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Artes

Flicaj reforça cultura, ancestralidade e empreendedorismo em Cajazeiras

Ana Paula Nobre

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Foto: Divulgação

Um dos bairros mais populosos de Salvador, com mais de 150 mil habitantes, Cajazeiras foi palco da 3ª edição do Festival Literário de Cajazeiras (Flicaj), que ocorreu entre quinta-feira (5) e sábado (7), no Ginásio Poliesportivo. Com o tema “Africanidades Brasileiras e Cultura Periférica”, o evento teve em sua programação palestras, oficinas, lançamentos de livros e apresentações.

Música urbana, culinária, artesanato, graffiti, palhaços, teatro de fantoches, recitais infantis, contação de histórias, tecnologia e acessibilidade foram outros “ingredientes” que deram o “tempero” para que estudantes, crianças e jovens da comunidade pudessem experienciar o que o bairro tem a oferecer.

Realizado desde 2019, o objetivo foi promover o acesso à cultura, incentivando o desenvolvimento literário, com foco nas raízes afro-brasileiras e nas expressões artísticas periféricas, além de fortalecer a identidade local, suscitando o debate sobre cultura e literatura nas comunidades.

“A arte está aqui pra combater várias injustiças”, disparou a atriz baiana Edvana Carvalho, durante a abertura das atividades junto com o também ator Sulivã Bispo e mediação do jornalista Ismael Carvalho. Eles  debateram acerca do grande celeiro de literatura e outras artes existentes na Bahia, além de terem cantado e declamado poesia. “A nossa arte é a representatividade do amanhã”, refletiu Sulivã Bispo.

Ancestralidade, comédia e políticas sociais 

Rodas de capoeira e performances de dança afro com representantes de blocos afros da capital baiana como Siry Brasil (Rei do Muzenza), Jefferson Santos (Rei do Malê) e Larissa Valéria (Deusa do Ébano do Ilê Aiyê 2024) abrilhantaram a abertura da roda de conversa que celebrou a ancestralidade e a memória histórica do Bloco Afro mais antigo do Brasil. A mesa teve a participação de Valéria Lima, escritora e membro do Instituto Mãe Hilda Jitolu, Antônio Vovô do Ilê e o produtor cultural do bloco, Edmilson Lopes.

Dando continuidade aos debates sobre como as políticas públicas podem ser ferramentas de acesso à educação, o entretenimento, à cultura identitária e o letramento racial, o professor Emiliano José falou sobre legado e manutenção da política social ao lado do professor Lucas Reis e da mediadora Daniele Costa, tendo como base a vida e as obras políticas do político  Waldir Pires.

Destaque no cenário da comédia baiana, Matheus Buente conversou ao lado de Naiara Bispo do “Clube Daz Minina” e a cantora trans Nininha, num papo que teve como base esse tipo de entretenimento como ferramenta de crítica social. O trio apimentou o debate de maneira descontraída sobre a maternidade solo, a paternidade responsável, a homofobia, a intolerância religiosa e os dramas urbanos do cotidiano no Brasil.

A  oralidade como tecnologia ancestral e de resistência periférica trouxe ao palco do Ginásio Poliesportivo de Cajazeiras Jenifer Oliveira do Coletivo Zeferinas e Rool Cerqueira com mediação de Negafyah.

A escritora Cássia Valle contou um pouco da sua trajetória ao lado do escritor e mediador Adriel Bispo durante o lançamento de seus livros ” Contos para Erê e ” Heroínas da Liberdade “.

 Música como narrativa de afirmação racial 

O Grupo Pé de Lata, Sarau do Jaca, os Palhaços do Rio Vermelho, Rachel Reis, Camerata da OSBA, Grupo Ciranda, Coral Açu, Attooxxá e Djonga foram alguns dos grupos musicais que fizeram os jovens e adolescentes da comunidade de Cajazeiras vibrarem com seus ídolos tão de pertinho durante as suas apresentações no palco do Ginásio Poliesportivo.

Cotas raciais e o papel social dos influenciadores digitais trouxe para o público de Cajazeiras a influencer Paloma Barbiezinha, Wendel Muniz do Cajazeiras da Depressão com mediação de Rafaele Libório e Drª Livia Sant’anna Vaz enfatizou a importância das cotas raciais durante o lançamento do seu livro.

“Cajacity entre rimas e melodias” trouxe ao holofote o trabalho desenvolvido por Pivete Nobre, Trampo Raro, Áurea Semiseria e mediação de Esdras Tárcio, falando do olhar da juventude na cena hip-hop sobre o maior bairro da América Latina: Cajazeiras. Cordelistas, oficinas de graffiti e o ritmo do Afrobeat tinham apresentações simultâneas, encantando crianças e adolescentes que tinham seu primeiro contato com essa manifestação cultural.

