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Duo DOUM lança primeiro single com clipe que saúda Ibejis
O duo DOUM, formado pelos amigos Diggo e Raysson, lança seu primeiro single “Tiro cego” acompanhado por clipe dirigido por Chico Kertész. Nas cenas, os cantores preparam um caruru de Ibejis com um roteiro cheio de temperos da Bahia. Nesta primeira faixa, composta pela dupla e produzida por Marcelo Delamare e Raysson, eles mostram que chegaram ao mercado fonográfico para escreverem sua história na música contemporânea.
“O DOUM terá a alegria e a sonoridade da Bahia, a delicadeza e a marra da Black Music e a linguagem popular”, resume Diggo. “Sempre trazendo os tambores e as letras criativas que buscam de fato emocionar o público”, acrescenta Raysson. Eles contam que se conheceram via internet, um namorando o trabalho do outro.
“Quando nos conhecemos pessoalmente, eu senti que ele era um irmão mais novo que eu não conhecia ainda”, lembra Diggo. “De fato, pela conexão, pelos pensamentos, forma de agir e falar, parece mesmo que tem alguma história que parece que a gente já se conhece há anos”, concorda o parceiro.
O single nasceu durante um passeio no Porto da Barra. Raysson criou a melodia no violão e eles começaram a escrever por cima. Este é o primeiro single de um EP que está programado pra sair ainda este ano. Se depender de talento, conexão e musicalidade, o destino do DOUM será espalhar sua arte para além da Bahia e do Brasil. A próxima parada dos meninos é o mundo.
Sobre Raysson Lima
Hoje com 20 anos, Raysson é cantor, compositor, multi-instrumentista e capoeirista. Desde muito novo, demonstrou uma conexão com a música, sendo influenciado pelos tambores da escola criativa Olodum e pelo berimbau da Capoeira Mangangá, do qual seu pai, Tonho Matéria, é fundador e mestre. Começou a arriscar os primeiros toques aos 2 anos, explorando os baldes de sua mãe, dona Joelma, e desde então, ele vem trilhando seu caminho.
Aos 3 anos, Raysson iniciou sua jornada como ouvinte na escola criativa Olodum, absorvendo a essência da música nas aulas e ensaios nas ruas. Com 11 anos de participação, ele expandiu seu horizonte musical ao ingressar na orquestra NEOJIBA, onde teve a oportunidade de explorar a música clássica. Raysson acumula experiências significativas ao colaborar com renomadas bandas e artistas, incluindo Timbalada, Claudia Leitte, Ivete Sangalo, Arnaldo Antunes, Gilberto Gil, Aguidavi do Jêje, e principalmente Carlinhos Brown, com quem participou de turnês e shows em festivais mundiais.
Em 2022, Raysson alcançou um marco notável ao se tornar o primeiro solista jovem negro de berimbau e orquestra na Europa, realizando duas apresentações memoráveis no Concertgebouw em Amsterdã e na Philharmonie de Paris, na França. Após encerrar seu ciclo na orquestra, Raysson embarcou no projeto “FILHOS DA BAHIA”, que obteve reconhecimento nacional, sendo destaque em programas de grande audiência, como Fantástico (Rede Globo), Encontro com Patrícia Poeta (Rede Globo), Rodrigo Faro (Record), e Faustão (Band).
Sobre Diggo
Soteropolitano, cantor é um dos compositores mais requisitados no mercado brasileiro. “Dengo” de João Gomes e “Contatinho” de Léo Santana são alguns dos seus hits que marcaram a indústria. A música entrou na sua vida naturalmente quando, aos 15 anos, compôs uma canção que fez sucesso na voz de uma banda local da época.
A partir disso, sua vida artística variou entre composições e participações como vocalista em bandas de samba, uma das suas maiores referências musicais. Em sua carreira solo, o artista lança seu trabalho no pagodão baiano com influência no trap e no eletrônico, com músicas virais nas suas proporções e que entraram nos gostos de artistas respeitados no Brasil.
Música
Savannah Lima emociona com videoclipe “Odara” e lança no YouTube hoje (12)
A cantora e compositora baiana, Savannah Lima, apresentou o seu segundo videoclipe, “Odara”, na última quarta-feira (9), no Vale do Dendê, Pelourinho. Profundamente emocionada, a artista fez um pocket show com músicas que saúdam os orixás, e convidou integrantes da equipe e pessoas que fizeram parte da gravação para darem seu depoimento. Depois, exibiu o vídeo em primeira mão para amigos e convidados. O lançamento oficial para o público, no Youtube, será hoje (12), às 18h, no Dia das Crianças.
