trade turístico, integra as ações do Projeto Agô Bahia, que visa valorizar as religiões de matriz africana e incrementar o afroturismo baiano.
Nesta primeira etapa, serão alcançadas dez casas, sendo nove na capital e uma na região metropolitana. São elas: Terreiros da Casa Branca, Gantois, Ilê Axé Opô Afonjá, Bate Folha, Zoogodô Bogum Malê Hundó, Ilê Maroialaji Alaketu, Ilê Oxumarê Axé, Ilê Asipá e Hunkpame Savalu Vodun Zo Xwe; em Camaçari, o Manso Kilebemkueta Lemba Furamon.
“Estou vendo o esforço do governo em trazer esse projeto com respeito à casa, às nossas obrigações, aos nossos segredos internos. Por isso que esse projeto vem com tanta força para prestigiar o nosso terreiro, para trazer essa publicidade para a nossa religião”, explicou Rodrigo Codes Oba Tela, ministro de Xangô do Ilê Axé Opô Afonjá, um dos integrantes desta fase. De acordo com ele, ao mostrar os templos, vai ser possível reduzir os preconceitos.
O antropólogo Vilson Caetano, babalorixá do Ilê Obá L’Okê, considera a iniciativa muito importante para as comunidades e povos tradicionais. “Esse é um projeto que nos dá visibilidade, porque é algo que acontece a partir de um diálogo preexistente entre a Secretaria de Turismo e outras comunidades e terreiros. Ele vai nos ajudar a dialogar mais com a sociedade, sobretudo, mostrando, de fato, a nossa realidade, a nossa comida, a nossa indumentária, o nosso culto, de maneira mais respeitosa e integrativa para todas as pessoas”, pontuou.
O ponto de partida foi a escuta das lideranças religiosas para coletar sugestões. Depois, foram selecionados os templos sagrados, que passaram por melhorias nas instalações e sinalização turística, seguidas de capacitação para atendimento aos visitantes e produção de material informativo. A visita dos profissionais do turismo às casas de candomblé contribuiu para a estruturação do novo roteiro.
“Nós vamos poder proporcionar aos visitantes uma experiência muito rica de conhecer as religiões de matriz africana, mas com todo o respeito. Visitar um terreiro de candomblé é adentrar um templo religioso, uma religião que exige determinados procedimentos”, destacou o titular da Setur-BA, Maurício Bacelar, ao reforçar que o objetivo é incrementar o fluxo turístico neste segmento.
Em busca de mais informações sobre a iniciativa, a turismóloga e agente de viagens Magda Souza pretende oferecer pacotes deste roteiro. “A pretensão em relação a esse roteiro como comercialização dos pacotes de viagens é, realmente, participar das capacitações, para que a gente possa organizar isso e oferecer aos visitantes e turistas que venham ao nosso estado”. Como frequentadora de um terreiro, ela ficou satisfeita com a forma como está sendo apresentada à cultura e religiosidade baiana.
A expectativa é de que, nas próximas etapas, terreiros de outras cidades baianas sejam inseridos no roteiro. Para isso, é necessário que as casas demonstrem o interesse junto à Setur-BA. Os agentes e operadores de viagens que tenham intenção de comercializar pacotes neste sentido devem procurar a secretaria para as tratativas.

Religião

Ilê Opô Oyá Sojú completa 40 anos em celebração com homenagens

Ana Paula Nobre

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Ilê Asé Opô Oyá Sojú
Pai Igor de Odé | Foto: Divulgação

O Ilê Asé Opô Oyá Sojú completou 40 anos no último sábado (14), e a celebração foi marcada pelo acirramento de uma placa e homenagens a personalidades importantes para a história do Terreiro, fundado em 1984 e tombado como Patrimônio Cultural de Lauro de Freitas, em 2022. Durante a festa, o Babalorixá Igor Mascarenhas (pai Igor de Odé) contou a trajetória do terreiro fundado por Mãe Elza de Oyá e entoou o hino, lançado na ocasião. O evento teve o apoio do Governo da Bahia através da Superintendência de Fomento ao Turismo (Sufotur).

Foto: Divulgação

“Ilê significa casa, Axé a força, Opô é coluna, sustentação, Oyá é a nossa Guerreira Iansã, Sojú é olhar, cuidar, tomar conta. A casa tem força e é sustentada e governada pela guerreira que cuida, esse nome que carrega a nossa Casa, diz muito sobre a nossa missão”, disse Pai Igor.

