Artes
Exposição ‘Olga Gómez – Alegria da Criação’ acontece no MAB
A artista plástica e diretora da Companhia A RODA de Teatro de Bonecos, Olga Gómez, inaugura a exposição ‘Olga Gómez – Alegria da Criação’ nesta quarta-feira (13), às 19h, no Museu de Arte da Bahia (MAB), no Corredor da Vitória, aberta ao público. A mostra é um convite para conhecer a obra da artista argentina radicada na capital baiana desde 1986 e fundadora da premiada Companhia A RODA de Teatro de Bonecos, que acaba de completar 27 anos de existência. Através de desenhos, bonecos, brinquedos, sombras e cenografias de espetáculos produzidos ao longo de quatro décadas, os visitantes poderão adentrar seu universo criativo, em um ambiente que recria o ateliê de Olga. A exposição entra em cartaz no dia 14 de novembro e segue até 23 de fevereiro de 2025, de terça-feira a domingo, das 10h às 18h, com entrada gratuita.
Fomentada pelo Programa FUNARTE de Apoio a Ações Continuadas, do Governo Federal, a mostra conclui uma jornada criativa que começou no início do ano com o reparo da sede da companhia, restauro do acervo de espetáculos e diversas atividades de formação artística gratuitas. O objetivo da exposição é o de promover estímulos sensoriais no público. A própria Olga Gómez compartilha que “tem sido muito enriquecedora a resposta das pessoas, desde as crianças de Sussuarana até um cidadão de Nova York, diante de um mesmo trabalho, na mesma semana”. Todos tendem a demonstrar curiosidade, entusiasmo e interesse. “Cada um dos bonecos articulados representa um esforço por evoluir na ideia da animação da matéria, para oferecer algo interessante à plateia”, afirma a diretora artística da Companhia A RODA.
O desenho é a base das múltiplas criações de Olga Gómez. “Por isso, pensamos numa exposição que não só mostrasse o histórico da companhia no campo teatral, mas que recriasse o universo de uma artista que materializa suas ideias através do desenho para chegar a outras formas de expressão artística”, explica Stella Carrozzo, curadora da exposição e uma das fundadoras d’A RODA. Ela complementa dizendo que “o público poderá ver não só bonecos, cenografias e figuras de sombra, mas esculturas em madeira, autômatos e desenhos inéditos – e, claro, muita alegria, movimento, potência e amor à arte”.
As imagens-alegoria vão ocupar o MAB, evidenciando a técnica e o estilo de Olga Gómez. Esculturas, bonecos, desenhos e cenografias dialogam com representações geométricas, conectando as obras com o espaço, unindo a abstração e a figuração. É preciso lembrar, ainda, que a exposição celebra os 27 anos de nascimento da Companhia A RODA. Marcus Sampaio, que também é um dos seus fundadores, juntamente com Olga e Stella, aponta que a mostra, assim, “abre uma janela para o público conhecer um pouco mais da amplidão criativa de Olga Gómez, que movimenta A RODA desde a sua formação, em 1997”.

Foto: Márcio Lima
Espaço interativo e atividades paralelas
Na exposição, alguns autômatos, brinquedos, sombras e bonecos articulados poderão ser acionados pelo público. Além disso, um grupo de pesquisa em animação que trabalha com Olga Gómez fará apresentações de um dos espetáculos da companhia – “O Combate” – e de cenas curtas, nas seguintes datas: 14, 15, 16, 17 e 24 de novembro. Dessa forma, o público terá a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre o trabalho da companhia.
Outras atividades gratuitas serão as visitas guiadas para grupos, oferecidas tanto pela curadora da exposição quanto pelos mediadores do Museu de Arte da Bahia, os quais atuarão no sentido de favorecer uma construção conceitual e sensorial, de modo a abrir possibilidades de conexão entre o público e os trabalhos e espetáculos presentes na mostra. Essas mediações serão entendidas não como mecanismos de tradução da obra de Olga Gómez, mas, sim, como facilitadoras de um processo individual de interpretação e fruição da arte. As datas já previstas, inicialmente, para as visitas guiadas são: 14, 15, 16, 17, 19 e 20 de novembro.
Adicionalmente, foi realizado também um Curso de Mediação, gratuito, ministrado pela curadora da exposição, Stella Carrozzo, que contou com cinco aulas virtuais e uma aula presencial, realizadas entre outubro e novembro. Quanto a projetos futuros, Olga Gómez diz que há muito o que criar e mostrar, mas que, para isso, dois fatores são essenciais: “os editais de fomento à cultura e os corações entusiasmados de cada pessoa que se aproxima do nosso trabalho”.
