Religião
Ilê Opô Oyá Sojú completa 40 anos em celebração com homenagens
O Ilê Asé Opô Oyá Sojú completou 40 anos no último sábado (14), e a celebração foi marcada pelo acirramento de uma placa e homenagens a personalidades importantes para a história do Terreiro, fundado em 1984 e tombado como Patrimônio Cultural de Lauro de Freitas, em 2022. Durante a festa, o Babalorixá Igor Mascarenhas (pai Igor de Odé) contou a trajetória do terreiro fundado por Mãe Elza de Oyá e entoou o hino, lançado na ocasião. O evento teve o apoio do Governo da Bahia através da Superintendência de Fomento ao Turismo (Sufotur).
“Ilê significa casa, Axé a força, Opô é coluna, sustentação, Oyá é a nossa Guerreira Iansã, Sojú é olhar, cuidar, tomar conta. A casa tem força e é sustentada e governada pela guerreira que cuida, esse nome que carrega a nossa Casa, diz muito sobre a nossa missão”, disse Pai Igor.
Ajodun para Yemanjá e Gamela de Xangô, foram homenageados Pai Ari de Ajagunā – Presidente da FENACAB e fundador do Ilê Axé Opô Ajagunã; Mameto Kamuricy do Terreiro São Jorge Filho da Gomeia – Portão; Obá Tossí – Ilê Asé Opô Oyá Sojú; Mãe Mariinha de Oyá – Yakekerê do Ilê Axé Opô Ajagunã; Pai Cesário de Xangô filho do Ilê Axé Opô Afonjá; Egbomy Cátia de Oyá – Primeira filha iniciada por Pai Igor; Egbomy Cláudia de Oyá – Otun Yakekerê do Ilê Axé Opô Ajagunã; Pai Luiz de Oxum – Axogun do Ilê Axé Opô Ajagunã; Pai Raykil de Oxaguiãn – Primeiro filho iniciado por Mãe Elza e Dra Sônia Neves filha biológica de Mãe Elza.
Religião
Projeto Agô Bahia lança Roteiro das Comunidades de Terreiros
“Nós vamos poder proporcionar aos visitantes uma experiência muito rica de conhecer as religiões de matriz africana, mas com todo o respeito. Visitar um terreiro de candomblé é adentrar um templo religioso, uma religião que exige determinados procedimentos”, destacou o titular da Setur-BA, Maurício Bacelar, ao reforçar que o objetivo é incrementar o fluxo turístico neste segmento.
Religião
Podcast “Axé das Plantas” será lançado em julho
Entrelaçar ciências da saúde, ciências sociais com as epistemologias dos povos de terreiro, povos indígenas e saberes afrodiaspóricos traduz o que será a primeira temporada do Axé das Plantas – Cura do Corpo e da Alma, podcast com cinco episódios, onde vai falar das propriedades medicinais da Oriri, Quioiô, Umburana de Cheiro, Teteregun e Folha da Costa.
Estas são plantas usadas como medicamentos fitoterápicos no jarê, na umbanda, nas comunidades indígenas e no candomblé, em suas diferentes formas: infusões, extratos, óleos essenciais, pomadas e banhos. Com o 1º episódio lançado em 04 de julho de 2024 nas principais plataformas de áudio (spotfy, deezer, youtube), o podcast é apresentado por dois doutores/pesquisadores negros, Victor Diogenes Silva, pesquisador em neurofarmacologia, e Vagner Rocha, doutor em estudos étnicos e africanos, e tem produção da Universidade Federal da Bahia em parceria com o podcast Viagem Gastronômica com Dr. Dendê .
Com lançamento quinzenal, cada episódio do Podcast “Axé das Plantas” será focado em uma planta, trazendo os conhecimentos e experiências dos seus usos medicinais por sacerdotes e sacerdotisas, benzedeiras, pesquisadores da UFBA e coletores indígenas de ervas medicinais. O podcast busca fazer um diálogo entre universidade e comunidades tradicionais, ciência moderna e saberes tradicionais de matrizes africanas e indígenas.
“Embora eu nunca tenha me afastado das minhas raízes, o Axé das Plantas me aproximou ainda mais da minha ancestralidade. E dividir a experiência de produzir um podcast sobre ciência com o prof. Victor Diogenes Silva e toda equipe foi um desafio que reafirmou em mim a certeza de que a Academia precisa aprender cada vez mais com as comunidades tradicionais e há muitos caminhos para a cura do corpo e da alma”.
Com isso, reafirmam que essa troca de conhecimentos de várias áreas do saber só amplia e fortalece as pesquisas nas universidades e institutos e para todas as pessoas envolvidas. Sendo as ervas o fio condutor, também serão tratados outros temas, como: oralidade, ancestralidade, meio-ambiente, intolerância religiosa, racismo científico, povos originários, questões de saúde pública e saberes populares.
