Audiovisual
Festival Cinema Negro tem dois curtas baianos na competição

A atração de abertura é um show do rapper Zudizilla, considerado um dos maiores nomes da cena contemporânea do Sul, na quinta-feira (17/10), às 20h30, na Travessa dos Cataventos. Para a Mostra Especial deste ano, os curadores valorizaram a produção de realizadores negros gaúchos. Além do marco “Um é Pouco, Dois é Bom” (1970), de Odilon Lopez, um dos primeiros diretores negros de cinema no Brasil, a programação inclui filmes dos cineastas Davi de Oliveira Pinheiro (“Porto dos Mortos”) e Ellen Rocha (“O Tempo”), além das obras seriadas de Cleverton Borges (“Centro Liberdade”) e Mariani Ferreira (“Filhos da Liberdade”).
A Mostra Competitiva conta com quatro categorias – videoclipes, videoarte, curtas e longas – e será exibida na Cinemateca Paulo Amorim, nos canais TVE-RS e Prime Box Brasil e na plataforma Todes Play. O processo de seleção teve como pré-requisito que as produções fossem realizadas por pessoas negras ou com protagonismo negro em sua criação. Além das quatro premiações principais por categoria, haverá oito Prêmios Destaque RS, destinados a homenagear as categorias técnicas de profissionais do Rio Grande do Sul. E, pela primeira vez, haverá a categoria Júri Popular para os longas.

Meu Amigo Tião, de Elizeu Oliveira | Foto: Divulgação
Ao todo serão exibidas mais de 35 obras audiovisuais, entre elas quatro longas, 12 curtas, oito videoclipes e quatro videoartes em competição. Nas manhãs do evento, acontece o Sopapo LAB, laboratório voltado a projetos de cineastas negros. A consultoria será ministrada pelo showrunner e roteirista Marton Olympio, indicado ao Emmy Awards 2024. Olympio também fará uma masterclass para o público em geral, na qual falará sobre a sua experiência na criação da série “Anderson Spider Silva” e em outras obras suas, na sexta-feira (18), no Auditório Luis Cosme, às 17h30.
Desde a primeira edição, o Festival entrega premiações a cineastas da Mostra Competitiva e ao homenageado do ano. Nesta edição o prêmio passa a se chamar Odilon Lopez. A agraciada com o troféu será a roteirista e diretora Renata Martins. Ela tem trajetória no cinema independente e produziu conteúdos para televisão, trabalhando atualmente como roteirista na Rede Globo com narrativas fortes que se destacam pelo tom crítico e pela sensibilidade. Sua trajetória também será celebrada com uma sessão de leitura dramática de um de seus roteiros mais impactantes, “Levante”.
Destaques
A quinta-feira (17/10) começa no auditório Luis Cosme, às 9h, com a Blackworking, atividade formativa para realizadores negros, seguida do Workshop de Distribuição Audiovisual com Uilton Oliveira, às 11h. O dia prossegue na Sala Eduardo Hirtz, às 14h, com “Menina Mulher de Pele Preta” (SP), de Renato Cândido de Lima e Bárbara Sabrina Silva Magalhanis, na competitiva de longas, seguido de exibição especial do clássico gaúcho “Um é Pouco, Dois é Bom” (1970), de Odilon Lopez. O primeiro dia termina na Travessa dos Cataventos, às 20h, com cerimônia de abertura e show com Zudizilla.
A programação de sexta-feira (18/10) inicia para o público geral na Sala Eduardo Hirtz, às 10h30, com o primeiro programa da Mostra Competitiva de Curtas-Metragens. A tarde começa às 14h, com o longa em competição “Tranca Rua & Seus Caminhos – O Filme” (RS), de Luis Ferreirah, seguido por programa de curtas em competição, às 15h35, e de dois longas da mostra especial: “Porto dos Mortos” (2010), de Davi de Oliveira Pinheiro, às 16h, e “Othelo, o Grande” (2024), de Lucas H. Rossi dos Santos, às 18h30.
Mais cedo, às 17h30, no Auditório Luis Cosme, Marton Olympio ministra a masterclass “Anderson Spider Silva e outras obras”. À noite, a programação muda-se para a Galeria Xico Stockinger do Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul (MACRS), onde acontece um vernissage, acompanhado de performance de Fayola Ferreira, em parceria com o projeto Cultura no Antropoceno, às 20h. No mesmo local, às 21h, serão projetados os títulos da Mostra Competitiva Videoartes.
