Artes
David Sol leva diálogo entre Arte e Espiritualidade a Moçambique
O artista David Sol escreve uma ladainha de homem grande, onde o caçador e a flecha se fundem em uma única existência, em um registro que celebra a ancestralidade e a espiritualidade do Recôncavo Baiano. Oxóssi atravessa o oceano para saudar os Caboclos do Brasil e beber da Jurema, em um tempo onde o passado, o presente e o futuro ensinam uma verdade comum: para acertar o alvo, é preciso ter o gingado do andarilho. Sob essa perspectiva, o artista propõe o registro da cultura oral e dos saberes ancestrais de sua terra natal, contribuindo para a produção de um conhecimento que respeite a si, sua gente—encarnada e desencarnada—e seu chão.
A Plataforma Flotar, em colaboração do Instituto Guimarães Rosa e o Museu Mafalala se unem para apresentar “Pedrinhas Miudinhas”, uma exposição curada por Juci Reis e Jorge Dias que reúne o trabalho de pesquisa e criação do artista baiano David Sol, explorando a interseção entre fotografia e pintura. A exposição, que ficará em cartaz a partir de 19 de setembro de 2024, no Museu Mafalala, como um marco cultural, sendo a primeira vez que um artista da Bahia ocupa o renomado Museu, conhecido por seu olhar político e social sobre a cidade de Maputo através de suas periferias.
A exposição surge como uma ladainha visual inspirada nas ricas tradições dos Caboclos em terreiros de Santo Amaro, na Bahia. As obras expostas resultam de um diálogo poético entre fotografias capturadas em festividades dedicadas aos Caboclos e pinturas que retratam cobras corais, símbolos de encantamento e poder na cultura afro-índigena. A exposição não se limita à contemplação das imagens; ela convida o público a uma imersão profunda nas histórias e nos rastros das cobras encantadas, que se manifestam tanto nos corpos como nas marcas deixadas no chão. Estas serpentes, desenrolando-se esteticamente entre o sibilar e os riscos, revelam o invisível que habita em nós, oferecendo uma reflexão sobre a espiritualidade e suas manifestações na arte.
“A Bahia e o Recôncavo baiano são as raízes de tudo o que escrevo e produzo, e ver que os sonhos que pintei estão me levando a Maputo é uma experiência verdadeiramente odara. O Museu Mafalala, com sua forte conexão comunitária, é o cenário ideal para esse diálogo intercultural. ‘Pedrinhas Miudinhas’ é mais do que uma exposição; é uma celebração da espiritualidade e da identidade do povo do Recôncavo Baiano, um povo que se constrói e se afirma no coletivo,” afirma David Sol.
O bairro da Mafalala, ícone da periferia de Maputo, abriga cerca de 20 mil pessoas em um emaranhado de casas de madeira e zinco, com ruas de terra batida e vielas delimitadas por chapas metálicas que servem como muros. Este lugar, que foi o lar de grandes nomes da literatura, música, artes plásticas e política de Moçambique, desempenhou um papel crucial nas lutas pela independência e na formação da identidade nacional.
A Mafalala é considerada o reduto das artes e dos intelectuais do país, como afirma o cantor Wazimbo, que recorda antigos moradores ilustres, incluindo os escritores José Craveirinha e Noémia de Sousa, o compositor Fany Mpfumo, o lendário jogador de futebol Eusébio, que brilhou na seleção portuguesa e no Benfica, e líderes da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), como Samora Machel e Joaquim Chissano, os dois primeiros presidentes após a independência.
Além da exposição, o projeto contará com um ciclo de palestras, com a participação de Barbara Lima, Luan Gramacho e Cândido Nobre. Essas palestras têm como objetivo aprofundar a compreensão do processo criativo de “Pedrinhas Miudinhas” e sua relação com as religiões afro-brasileiras e afro-ameríndias, explorando a riqueza epistêmica dessas tradições. “Essa exposição é para toda a ancestralidade de pindorama e do orun, nas obras materializo um pouco da poesia herdada da nossa gente“, concluiu o artista visual Sol.
