Cultura
Casa do Patrimônio reúne exposições que resgatam memória da Bahia

As apresentações e exposições na Casa do Patrimônio, que marcam presença na Flica pela segunda vez, são uma grande celebração à ancestralidade e à cultura do povo baiano. Na manhã deste sábado (19), os visitantes tiveram acesso a obras de arte como a mostra ‘Retratos com Os Sagrados’, de autoria de Milton Marinho. O artista visual, que é natural de Itororó, no interior da Bahia, expôs 10 telas com pinturas feitas especialmente para a Flica, a partir de fotografias de ícones da cultura e literatura nacional, como Gilberto Gil e Jorge Portugal.
“A abordagem com esses retratos desconstruídos, que beiram o cubismo e a caricatura, pode ser a porta de entrada para que meu trabalho ganhe mais projeção junto ao público”, diz Marinho. Para o artista, que é autodidata, o intuito da obra é desconstruir a imagem para construir essas provocações e inclinações que a pessoa tem em ver mistério nas coisas, causando curiosidade e até certa estranheza nos visitantes. “Eu tenho uma frase que me acompanha: ‘quem me elogia, me ofende profundamente’”, filosofa o artista.

Foto: Fábio Vasconcelos
O pano da costa, material tradicional dos terreiros de candomblé, também ganhou uma exposição na Casa do Patrimônio. São tecidos usados dentro das casas de axé como proteção da cabeça e do corpo. Responsável pela mostra, Makota Kamulenge da Gomeia explica que o pano da costa serve também para identificar o cargo da pessoa dentro do terreiro. “A cabeça é sagrada e está sempre coberta”, ressalta. A exposição traz 12 tecidos pendurados no salão, cujas cores significam os orixás a que representam, de acordo com a matriz africana.
“A gente trabalha com resgate de cultura e lutamos para manter as tradições originárias”, afirma.
A Casa do Patrimônio também trouxe outras exposições, como a mostra fotográfica “Negreiros, um pensamento Afro-Atlântico”, de Marcelo Reis; e a mostra artística assinada por Fernando Barbosa, intitulada “Bahia de Saberes e Fazeres, o legado do patrimônio imaterial”. Além da apresentação do samba de roda Suspiro do Iguape, resgatando o ritmo que tem origem na mãe África. “Falar de samba no samba é importante porque têm pessoas que cantam, porém não conhecem a origem do ritmo, que chega à Bahia trazido pelos reis e rainhas que foram arrancados da África para serem escravizados aqui, mas que trouxeram junto a cultura ancestral”, explica Ananias Viana, coordenador do Suspiro do Iguape.
A estudante universitária Ananda Chalegre, 20, está visitando a Flica pela primeira vez e ficou encantada com a programação da Casa do Patrimônio. “Estou admirando muito a experiência e conseguindo entender melhor os meus antepassados, o que aconteceu anteriormente”, reflete. O engenheiro civil Benedito Ferreira, 62, usou o celular para registrar tudo e ficou feliz com o que viu na Casa do Patrimômio. “Eu olho para isso aqui e me causa um espanto positivo. A gente sai impactado de uma exposição dessas”, afirma.
A produtora executiva da Casa do Patrimônio, Joelma Stella, destaca a importância de abrir as portas da casa em Cachoeira, cidade histórica na luta pela independência da Bahia. “É uma oportunidade de dar projeção ao debate sobre patrimônio material e imaterial. Uma forma de preservar esse patrimônio é fazendo com que ele seja transmitido para as novas gerações e que isso gere uma consciência sobre a manutenção dessas tradições e memória”, conclui.
FLICA – Na edição 2024 da FLICA, os principais espaços são a Tenda Paraguaçu, Fliquinha e Geração Flica, além da programação artística, dividida entre o Palco Raízes e o Palco dos Ritmos. Todos os espaços têm indicação etária livre e contam com acessibilidade, tradução em libras e audiodescrição. A curadoria da FLICA é formada por Calila das Mercês, Emília Nuñez, Deko Lipe e Linnoy Nonato. A Coordenação Geral é assinada por Vanessa Dantas, CEO da Fundação Hansen Bahia.
A 12ª FLICA é uma realização da Fundação Hansen Bahia (FHB), em parceria com a Prefeitura de Cachoeira, LDM (livraria oficial do evento), CNA NET (internet oficial do evento) e conta com o apoio da Bracell, ACELEN, Bahiagás, Governo do Estado da Bahia, através da Bahia Literária, ação da Fundação Pedro Calmon/Secretaria de Cultura e da Secretaria de Educação, Caixa e Governo.
Cultura
Expo Axé promove roda de conversa na Caixa Cultural sexta (14)

O quê: Última Roda de Conversa da Expo Axé
Tema: “Agradecer o ontem, viver o hoje e plantar o amanhã!”
Quando: Dia 14 de março de 2025 (sexta-feira)
Horário: Às 17h
Onde: CAIXA Cultural Salvador – Rua Carlos Gomes, nº 57, Centro
Quanto: Entrada gratuita (sujeita à lotação do espaço)
Ação solidária: Doação de 1kg de alimento não perecível
Cultura
3º Round BR chega a Salvador trazendo circuito freestyle

Considerado o maior circuito de freestyle do Brasil, 3º Round BR chega a Salvador nos dias 21 e 22 de março (sexta e sábado), tornando a capital baiana como o centro do Hip-Hop nacional, com batalhas entre os melhores MC’s do Brasil. Três campeões nacionais e nove campeões estaduais estão confirmados para esse encontro inédito, que fortalece a cena do freestyle no Norte-Nordeste.
A grande final acontece na Praça das Artes, no Pelourinho, com apresentações de Ravi Lobo, Suiky (999) e Afrocidade, além dos DJ’s Iano e Jarrão garantindo o som. Mais informações no insta @3roundoficial | Pyedra Barbosa – (71) 98526-3088 e Cosca – (71) 99196-4061.
Programação:
21/03 (sexta) – Califórnia Studios (DOCA1)
Coletiva de Imprensa + Vish Flow – Esquenta (Evento fechado)
22/03 (sábado) – Praça das Artes, Pelourinho
Grande Final | Entrada gratuita | 15h
Cultura
Agbelas entrega Oferenda Musical para Iemanjá no Rio Vermelho


Foto: Estúdio Casa de Mainha | André Frutuoso
O destaque especial ficou por conta da parceria com a Escola Aguidavi do Jêje, localizada no Terreiro do Bogum, no Engenho Velho da Federação, no qual crianças tiveram um momento de apresentação solo e depois se juntaram à Orquestra. O projeto, subsidiado pela Lei Paulo Gustavo, envolve aulas de percussão, confecção de xequerês e criação de figurinos. No repertório, ritmos de matriz africana (Opanijé, Ijexá e Ilú) e referências populares como ciranda, maracatu e samba.
“Reunimos um número recorde de mulheres e a diversidade está em cada detalhe. Da idade, com crianças de dois a senhoras de 70 anos, ao nível de experiência com o instrumento. Tem aluna que nunca havia tocado antes e veio a Salvador, sobretudo, para reverenciar mãe Iemanjá”, ressalta Gio Paglia, líder e fundadora da Orquestra e da iniciativa Agbelas.

Foto: Estúdio Casa de Mainha | André Frutuoso