Sobre a artista
Olga Gómez é artista plástica e diretora da Companhia A RODA de Teatro de Bonecos. Com formação em Belas Artes, atua como escultora, professora, pesquisadora e encenadora de formas animadas. Nascida em Buenos Aires, Argentina, escolheu Salvador, capital da Bahia, como lar em 1986. Desde 1997, lidera a Companhia A RODA, sendo responsável pela criação e construção de suas figuras e bonecos articulados. Sua influência vai além das fronteiras do grupo, colaborando com outros diretores e participando de mostras artísticas de artes visuais e de teatro, nacionais e internacionais. Destacam-se suas premiadas montagens “A Cobra Morde o Rabo” e “O Pássaro do Sol”. Em 2008, dirigiu o espetáculo “Amor & Loucura” que viajou por 15 estados e 55 cidades brasileiras. Sua mais recente peça é “Luiz e a Liberdade”, espetáculo de 2017 que utiliza fantoches para contar a história do abolicionista baiano Luiz Gama.

Foto: Márcio Lima
Sobre a companhia
A Companhia A RODA foi fundada em Salvador, Bahia, no ano de 1997 e, desde então, difunde o teatro de animação de bonecos por meio de oficinas e da criação e produção de espetáculos. A companhia leva aos palcos um teatro eminentemente visual, que fala a todas as idades, tanto pela força plástica de seus protagonistas esculpidos em madeira quanto pela temática de apelo mitológico e raiz popular. Sob direção artística de Olga Gómez, A RODA já apresentou o seu repertório atual de cinco espetáculos em importantes mostras artísticas no Brasil e no exterior. Por duas vezes participou do projeto Palco Giratório do SESC, circulando por mais de 60 cidades, ministrando oficinas e apresentando-se com os espetáculos “Amor & Loucura” (2008) e “O Pássaro do Sol” (2015). A companhia foi contemplada com prêmios locais e nacionais de teatro, entre eles o Braskem de “Melhor espetáculo Infantojuvenil” de 2010, com o espetáculo “O Pássaro do Sol”.
Serviço
O quê: Exposição Olga Gómez – Alegria da Criação
Abertura: Dia 13 de novembro (quarta-feira), às 19h
Mostra: De 14 de novembro de 2024 a 23 de fevereiro de 2025 (de terça-feira a domingo)
Horários: Das 10h às 18h
Onde: Museu de Arte da Bahia (MAB) – Corredor da Vitória, 2340, em Salvador
Entrada gratuita
Artes
Exposição “Memória” estreia no MUNCAB
A exposição “Memória: relatos de uma outra História” chega a Salvador nesta terça-feira (4), às 18h30, no Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira (MUNCAB). A mostra faz parte da Temporada França-Brasil 2025 e permanece em cartaz até 1º de março de 2026, reunindo artistas negras do Senegal, França, Brasil e outros territórios afro-diaspóricos.
Depois de circular por Bordeaux, Abidjã, Iaundé e Antananarivo, a exposição desembarca na capital baiana com o propósito de celebrar a arte negra contemporânea e o fazer feminino como força criativa e política.
“A memória é um canto que atravessa o tempo e chega ao agora”, afirma a co-curadora Jamile Coelho.
“Abordamos uma memória coletiva tecida pelo fazer feminino, um convite à escuta e à partilha a partir de perspectivas contra-hegemônicas.”
Com curadoria de Nadine Hounkpatin (Benin/França) e Jamile Coelho (Brasil), “Memória” ocupa o segundo andar do MUNCAB com obras em pintura, escultura, têxteis, fotografia, vídeo e performance, propondo um mergulho nas camadas da lembrança e da ancestralidade.
Entre as artistas participantes estão Amélia Sampaio, Barbara Asei Dantoni, Beya Gille Gacha, Enam Gbewonyo, Fabiana Ex-Souza, Luana Vitra, Madalena dos Santos Reinbolt, Maria Lídia Magliani, Selly Raby Kane e Tuli Mekondjo, entre outras.
A mostra se divide em três capítulos — “Do íntimo ao universal”, “A memória como ferramenta política” e “Confabulações e outras imaginações” —, transitando entre o pessoal e o coletivo, o passado e o futuro, o real e o afrofuturista.
Para Cíntia Maria, diretora do MUNCAB, a chegada de “Memória” simboliza uma virada histórica:
“Estamos trilhando o caminho rumo ao título de polo da arte negra contemporânea. É uma conquista do Brasil, da Bahia e das nossas raízes africanas.”
SERVIÇO:
Exposição internacional “Memória: relatos de uma outra História”
04 de novembro de 2025 a 1º de março de 2026
Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira (MUNCAB) – Rua das Vassouras, 25, Centro Histórico, Salvador (BA)
Entrada gratuita
Parte da Temporada França-Brasil 2025
Artes
Olufèmi Hinson Yovo expõe “Ecos através do Atlântico”
A artista beninense Olufèmi Hinson Yovo inaugura a exposição Ecos através do Atlântico, no Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC BAHIA/ Galeria 4 – Casarão), no dia 8 de novembro, às 17h. A mostra fica em cartaz até 23 de novembro.
A exposição propõe uma reflexão sobre a colonização europeia e suas marcas nas arquiteturas da África Ocidental e da América, especialmente em Salvador.