Contemplado no edital do Programa de Mobilidade Cultural 2024, Pedrinhas Miudinhas é um projeto financiado pelo Governo do Estado, através do Fundo de Cultura, Secretaria da Fazenda e Secretaria de Cultura da Bahia, e conta com a gestão e coordenação internacional do Flotar Programa e curadoria de Juci Reis (IGR/Maputo).
Sobre David Sol
David Sol nasceu no Recôncavo da Bahia, Brasil, em 2000. Ele é artista visual, curador, bacharel em Comunicação Social com ênfase em Jornalismo pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), Especialista em História e Antropologia, e Mestrando pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação na mesma universidade. Suas pesquisas exploram a interseção entre fotografia, pintura e escrita, com um foco particular nas experimentações de linguagens que dialogam com as tradições afro-indígenas-brasileiras.
Artes
SSA Mapping apresenta capoeira feminista de mulheres Igbadu
O SSA Mapping promove o encontro da Igbadu – Orquestra de Berimbaus de Mulheres, grupo baiano que reúne mulheres capoeiristas e percussionistas com seus berimbaus e tambores, com as VJs Vic Zacconi e Maribê, numa apresentação de música-imagem, em que intervenções visuais criadas especialmente para o show formam um espetáculo inédito. O público poderá ver a performance no dia 12 de outubro, a partir das 19h, abrindo a programação de mostras do evento, que transforma o Mercado Modelo, o mais importante e famoso centro de artesanato de Salvador, em tela para mais de 50 obras de videomapping.
Uma das motivações para a realização deste encontro foi o próprio local que sedia o 5º SSA Mapping: o Mercado Modelo, edificação tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), fortemente ligado à história da população negra na Bahia. A capoeira, que carrega consigo elementos fundantes da construção da identidade afro-baiana, é um dos atrativos que este ponto turístico exibe com orgulho, há muitas décadas: quem visita o espaço, certamente encontrará rodas em ação. Localizado na praça que agora leva o nome da guerreira Maria Felipa, heroína da independência do Brasil na Bahia, ao lado do Elevador Lacerda, que o conecta ao Pelourinho, o Mercado Modelo é símbolo de resistência e luta do povo baiano.
A Igbadu foi fundada por Mestra Janja, historiadora e capoeirista que se dedica aos estudos sobre as mulheres nos contextos das culturas tradicionais e populares de matrizes africanas. Sua trajetória é também marcada pelo diálogo permanente com organizações de mulheres, tanto nas lutas por autonomia e enfrentamento às violações de direitos, quanto nestes contextos tradicionais, com ênfase nos movimentos que se formam no interior da capoeira. Janja é formada em História, mestre e doutora em Educação e pós-doutora em Ciências Sociais.
É cofundadora do Instituto Nzinga de Estudos da Capoeira Angola e Tradições Educativas Bantu no Brasil, uma organização que realiza trabalhos em várias cidades brasileiras e de outros países. “A Igbadu adentra dois espaços anteriormente tidos como de interdição às mulheres: o dos toques sagrados dos atabaques e o dos berimbaus. A gente vem transgredir essa lógica colonial, num trabalho de construção artística que envolve essas rítmicas todas que estão em nosso cotidiano na Bahia”, afirma Janja.
Idealizado e produzido pela Baluart Produtora e Agência Ilimitado, o SSA Mapping tem patrocínio do Nubank, com realização através da Lei de Incentivo à Cultura do Ministério da Cultura e Governo Federal.
