Literatura
Lucas de Matos lança segundo livro com sucesso de público em Salvador

A Livraria LDM do Shopping Bela Vista, em Salvador, ficou repleta de admiradores e amigos do escritor, Lucas de Matos, durante o lançamento do seu segundo livro, ‘Antes que o Mar Silencie’, na noite da última terça-feira (17). Na Bienal do Livro de São Paulo, o exemplar foi o 5º mais vendido do stand da Principis, dos autores nacionais contemporâneos. Publicado pelo Selo Principis, Ciranda Cultural, alcançou a 12º posição da lista de mais vendidos da Amazon na categoria de temática em literatura e ficção.
“Foi incrível depois de ter retornado da Bienal do Livro de São Paulo, onde vendi muitos exemplares, voltar pra minha terra e lançar aqui. É sempre muito lindo e importante, pois é um momento onde congrego pessoas que tem um afeto por mim, me acompanham profundamente desde muito tempo e que torcem por minha literatura. Agora elas vieram mergulhar com tudo no meu mar nessa nova obra”, comemora o escritor.
Além de recitar com temas sobre sustentabilidade, desequilíbrio ambiental e autoconhecimento, o autor conversou com o público sobre curiosidades da obra e abriu para sessão de autógrafos. “Todos os lugares que Lucas está, seja no lançamento do primeiro livro, do documentário e hoje, eu o sigo para a vida. Ele virou meu amigo pessoal e seu livro me motiva muito. Ele é uma figura que empodera desde jovens a nós, mulheres com 40 anos. A gente se reconhece nos poemas e na força dele”, afirma Sheila Valverde.
Participaram do evento Rita Pinheiro, escritora e garimpeira da cultura, responsável por assinar a orelha da obra e Anielle Sol, poeta, professora e doutora em Língua e Cultura, integrando a mesa crítica. A música ficou por conta da cantora Raíssa Araújo e a poeta Duda Santhana fez uma participação especial, recitando versos da poesia de Lucas de Matos.

Foto: Ana Paula Nobre
Todos os detalhes do evento foram cuidadosamente planejados, desde a mesa que exibiu o exemplar, coberta por conchas do mar e rede de pesca, ao look desenhado e criado pela estilista Amanda Leitte, da marca Kriaçã1. Suas roupas também foram pensadas no mar, utilizando a técnica upcycling no corpete (reutilizando roupas que seriam descartadas). Para Graziele Souza, “Lucas é maravilhoso e literalmente ‘ozado’ nas palavras. Ele coloca tudo que um baiano ousado deveria falar para o público no livro dele”.
Fonte de inspiração para muitas pessoas, seus versos contribuem para a mudança de consciências, levando valorização e representatividade, a exemplo de Quezia Garcia. “Quando li o primeiro livro, Preto Ozado, me inspirei quando ele falou que o nosso cabelo é a nossa coroa. Eu tinha o cabelo alisado, aí cortei e botei trança. Eu vim comprar o novo para prestigiar, ler e me inspirar novamente”, reflete.
Após o lançamento na capital baiana, o escritor segue para outras cidades como Goiânia; depois para o Rio de Janeiro, com lançamento previsto para o dia 3 de outubro na Casa das Pretas e na Festa Literária de Boipeba (Flipeba), no dia 12 de outubro. ‘Antes que o Mar Silencie’ é uma publicação do Selo Principis, Ciranda Cultural, 2024. 96p. R$34,90.

Foto: Edvaldo Júnior
Sobre o livro
Nascido em Salvador, o escritor possui uma profunda conexão com o mar. “O título é uma grande metáfora que abarca muitos significados. Escutar a música do mar é um lembrete de estar vivo para mim, e não mais ouvir esse som simboliza o fim do ciclo da vida. Assim, o que nós podemos fazer da nossa existência antes desse silêncio?”, reflete Lucas. Poemas como ‘Batismo’, ‘Água de Cachoeira’ e ‘Maleme’ fazem uma ode às águas. O poeta também traz alertas sobre a poluição dos oceanos e o desequilíbrio ambiental.
“O mar também pode silenciar enquanto estamos vivos, dado o cenário de degradação ambiental do ecossistema marinho. É urgente nos enxergarmos como parte da Natureza, e não à parte dela”, destaca. Lucas ainda enfatiza que “estamos na década do oceano, uma iniciativa da Unesco com ações para conscientizar a população global sobre a importância das águas”, defende.
“Criei um alfabeto inteiro para compor o livro, ao invés de utilizar uma fonte digital, porque acredito que a criação faz parte do brado da poesia de Lucas”, comenta Natália Calamari, ilustradora da obra. “O mar quase abstrato representado em ondas que vão rareando é como uma metáfora do título. Ao mesmo tempo em que a onda chega na praia, ela retorna para o oceano, o som e o silêncio que fazem parte do ciclo da vida”, explica.
Literatura
Lucas de Matos participa da Feira do Livro de Maputo, em Moçambique
Literatura
Meg Heloise lança livro ‘Na Beira’ no Museu de Arte da Bahia