“A data foi muito bem pensada, pois foi uma música que fiz para uma criança. Odara é uma menina que existe, fez parte da minha vida, a vi crescer e falar “mamãe” no meu colo. Ela é filha de uma pessoa muito importante pra mim e neta de Dinha do Acarajé. O clipe é um presente, então quero que outras crianças negras, indígenas, portadoras de deficiência, que não tem a liberdade de brincar porque moram em zona de risco, que não recebem presentes porque a mãe e o pai não tem pra dar, que seja um presente para todas essas crianças, e também as pessoas mais velhas, porque todo mundo tem uma criança interior. Sintam-se presenteados com esse trabalho”, deseja a artista.
Para a atriz mirim, Cicinha Alcântara, que já trabalha com publicidade, foi a sua primeira participação em um videoclipe. “Pra mim, foi muito gratificante, ainda mais estar com duas mulheres que são representatividade aqui na Bahia. Três gerações de Odara onde eu fui a mais nova. Eu amei participar”, diz. A música foi composta em 2019, e Savannah gostaria de ter gravado o clipe em 2020, mas não era o momento, afirmando que foi um grande presente não ter sido naquela ocasião. “Tinha que ser agora com essas pessoas e com esse recurso. Na época, não era uma possibilidade e não teria a participação especial de Negra Jhô, que fez toda a diferença”, afirma.
Representando a grande mãe ancestral, Negra Jhô foi canal para trazer a sua verdade nas cenas, já que se conhecem há anos e apresenta uma referência de força, honra à ancestralidade e às raízes africanas. “Savannah é filha, é amiga, é parceira, vi começar e decolar e sei que ela tem muita história pra contar. Ela merece prêmios e mais prêmios. Odara é o que a gente bebe, o que a gente come, o que a gente sente, o que a gente caminha, é o nosso sangue. Participar desse clipe fez eu me sentir mais forte. Juntas seremos sempre mais fortes e sem luta não há vitória. Eu sou uma mulher Odara. Quando ela me convidou, foi só gratidão. Agradeço a minha mãe, a minha avó, aos meus seios, ao meu útero, à minha ancestralidade”, comemora.
Fruto de um projeto contemplado no edital Paulo Gustavo Bahia, promovido pela Secult-BA e Governo Federal, para a cantora, “afirmar isso nesse lugar da política pública nos garante a dignidade de realizar o nosso trabalho e de levar também a possibilidade de trabalho para tantas outras pessoas, porque para fazer um videoclipe pelo menos foram 22 pessoas envolvidas direta e indiretamente. O resultado tem menos de 4 minutos, mas uma importância tão grande, um fundamento tão grande e um alcance enorme que vai reverberar durante muitos anos na nossa vida pela experiência que foi”, pontua.
“A forma como o trabalho foi conduzido, com um projeto que tem essa representatividade, acessa um lado diferente na gente. Quando fazemos um trabalho comercial e outro artístico, que tem uma causa, uma proposta de construção de legado, se torna muito mais fluido”, avalia o diretor do videoclipe, Adriano Zatara. A música traz na melodia a rítmica da capoeira como elemento chave. No arranjo também se encontra o sotaque musical característico das regiões do vasto nordeste do Brasil, lembrando a sonoridade presente em rodas de viola e de samba de roda.
Sobre o videoclipe
No clipe da música “Odara”, o clima emana da leveza e da ludicidade presentes na infância de uma criança negra de origem humilde que encontra no seu dia a dia, aproveitando os espaços e modos culturais com os quais têm relação, a forma para criar e desenvolver o seu universo de criatividade e subjetividade. Assim, árvores, troncos, pedras, água, animais, sombras, sons, cantos, danças e ritmos, ou qualquer outra coisa que possa ser lida por ela como possibilidade de expressar a sua imaginação, são elementos presentes no videoclipe.
Por essa razão, foram escolhidas como cenário para as gravações as ruínas da primeira igreja do município de Vera Cruz , na Ilha de Itaparica, na Baia de Todos os Santos. A Igreja do Nosso Senhor de Vera Cruz, construída em 1560, é a terceira mais antiga no país. Este monumento, mesmo tendo sido construído por jesuítas, carrega em suas ruínas a simbiose entre as paredes que restaram da Igreja e a árvore gameleira, que é um símbolo sagrado para o povo de Candomblé. Esta árvore vive há mais de trezentos anos no local e representa Iroko, o Orixá que é o próprio tempo e ancestralidade. O culto a Ele feito aos pés da gameleira é realizado pelo povo de santo há muito tempo e este local é por si só uma representação de resistência da crença dos povos negros que viveram naquela região.
