Audiovisual
“Visitas de Helisleide Bomfim 2” terá sessão gratuita no Cineteatro 2 de Julho

O documentário “Visitas de Helisleide Bomfim 2” será exibido em sessão especial gratuita com mediação cultural, aberta ao público, nesta quarta (13), às 10h, no Cineteatro 2 de Julho, espaço cultural recém inaugurado em Salvador. Em tempos nos quais a saúde mental ocupa um espaço de debate cada vez mais amplo e necessário, a obra propõe uma reflexão profunda e sensível sobre o cuidado com a vida humana. Através da arte, da resistência e da luta antimanicomial, o trabalho lança luz sobre histórias que, muitas vezes, permanecem à margem. A sessão conta com interpretação em Libras e a realização de um bate-papo com convidados ao final. Veja trailer no link.
Com direção de Fabio Vidal, o curta explora a jornada da atriz, militante e usuária do CAPS Helisleide Bomfim, uma figura que representa tanto os desafios da luta antimanicomial quanto o poder transformador da arte. Com sua história marcada por resistência, Helisleide se torna um símbolo de luta, ao mesmo tempo em que conecta suas próprias experiências às de outros militantes. O filme dá continuidade aos documentários anteriores “Ecoando Helisleide Bomfim” e “Visitas de Helisleide Bomfim”, ambos realizados em meio às restrições impostas pela pandemia.
Em “Visitas de Helisleide Bomfim 2”, o espectador é convidado a entrar no universo da saúde mental e da criação artística, através de quatro entrevistas com Anna Santos, Eduardo Calliga, Gilvan Araújo, e Gustavo Mesquita, todos parceiros de luta de Helisleide, sendo os três primeiros usuários do serviço do CAPS e o último profissional de saúde. Ao compartilhar suas trajetórias, eles revelam como o trabalho com a arte e a militância antimanicomial se entrelaçam, dando visibilidade a narrativas que são ao mesmo tempo de dor e de reinvenção. De acordo com Helisleide Bomfim, protagonista da obra, a arte e a militância são indissociáveis e, não à toa, reafirmadas por ela em cada cena do documentário.
“Não tive uma boa formação ao falar de saúde mental. Uma professora me fez acreditar que eu deveria ter medo de pessoas com transtorno mental. Quando eu cheguei a surtar, eu fiquei sem entender o que estava acontecendo comigo, mas a luta antimanicomial mudou meu olhar, pois me tornei usuária do serviço de saúde mental e passei por processos que me fazem entender a loucura de forma diferenciada”, declara Helisleide.
Para Gustavo Mesquita, profissional do CAPS Pernambués, em Salvador, a arte é uma ponte para o protagonismo dos usuários dos serviços de saúde mental. “A gente vem tentando mostrar a importância da arte. Ela precisa ter mais visibilidade, ter mais reconhecimento da rede, porque através da arte a gente percebe tantos talentos dos nossos usuários, e aqui no CAPS a gente vai tentando à nossa maneira, utilizar desse protagonismo do usuário”.
Já Eduardo Calliga, poeta, em um depoimento impactante, chama atenção para a dimensão humana por detrás dos números e diagnósticos: “Eu tenho nome e sobrenome. Eu sou um cidadão, não sou estatística, não sou CID, nem sou números. Sou apenas um cidadão militante em saúde mental e usuário do serviço de saúde mental.”

Foto: Divulgação
O documentário, que teve seu lançamento online no dia 10 de outubro, Dia Mundial da Saúde Mental, não é apenas um retrato das vivências de seus personagens. Ele é um chamado à reflexão coletiva. Em tempos de crescente debate sobre saúde mental, a obra se destaca ao trazer à tona a importância de um cuidado mais humano e afetuoso, com a arte servindo como um canal para expressões que muitas vezes não encontram lugar nos discursos tradicionais. Através da palhaçaria, das artes visuais, da música e da literatura, esses militantes não só constroem suas trajetórias, mas também resistem aos paradigmas excludentes do sistema de saúde.