“Enquanto na África as colisões entre estéticas coloniais, modernas e tradicionais resultaram na reconfiguração da arquitetura local, no Atlântico o choque colonial criou vocabulários híbridos visíveis em templos, catedrais e mesquitas”, explica Olufèmi.
A instalação Cadavre Esquis (Cadáver esquisito) convida o público a construir coletivamente um arquivo de memórias e a traçar uma cartografia afetiva conectando Dakar, Ouidah e Bahia. Segundo a artista, “a arquitetura é um arquivo vivo e símbolo que reconstrói, através do oceano, o que um dia foi dividido”.
A mostra integra o projeto Atlantic Threads, que promove trocas artísticas e culturais entre contextos marcados por legados coloniais, conectando Salvador a países africanos e europeus. O projeto conta com acompanhamento curatorial de Cindy Sissokho e Olivier Marboeuf, e apoio do MAC BAHIA, Instituto Francês do Benin e Instituto Guimarães Rosa, com patrocínio da PETROBRAS.
Olufèmi Hinson Yovo atua como arquiteta, designer, pesquisadora e curadora em Cotonou, Benin, e é fundadora do Sah Studio, estúdio multidisciplinar dedicado à descolonização da arquitetura. Já participou das Bienais de Veneza e Dak’Art e recebeu o Prêmio Prince Claus Building Beyond 2023.
O projeto é realizado pelo Pivô Salvador, plataforma de arte contemporânea que promove intercâmbio, pesquisa e residências artísticas. A instituição conta com sedes no Boulevard Suíço e em breve inaugura o Pivô Coaty, na Ladeira da Misericórdia.
SERVIÇO:
Exposição: “Ecos através do Atlântico: construindo a partir das perdas” – Olufèmi Hinson Yovo
MAC BAHIA / Galeria 4 – Casarão, Rua da Graça, 284 (Graça), Salvador/BA
Abertura: 8 de novembro, às 17h
Visitação: 8 a 23 de novembro, de terça a domingo, das 10h às 20h
Entrada gratuita
Artes
Festival Beirú das Artes Negras ocupa bairro do Cabula com ações gratuitas
Realizado pelo Instituto de Formação em Arte – IFÁ, o Festival Beirú das Artes Negras (FESTBAN) chega a sua sexta edição ocupando o bairro do Cabula, em Salvador, de 03 a 27 de novembro. Através do núcleo artístico PAÓ, o festival promove, ao longo do mês da Consciência Negra, uma programação gratuita com formação, diálogo comunitário e produção artística periférica.
O FESTBAN acontece em espaços públicos do Cabula e contempla 11 linguagens artísticas: Dança, Teatro, Música, Percussão, Capoeira, Artes Visuais, Poesia, Circo, Performance, Moda e Audiovisual. A programação será realizada por 21 artistas e grupos selecionados pelo projeto.

Quilomba Zu – Performance
Formação artística
No Festival Beirú das Artes Negras também vai ter realiza oficinas artísticas em 22 escolas públicas estaduais da região. Cada escola receberá uma oficina de 2 horas, nos turnos matutino e vespertino, ampliando o acesso à formação artística entre crianças, adolescentes e jovens do território.
A programação terá intervenções artísticas em praças e largos do Cabula e Giras Temáticas, que promovem debates e rodas de conversa no Teatro da UNEB, culminando com a Mostra Palco, com apresentações abertas ao público.

Adam Akuma – Dança
O festival tem como objetivo estimular jovens negros e negras a despertarem para utilização da arte como um potente instrumento de educação social, além de manter viva a história de resistência do líder negro Beiru.
“Esse festival potencializa, difunde e fomenta as artes afrodiaspóricas presentes na periferia, além de homenagear o negro Beiru, vindo das terras de Oió, na Nigéria, que foi escravizado em Salvador, mais especificamente na fazenda dos Garcia D’Ávila, conhecida como “Campo Seco”, hoje o bairro Beiru/Tancredo Neves. É também de uma forma de manter vivo o legado de resistência das nossas ancestralidades”, diz Robson Correia, idealizador e diretor artístico do festival.
O FESTBAN reforça o compromisso do IFÁ com a formação artística como ferramenta de transformação social, valorização da memória e fortalecimento da identidade negra nas comunidades.
SERVIÇO:
FESTBAN VI – Festival Beirú das Artes Negras
Onde: Cabula – Salvador, BA
Quando: 03 a 27 de novembro
Programação gratuita
PROGRAMAÇÃO:
-
Oficinas Artísticas (11 linguagens)
03 a 14/11 — em 22 escolas estaduais da região, pela manhã e tarde. -
Mostra Rua – Intervenções Urbanas
18 a 22/11 — Praças e largos do Cabula. -
Giras Temáticas – Palestras e rodas de conversa
25/11 — Teatro da UNEB | 9h às 12h e 14h às 17h. -
Mostra Palco – Apresentações Artísticas
26/11 — Teatro da UNEB | a partir das 15h.
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