Sobre Savannah Lima
Cantora, compositora, atriz, poetisa e apresentadora, Savannah Lima é uma multiartista negra, nascida em Salvador, que transforma letras em canções desde os 12 anos, com uma voz que transita entre potência e sensibilidade ao mesmo tempo. Iniciou a carreira como banking-vocal, mas não demorou a ganhar destaque e ser convidada para integrar os vocais da Banda Percussiva Feminina Didá, grupo do pelo Mestre Neguinho do Samba. o criador do ritmo Samba-reggae.
Na sua trajetória de 20 anos de carreira, Savannah Lima dividiu o palco com artistas consagrados como Margareth Menezes, Cadinhos Brown, llê Aiyê, Daniela Mercury, Ivete Sangalo e Arlindo Cruz. Também cantou com nomes da nova geração como Majur, Bia Ferreira e a banda instrumental baiana Panteras Negras. Idealizou, dirigiu e produziu o show “Oferendas”, exaltando a natureza, os Orixás e fortalecendo a luta no combate à intolerância religiosa, realizando apresentações em Salvador e São Paulo. Em 2023 e 2024 lançou sua primeira música autoral com um videoclipe oficial, a canção ‘Orixa”.
Também realizou o primeiro desfile do retorno do Bloco Baile Black, no Circuito Mestre Bimba e o show “Soul Samba-Reggae”, contemplado no edital Carnaval do Pelô. Nos festejos juninos fez show no Pelourinho homenageando os sambas do Recôncavo e as Cirandas. Como ativista se apresentou no Seminário de Celebração do Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial, no Salão Nobre da Reitoria da Ufba, cantando o hino nacional e o hino da independência da Bahia; também na 6a Conferência da Diáspora nas Américas, evento internacional, que contou com a presença de diversas lideranças e personalidades sociais, políticas e artísticas, a exemplo da Ministra da Cultura Margareth Menezes e a Ministra da Igualdade Racial Anielle Franco.
Em sua carreira como atriz formou-se na Oficina de Performance Negra do Bando de Teatro Olodum e atuou na peça Sortilégio II, com direção do premiado Ângelo Flávio e texto de Abdias do Nascimento. Viajou o Brasil com o espetáculo “Guerreiro”, do Circo Picolino. Atuou no filme ADA, da cineasta Rafaela Uchoa, e foi escolhida melhor atriz coadjuvante no Festival Palma Cine 2020. Como apresentadora fez a cobertura Oficial do Carnaval do Circuito Mestre Bimba no Nordeste de Amaralina, em 2020 e 2023. Em 2021 e apresentou a segunda edição do “Festival Panteras Negras Convida”, realizado no estúdio do llê Aiyê.
Literatura
Midiã Noelle lança obra sobre Comunicação Antirracista pela Editora Planeta
Previsto para o primeiro trimestre de 2025, a obra inédita sobre comunicação antirracista da jornalista, Midiã Noelle Santana, será lançada pela renomada Editora Planeta Brasil, que firmou contrato com a escritora esse mês. Sua trajetória notável na mídia dentro do campo da comunicação antirracista tem sido amplamente reconhecida, levando-a a ser incluída na lista Bantumen das 100 pessoas mais influentes dos países lusófonos.
A comunicadora, que é mestra em Cultura pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e mestranda em Políticas Públicas pela Fundação Getúlio Vargas, é idealizadora do Instituto Commbne, que pauta comunicação, inovação, raça e etnia. Entre seus feitos, recentemente, criou o prêmio Jacira da Silva, para premiar mídias negras, em parceria com o Instituto Afrolatinas.
“Nos meus 16 anos como jornalista, aprendi muito sobre como a comunicação é fundamental para garantir dignidade às vidas das pessoas. Foram muitos os caminhos percorridos: jornal impresso, Nações Unidas/ONU, movimento social, sobretudo negro e feminista negro, e governo. Neste que será o meu primeiro de muitos filhos como escritora, irei reunir esses aprendizados, percepções e estratégias de uma forma inédita e amorosa”, destaca a jornalista.