Ajodun para Yemanjá e Gamela de Xangô, foram homenageados Pai Ari de Ajagunā – Presidente da FENACAB e fundador do Ilê Axé Opô Ajagunã; Mameto Kamuricy do Terreiro São Jorge Filho da Gomeia – Portão; Obá Tossí – Ilê Asé Opô Oyá Sojú; Mãe Mariinha de Oyá – Yakekerê do Ilê Axé Opô Ajagunã; Pai Cesário de Xangô filho do Ilê Axé Opô Afonjá; Egbomy Cátia de Oyá – Primeira filha iniciada por Pai Igor; Egbomy Cláudia de Oyá – Otun Yakekerê do Ilê Axé Opô Ajagunã; Pai Luiz de Oxum – Axogun do Ilê Axé Opô Ajagunã; Pai Raykil de Oxaguiãn – Primeiro filho iniciado por Mãe Elza e Dra Sônia Neves filha biológica de Mãe Elza.

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Religião

Podcast “Axé das Plantas” será lançado em julho

Jamile Menezes

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Podcast Axé das Plantas é lançado dia 4 de julho

Entrelaçar ciências da saúde, ciências sociais com as epistemologias dos povos de terreiro, povos indígenas e saberes afrodiaspóricos traduz o que será a primeira temporada do Axé das Plantas – Cura do Corpo e da Alma, podcast com cinco episódios, onde vai falar das propriedades medicinais da Oriri, Quioiô, Umburana de Cheiro, Teteregun e Folha da Costa.

Estas são plantas usadas como medicamentos fitoterápicos no jarê, na umbanda, nas comunidades indígenas e no candomblé, em suas diferentes formas: infusões, extratos, óleos essenciais, pomadas e banhos. Com o 1º episódio lançado em 04 de julho de 2024 nas principais plataformas de áudio (spotfy, deezer, youtube), o podcast é apresentado por dois doutores/pesquisadores negros, Victor Diogenes Silva, pesquisador em neurofarmacologia, e Vagner Rocha, doutor em estudos étnicos e africanos, e tem produção da Universidade Federal da Bahia em parceria com o podcast Viagem Gastronômica com Dr. Dendê .

Com lançamento quinzenal, cada episódio do Podcast “Axé das Plantas” será focado em uma planta, trazendo os conhecimentos e experiências dos seus usos medicinais por sacerdotes e sacerdotisas, benzedeiras, pesquisadores da UFBA e coletores indígenas de ervas medicinais. O podcast busca fazer um diálogo entre universidade e comunidades tradicionais, ciência moderna e saberes tradicionais de matrizes africanas e indígenas.

“Embora eu nunca tenha me afastado das minhas raízes, o Axé das Plantas me aproximou ainda mais da minha ancestralidade. E dividir a experiência de produzir um podcast sobre ciência com o prof. Victor Diogenes Silva e toda equipe foi um desafio que reafirmou em mim a certeza de que a Academia precisa aprender cada vez mais com as comunidades tradicionais e há muitos caminhos para a cura do corpo e da alma”.

Com isso, reafirmam que essa troca de conhecimentos de várias áreas do saber só amplia e fortalece as pesquisas nas universidades e institutos e para todas as pessoas envolvidas. Sendo as ervas o fio condutor, também serão tratados outros temas, como: oralidade, ancestralidade, meio-ambiente, intolerância religiosa, racismo científico, povos originários, questões de saúde pública e saberes populares.

O projeto Podcast “Axé das Plantas” realizou gravações por Salvador, nas cidades de Cachoeira e Santo Amaro da Purificação [no Recôncavo Baiano], no Quilombo Remanso, no Território Indígena Payayá e na cidade de Boa Vista do Tupim [na Chapada Diamantina], e na Foz do Imbassaí. Foram 13 entrevistados: Dona Dalva Damiana, Dona Judite e seu neto Getúlio do Quilombo Remanso, Vovó Cici de Oxalá; Pai Pote do Ilê Axé Oju Onirê; Do Terreiro Guarani de Oxóssi: Mãe Márcia, Mama e Pai Carlinhos; Babalaxé Valmir Rocha do Lajuomin, Yá Rosana do Templo Tular, Otto Payayá, e os Professores Eudes Velozo e Ygor Jessé.

