Literatura
FLICA divulga programação oficial da 12ª edição em Cachoeira
Na última terça-feira (17), foi anunciada oficialmente a 12ª Festa Literária Internacional de Cachoeira (FLICA), durante coletiva de imprensa realizada no Museu Carlos e Margarida Costa Pinto, em Salvador. Com o tema “O mundo da literatura em festa”, o evento acontece entre os dias 17 e 20 de outubro, na cidade de Cachoeira, se configurando como uma das maiores celebrações literárias do país. A programação cultural intensa reúne autores, artistas e amantes da literatura para celebrar a arte e o entretenimento. Muitos escritores, autores, intelectuais e artistas negros integram a grade de atrações.
A FLICA 2024 vai unir, nos quatro dias de evento, 58 autores nacionais e internacionais com o objetivo de democratizar o acesso à leitura e potencializar a formação de leitores de todas as idades. Com entrada gratuita, as atividades envolvem debates, intervenções artísticas, mesas de bate-papo, lançamentos de livros, sessões de autógrafos, espetáculos, contação de histórias, exibição de conteúdos audiovisuais, apresentações de filarmônicas e muito mais.
Este ano, os principais espaços são a Tenda Paraguaçu, Fliquinha, Geração Flica e a programação artística, dividida entre o Palco Raízes e o Palco dos Ritmos. Todos os espaços têm indicação etária livre com acessibilidade, tradução em libras e audiodescrição. A curadoria da FLICA é formada por Calila das Mercês, Emília Nuñez, André Felipe Oliveira (Deko Lipe) e Linnoy Nonato. A Coordenação Geral é assinada por Vanessa Dantas, CEO da Fundação Hansen Bahia.
TENDA PARAGUAÇU – Localizada à beira do Rio Paraguaçu, a Tenda Paraguaçu é o maior espaço da FLICA e, por isso, espera receber grandes nomes da cultura e literatura. Entre os convidados estão a atriz e cantora Zezé Motta; a cantora, compositora, atriz e artista visual trans Liniker; a ativista indígena Guarani Gegi Núñez; a atriz, cantora, escritora e poetisa Elisa Lucinda; e a pesquisadora e contadora de histórias africanas do Malawi Upile Chisala.
Também marcam presença o músico, escritor, poeta e cronista angolano radicado em Berlim Kalaf Epalanga; o escritor e doutor em teoria literária Jeferson Tenório; o poeta Sérgio Vaz; além do Slam das Minas BA, um projeto que promove batalhas de poesia e o protagonismo das mulheres negras e periféricas na literatura.
“Fiquei muito entusiasmada em ser curadora da Tenda Paraguaçu da FLICA este ano, ainda mais por já ter participado das primeiras edições como espectadora e convidada, quando lancei o livro ‘Planta Oração’. São muitas expectativas, porque é um espaço de muitas trocas e nuances. Penso que tenho uma pesquisa curatorial que dialoga com a comunidade, com o que nos reveste, e que deseja abraçar e convidar a comunidade a participar de perto”, pontua Calila das Mercês, curadora da Tenda Paraguaçu.
FLIQUINHA – Dedicado ao universo infantojuvenil, o Espaço Fliquinha proporciona a imersão num ambiente lúdico onde possam ser discutidos temas reais e importantes relacionados à infância. Alguns dos autores que vão tornar isso possível são Itamar Vieira Júnior, escritor best-seller premiado; Mari Bigio, cordelista e contadora de histórias; Ricardo Ishmael, escritor, jornalista e apresentador da TV Bahia; Renato Moriconi, escritor e artista plástico; Mabel Velloso, educadora, escritora, compositora e cordelista, e Auritha Tabajara, conhecida como primeira cordelista indígena do Brasil.
“Na Bahia, temos e fazemos histórias, desde pequenos. Contar as nossas histórias para as crianças é reafirmar a potência, a criatividade, a coragem e a alegria de ser baiano. Os nossos convidados representam o nosso estado em sua diversidade e riqueza cultural. Queremos trazer para as crianças literatura contemporânea de qualidade e também posicionar Cachoeira para o mundo como um importante polo literário. Receberemos as famílias em um ambiente lúdico e inspirador, despertando a infância de quem já foi e de quem ainda é criança, unindo e aproximando as gerações”, declara Emília Nuñez, curadora da Fliquinha.