5º SSA MAPPING – Artes visuais, tecnologia, memória, espaço público: estas são as palavras-chaves do SSA Mapping, que chega este ano à sua 5ª edição. Maior festival do gênero do Nordeste do país, o evento segue sua itinerância por cartões postais da capital baiana e se instala agora em um dos cenários mais conhecidos da cidade: o Mercado Modelo. De 8 a 13 de outubro, a programação totalmente gratuita tem o final de semana como ponto alto, aos pés do Elevador Lacerda, na praça que agora leva o nome da guerreira Maria Felipa, com obras visuais projetadas na fachada do prédio histórico.
Nos dias de semana, de terça a sexta, um ciclo de atividades de formação difunde conhecimentos sobre o universo do videomapping. Os destaques ficam nas performances de música-imagem, com os encontros da orquestra de berimbaus de mulheres Igbadu com VJs Vic Zacconi e Maribê, da banda Aguidavi do Jêje com yow! e do cantor Lazzo Matumbi com VJ Kelly Pires. Nas mostras artísticas – Mostra Principal, com curadoria de VJ Spetto, Mostra Aberta e Mostra Especial –, 55 obras visuais, com participação de 180 artistas, serão exibidas. Há ainda outras variadas instalações e intervenções urbanas, além de atividades especiais para as crianças, numa concepção de “festa das luzes”.
5º SSA Mapping
Onde: Mercado Modelo | Praça Maria Felipa | Auditório Makota Valdina | Casa das Histórias de Salvador
Comércio – Salvador – Bahia
Quanto: Gratuito
Site: ssamapping.com.br
Rolés
= Rolezinho – Prosas da Baía
Com: Gal Meirelles
Quando: 12 de outubro (sábado), 16h às 18h
Para público de 11 a 17 anos
Ponto de encontro: Doca1 – Polo de Economia Criativa
= Retratos da Bahia – História e Desenvolvimento da Região do Comércio
Com: Naiara Natividade
Quando: 13 de outubro (domingo), 16h às 18h
Para público de todas as idades
Ponto de encontro: Praça da Inglaterra
Festival
Onde: Mercado Modelo | Praça Maria Felipa
Quando: 12 e 13 de outubro (sábado e domingo)
= 17h – Feira Criativa
Jamex + LVC + Hori + Meu Tortinho + Ludimila + Nagô + SSA Mapping + Papamama + Comarte + Annia Risia + Belas e Cia + Caramurê + Di[Versa] Ideias em Movimento + Grude
= 18h – Início de atividade de intervenções, instalações e espaço infantil
“Mostra 360º” + “Phoenix” + “Gangorra” + “Digital Landscape” + “Ventura” + “Particularidades do Movimento” + “O Afrodef e A Cadeira de Som” + “ACASO SURREAL 2” + Bia Gigante + Brincadeiras para as crianças
= 19h – Mostras Artísticas
SÁBADO E DOMINGO
> Mostra Principal: Hifa Cybe (SP) com Sarah Ahab (SE); VJ Bang (PR) com VJ Bug (BA); Coletivo Coletores, formado por Toni Baptiste e Flávio Camargo (SP); VJ Indução (PA) com VJ Koba (DF); Fixxa Brasil (SP) com VJ Gabiru (BA); e Keila Sankofa (AM) com VJ Preto (ES)
> Mostra Aberta: artistas selecionados em inscrições públicas
> Mostra Especial: “Homenagem ao Cordel”, de Artur Soar (BA), VJ Koba (DF) e Klimt Publicidade (DF), sob direção de Cairé Tonelli (SP).