Equipe Técnica:

Apresentação: Victor Diogenes Silva e Vagner Rocha

Direção: Jazz da Silva

Roteiro: Marconi Bispo (episódios 1 e 2), Mônica Santana (episódios 3, 4 ,e 5)

Edição: Danielle Freire

Produção e Assessoria de Imprensa: Jean Cardoso

Social Mídia e Editor de Vídeo: Romeran Ribeiro

Design e Identidade Visual: Davi Barreto

Captação de áudio: Léo Conceição, Omibulu, Tainã Pacheco e Uilami Dejan

Assessoria Científica: Deise Vilas Boas, Márcia Silva, Ravena Nascimento, Clarissa Schitine, Suzana Braga, Rafael Short, Florisvaldo Ramos, Lucas Oliveira, Mariana Pepe e Victor Diogenes Silva

Mentores do Instituto Serrapilheira: Sarah Azoubel e Theo Ruprecht

Estúdio de Gravação: Argumento 3

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Música

Afoxé Olorum Baba Mi celebra 45 anos neste domingo (28)

Amanda Moreno

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Afoxé Olorum Baba Mi celebra 45 anos neste domingo (28)
Afoxé Olorum Baba Mi celebra 45 anos neste domingo (28) (Foto: Divulgação)

Afoxé Olorum Baba Mi celebra 45 anos neste domingo (28). O Grêmio Comunitário Cultural Olorum Baba Mi celebra 45 anos de existência no dia 28 de abril, às 16h, com apresentações musicais, distribuição do tradicional Caruru Cultural e homenagens para todos os membros do afoxé.

A comemoração será realizada na sede do Afoxé Filhos de Korin Efan, na Rua do Passo, nº 26, Santo Antônio Além do Carmo e contará com a participação de outros afoxés renomados, como as Filhas de Gandhy e os Filhos de Korin Efan, em uma noite de enaltecimento da cultura afro-brasileira na sociedade.

Fundado em 1979 por um grupo de amigos da comunidade da Caixa D’Água, o afoxé mantém como propósito a preservação da cultura afro-brasileira e a inclusão social de crianças e jovens em situação de vulnerabilidade. De origem iorubá, seu nome pode ser traduzido como “Deus, Meu Pai”, refletindo a forte ligação ancestral dos fundadores.

Desde o seu surgimento, o afoxé tem sido um pilar fundamental na valorização da cultura de matriz africana, transmitindo heranças ancestrais por meio da prática para novas gerações. “Os sons dos atabaques ecoam não apenas música, mas também força, resistência e luta dos jovens negros da periferia”, ressalta Lucimar Santos, presidente do afoxé. Essa abordagem tem sido crucial para resgatar e preservar vidas negras, fornecendo conhecimento sobre suas raízes e identidade.

Além da preservação cultural, o afoxé também se destaca por suas ações sociais. Por meio de projetos como oficinas de dança, samba de roda, artes plásticas, fabricação de instrumentos percussivos e culinária, a entidade contribui para a capacitação profissional e formação de novos valores, especialmente de mulheres e jovens negros. Soma-se também o empreendedorismo, que é estimulado para fortalecer tanto práticas coletivas quanto individuais.

Os ensaios do afoxé são feitos em sua própria comunidade, promovendo não apenas a prática musical, mas também o conhecimento sobre a cultura africana. Os rituais, as saudações aos orixás, as letras de suas músicas e a construção dos adereços e dos figurinos contribuem para valorizar a identidade da cultura negra de forma autêntica.

A trajetória do Olorum Baba Mi no carnaval é igualmente impressionante. Campeão em 1984 e 1995, o afoxé não apenas brilha no circuito Batatinha, mas também já participou de eventos internacionais, como o carnaval de Nice, na França. Suas apresentações, marcadas pela diversidade nas alas de dança, cores vibrantes e musicalidade contagiante, conquistam cada vez mais foliões ao longo dos anos.

Este projeto foi contemplado nos Editais da Paulo Gustavo Bahia e tem apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura via Lei Paulo Gustavo, direcionada pelo Ministério da Cultura, Governo Federal. Paulo Gustavo Bahia (PGBA) foi criada para a efetivação das ações emergenciais de apoio ao setor cultural, visando cumprir a Lei Complementar nº 195, de 8 de julho de 2022.

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