GERAÇÃO FLICA – O espaço Geração Flica, que ganha novo local esse ano – o Cine Theatro Cachoeirano, visa ampliar o universo da leitura para o público jovem. Para conversar com os jovens leitores, a FLICA traz um time de peso, com nomes como a da jornalista e escritora best-seller, Thalita Rebouças, a comunicadora Rita Batista, o escritor angolano Pau de Cabinda, a quadrinista e ilustradora Luiza de Souza (ILUSTRALU), a cordelista e poeta Jarid Arraes, a pesquisadora e comunicadora Camilla Apresentação, o escritor de literatura policial e suspense Raphael Montes, o autor best-seller Victor Fernandes, a atriz e autora Rafaela Ferreira e os humoristas João Pimenta e Matheus Buente.
“O eixo da Geração FLICA é pensado para os jovens que vêm ocupando esses grandes espaços, lotando painéis em eventos literários, emplacando livros. Vemos que existe uma força jovem muito grande na literatura e eles são muito emocionados. Eles são os que choram, os que se movem. Já vi jovens desmaiando perto de seus autores favoritos. Se engana quem pensa que os jovens não estão lendo. E é por meio do olhar desses jovens emocionados que foi pensada a curadoria da Geração FLICA de 2024”, afirma o curador Deko Lipe.
PROGRAMAÇÃO ARTÍSTICA – Para além do campo literário, a 12ª FLICA levará para o público uma programação artística diversificada, cheia de ritmos, tradição e ancestralidade, com shows e apresentações culturais de artistas baianos que vão subir no Palco dos Ritmos e no Palco Raízes. Enquanto mosaico cultural, o Recôncavo é reconhecido como o berço do Samba de Roda no Brasil e importante ponto de influência para o reggae, ritmos que estarão em evidência na grade musical do evento.
Entre as presenças já confirmadas, estão o tradicional Grupo Afro Barroco Gêge Nagô, a Orquestra Reggae de Cachoeira com a participação especial de Edson Gomes, o cantor e compositor Tonho Matéria, a banda Sambaiana, liderada pela cantora Ju Moraes, e o cantor e compositor Alexandre Leão. Também participam da programação os cantores Juacy Ypsilone, Arthur da Ilha, Nuno Menezes, Netto Araújo e VHBÊ, o grupo Samba de OKàn, o saxofonista Iadson Oliveira e o cordelista Élton Magalhães.
O encerramento acontece no domingo (20), com uma festa regada pela tradição e a rica diversidade cultural nordestina. Os destaques são o Bye Bye FLICA, um cortejo que sai da Tenda Paraguaçu comandado pela Banda Mambolleio e percorre as principais ruas de Cachoeira, e o encontro com as manifestações culturais do Recôncavo.
“Eu costumo dizer que, assim como a gente espera o grande reencontro do Carnaval, do São João e das manifestações populares, também ficamos na ansiedade para a chegada da FLICA. A cada edição, a expectativa só aumenta, não só pela importância da literatura, da cultura, do conhecimento, das linguagens, mas também por essa reunião de povos. A FLICA é internacional, já pode-se dizer que o mundo inteiro espera por ela, sejam os autores e visitantes para mergulhar no mundo da literatura ou os moradores locais para expressarem sua cultura, difundir os seus negócios e manifestarem sua arte”, comenta o curador artístico Linnoy, cantor, compositor e produtor musical com mais de 25 anos de carreira.
CACHOEIRA EM FESTA – Seja em forma de livro, poesia, cordel, música ou teatro, a FLICA oferece uma verdadeira plataforma onde os holofotes iluminam pautas relevantes como identidade, racismo, gordofobia, direitos indígenas, violência doméstica, desafios da adolescência, comunidade LGBTQIA+ e comunicação na atualidade. Tudo isso sem contar a oportunidade de interação entre artistas locais com outros artistas da Bahia, do Brasil e do mundo, ao mesmo tempo que movimenta o mercado literário, o turismo e a economia criativa, solidária e sustentável.
A FLICA 2024 é uma realização da Fundação Hansen Bahia (FHB) em parceria com a Prefeitura de Cachoeira e a LDM (livraria oficial do evento) e conta com o apoio, através da ação Bahia Literária, do Governo do Estado da Bahia.
SERVIÇO:
12ª Festa Literária Internacional de Cachoeira – FLICA 2024
Onde: Cachoeira – BA
Quando: 17 a 20 de outubro
Informações:
Programação completa: https://flica.com.br/
Instagram: @flicaoficial
Literatura
Baiana Josane Silva Souza participa da Festa Literária de Paraty
A tradutora e agente literária baiana, Josane Silva Souza, participa da 22ª Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) 2024, nesta sexta-feira (11), às 15h30. Ela vai compartilhar sua expertise ao lado de Leo Gonçalves e Lubi Prates, na mesa “A hospitalidade da tradução”, com mediação de Carolina Ferreira, integrando a CASA POÉTICAS NEGRAS. Às 18h30, Léonora Miano estará na mesa “Além das Fronteiras: Afrofuturismo, Ancestralidade e Novas Narrativas Femininas”, com Sabine Mendes e Taslim, em conversa mediada por Angela DaCor.