A conexão da juventude periférica com a arte e literatura contemporâneas teve o papo mediado pela jornalista Luana Assiz e a presença de Camilla Apresentação, a Preta Letrada e Rilton Jr., Poeta com P de Preto.

A Flicajzinha e o pioneirismo cultural de Cássia Valle

A  3ª Edição do Festival de Cajazeiras homenageou a escritora, atriz e diretora teatral Cássia Valle em sua Arena Infantil 2024 – a Flicajizinha.

“Esse espaço foi pensado para a representatividade infantil na literatura negra e nada melhor para homenagear e reverenciar a escritora baiana Cássia Valle”, afirmou Ingrid Paixão de Jesus,  titular da Gerência Estadual do Sistema de Bibliotecas Públicas da Fundação Pedro Calmon.

O escritor infantil  Yalle Tárique é autor do livro “Diário de Uma Quarentena – Narrativas de Uma Criança na Pandemia” e o livro “Bucame – O pequeno herói”. Ele falou sobre  a importância da literatura indígena e africana numa feira ou festival literário no Brasil.

“Ter uma feira literária é um incentivo não só para um grande bairro periférico que é Cajazeiras, mas também dá a oportunidade de levar a  literatura para pessoas que muitas vezes não tem oportunidade. Pra mim, é uma honra estar aqui e cada vez mais vamos crescer e vamos fazer arte”, declarou.

Liliane Vasconcelos, uma das idealizadoras do projeto “Escrevivências Afrobaianas, realizado nas instalações do Colégio Estadual Edvaldo Brandão, mencionou sobre a importância de marcar presença na Flicaj 2024 com um grupo de meninas que se constroem em sua identidade racial e letramento poético através da literatura antirracista, divulgadas em espaços de feiras como essa na própria comunidade que elas residem.

A Flicajizinha foi apresentado por Naiara da Hora, apresentadora e atriz do Bonde da Calu e membro do Bando de Teatro Olodum. “É um festival de extrema importância por aproximar toda essa comunidade de Cajazeiras à cultura e à arte com uma programação lindíssima e uma estrutura colorida, acolhedora e fantástica para nossas crianças”, disse.

Os escritores e escritoras do Coletivo Liga do Dendê, idealizado pela gestora cultural Cássia Valle, também fizeram parte da grade de atrações da Arena Flicajinha. Nomes como Paula Britto e Niní Kemba são algumas das escritoras negras que fizeram parte dessa 3º edição da Flicaj. “É um prazer estar aqui na Flicajizinha e poder ajudar as crianças e jovens a se perceberem e se verem nas histórias. Isso é muito significativo pra mim”, concluiu a escritora Paula Brito.

A importância das culturas africanas e afro- brasileiras na formação da identidade infantil foi o tema do diálogo entre a escritora Ana Fátima, a performer de poesia infantojuvenil  Duda Santhana e a escritora Niní Kemba Náyò.

A escritora baiana Lorena Ribeiro também lançou o seu livro “O divertido glossário da Jana” na Flicajizinha. O lançamento teve mediação de Taiane Bastos e contou com a presença da escritora Emília Nuñez, ganhadora do Jabuti Infanto Juvenil com o seu livro “Doçura”.

“A abertura da Flicaj foi pura alegria. Ver que em dezembro ainda pulsa literatura nessa cidade me deixa muito feliz. Poder ter lançado duas obras literárias, participar de bate-papos incríveis e ainda promover intervenção poética com o Bonde da Calu foi maravilhoso”, vibrou a escritora e multiartista baiana, Cássia Valle.

Africanidades brasileiras e suas potências literárias e corporais 

Entre apagamentos e resistências, a escritora Luciany Aparecida, nascida no Vale do Rio Jiquiriça, reside atualmente em Salvador e  dialogou sobre a trajetória de mulheres negras na literatura na Arena Flicaj ao lado das escritoras Helena Nascimento, fundadora do projeto Baobá de Histórias e tiveram como mediadora Karou Dias.

“A importância das festas literárias e das feiras literárias na Bahia e em todos os lugares é proporcionar espaços de diálogo, onde o público possa ter encontros com textos literários que nos possibilitem a pensar a sociedade de modo mais amplo, mais inclusivo, refletindo sobre o racismo e o machismo. A perspectiva da literatura em criar um cenário imaginário de liberdade, antirracista, é uma estrada sem volta pra que a gente possa avançar e ter um trabalho literário que trate destas perspectivas”, acrescentou a autora dos livros Mata Doce, Quarentena em Quarentena, Macala e Joanna Mina.