A escritora e pesquisadora Meg Heloise lança no próximo dia 13 de junho seu primeiro livro solo de poesias, Na Beira, publicado pela Editora Segundo Selo. A obra reúne 45 poemas que atravessam memórias, afetos e vivências de uma mulher negra em constante processo de resistência e reinvenção. O lançamento acontece às 19h, no Museu de Arte da Bahia (MAB), com sessão de autógrafos e presença da autora.
A coletânea marca a estreia de Meg como autora solo, após participações em antologias nacionais e internacionais. A pré-venda do livro já está disponível e segue até o dia 11 de junho, ao valor de R$ 40.
“Na Beira é onde estou. À margem da sociedade, à margem de mim mesma, buscando compreender a minha trajetória, minha ancestralidade e os afetos que me atravessam. Escrevo para me manter viva, para não naufragar”, diz a autora, que é doutora em Literatura e Cultura pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e também atua como curadora da Festa Literária de Aratuípe (FLITA), no Recôncavo baiano.
A obra tem prefácio assinado pela escritora Luciany Aparecida e orelha de Silvana Carvalho, e propõe uma travessia poética sensível e potente sobre ser mulher, negra e nordestina. Com textos escritos entre 2017 e 2024, a publicação nasceu do desejo antigo de reunir anotações que há anos habitavam blocos e cadernos. “Em 2020, comecei a organizar os poemas, mas só agora pude dar corpo a esse sonho, que foi sendo adiado pelas múltiplas tarefas e demandas da vida acadêmica e profissional”, conta Meg.
Natural de Nazaré, no Recôncavo baiano, a escritora começou a escrever ainda na infância, incentivada pela mãe e por professores da rede pública. Desde 2021, tem atuado nos bastidores da cena educacional e cultural, especialmente na formação de professores e na assessoria técnica da Undime (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação).
Inspirada por autoras como Conceição Evaristo, Lívia Natália, Calila das Mercês, Maya Angelou e Luciany Aparecida, Meg acredita na escrita como ferramenta de resistência, reconhecimento e prazer. “A escrita é uma possibilidade de existência. Quando escrevo, acolho a menina que fui e digo a ela: a escrita é possível, é necessária.”
Mais do que uma conquista individual, a publicação de Na Beira reflete o fortalecimento de um movimento maior: a democratização do acesso ao livro e à leitura, especialmente nos interiores. “Tenho acompanhado esse processo de interiorização das festas literárias e de formação de novos leitores e escritores. A leitura não deve ser uma prática mecânica, e sim uma descoberta prazerosa. Em minha memória, ler sempre esteve associado ao afeto, ao prazer, à liberdade”, afirma a autora.
SERVIÇO
O quê: Lançamento do livro Na Beira, de Meg Heloise
Quando: 13 de junho (quinta-feira), às 19h
Onde: Museu de Arte da Bahia (MAB) – Salvador
Quanto: R$ 40,00
Instagram @meg_heloise
Literatura
5ª edição do ‘História de Raiz’ leva cultura ancestral ao Parque da Cidade

A 5ª edição do projeto cultural História de Raiz será realizada neste domingo (25), às 10h, no Parque da Cidade, em Salvador. Com entrada gratuita, o encontro lúdico e educativo celebra a ancestralidade por meio da contação de histórias inspiradas em lendas, mitos e tradições da literatura de matriz africana.
Idealizado pela Colecult – Coletivo Cultural e Cerqueira Produções, o projeto reúne os contadores de histórias Joice Paixão, Lara Simplício e Eduardo Odùdúwa, que darão vida a narrativas que resgatam saberes ancestrais e fortalecem a identidade cultural afro-brasileira. A atividade será realizada na área verde do parque.
Voltado para públicos de todas as idades, o evento propõe um espaço de convivência e aprendizado a partir da oralidade, prática ancestral valorizada em diversas culturas africanas. O projeto foi contemplado pelos Editais da Paulo Gustavo Bahia e conta com apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia, por meio da Secretaria de Cultura, em conformidade com a Lei Paulo Gustavo (Lei Complementar nº 195/2022), criada para garantir suporte emergencial ao setor cultural.
SERVIÇO
O que: História de Raiz – Contação de Histórias de Matriz Africana
Quando: 25 de maio (domingo), 10h
Onde: Parque da Cidade (área verde), Salvador – BA
Gratuito
Mais informações: @cerqueiraproducoes
-
Opinião9 anos atrás
“O incansável e sempre ativo pau grande e afetividade do homem negro” – Por Kauê Vieira
-
Literatura9 anos atrás
Davi Nunes e Bucala: uma literatura negra infantil feita para sentir e refletir
-
Literatura8 anos atrás
A lírica amorosa da poetisa Lívia Natália em “Dia bonito pra chover”! – Por Davi Nunes
-
Audiovisual2 anos atrás
Filme “Egúngún: a sabedoria ancestral da família Agboola” estreia no Cine Glauber Rocha
-
Formação6 anos atrás
Conheça cinco pensadores africanos contemporâneos que valem a pena
-
Carnaval3 anos atrás
Bloco Olodum libera venda do primeiro lote de abadás com kit promocional
-
Cultura1 ano atrás
Orquestra Agbelas estreia em Salvador na festa de Iemanjá
-
Música2 anos atrás
Olodum realiza Femadum 2023 no Pelourinho