No sábado, dia 12, às 11h, Eliana Alves Cruz falará na mesa “Criar o real: entre o jornalismo e a ficção”, com Bianca Santana e Paulo Vicente Cruz, em papo mediado por Heleine Fernandes na CASA POÉTICAS NEGRAS. No mesmo horário, às 11h, Janaína de Figueiredo (“Meu avô é um tata”, “Sapatinho de Makota”, “A Rosa e o Poeta do Morro” e “Kerekê”, entre outros) conversará com Henrique Rodrigues e Carlos Eduardo Pereira, na CASA LIBRE, no painel “As tensões contemporâneas na literatura infantojuvenil”, mediado por Sérgio Tavares.
Em seguida, às 12h30, ainda na POÉTICAS NEGRAS, a vencedora do Prêmio Pallas de Literatura (com o romance “Água de Maré”, que será lançado em 2025, quando a Pallas completará 50 anos) Tatiana Nascimento vai conversar com o público acompanhada por Viviane de Paula e Helen Araujo na mesa “Entre Versos e Marés: Narrativas Negras de Poesia, Resistência e Ancestralidade”, mediada por Angela DaCor.
Ainda no sábado, Odailta Alves falará, às 15h30, na CASA LIBRE, num painel sobre “Invisibilidade”, ao lado de Adilia Belotti, Fernanda da Escóssia, Cris Judar e Malu Jimenez. Para fechar o sábado, dia 12, às 20h, duas autoras farão os pré-lançamentos de seus livros pela Pallas na Flip: Elisa Lucinda (“Encontro com a invenção”) e Odailta Alves (“Pretos prazeres e outros ais”) na CASA POÉTICAS NEGRAS, que tem tanta afinidade com os livros produzidos pela Pallas. As duas estarão na mesa “Quando as artes se encontram e tudo vira poesia”, com Héloa, mediada por Angela DaCor. Odailta Alves falará no domingo, 13 de outubro, às 11h, sobre “Lia de Itamaracá: O reinado da ciranda” na CASA POÉTICAS NEGRAS.
Literatura
FLICA 2024 divulga edital de inscrições para autores e artistas
Escritores, quadrinistas, cordelistas, ilustradores e artesãos de todo o país terão a oportunidade de concorrer a um espaço de destaque na 12ª edição da Festa Literária Internacional de Cachoeira (FLICA), que acontece entre os dias 17 e 20 de outubro. Ao todo, serão selecionados 20 autores e artistas para a realização de lançamentos literários, sessões de autógrafos e exposições de artesanato que vão compor a programação oficial do Espaço Casa dos(as) Autores(as) Brasileiros(as). Os projetos podem ser inscritos até o dia 7 de outubro no link.
Interessados podem participar do processo seletivo nas seguintes categorias: autores(as), quadrinistas, cordelistas, artesãos(ãs) e ilustradores(as). O edital completo fica disponível durante o período de inscrição na bio do Instagram e site oficial da FLICA e da Fundação Hansen Bahia, realizadora do evento. Após o anúncio dos resultados, que acontece até o dia 12 de outubro, a Equipe da Curadoria definirá a ordem e os horários das apresentações dos artistas. Além dos 20 projetos escolhidos, outros cinco serão classificados para casos de desistência, obedecendo à ordem de classificação e aos critérios descritos no Edital.
Todos os selecionados receberão um certificado de participação na FLICA 2024, que este ano tem como tema “O mundo da literatura em festa”. A Festa dá as boas-vindas a todos os públicos, portanto, é assegurado o direito ao pleito das vagas a qualquer participante que preencha as exigências estabelecidas no Edital, havendo reserva de 10% das vagas para pessoas com deficiência, 10% para negros(as) e 5% para indígenas.
“A Flica deste ano estende suas intenções para envolver cada vez mais autores e artistas, para que eles possam ter uma oportunidade de divulgação das suas obras, considerando que nem sempre isso é possível. A literatura, a arte e a cultura têm sido extremamente relegadas a segundo plano no nosso país, e é preciso que essas oportunidades sejam criadas. A arte é condição fundamental para que a gente possa ver a vida mais colorida e com mais leveza”, declara Dinalva Melo, curadora do Espaço Casa dos(as) Autores(as) Brasileiros(as).