No sábado (19/10), a Sala Eduardo Hirtz exibe o longa em competição “Crônicas de Uma Jovem Família Preta” (RJ), de Davidson D. Candanda, às 14h. A competitiva de curtas começa às 15h15, seguida da Leitura Dramática “Levante”, de Renata Martins, com Grupos Espiralar Encruza e Pretagô, às 16h. A exibição especial de “Noites Alienígenas” (2022), de Sérgio de Carvalho, inicia às 18h30. O Jardim Lutzenberger sedia, às 20h, a Mostra Competitiva: Noite dos Videoclipes, com discotecagem do coletivo porto-alegrense O Bronx.
O último dia, domingo (20/10), começa na Sala Eduardo Hirtz, às 14h, com “Flores do Cerrado” (MG), de Cida Reis e Cristiane Lage, longa da mostra competitiva, seguida de curtas, às 15h. Na mostra especial, às 16h, serão exibidos episódios das séries “Filhos da Liberdade” (2024), de Mariani Ferreira e Fabrício Cantanhede, e “Centro Liberdade” (2024), segmento dirigido por Cleverton Borges, e o curta “O Tempo” (2023), de Ellen Rocha. Às 17h30, acontece debate com os diretores convidados Cleverton Borges, Davi de Oliveira Pinheiro, Ellen Rocha e Mariani Ferreira. O evento termina na sala Bruno Kiefer, às 19h, com a premiação e homenagem à Renata Martins.
Mostra Competitiva Curtas-Metragens
“Caluim” (BA), de Marcos Alexandre; “Deixa” (RJ), de Mariana Jaspe; “Emerenciana” (PR), de Larissa Nepomuceno; “Expresso Parador” (RJ), de JV Santos; “Fabiana Moraes: Brilho e Combate” (PE, RJ e SP), de Barretinho, DAFB; “Malunga” (SP), de Gal Souza; “Maré Braba, Pâmela Peregrino” (CE); “Meu Amigo Tião” (BA), de Elizeu Oliveira; “Monalisa” (MG), de Tainá Lima; “Pedagogias da Navalha: Se a Palavra é um Feitiço, Minha Língua é uma Encruzilhada” (RJ), de Colle Christine, Alma Flora e Tiana Santos; “Samuel foi trabalhar” (AL), de Janderson Felipe e Lucas Litrento; “Te Desperto” (SC), de Cameron Venture.
O Festival Cinema Negro em Ação é promovido pelo Iecine em parceria com a CCMQ, ambos instituições da Sedac. Acompanhe a programação na página do Instagram do Festival, do Iecine e da Sedac.
Serviço
O que: V Festival Cinema Negro em Ação
Quando: de quinta-feira (17/10) a domingo (20/10)
Onde: Casa de Cultura Mario Quintana (Rua dos Andradas, 736, Centro Histórico, Porto Alegre)
Entrada franca
Audiovisual
“Filme Marginal” abre inscrições para produções audiovisuais independentes de todo o Brasil

Estão abertas até o dia 18 de maio as inscrições para a 5ª edição da Mostra do Filme Marginal: Cinema de Luta, Arte de Libertação. O evento, que acontece em setembro no Rio de Janeiro, busca valorizar o cinema independente brasileiro com obras que abordem temas sociais, políticos e culturais marginalizados. Podem se inscrever realizadores de curtas, médias e longas-metragens de qualquer parte do país — inclusive Salvador — com filmes finalizados a partir de 2022. A participação é gratuita.
Voltada para a difusão de um cinema autoral, popular e crítico, a Mostra se define como um espaço de reflexão, estímulo e autoformação. A proposta é ampliar a visibilidade de produções que provoquem debates sobre injustiças e desigualdades, com temas como racismo, gênero, sexualidade, direitos das mulheres, meio ambiente, luta por moradia e questões indígenas.
As inscrições devem ser feitas exclusivamente online, por meio do formulário disponível no site do festival: mostradofilmemarginal.com. A curadoria da mostra avaliará os filmes inscritos e a lista de selecionados será divulgada na primeira semana de agosto. A exibição dos filmes ocorrerá entre os dias 12 e 21 de setembro de 2025, no Rio de Janeiro.
