Connect with us

Literatura

Escritor Vitor Matos aborda futuro do negro no Brasil em livro

Ana Paula Nobre

Publicado

on

Foto: Ingrid David

O escritor Vitor Matos lança o livro “Existíamos, existimos e existiremos: passado, presente e futuro do negro brasileiro sob a ótica das políticas públicas” pela editora Appris, em Salvador, nesta terça-feira (12), às 18h, no Café Arawè, na Casa Verão Preta Brasil. Conduzir o leitor a imaginar uma sociedade construída sem a herança da violência colonial contra as pessoas negras e também instigar reflexões sobre o seu futuro a partir da trajetória dos direitos humanos, políticas públicas, influência do consumo e até das mídias sociais são as propostas de leitura.

Com prefácio da jornalista e pesquisadora Mônica Sanches, a obra apresenta visão abrangente das construções raciais no país e analisa pontos importantes do cenário racial e das políticas públicas mais relevantes para a população negra, que representa 55,5% do país, de acordo com o Censo de 2022. O autor destaca avanços na área de educação, sobretudo a superior.  E conquistas importantes, como as cotas raciais para concursos públicos e para redes de ensino. “Além da obtenção das vagas, elas propiciam a qualificação dos debates raciais dentro dos espaços de poder.

O aumento da cobrança pela utilização de epistemologias negras e o resgate de pensadores e de conhecimentos até então absolutamente apagados ou escanteados. A formação em universidades de excelência traduz-se em transformações de olhares da sociedade a respeito de negros e negras. O “lugar de negro” finalmente começa a ser qualquer lugar, o que atinge a raiz do preconceito racial no Brasil, que é a marca”, diz Vitor, que é mestre em Políticas Públicas em Direitos Humanos pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e doutorando em Ciências Sociais, pela mesma instituição.

Apesar de pontos positivos, o livro mostra que ainda há um longo caminho para a população negra alcançar igualdade em direitos. Exemplos são altas taxas de mortalidade de crianças e jovens, violência obstétrica, evasão escolar, diferenças salariais, intolerância a religiões de matrizes africanas e violência policial contra pessoas negras.  “É uma realidade que se impõe e atua como uma camada extra de obstáculos, o que representa um cenário de total desmotivação pelo futuro”, completa o autor.

A influência das redes sociais na vida dos negros  também é tema de “Existíamos,  existimos e existiremos”. Para Vitor, a crueldade das reações e dos cancelamentos só não é maior que o medo deles. Estar em um ambiente em que pessoas não precisam controlar seus impulsos de julgamento e ataque, por estarem apartados de uma práxis social (nas redes), já é perigoso o bastante para a subjetividade dos jovens. “E se tratando de jovens negros isso piora substancialmente, pois as bolhas das redes sociais são, muitas vezes, o único lugar onde o jovem negro é aceito como bonito, desejável, padrão. É lá que se encontram outros semelhantes que esbanjam sucesso, dinheiro, alegria e afeto pleno. É preciso  proteger a psiquê do jovem negro, para ele se tornar capaz de driblar os elementos que poderão levá-lo, muito provavelmente, à frustração”, conclui.

Sobre o autor

Mestre em Políticas Públicas em Direitos Humanos pela UFRJ, doutorando em Ciências Sociais pela mesma instituição. Servidor público federal na UFRJ, onde atua como Diretor de Planejamento do Núcleo Interdisciplinar para o Desenvolvimento Social (Nides). Militante do Movimento Negro Unificado e consultor e palestrante sobre diversidade e inclusão no mercado de trabalho, relações raciais brasileiras, direitos humanos e políticas públicas.

Sobre a editora

O Grupo Editorial Appris conta com cinco selos editoriais, das mais diversas áreas técnicas, científicas e literárias. Com 14 anos no setor e a experiência de seus editores, que atuam há mais de 35 anos no mercado editorial, a Appris possui um catálogo com mais de 12 mil obras publicadas e que continua a crescer com uma média de 70 lançamentos por mês.

Literatura

Lucas de Matos participa da Feira do Livro de Maputo, em Moçambique

Iasmim Moreira

Publicado

on

Lucas de Matos

O escritor e comunicador baiano Lucas de Matos será um dos representantes brasileiros na Feira do Livro de Maputo, que acontece nos dias 16 e 17 de junho, em Moçambique. Integrando o projeto “Escrita Viajante e as Diversidades Culturais Diaspóricas”, promovido pelo Coletivo Flipeba, o autor participará de painéis, lançamentos literários e um sarau poético no Instituto Guimarães Rosa (IGR).

Autor dos livros Preto Ozado e Antes que o Mar Silencie, Lucas faz sua primeira viagem internacional com um significado especial: “É simbólico que seja para o continente africano”, afirma. Ele já havia participado anteriormente de atividades virtuais com Angola e Moçambique.

A programação do autor começa no dia 16 de junho com a apresentação do livro Confissões de Viajante (Sem Grana), da escritora Manoela Ramos, às 15h. No mesmo dia, às 18h, Lucas participa do painel coletivo “Legado dos Festivais Literários – Conexão Bahia/Maputo”, refletindo sobre os laços culturais entre os dois territórios.

No dia seguinte, 17 de junho, ele comanda o Sarau Poético, às 15h, onde apresenta textos próprios e também poemas de escritoras moçambicanas como Paulina Chiziane e Noémia de Sousa. O encerramento de sua participação ocorre na “Festa O Pente”, evento promovido pelo agitador cultural Uran Rodrigues, com recital do autor.

Além das atividades literárias, Lucas também atua como comunicador na cobertura da participação da escritora Manoela Ramos na Feira, ao lado de Uran Rodrigues. A curadora da Festa Literária de Boipeba (Flipeba) integra a comitiva do projeto, que busca fomentar a leitura e a produção literária com base nas experiências de viagem e conexões com a diáspora africana.