SÁBADO
> Música-Imagem: Igbadu (BA) + VJs Vic Zacconi e Maribê (BA)
> Mostra Especial: “Caninópolis – Dança da Imitação”, de VJ Koba (DF), Renker Amantéa (DF) e Heydog Studios (DF)
> Mostra Especial: “Brincadeira de Egbé”, de Leticia Pantoja (RJ)
> Mostra Especial: “Artistas Gigantes”, de VJ Preto (ES)
> Música-Imagem: Aguidavi do Jêje (BA) + yow! (BA)
DOMINGO
> Mostra Especial: “TRAMA e Articulação dos Movimentos e Comunidades do Centro Antigo de Salvador”, do TRAMA (BA) e Articulação Centro Antigo (BA)
> Mostra Especial: “Salvaguarda”, de Cabokaji (BA), Áquila (BA) e Józá no Departamento de Gestualidades (BA)
> Mostra Especial: “60 Anos da Feira de São Joaquim”, de Anihaze (SP), VJ Grazzi (SP) e Arquivo Zumvi (BA)
> Mostra Especial: “Cerrado 2000ug”, do Corrocobó, formado por Igor Alves e Theo Lisboa (MG), e Cerrado Mapping (MG)
> Mostra Especial: “Farpas Reluzentes – Homenagem a Jayme Fygura”, de Daniel Lisboa (BA) e VJ KÆ (BA)
> Música-Imagem: Lazzo Matumbi (BA) + VJ Kelly Pires (SP)
Artes
‘Luzes Negras’ apresenta personalidades negras no MAFRO
A exposição ‘Luzes Negras’ está em cartaz no Museu Afro-Brasileiro de Salvador (MAFRO), até o dia 08 de novembro deste ano, das 9h às 17h. Inspirada no livro de mesmo nome e vencedor do Festival Internacional de Criatividade Cannes Lions, a obra apresenta 20 personalidades negras de destaque. Nilo Peçanha, primeiro presidente da República negro do Brasil e Jane Cooke, cirurgiã e médica oncologista afro-americana, pioneira no desenvolvimento da quimioterapia são alguns deles.
Em um ambiente completamente escuro, luzes negras guiam o olhar do visitante e trazem à tona dez destas histórias inspiradoras divididas em quatro artes pela exposição, proporcionando uma imersão na história e uma conexão ainda maior com o legado dessas personalidades. Nascida da parceria entre o GOMA/EmpregueAfro e o MAFRO (Museu Afro-brasileiro da UFBA em Salvador) e com patrocínio do Grupo Bradesco Seguros, a iniciativa de ressignificar a história destes nomes deu origem a um livro que, a olho nu, é impossível de ser lido – uma representação do que foi o apagamento histórico.
Quando exposto à luz negra suas páginas começam a revelar inúmeras imagens e textos. A experiência de passar a lanterna pelo livro e ver, imediatamente, suas folhas iluminadas com tantas memórias menosprezadas é um convite à ressignificação e valorização do passado e legado dessas pessoas. A curadoria de 20 nomes, feita a partir de uma extensa pesquisa da EmpregueAfro/GOMA, desvenda vivências de personagens brasileiros como Juliano Moreira, José Ezelino, Laudelina de Campos e Teodoro Sampaio, além de figuras globais como Alice Ball e Gladys May West, entre diversos outros. Moreira, por exemplo, foi o fundador da psiquiatria no Brasil – um médico baiano que entrou para a história da ciência nos séculos XIX e XX, rebatendo, inclusive, teses de que a mestiçagem seria causa de doenças mentais.
Para a atriz Zezé Motta, personalidade que teve acesso ao livro em primeira mão, a ação “é uma luz capaz de devolver o brilho destas pessoas tão importantes, como Mercedes Baptista, primeira bailarina negra do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, uma mulher preta que veio antes de mim e que pode inspirar muitas outras”, diz. “Jogando luz sobre o passado, Luzes Negras ilumina o futuro”, finaliza.
“Esse projeto tem um valor imenso de resgate da nossa ancestralidade. O Luzes Negras reverência e honra as contribuições de pessoas negras ao longo da história, que foram ofuscadas ao longo do tempo. O objetivo é, literalmente, jogar luz nesses talentos para que seus legados se mantenham vivos e sejam apresentados, principalmente, para as novas gerações”, comenta Patricia Santos, CEO e fundadora do GOMA/EmpregueAfro.
Conheça os detalhes no filme de apresentação do ‘Luzes Negras’.