Sobre a escritora
Midiã é uma mulher negra soteropolitana, criada em bairros periféricos de Salvador, como Liberdade e Paripe, no subúrbio da capital. Foi uma das criadoras da editoria Correio Afro no Jornal Correio, na Bahia, onde ainda apresentou o programa “Conexões Negras” entre 2020 e 2022, entrevistando figuras proeminentes nas questões raciais do Brasil, como a escritora Djamila Ribeiro e a apresentadora Rita Batista.
Atualmente, Midiã é consultora da UNESCO e está à frente da elaboração do Plano Nacional de Comunicação Antirracista na administração pública, para o governo federal. Com passagens por diversas agências das Nações Unidas, como UNFPA e PNUD, ela realiza formações especializadas em comunicação antirracista desde 2019, atendendo empresas públicas, privadas, o terceiro setor e a sociedade civil. Como fundadora do Instituto Commbne, promove a conexão e ampliação das vozes de comunicadores da diáspora africana.
Sobre a Editora
A Editora Planeta Brasil, fundada em 2003, é parte do Grupo Planeta, um dos maiores conglomerados editoriais do mundo, com sede em Barcelona. Com nove selos editoriais, a editora já publicou mais de 1.500 livros, além de enciclopédias, como a Barsa no Brasil. O Grupo Planeta possui filiais em várias cidades brasileiras, incluindo São Paulo e Curitiba.
Políticas
Aloisio Menezes recebe Medalha Zumbi dos Palmares
O cantor, compositor e artista brasileiro, Aloisio Menezes, irá receber a Medalha Zumbi dos Palmares, dia 20 de agosto (terça-feira), às 18h30, no Plenário Cosme de Farias, na Câmara Municipal de Salvador, que fica localizada na Praça Thomé de Souza. A condecoração é uma homenagem pelo legado e contribuição do artista na disseminação da música e da arte baiana e pelo seu papel na manutenção da cultura afro-brasileira, da cidadania e dos direitos humanos.
“É a medalha que leva o nome de Zumbi, e damos àquelas pessoas que contribuem ativamente na luta contra o racismo através de seu trabalho e de seu legado”, afirma a vereadora Marta Rodrigues (PT), responsável pela de entrega da honraria, fruto de projeto de resolução do então vereador Moisés Rocha (PT). A vereadora lembra, ainda, que ele foi um dos fundadores do Bando Teatro Olodum, um dos autores da peça Ó Pai Ó, e já cantou ao lado Caetano Veloso, Gilberto Gil, Daniela, Ivete e Luiz Melodia. Teve sua voz e canções reconhecidas por diversos artistas.
Aloísio Menezes é considerado um dos maiores artistas brasileiros e dono de uma voz insubstituível no cenário musical do país. Nascido e criado no Garcia, o artista carrega em sua trajetória um potente legado. Há mais de 24 anos como integrante do Cortejo Afro, Menezes segue uma carreira independente e eclética, agregando nos mais diversos estilos musicais e buscando levar sua arte a todos os cantos. Marta, que é presidenta da Comissão de Direitos Humanos e de Defesa da Democracia Makota Valdina, pontua ainda que o homenageado vem ao longo dos anos prestando valorosa contribuição na luta antirracista utilizando-se da arte e da música.
“Nada mais justo do que Aloisio receber a medalha que leva o nome de um dos maiores líderes do Brasil no combate à escravidão, que criou o maior quilombo de resistência e luta que este país já teve. Um artista dessa magnitude, que tem uma voz que ecoa, que arrepia e que reflete nossa ancestralidade”, diz a vereadora.
Xiré – Em 2011, Aloisio Menezes gravou o álbum Xiré Reverbe, produzido por Guga Stroeter, maestro da Orquestra HB. “Me deixa muito feliz saber que ao longo de minha trajetória eu sempre estive do lado certo da história e nunca me vendi para a indústria fonográfica. Cantei com os maiores representantes da música brasileira, assim como eu. Fui indicado a prêmios e tenho na minha essência a vontade de cantar sempre reforçando que o negro tem o poder”, declara o artista.
É dele a voz que começa o videoclipe do cantor Saulo Fernandes na música ‘Raiz de Todo Bem’ e que, explica ele, muito expressa sua essência. “Somos a Bahia de um mar inteiro. Somos a fumaça de um mensageiro. Somos pretos e cantaremos nossa cor. Somos a luz da cidade sóbria. Somos o sonho de ser pátria igual. Somos beleza infinita. De perto, anormal. Somos capoeira de mestre forte. Somos escolhidos da sorte. Somos tambores ricos de fé. Somos universo de bem maior. Somos o amor e seus aliados. Somos filhos dos encantados”, recita.