O diretor do documentário, Fábio Vidal, destaca a potência da arte como ferramenta de mudança social e humana. “A arte tem um papel fundamental na saúde mental, funcionando como um meio de ressocialização e fortalecimento do cuidado de si. Nosso desejo é que o documentário contribua para ampliar o debate sobre a saúde mental, integrando esse tema a um contexto mais amplo de cuidado com o corpo, a mente e as emoções”, conclui.
“Visitas de Helisleide Bomfim 2” é uma realização do Território Sirius, em parceria com a Multi Planejamento Cultural e a Voo Audiovisual. O projeto foi contemplado nos Editais da Paulo Gustavo Bahia e tem apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura via Lei Paulo Gustavo, direcionada pelo Ministério da Cultura, Governo Federal. Paulo Gustavo Bahia (PGBA) foi criada para a efetivação das ações emergenciais de apoio ao setor cultural, visando cumprir a Lei Complementar nº 195, de 8 de julho de 2022
Serviço
Exibição do documentário “Visitas de Helisleide Bomfim 2”
Data: 13 de novembro (quarta-feira)
Horário: 10h
Local: Cineteatro 2 de julho
Gratuito
Atividade: Sessão seguida de bate-papo com os participantes
Acessibilidade: Sessão com interpretação em Libras
Audiovisual
“Filme Marginal” abre inscrições para produções audiovisuais independentes de todo o Brasil

Estão abertas até o dia 18 de maio as inscrições para a 5ª edição da Mostra do Filme Marginal: Cinema de Luta, Arte de Libertação. O evento, que acontece em setembro no Rio de Janeiro, busca valorizar o cinema independente brasileiro com obras que abordem temas sociais, políticos e culturais marginalizados. Podem se inscrever realizadores de curtas, médias e longas-metragens de qualquer parte do país — inclusive Salvador — com filmes finalizados a partir de 2022. A participação é gratuita.
Voltada para a difusão de um cinema autoral, popular e crítico, a Mostra se define como um espaço de reflexão, estímulo e autoformação. A proposta é ampliar a visibilidade de produções que provoquem debates sobre injustiças e desigualdades, com temas como racismo, gênero, sexualidade, direitos das mulheres, meio ambiente, luta por moradia e questões indígenas.
As inscrições devem ser feitas exclusivamente online, por meio do formulário disponível no site do festival: mostradofilmemarginal.com. A curadoria da mostra avaliará os filmes inscritos e a lista de selecionados será divulgada na primeira semana de agosto. A exibição dos filmes ocorrerá entre os dias 12 e 21 de setembro de 2025, no Rio de Janeiro.
Criada em 2017, a Mostra do Filme Marginal é organizada pela Corpo Fechado Produtora e conta, nesta edição, com apoio do Pró-Carioca Audiovisual 2024 – Edital de Apoio à Produção de Mostras e Festivais de Audiovisual, via Lei Paulo Gustavo e Rio Filme. O evento cresceu significativamente nos últimos anos: da primeira edição com 36 filmes inscritos, saltou para mais de 400 em 2024.
“Estamos abertos à multiplicidade de vozes e experiências do cinema independente contemporâneo brasileiro”, afirma o idealizador da mostra, Uilton Oliveira.
SERVIÇO
📽️ 5ª Mostra do Filme Marginal: Cinema de Luta, Arte de Libertação
📅 Inscrições gratuitas: de 1º a 18 de maio de 2025
📍 A mostra acontece em setembro, no Rio de Janeiro
🔗 Formulário de inscrição: clique aqui
🌐 Site: mostradofilmemarginal.com
📱 Instagram: @mostradofilmemarginal
Audiovisual
Documentário sobre autoras negras baianas tem exibição na Sala Walter da Silveira

Com lançamento marcado para o dia 08 de maio, às 19h, na Sala Walter da Silveira, o documentário “Cartografia de Nós” propõe um mergulho na produção literária contemporânea liderada por mulheres autoras negras baianas. A sessão será gratuita e aberta ao público, com direito a bate-papo após a exibição. O filme também estará disponível a partir de 06 de maio no canal YouTube Passos Entre Linhas.
