Música
Orquestras Afrobaianas emocionam no concerto Ponte Para a Comunidade

O espetáculo de encerramento da primeira edição do Ponte Para a Comunidade, projeto realizado pela Casa da Ponte, emocionou o público que lotou, na noite de quinta-feira (14), a Concha Acústica do Teatro Castro Alves (TCA). O concerto de estreia das oito Orquestras Afrobaianas, apresentado pelas organizações Filhos de Gandhy, Ilê Aiyê, Olodum, Malê Debalê, Banda Didá, Pracatum, Cortejo Afro e Grupo Étnico Cultural, é fruto da organização sociocultural presidida pelo maestro Ubiratan Marques, que vem promovendo a formação musical de moradores de diversas comunidades de Salvador. O evento contou com a participação da Orquestra Afrosinfônica e do cantor Russo Passapusso, vocalista da banda BaianaSystem.
As Orquestras Afrobaianas, sob o comando de seus regentes, arrancaram aplausos do público, com suas entradas em cortejos, finalizadas pelas execuções das músicas, escolhidas por cada organização. A apresentação do repertório teve como base a Orquestra Afrosinfônica, regida pelo maestro Ubiratan Marques. No palco, dezenas de alunos do Ponte Para a Comunidade foram responsáveis pela beleza e sonoridade do espetáculo, demonstrando sua formação em percussão, sopros e canto, formados nos oito polos de ensino do projeto.

Foto: Jardel Souza
As músicas que empolgaram toda a Concha Acústica seguiram o repertório: Água de Cheiro (Filhos de Gandhy); Canto da Cor/Negrume da Noite (Ilê Aiyê), Malê Debalê (Malê Debalê), Protesto Olodum (Olodum), Muito Obrigado Axé (Pracatum), Luz de Tieta (Banda Didá), Ajeumbó (Cortejo Afro) e Gira Girar (Bairro da Paz). O concerto foi encerrado com a participação de Russo Passapusso, que também dividiu a direção artística com Ubiratan Marques e Filipe Cartaxo. Ele apresentou a inédita Batuquerê, que integra o novo trabalho da BaianaSystem. Esta música, de autoria de Russo, maestro Ubiratan e Antônio Carlos e Jocafi, foi gravada junto com o coral de alunos e da Afrosinfônica, na Igreja Rosário dos Pretos, no Pelourinho.
“Batuquerê sela essa convivência de 15 anos da BaianaSystem, um trabalho coletivo muito forte, que renova esses processos que estamos vivendo”, afirma Russo.
“É a força do povo, o sonho do povo. É a força da cultura que está nestas comunidades, o fundamento está ali. Então, esse movimento é feito pelo nosso povo, porque a gente conhece muito bem a Bahia e sabemos que ela tem um negócio que não conseguimos controlar. Quando a galera desce o morro, não tem jeito, ninguém segura. É a cultura fervendo mesmo, música afro-indígena brasileira. O mundo inteiro quer ver isso. Ali estavam as comunidades, todo o caldeirão cultural com suas manifestações que saem dos terreiros” , afirma o maestro Ubiratan Marques.
Com o patrocínio do Nubank, o Ponte para a Comunidade – Orquestras Afrobaianas, foi viabilizado pela Lei Federal de Incentivo à Cultura, através do Ministério da Cultura.

Foto: Jardel Souza
Nesta primeira edição, o Ponte Para a Comunidade – Orquestras Afrobaianas está atendendo cerca de 1.500 alunas e alunos, de todas as idades, em Salvador. A maioria frequentando as aulas de formação musical nos polos formados no seu bairro de origem, como o Centro Histórico/Pelourinho, Candeal/Brotas, Curuzu/Liberdade, Pirajá, Itapuã e Bairro da Paz. O projeto disponibiliza cursos de percussão afro, percussão sinfônica, sopros, violão e canto coral. Oferece ainda os cursos de piano, contrabaixo acústico, guitarra, violoncelo, polo de ensino Casa da Ponte, no Largo do Pelourinho, nº 10, através da sua escola de música, o NMM – Núcleo Moderno de Música.
Assim como em todo o projeto, oportuniza o aprendizado com professores especializados que, além da experiência pedagógica, são referência no mercado musical. Entre eles, Mou Brasil (guitarra), Érica Sá (percussão) e Luciano Chaves (sopros). Um projeto socioeducativo, o Ponte para Comunidade surgiu com a intenção de interferir no cenário musical brasileiro, através da valorização da cultura de matriz africana e indígena. As Orquestras Afrobaianas guardam o mesmo propósito da Afrosinfônica, orquestra criada pelo maestro Ubiratan Marques, há 15 anos, que segue um estilo que possibilita à população brasileira reconhecer e cultivar a fundo elementos e conteúdo de suas próprias raízes culturais.
Música
Thiago Thomé apresenta show do álbum Raro92 na Casa Rosa