Obra de arte acessível e premiada
Um dos exemplares de ‘Luzes Negras’ será exposto no MAFRO (Museu Afro-brasileiro), em Salvador, a partir do dia 8 de setembro, proporcionando uma experiência inédita e imersiva para quem tiver a oportunidade de visitação.
O livro está acessível para quem quiser conhecê-lo de forma digital e sem perder a oportunidade de iluminar suas páginas com a luz negra. Ao acessar o site da Bradesco Seguros, aqui, o mouse é transformado em uma lanterna e proporciona aos leitores uma viagem pelas 90 páginas do ‘Luzes Negras’. Para quem preferir, também é possível baixá-lo gratuitamente.
Criado pela agência AlmapBBDO, o livro acaba de ganhar três prêmios no Festival de Criatividade Cannes Lions 2024. A iniciativa conquistou Ouro na categoria ‘Design’ e bronze nos títulos ‘Print & Publishing’ e ‘Industry Craft’ – que destacam aplicações de técnicas artísticas e artesanais por meio de soluções executadas com excelência e que dão vida a uma ideia.
“A importância desse livro vai para muito além da necessidade de recontar o passado fazendo uma reparação justa. É uma obra que poderá ser acessada por crianças e jovens que muitas vezes crescem sem ter uma pessoa preta em quem se inspirar. Isso pode mudar tudo. E acredito que fomos felizes ao recontar essas histórias de uma maneira tão bonita e poderosa”, explica Iron Brito, diretor de criação da AlmapBBDO.
Com patrocínio do Grupo Bradesco Seguros, o projeto assim se consolida ao promover a conscientização e valorização da contribuição de pessoas negras à sociedade, fortalecendo sua representatividade e destacando figuras essenciais e suas contribuições, muitas vezes negligenciadas.
“Luzes Negras é, antes de tudo, um convite ao resgate e ao reconhecimento de personalidades negras que marcaram a história. É essencial conhecermos o nosso passado para olharmos e construirmos o futuro. Um projeto realizado a muitas mãos e que muito nos orgulha”, salienta Alexandre Nogueira, Diretor de Marketing do Grupo Bradesco Seguros.
Serviço:
O quê: Exposição ‘Luzes Negras’
Onde: Museu Afro-Brasileiro de Salvador (Prédio da faculdade de Medicina da Bahia, Largo do Terreiro de Jesus s/n – Salvador, Bahia)
Quando: A exposição ficará em cartaz até 08/11, das 9h às 17h (segunda a sexta)
Telefone: (71) 3283-5540
Como visitar: O livro estará disponível para visualização no MAFRO, proporcionando uma experiência imersiva e inédita. Para aqueles que preferirem, o conteúdo também pode ser acessado digitalmente no site da Bradesco Seguros, onde é possível “iluminar” as páginas com o cursor do mouse ou baixar o livro gratuitamente.
Para mais informações acesse o site ‘Projeto Luzes Negras’.
Artes
Niara Costa expõe “TransVisíveis: identidades reveladas e ampliadas”
A galeria da Aliança Francesa, em Salvador, sedia rodas de conversa e a exposição fotográfica “TransVisíveis: identidades reveladas e ampliadas”, entre os dias 04 e 30 de outubro. A mostra tem direção e curadoria de Niara Costa e conta com Marcelo Reis também na curadoria, reunindo 30 imagens que apresentam aspectos singulares das personalidades de Angell Azevedo, Bia Mathieu, Bruno Santana, Enzo Karin, Lawá Ferreira, Niara Costa, Paulett Furacão, Raquel Silva e Ulrick Cristiane.