Idealizado pela escritora e educadora Lorena Ribeiro, fundadora do projeto Passos Entre Linhas, o curta de aproximadamente 40 minutos convida o público a refletir sobre os impactos dos territórios geográficos e sociais na construção das narrativas literárias negras. A direção é de Sabrina Andrade, com roteiro, apresentação e produção de Lorena Ribeiro, e trilha sonora assinada por Hosanna Almeida e Marcelo Santana.
O documentário reúne entrevistas com mulheres negras autoras de diferentes regiões da Bahia e faixas etárias: Táina Sena (Itamaraju), Camila Carmo (Amargosa/Ilha de Itaparica), Paula Anias (Sapeaçu), Maria Dolores Rodriguez (Feira de Santana) e a própria Lorena Ribeiro (Salvador/Lauro de Freitas). A cidade de Cachoeira, com sua forte tradição histórico-cultural, também é destacada como espaço de efervescência literária.
“Nosso estado tem muita gente produzindo coisas riquíssimas, mas ainda pouco conhecidas e, por isso, pouco valorizadas. Criar ao lado dessas mulheres é a confirmação de que juntas realizamos coisas gigantes”, afirma Lorena.
Além dos depoimentos, o filme incorpora intervenções artísticas, como o bordado da poeta Tainah Cerqueira, que ampliam o olhar sobre a literatura como expressão sensível de identidade e resistência. O objetivo da obra é também estimular a leitura de autoras negras contemporâneas da Bahia e contribuir para a preservação e valorização dessas vozes.
“Cartografia de Nós” é uma realização do projeto Passos Entre Linhas em parceria com a Aiocá Produções. O projeto foi contemplado pelo edital Paulo Gustavo Bahia, com apoio do Governo do Estado da Bahia, por meio da Secretaria de Cultura, e do Ministério da Cultura, Governo Federal, através da Lei Paulo Gustavo.
SERVIÇO
O quê: Exibição do documentário Cartografia de Nós
Quando: 08 de maio de 2025 (quinta-feira), às 19h
Onde: Sala Walter da Silveira – R. Gen. Labatut, 27 – Barris, Salvador – BA
Quanto: Gratuito
Duração: 40 min
Classificação: Livre
Extras: Bate-papo com realizadoras após a sessão
Acompanhe o projeto:
🌐 Site oficial
📷 Instagram: @passosentrelinhas
📺 YouTube: Passos Entre Linhas
📘 Facebook: Passos Entre Linhas
🐦 Twitter: @passoselinhas
Audiovisual
Animação ‘Jimú e o Universo Ancestral’ estreia na Sala Walter da Silveira

A animação infantil “Jimú e o Universo Ancestral” será lançada oficialmente nos dias 5 e 8 de maio em duas exibições presenciais na Bahia. O curta-metragem, inspirado no livro “Jimú – Memória das Águas”, da escritora e artista visual Aislane Nobre, leva às telas uma jornada poética de espiritualidade e ancestralidade vivida por uma criança na Ilha de Itaparica.
A primeira exibição acontece no dia 5 de maio, às 15h30, na Biblioteca Juracy Magalhães Jr, em Itaparica. A segunda, no dia 8 de maio, será realizada na Sala Walter da Silveira, na Biblioteca dos Barris, em Salvador. Após as sessões presenciais, o filme ficará disponível online por 24 horas no canal do projeto no YouTube (youtube.com/@universojimu).
A obra traz recursos de acessibilidade como libras, audiodescrição e legenda em inglês, reafirmando seu compromisso com a inclusão.