Nos quatro dias de evento, 58 autores nacionais e internacionais se reunirão com o objetivo de democratizar o acesso à leitura e potencializar a formação de leitores de todas as idades. Com entrada gratuita, as atividades envolvem debates, intervenções artísticas, mesas de bate-papo, lançamentos de livros, sessões de autógrafos, espetáculos, contação de histórias, exibição de conteúdos audiovisuais, apresentações de filarmônicas e muito mais.
Nesta edição, os principais espaços são a Tenda Paraguaçu, Fliquinha e Geração Flica, além da programação artística, dividida entre o Palco Raízes e o Palco dos Ritmos, que vão sediar diversas atrações imperdíveis. Todos os espaços têm indicação etária livre e contam com acessibilidade, tradução em libras e audiodescrição. A curadoria da FLICA é formada por Calila das Mercês, Emília Nuñez, Deko Lipe e Linnoy Nonato. A Coordenação Geral é assinada por Vanessa Dantas, CEO da Fundação Hansen Bahia.
A FLICA 2024 é uma realização da Fundação Hansen Bahia (FHB), em parceria com a Prefeitura de Cachoeira e a LDM (livraria oficial do evento), e conta com o apoio do Governo do Estado da Bahia, através da Bahia Literária, ação da Fundação Pedro Calmon/Secretaria de Cultura e da Secretaria de Educação.
SERVIÇO
O quê: Inscrições abertas para autores e artistas independentes na FLICA 2024
Onde: No link
Quando: Até o dia 7 de outubro
Programação completa da FLICA: https://flica.com.br/
Instagram: @flicaoficial
Literatura
Mara Felipe lança livro sobre pedagogia e trajetória do Olodum
Uma visão aprofundada sobre a trajetória do Olodum, uma das mais importantes instituições do movimento negro brasileiro. A publicação ‘Pedagogia Olodum – Epistemologia do Olodum’, de Mara Felipe, lançada pela Paco Editorial, abrange esses e outros contextos, a exemplo do período desde a fundação do grupo no mangue do Maciel/Pelourinho até a promulgação da Lei 10.639/03, que tornou obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana nas escolas. A obra revela o papel crucial desempenhado pelo Olodum na conscientização e na luta contra o racismo através de suas músicas, atividades pedagógicas e ações socioculturais.
Ao longo de suas 364 páginas, a autora detalha como o Olodum, por meio do samba-reggae e de suas práticas educativas, desenvolveu uma pedagogia única, focada em princípios antirracistas e decolonizadores. Essa pedagogia, que antecede a Lei 10.639/03, foi capaz de transformar a música em uma ferramenta de ensino e de resistência, promovendo a valorização da cultura negra e a conscientização sobre a história do povo afro-brasileiro. As letras das músicas do Olodum, carregadas de mensagens de empoderamento e resistência, aliadas a uma série de iniciativas culturais e educativas, ajudaram a moldar uma pedagogia voltada para a inclusão social e a igualdade racial.
Além de contextualizar o impacto da atuação do Olodum em Salvador e no Brasil, o livro expande o olhar para a influência internacional do grupo, que se tornou um símbolo de luta pelos direitos civis em diversas partes do mundo. O Olodum promoveu um modelo educativo que vai além das salas de aula, com práticas lúdicas e artísticas que estimulam a reflexão crítica e o reconhecimento da herança africana na formação da identidade brasileira.
Para fundamentar essa análise, Mara Felipe recorre a importantes teóricos como Abdias Nascimento, Paulo Freire, Frantz Fanon, Lélia Gonzales e Beatriz Nascimento, além de nomes internacionais como Marcus Garvey e Cheikh Anta Diop. Esses autores são convocados para explicar o processo educativo e sociopolítico do Olodum, que construiu uma forma de ensino própria, a partir da prática epistemológica do samba-reggae e da sua participação em movimentos de resistência cultural.
A publicação é, ao mesmo tempo, um estudo acadêmico e uma celebração das conquistas da instituição que, em mais de 40 anos de existência, se consolidou como um dos principais expoentes na luta contra o racismo no Brasil e no mundo. Pedagogia Olodum é um convite à reflexão sobre o papel da cultura na educação e na formação de uma consciência crítica sobre as questões raciais.
SERVIÇO
Pedagogia Olodum – Epistemologia do samba-reggae, de Mara Felipe
Preço: R$ 89,90 (364 páginas)
Disponível nas plataformas:
* [Paco Editorial](https://www.pacolivros.com.br/pedagogia-olodum)
* [Amazon](https://www.amazon.com.br/dp/8546225346)
Contato: Mara Felipe – (61) 98651-1299 / marafelipegentil@hotmail.com