A diretora destaca que as rodas de conversa e a exposição fotográfica “TransVisíveis” são atividades destinadas às pessoas trans e travestis e à sociedade, em geral, de todas as idades, raça/cor, gênero, classe social, aliados e defensores da comunidade LGBTQIAPN+. Para ela, a intenção dessas atividades é contribuir para uma sociedade respeitosa à diversidade de identidade de gênero. “Essa é uma ação que busca, através de um acervo fotográfico, celebrar a diversidade e a força das pessoas trans e travestis, servindo como instrumento de conscientização e transformação social”, conta.
Impressas em cor e emolduradas em diferentes tamanhos, as fotos realçam a diversidade do modo de ser de cada pessoa fotografada, desafia estereótipos, promove o respeito, orgulho e a compreensão de questões relacionadas às identidades de gênero.
A diretora Niara Costa, 19 anos, é uma jovem mulher trans, negra, amazonense de Manaus, criada entre as cidades de Salvador e Rio de Janeiro, graduanda em Design de Moda pela Universidade Veiga de Almeida, trabalha como atriz, articuladora cultural, modelo, maquiadora e personal style. Ela idealizou o “TransVisíveis” com objetivo de promover a visibilidade de pessoas trans e travestis por meio de exposição fotográfica e rodas de conversa a respeito de questões relacionadas ao universo das pessoas trans e travestis.
A realização do “TransVisíveis: identidades reveladas e ampliadas” foi viabilizada pelo edital Territórios Criativos – Ano I, e conta com recursos financeiros da Fundação Gregório de Mattos, Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, Prefeitura de Salvador e da Lei Paulo Gustavo, Ministério da Cultura, Governo Federal.
MINI BIO das participantes fotografadas para exposição “TransVisíveis: identidades reveladas e ampliadas”
Niara Costa é uma jovem mulher trans negra, diretora do “TransVisíveis: identidades reveladas e ampliadas”, graduanda em Design de Moda pela Universidade Veiga de Almeida, trabalha como atriz, articuladora cultural, modelo, maquiadora e personal style. No campo das artes visuais, Niara Costa atua como maquiadora e direção de fotografia. Em 2021, Niara Costa ganhou o prêmio “Black Teen” no “Concurso de Moda e Beleza Black”, realizado em Salvador. Foi jurada do “Concurso Belezas do Nordeste 2021”; participou do desfile “Moda Por Elas 2023”, pela marca “Cosnua”. Foi produtora do projeto “Editorial Nordeste 2022″. No teatro, entre 2017 e 2019, ingressou na companhia de teatro da Biblioteca Infantil Monteiro Lobato, atuando como protagonista nas peças “O Pequeno Príncipe” e “A Princesa Dandara – Zumbi dos Palmares”.
Angell Azevedo é mulher transsexual negra, de matriz africana, filha de Iansã com Ogum, militante pelas causas das pessoas Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais, Queer, Intersexo, Assexuais, (LGBTQIA+). Ela trabalha como assistente administrativo, palestrante motivacional, militante da causa por mulher transsexual dentro de terreiros de candomblé como igualitariedade usando trajes femininos.
Bia Mathieu é jornalista, ativista e há 14 anos atua como artista drag nas principais casas da cidade de Salvador. Bia trabalha ainda como pesquisadora da Arte Drag Queen, é mestranda em Cultura e Sociedade pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), e é a primeira assessora de imprensa da Fundação Cultural do Estado da Bahia (FUNCEB).
Bruno Santana é transativista negro, professor, pesquisador, poeta, escritor, umbandista, licenciado em Educação Física pela (UEFS), Especialista em Gênero, Diversidade e Direitos Humanos pela (UNILAB). Bruno também atua como instrumentista e transativista pelos coletivos, Transbatukada, Forúm Trans da Bahia e Manifesta ColetivA. É autor de obras como “Amar devagarinho” (editora padê) e “Pensando as transmasculinidades negras”, que foram publicadas no livro “Diálogos contemporâneos sobre homens negros e masculinidades”, pela Ciclo contínuo Editorial, em 2019. Um dos organizadores e autores do livro “Transmasculinidades negras: narrativas plurais em primeira pessoa”, também publicado pela Ciclo Contínuo Editorial, em 2021. É idealizador do projeto “Transencruzilhadas da Memória”, arquivo dedicado à preservação e visibilidade da memória transmasculina negra brasileira.