Criada em 2017, a Mostra do Filme Marginal é organizada pela Corpo Fechado Produtora e conta, nesta edição, com apoio do Pró-Carioca Audiovisual 2024 – Edital de Apoio à Produção de Mostras e Festivais de Audiovisual, via Lei Paulo Gustavo e Rio Filme. O evento cresceu significativamente nos últimos anos: da primeira edição com 36 filmes inscritos, saltou para mais de 400 em 2024.
“Estamos abertos à multiplicidade de vozes e experiências do cinema independente contemporâneo brasileiro”, afirma o idealizador da mostra, Uilton Oliveira.
SERVIÇO
📽️ 5ª Mostra do Filme Marginal: Cinema de Luta, Arte de Libertação
📅 Inscrições gratuitas: de 1º a 18 de maio de 2025
📍 A mostra acontece em setembro, no Rio de Janeiro
🔗 Formulário de inscrição: clique aqui
🌐 Site: mostradofilmemarginal.com
📱 Instagram: @mostradofilmemarginal
Audiovisual
Documentário sobre autoras negras baianas tem exibição na Sala Walter da Silveira

Com lançamento marcado para o dia 08 de maio, às 19h, na Sala Walter da Silveira, o documentário “Cartografia de Nós” propõe um mergulho na produção literária contemporânea liderada por mulheres autoras negras baianas. A sessão será gratuita e aberta ao público, com direito a bate-papo após a exibição. O filme também estará disponível a partir de 06 de maio no canal YouTube Passos Entre Linhas.
Idealizado pela escritora e educadora Lorena Ribeiro, fundadora do projeto Passos Entre Linhas, o curta de aproximadamente 40 minutos convida o público a refletir sobre os impactos dos territórios geográficos e sociais na construção das narrativas literárias negras. A direção é de Sabrina Andrade, com roteiro, apresentação e produção de Lorena Ribeiro, e trilha sonora assinada por Hosanna Almeida e Marcelo Santana.
O documentário reúne entrevistas com mulheres negras autoras de diferentes regiões da Bahia e faixas etárias: Táina Sena (Itamaraju), Camila Carmo (Amargosa/Ilha de Itaparica), Paula Anias (Sapeaçu), Maria Dolores Rodriguez (Feira de Santana) e a própria Lorena Ribeiro (Salvador/Lauro de Freitas). A cidade de Cachoeira, com sua forte tradição histórico-cultural, também é destacada como espaço de efervescência literária.
“Nosso estado tem muita gente produzindo coisas riquíssimas, mas ainda pouco conhecidas e, por isso, pouco valorizadas. Criar ao lado dessas mulheres é a confirmação de que juntas realizamos coisas gigantes”, afirma Lorena.
Além dos depoimentos, o filme incorpora intervenções artísticas, como o bordado da poeta Tainah Cerqueira, que ampliam o olhar sobre a literatura como expressão sensível de identidade e resistência. O objetivo da obra é também estimular a leitura de autoras negras contemporâneas da Bahia e contribuir para a preservação e valorização dessas vozes.
“Cartografia de Nós” é uma realização do projeto Passos Entre Linhas em parceria com a Aiocá Produções. O projeto foi contemplado pelo edital Paulo Gustavo Bahia, com apoio do Governo do Estado da Bahia, por meio da Secretaria de Cultura, e do Ministério da Cultura, Governo Federal, através da Lei Paulo Gustavo.
SERVIÇO
O quê: Exibição do documentário Cartografia de Nós
Quando: 08 de maio de 2025 (quinta-feira), às 19h
Onde: Sala Walter da Silveira – R. Gen. Labatut, 27 – Barris, Salvador – BA
Quanto: Gratuito
Duração: 40 min
Classificação: Livre
Extras: Bate-papo com realizadoras após a sessão
Acompanhe o projeto:
🌐 Site oficial
📷 Instagram: @passosentrelinhas
📺 YouTube: Passos Entre Linhas
📘 Facebook: Passos Entre Linhas
🐦 Twitter: @passoselinhas
Audiovisual
Animação ‘Jimú e o Universo Ancestral’ estreia na Sala Walter da Silveira

A animação infantil “Jimú e o Universo Ancestral” será lançada oficialmente nos dias 5 e 8 de maio em duas exibições presenciais na Bahia. O curta-metragem, inspirado no livro “Jimú – Memória das Águas”, da escritora e artista visual Aislane Nobre, leva às telas uma jornada poética de espiritualidade e ancestralidade vivida por uma criança na Ilha de Itaparica.