Celebrando a paternidade, o afeto e suas raízes afro-baianas, o multiartista Thiago Thomé estreia ao vivo o espetáculo Raro92 em Salvador, no próximo dia 16 de julho (terça-feira), às 20h, na Casa Rosa, no bairro do Rio Vermelho. A apresentação marca o lançamento do álbum homônimo, recém-divulgado pela Universal Music, e promete uma noite intimista, repleta de ancestralidade, poesia e emoção. Os ingressos custam R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia) e já estão à venda na plataforma Sympla.
Mais do que um show, Thiago Thomé canta Raro92 é um encontro afetivo com o público baiano e com a cidade que inspira cada faixa do disco. O álbum — dedicado ao filho recém-nascido, fruto de sua união com a escritora e influenciadora baiana Bárbara Carine — mistura voz e violão em arranjos acústicos e minimalistas, e transforma a experiência da paternidade negra em um relicário sonoro.
No repertório, o público pode esperar canções como “Régua, Compasso e Tambor”, que evoca as raízes afro-brasileiras e o sincretismo religioso da Bahia; “Acabou de Nascer”, um canto de amor ao filho; e “Porque Aqui é Salvador”, que retrata a leveza e a intensidade do cotidiano soteropolitano. Outras faixas ganham destaque, como “Novos Baianos”, que une saudade e herança cultural, e “Quase Vermelho”, uma declaração sensual e poética à cidade e ao amor.
Thomé também incluirá no setlist composições próprias de outros trabalhos e músicas de artistas que marcaram sua relação com a Bahia, como o Ilê Aiyê, cujas canções embalaram a infância do artista na Baixada Fluminense. “É um show repleto de amor e resgate ancestral. Vai ser uma honra cantar esse espiralar musical que deságua nesta homenagem ao Raro, que nasce em Salvador pelo amor que aqui me foi apresentado”, afirma o cantor.
Além de cantor e compositor — com músicas gravadas por nomes como Ivete Sangalo, Xande de Pilares e Zeca Pagodinho — Thiago Thomé tem uma sólida carreira como ator, com destaque em novelas e séries da TV Globo, como Família é Tudo, Encantados, A Divisão e Arcanjo Renegado. Nos últimos anos, vem consolidando sua identidade como artista múltiplo, transitando entre música, teatro e audiovisual com profundidade e sensibilidade.
Após os lançamentos dos álbuns Encantado (2024) e Para Pretos, Pardos e Simpatizantes (2023), Raro92 representa uma virada na trajetória de Thomé, marcada agora pela celebração da vida, da paternidade e das ancestralidades. A estreia do show em Salvador inaugura uma nova fase, com promessas de novos álbuns e um circuito especial de apresentações no verão baiano.
SERVIÇO
O quê: Show Thiago Thomé canta Raro92
Quando: 16 de julho (terça-feira), às 20h (abertura da Casa Rosa às 19h)
Onde: Casa Rosa – Praça Colombo, 106, Rio Vermelho, Salvador
Ingressos: R$ 40 (inteira) | R$ 20 (meia-entrada)
Vendas antecipadas: Sympla
Mais informações: @thiagothome no Instagram
Ouça o álbum: Raro92 – Thiago Thomé (Universal Music)
Foto: Gaby Morbeck
Música
Xédendê estreia com o EP “Mojubá”

A banda baiana Xédendê lança seu primeiro trabalho de estúdio, o EP “Mojubá”, uma potente saudação sonora ao orixá Exu — divindade iorubá da comunicação, do movimento e da transformação. Com sete faixas, o projeto convida o público a uma jornada sensorial onde grooves percussivos dialogam com riffs e beats eletrônicos.
De acordo com os membros da banda, “Mojubá” não é apenas um trabalho de estreia: é uma afirmação de existência. Um manifesto artístico e político que ecoa as vivências da juventude preta urbana, transformando experiências em música, poesia e identidade.
O EP reafirma também a Bahia como território de vanguarda estética, política e cultural, onde tradições afro-brasileiras seguem vivas e pulsantes, em constante diálogo com a contemporaneidade.
Ao saudar Exu em seu título, “Mojubá” reverencia o passado ancestral e aponta para um futuro vibrante e insurgente — reafirmando que o corpo, a voz e o som da juventude preta seguem abrindo caminhos e criando novas possibilidades.
Foto: Alangrafo
SERVIÇO
Lançamento do EP “Mojubá” – Xédendê
Onde ouvir: Disponível nas principais plataformas digitais (Spotify, Deezer, YouTube, Apple Music e outras)
Acompanhe: @xedende71
Música
Salvador Cidade Reggae acontece este sábado no Barroquinha

O Espaço Cultural da Barroquinha vai receber neste sábado, 12 de julho, o evento Salvador Cidade Reggae, uma iniciativa de três coletivos – o Aspiral do Reggae, Coreto Criativo e PARSEC, em comemoração ao Dia Nacional (10/5) e Internacional do Reggae (1/7) .
“Vamos reunir grandes atrações neste espaço sagrado, para celebrar a cultura reggae e proporcionar bons shows para os amante do reggae”, diz Jussara Santana (Aspiral do Reggae).
No palco estão confirmados shows de Duda Diamba, Nelma Marks, Banda Cativeiro, Kamaphew Tawá e Banda Aspiral do Reggae, além de diversos convidados.

Foto Lucas Malkut
O Salvador Cidade Reggae fortalece, culturalmente, o gênero musical na cidade, ao mesmo tempo em que valoriza os artistas locais do segmento.
A entrada é gratuita e começa às 17h.
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