Uma jornada mágica e ancestral
A história acompanha Jimú, uma criança curiosa e gulosa, que ao lado da irmã Nira, embarca em uma jornada mágica ao receber um chamado ancestral ligado ao culto aos Egunguns – divindades que representam os espíritos dos antepassados. A aventura atravessa questões profundas como espiritualidade, vida e morte, e o amadurecimento infantil, tudo ambientado na Ilha de Itaparica.
Com personagens como Giã (pai e líder espiritual), Yaiá (mãe) e Dona Mariinha (uma católica que simboliza o respeito entre religiões), Jimú descobre que sua fome é muito mais do que um desejo físico – é um chamado para a conexão com suas raízes.
“Essa é uma obra que nasce do afeto, da memória e da força de uma herança espiritual viva”, afirma Aislane Nobre, autora do livro que inspira o filme. “A transformação para o audiovisual foi feita com muito cuidado, respeitando as raízes dessa história, mas também se abrindo às novas formas de contá-la.”
Sem narração, o curta aposta em uma narrativa guiada pela musicalidade e sonoridade afro-brasileira. A direção de som é assinada por Herison Pedro, do Ofò Laboratório Sonoro. Toda a trilha foi construída com base nos cânticos ancestrais do culto aos Egunguns.
A criação e direção musical são de Lucas Maciel e Tiago Farias, que também assinam os efeitos sonoros. A proposta é usar os sons como fios condutores de memória, emoção e espiritualidade, estabelecendo uma experiência sensorial profunda com o público.
Criação colaborativa com crianças
A produção do filme foi realizada pelo estúdio Mirabolantes Studios, liderado por Lucas Morassi, André Luis Silva e Andreia Silva. Como parte do processo criativo, o projeto promoveu uma oficina de ilustração com crianças, incorporando desenhos feitos por elas em alguns cenários do filme, como forma de reconhecer o protagonismo infantil e fortalecer o elo entre a obra e seu público.
Além disso, no dia 6 de maio, às 10h30, será realizada uma nova oficina de ilustração na Biblioteca Juracy Magalhães Jr, voltada para crianças e jovens.
Um tributo à ancestralidade
“Jimú e o Universo Ancestral” combina animação tradicional com motion graphics, propondo uma nova estética narrativa que homenageia as raízes africanas e a oralidade. “A sobreposição de técnicas e o cuidado com a composição visual são uma aposta estética e política. Jimú não apenas conta uma história, ela provoca uma escuta com o corpo inteiro”, destaca a equipe da Mirabolantes Studios.
Sobre a autora
Aislane Nobre, nascida em Itaparica, é escritora, artista visual e candomblecista. Doutoranda em Artes Visuais na UFBA, investiga temas como cor da pele, afetividade e ancestralidade na arte contemporânea. O livro “Jimú – Memória das Águas” foi lançado em novembro de 2024 com distribuição gratuita em escolas, terreiros e comunidades negras de Salvador, Itaparica, Paulo Afonso e Cachoeira. A publicação está à venda no site www.universojimu.com.br.

Aislane Nobre | Foto: Daniel Pita
SERVIÇO
O quê: Lançamento do curta-metragem de animação “Jimú e o Universo Ancestral”
Classificação indicativa: Livre
Formato: Animação infantil com acessibilidade (libras, audiodescrição e legenda em inglês)
Exibição em Itaparica
Data: 05 de maio (domingo)
Horário: 15h30
Local: Biblioteca Juracy Magalhães Jr – Itaparica
Oficina de Ilustração (Itaparica)
Data: 06 de maio (segunda-feira)
Horário: 10h30
Local: Biblioteca Juracy Magalhães Jr – Itaparica
Público-alvo: Crianças e jovens
Exibição em Salvador
Data: 08 de maio (quinta-feira)
Local: Sala Walter da Silveira – Biblioteca Pública dos Barris
Exibição online:
Após as exibições presenciais, o filme ficará disponível por 24 horas no YouTube:
youtube.com/@universojimu
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