O projeto Podcast “Axé das Plantas” realizou gravações por Salvador, nas cidades de Cachoeira e Santo Amaro da Purificação [no Recôncavo Baiano], no Quilombo Remanso, no Território Indígena Payayá e na cidade de Boa Vista do Tupim [na Chapada Diamantina], e na Foz do Imbassaí. Foram 13 entrevistados: Dona Dalva Damiana, Dona Judite e seu neto Getúlio do Quilombo Remanso, Vovó Cici de Oxalá; Pai Pote do Ilê Axé Oju Onirê; Do Terreiro Guarani de Oxóssi: Mãe Márcia, Mama e Pai Carlinhos; Babalaxé Valmir Rocha do Lajuomin, Yá Rosana do Templo Tular, Otto Payayá, e os Professores Eudes Velozo e Ygor Jessé.
Equipe Técnica:
Apresentação: Victor Diogenes Silva e Vagner Rocha
Direção: Jazz da Silva
Roteiro: Marconi Bispo (episódios 1 e 2), Mônica Santana (episódios 3, 4 ,e 5)
Edição: Danielle Freire
Produção e Assessoria de Imprensa: Jean Cardoso
Social Mídia e Editor de Vídeo: Romeran Ribeiro
Design e Identidade Visual: Davi Barreto
Captação de áudio: Léo Conceição, Omibulu, Tainã Pacheco e Uilami Dejan
Assessoria Científica: Deise Vilas Boas, Márcia Silva, Ravena Nascimento, Clarissa Schitine, Suzana Braga, Rafael Short, Florisvaldo Ramos, Lucas Oliveira, Mariana Pepe e Victor Diogenes Silva
Mentores do Instituto Serrapilheira: Sarah Azoubel e Theo Ruprecht
Estúdio de Gravação: Argumento 3
Música
Afoxé Olorum Baba Mi celebra 45 anos neste domingo (28)
Afoxé Olorum Baba Mi celebra 45 anos neste domingo (28). O Grêmio Comunitário Cultural Olorum Baba Mi celebra 45 anos de existência no dia 28 de abril, às 16h, com apresentações musicais, distribuição do tradicional Caruru Cultural e homenagens para todos os membros do afoxé.
A comemoração será realizada na sede do Afoxé Filhos de Korin Efan, na Rua do Passo, nº 26, Santo Antônio Além do Carmo e contará com a participação de outros afoxés renomados, como as Filhas de Gandhy e os Filhos de Korin Efan, em uma noite de enaltecimento da cultura afro-brasileira na sociedade.
Fundado em 1979 por um grupo de amigos da comunidade da Caixa D’Água, o afoxé mantém como propósito a preservação da cultura afro-brasileira e a inclusão social de crianças e jovens em situação de vulnerabilidade. De origem iorubá, seu nome pode ser traduzido como “Deus, Meu Pai”, refletindo a forte ligação ancestral dos fundadores.
Desde o seu surgimento, o afoxé tem sido um pilar fundamental na valorização da cultura de matriz africana, transmitindo heranças ancestrais por meio da prática para novas gerações. “Os sons dos atabaques ecoam não apenas música, mas também força, resistência e luta dos jovens negros da periferia”, ressalta Lucimar Santos, presidente do afoxé. Essa abordagem tem sido crucial para resgatar e preservar vidas negras, fornecendo conhecimento sobre suas raízes e identidade.
Além da preservação cultural, o afoxé também se destaca por suas ações sociais. Por meio de projetos como oficinas de dança, samba de roda, artes plásticas, fabricação de instrumentos percussivos e culinária, a entidade contribui para a capacitação profissional e formação de novos valores, especialmente de mulheres e jovens negros. Soma-se também o empreendedorismo, que é estimulado para fortalecer tanto práticas coletivas quanto individuais.
Os ensaios do afoxé são feitos em sua própria comunidade, promovendo não apenas a prática musical, mas também o conhecimento sobre a cultura africana. Os rituais, as saudações aos orixás, as letras de suas músicas e a construção dos adereços e dos figurinos contribuem para valorizar a identidade da cultura negra de forma autêntica.
A trajetória do Olorum Baba Mi no carnaval é igualmente impressionante. Campeão em 1984 e 1995, o afoxé não apenas brilha no circuito Batatinha, mas também já participou de eventos internacionais, como o carnaval de Nice, na França. Suas apresentações, marcadas pela diversidade nas alas de dança, cores vibrantes e musicalidade contagiante, conquistam cada vez mais foliões ao longo dos anos.
Este projeto foi contemplado nos Editais da Paulo Gustavo Bahia e tem apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura via Lei Paulo Gustavo, direcionada pelo Ministério da Cultura, Governo Federal. Paulo Gustavo Bahia (PGBA) foi criada para a efetivação das ações emergenciais de apoio ao setor cultural, visando cumprir a Lei Complementar nº 195, de 8 de julho de 2022.