Enzo Karin é transmasculino, negro. Trabalha como ator, fotógrafo, escritor, produtor cultural, arte educador e assistente de produção. É estudante de Audiovisual e Cinema, autor do livro “No Âmago”, publicado pela editora Padê, em 2018. Como ator, atuou em alguns espetáculos como: “O que swingnifica isso?”, “Cartas escritas de histórias nunca contadas”, “Jennifer” e no curta metragem “Dowpression”. Enzo é diretor e produtor do mini documentário intitulado “Transformando o olhar”, realizado pela TV Kirimure. Realizou trabalho de monitoria durante a III° edição da Mostra Itinerante Mohammed Bamba (MIMB), em 2024, assumindo a função de assistente de produção e de audiovisual. Realizou a produção da exposição “Fronteiras Flutuantes”, na Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia (UFBA), em 2024. Atualmente é estagiário de produção no Circo Picolino, em Salvador-BA, participiou como pessoa fotografada do “TransVisíveis”, dirigido por Niara Costa.
Lawá Ferreira foi a primeira mulher trans a tornar-se “Rainha Odara”, na “Noite da Beleza Negra de Sussuarana”, em 2023, sendo assim um marco na história do bairro e de muitos espaços com a abertura e ocupação de uma travesti. Atualmente, Lawá trabalha como cuidadora de idosos, designer Beauty – maquiagem, sobrancelhas e cílios.
Paulett Furacão é educadora social, poetisa, atriz, militante do movimento LGBTQIAPN+ e assessora parlamentar, representante do Fórum Estadual de Pessoas Trans e Travestis da Bahia e coordenadora do Coletivo LGBTQIAPN+ Laleska D’ Capri.
Raquel Silva é uma jovem mulher trans, possui formação técnica como Auxiliar de Necropsia e aspira tornar-se uma profissional da área de Medicina ou Enfermagem. Desde os 5 anos percebeu que tinha a alma feminina, aprisionada a um gênero ao qual nunca se identificou. Aos 17 anos iniciou sua transição em busca de autoestima, felicidade e liberdade, já que nunca havia se identificado como um menino. Antes se sentia oprimida e vivia retraída, mas hoje se sente livre e feliz consigo mesma.
Ulrick Cristiane é comunicadora, produtora, ativista social e empreendedora. Trabalha como professora de passarela desde os 16 anos, e, atualmente, atua como criadora no projeto “Fashion Guetto”, que visa capacitar modelos de periferia. Em 2023 representou o estado da Bahia no “Miss International Queen”, que trata-se de um concurso de belezas trans e travestis; e em 2019 ganhou o título de “Miss Cultura Brasil”, após uma apresentação de dança de stiletto.
Serviço
O quê: Exposição fotográfica “TRANSVISÍVEIS: Identidades reveladas e ampliadas”.
Abertura: 04 de outubro de 2024, às 19h.
Período: De 05 a 30 de outubro de 2024
Onde: Galeria da Aliança Francesa Salvador – Endereço: Av. Sete de Setembro, 401 / 2726 – Ladeira da Barra.
Quanto: Entrada gratuita
Horário de visitação: De segunda a sábado, das 9h às 20h; e aos domingos, das 12h às 19h.
O quê: Rodas de conversa sobre o universo das pessoas trans e travestis.
Dias: 05 e 26 de outubro de 2024, das 14h às 16h.
Onde: Auditório da Aliança Francesa Salvador – Endereço: Av. Sete de Setembro, 401 / 2726 – Ladeira da Barra.
Quanto: Entrada gratuita
Instagram: @niaracosta_ e @
Para mais informações, entre em contato via e-mail: transvisiveis2023@