A primeira exibição acontece no dia 5 de maio, às 15h30, na Biblioteca Juracy Magalhães Jr, em Itaparica. A segunda, no dia 8 de maio, será realizada na Sala Walter da Silveira, na Biblioteca dos Barris, em Salvador. Após as sessões presenciais, o filme ficará disponível online por 24 horas no canal do projeto no YouTube (youtube.com/@universojimu).
A obra traz recursos de acessibilidade como libras, audiodescrição e legenda em inglês, reafirmando seu compromisso com a inclusão.
Uma jornada mágica e ancestral
A história acompanha Jimú, uma criança curiosa e gulosa, que ao lado da irmã Nira, embarca em uma jornada mágica ao receber um chamado ancestral ligado ao culto aos Egunguns – divindades que representam os espíritos dos antepassados. A aventura atravessa questões profundas como espiritualidade, vida e morte, e o amadurecimento infantil, tudo ambientado na Ilha de Itaparica.
Com personagens como Giã (pai e líder espiritual), Yaiá (mãe) e Dona Mariinha (uma católica que simboliza o respeito entre religiões), Jimú descobre que sua fome é muito mais do que um desejo físico – é um chamado para a conexão com suas raízes.
“Essa é uma obra que nasce do afeto, da memória e da força de uma herança espiritual viva”, afirma Aislane Nobre, autora do livro que inspira o filme. “A transformação para o audiovisual foi feita com muito cuidado, respeitando as raízes dessa história, mas também se abrindo às novas formas de contá-la.”
Sem narração, o curta aposta em uma narrativa guiada pela musicalidade e sonoridade afro-brasileira. A direção de som é assinada por Herison Pedro, do Ofò Laboratório Sonoro. Toda a trilha foi construída com base nos cânticos ancestrais do culto aos Egunguns.
A criação e direção musical são de Lucas Maciel e Tiago Farias, que também assinam os efeitos sonoros. A proposta é usar os sons como fios condutores de memória, emoção e espiritualidade, estabelecendo uma experiência sensorial profunda com o público.
Criação colaborativa com crianças
A produção do filme foi realizada pelo estúdio Mirabolantes Studios, liderado por Lucas Morassi, André Luis Silva e Andreia Silva. Como parte do processo criativo, o projeto promoveu uma oficina de ilustração com crianças, incorporando desenhos feitos por elas em alguns cenários do filme, como forma de reconhecer o protagonismo infantil e fortalecer o elo entre a obra e seu público.
Além disso, no dia 6 de maio, às 10h30, será realizada uma nova oficina de ilustração na Biblioteca Juracy Magalhães Jr, voltada para crianças e jovens.
Um tributo à ancestralidade
“Jimú e o Universo Ancestral” combina animação tradicional com motion graphics, propondo uma nova estética narrativa que homenageia as raízes africanas e a oralidade. “A sobreposição de técnicas e o cuidado com a composição visual são uma aposta estética e política. Jimú não apenas conta uma história, ela provoca uma escuta com o corpo inteiro”, destaca a equipe da Mirabolantes Studios.
Sobre a autora
Aislane Nobre, nascida em Itaparica, é escritora, artista visual e candomblecista. Doutoranda em Artes Visuais na UFBA, investiga temas como cor da pele, afetividade e ancestralidade na arte contemporânea. O livro “Jimú – Memória das Águas” foi lançado em novembro de 2024 com distribuição gratuita em escolas, terreiros e comunidades negras de Salvador, Itaparica, Paulo Afonso e Cachoeira. A publicação está à venda no site www.universojimu.com.br.

Aislane Nobre | Foto: Daniel Pita
SERVIÇO
O quê: Lançamento do curta-metragem de animação “Jimú e o Universo Ancestral”
Classificação indicativa: Livre
Formato: Animação infantil com acessibilidade (libras, audiodescrição e legenda em inglês)
Exibição em Itaparica
Data: 05 de maio (domingo)
Horário: 15h30
Local: Biblioteca Juracy Magalhães Jr – Itaparica
Oficina de Ilustração (Itaparica)
Data: 06 de maio (segunda-feira)
Horário: 10h30
Local: Biblioteca Juracy Magalhães Jr – Itaparica
Público-alvo: Crianças e jovens
Exibição em Salvador
Data: 08 de maio (quinta-feira)
Local: Sala Walter da Silveira – Biblioteca Pública dos Barris
Exibição online:
Após as exibições presenciais, o filme ficará disponível por 24 horas no YouTube:
youtube.com/@universojimu