“É uma alegria poder contribuir para a difusão de iniciativas literárias por meio da comunicação. Faremos uma cobertura com todos os detalhes dessa imersão”, destaca Lucas.

O quê: Participação do escritor Lucas de Matos na Feira do Livro de Maputo – Projeto “Escrita Viajante e as Diversidades Culturais Diaspóricas”

Quando: 16 e 17 de junho de 2025

Onde: Instituto Guimarães Rosa (IGR) – Maputo, Moçambique

Programação principal:

  • 16/06, 15h – Apresentação do lançamento do livro Confissões de Viajante (Sem Grana), de Manoela Ramos

  • 16/06, 18h – Painel “Legado dos Festivais Literários – Conexão Bahia/Maputo”

  • 17/06, 15h – Sarau Poético com Lucas de Matos e poesias moçambicanas

  • Encerramento na “Festa O Pente”, com recital do autor

Continuar lendo

Literatura

Meg Heloise lança livro ‘Na Beira’ no Museu de Arte da Bahia

Iasmim Moreira

Publicado

on

Meg Heloise

A escritora e pesquisadora Meg Heloise lança no próximo dia 13 de junho seu primeiro livro solo de poesias, Na Beira, publicado pela Editora Segundo Selo. A obra reúne 45 poemas que atravessam memórias, afetos e vivências de uma mulher negra em constante processo de resistência e reinvenção. O lançamento acontece às 19h, no Museu de Arte da Bahia (MAB), com sessão de autógrafos e presença da autora.

A coletânea marca a estreia de Meg como autora solo, após participações em antologias nacionais e internacionais. A pré-venda do livro já está disponível e segue até o dia 11 de junho, ao valor de R$ 40.

Na Beira é onde estou. À margem da sociedade, à margem de mim mesma, buscando compreender a minha trajetória, minha ancestralidade e os afetos que me atravessam. Escrevo para me manter viva, para não naufragar”, diz a autora, que é doutora em Literatura e Cultura pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e também atua como curadora da Festa Literária de Aratuípe (FLITA), no Recôncavo baiano.

A obra tem prefácio assinado pela escritora Luciany Aparecida e orelha de Silvana Carvalho, e propõe uma travessia poética sensível e potente sobre ser mulher, negra e nordestina. Com textos escritos entre 2017 e 2024, a publicação nasceu do desejo antigo de reunir anotações que há anos habitavam blocos e cadernos. “Em 2020, comecei a organizar os poemas, mas só agora pude dar corpo a esse sonho, que foi sendo adiado pelas múltiplas tarefas e demandas da vida acadêmica e profissional”, conta Meg.

Natural de Nazaré, no Recôncavo baiano, a escritora começou a escrever ainda na infância, incentivada pela mãe e por professores da rede pública. Desde 2021, tem atuado nos bastidores da cena educacional e cultural, especialmente na formação de professores e na assessoria técnica da Undime (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação).

Inspirada por autoras como Conceição Evaristo, Lívia Natália, Calila das Mercês, Maya Angelou e Luciany Aparecida, Meg acredita na escrita como ferramenta de resistência, reconhecimento e prazer. “A escrita é uma possibilidade de existência. Quando escrevo, acolho a menina que fui e digo a ela: a escrita é possível, é necessária.”

Mais do que uma conquista individual, a publicação de Na Beira reflete o fortalecimento de um movimento maior: a democratização do acesso ao livro e à leitura, especialmente nos interiores. “Tenho acompanhado esse processo de interiorização das festas literárias e de formação de novos leitores e escritores. A leitura não deve ser uma prática mecânica, e sim uma descoberta prazerosa. Em minha memória, ler sempre esteve associado ao afeto, ao prazer, à liberdade”, afirma a autora.

SERVIÇO
O quê: Lançamento do livro Na Beira, de Meg Heloise
Quando: 13 de junho (quinta-feira), às 19h
Onde: Museu de Arte da Bahia (MAB) – Salvador
Quanto: R$ 40,00
Instagram @meg_heloise

Continuar lendo

Literatura

5ª edição do ‘História de Raiz’ leva cultura ancestral ao Parque da Cidade

Iasmim Moreira

Publicado

on

História de Raiz

A 5ª edição do projeto cultural História de Raiz será realizada neste domingo (25), às 10h, no Parque da Cidade, em Salvador. Com entrada gratuita, o encontro lúdico e educativo celebra a ancestralidade por meio da contação de histórias inspiradas em lendas, mitos e tradições da literatura de matriz africana.

Idealizado pela Colecult – Coletivo Cultural e Cerqueira Produções, o projeto reúne os contadores de histórias Joice Paixão, Lara Simplício e Eduardo Odùdúwa, que darão vida a narrativas que resgatam saberes ancestrais e fortalecem a identidade cultural afro-brasileira. A atividade será realizada na área verde do parque.

Voltado para públicos de todas as idades, o evento propõe um espaço de convivência e aprendizado a partir da oralidade, prática ancestral valorizada em diversas culturas africanas. O projeto foi contemplado pelos Editais da Paulo Gustavo Bahia e conta com apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia, por meio da Secretaria de Cultura, em conformidade com a Lei Paulo Gustavo (Lei Complementar nº 195/2022), criada para garantir suporte emergencial ao setor cultural.

SERVIÇO
O que: História de Raiz – Contação de Histórias de Matriz Africana
Quando: 25 de maio (domingo), 10h
Onde: Parque da Cidade (área verde), Salvador – BA
Gratuito
Mais informações: @cerqueiraproducoes

Continuar lendo

EM ALTA