A professora e multiartista cachoeirense, Giselli Oliveira, mediou a roda “Diálogos sobre a acessibilidade na cena cultural da Bahia” ao lado de Dandara Rodrigues e Jonas Gustavo. “Sou de Cachoeira e lá temos a Flica, uma das grandes festas literárias do Norte Nordeste, onde participo de diversas formas ou como artesã ou como apresentadora e poeta. Para mim, participar de eventos como a Flicaj é de extrema importância por ser uma mulher preta e pessoa com deficiência. Tendo um corpo político, preciso ocupar estes espaços”, afirmou.

Para a multiartista, é preciso ocupar estes espaços para que temas como acessibilidade se torne real e não apenas uma teoria. Inclusive neste evento da Flicaj, a escritora enfrentou dificuldades em relação à acessibilidade compreendendo que nós estamos em construção social ainda, “engatinhando” quando o assunto é o anti-capacitismo e o acesso a eventos e equipamentos culturais pelo Brasil.

“A nossa dança é uma dança política, ancestral. É uma dança que nos representa, é a nossa herança e nos resgata”, enfatizou Jéssica Santana, dançarina profissional, coreógrafa e professora da Escola de Dança da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb). Para ela, as apresentações culturais de dança afro-urbanas são um ato de resistência e é de extrema importância expandir as apresentações de dança afro-urbanas e africanas.

Gleice Ferreira, atriz e escritora indígena que mora em contexto urbano, participou da Flicaj e dialogou sobre a Literatura Indígena Contemporânea. “O apagamento indígena ainda é muito grande. A política de genocídio e etnocídio ainda quer nos calar, nos silenciar. A nossa participação nessas feiras é a gente ecoando a nossa rotina diária de luta. Cada um de nós somos uma floresta em pé” , declarou Gleice, da etnia Xucuru Kariri. Ela participou da mesa literária “Narrativas indígenas contemporâneas na Literatura Brasileira” ao lado do escritor infantojuvenil Yalle Tárique com mediação de Jade Lobo.

O Espaço Casa do Governo também proporcionou o fortalecimento da cultura identitária e a ampliação de acesso às políticas públicas sociais para a comunidade de Cajazeiras durante a Flicaj 2024. Com encontro de Fanfarras, intermediação de mão de obra, exposição de projetos estruturantes da Secretaria de Educação do Estado da Bahia, a presença do “Zé Gotinha” através da Secretaria de Saúde da Bahia, o CrediAfro, o EGBA e o bate-papo com a cineasta Marise Urbano com o tema “Cinema Periférico” com exibição de documentários pela Funceb, a Flicaj 2024 proporcionou serviços gratuitos à população de Cajazeiras e adjacências.

“A presença do programa Corra Pro Abraço é justamente apresentar o nosso objetivo para a comunidade, acompanhar e dar apoio e suporte às famílias que têm jovens que são usuários de drogas com auxílio jurídico, equipe multidisciplinar com psicólogos, cursos profissionalizantes e registros de documentos de identidade. Estar aqui é humanizar as políticas públicas sociais para aproximar as pessoas de seus direitos civis como cidadãos na Bahia”, enfatizou Marcos Vinícius, membro da Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social (SEADES).

A Flicaj encerrou suas atividades no sábado (7), abrindo o dia com a mesa literária “Entre apagamentos e resistências, a trajetória de mulheres negras na literatura brasileira”, com Helena Nascimento, Luciany Aparecida e Karou Dias na mediação. Pela tarde, teve o lançamento do livro “PombaGira, a Entidade Silenciada”, de Ana Mametto, além da mesa literária “Processos criativos afetivos na escrita de corpos dissidentes”, com Linn da Quebrada, Ryane Leão e Ana Mametto mediando. A mesa literária “Dinâmicas de escrita e oralidade para potencializar os direitos humanos no Brasil”, com Erika Hilton, Thiffany Odara e Bruno Santana foi muito aguardada. Por fim, o show de Djonga encerrou esta 3° edição do festival.

Matéria de Ana Paula Nobre (DRT/BA 3638) e Patrícia Bernardes (SRTE 4392 /BA)

Fotos: Elis Regina Sodré

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Artes

Festival Beirú das Artes Negras ocupa bairro do Cabula com ações gratuitas

Jamile Menezes

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Realizado pelo Instituto de Formação em Arte – IFÁ, o Festival Beirú das Artes Negras (FESTBAN) chega a sua sexta edição ocupando o bairro do Cabula, em Salvador, de 03 a 27 de novembro.  Através do núcleo artístico PAÓ, o festival promove, ao longo do mês da Consciência Negra, uma programação gratuita com formação, diálogo comunitário e produção artística periférica.

O FESTBAN acontece em espaços públicos do Cabula e contempla 11 linguagens artísticas: Dança, Teatro, Música, Percussão, Capoeira, Artes Visuais, Poesia, Circo, Performance, Moda e Audiovisual. A programação será realizada por 21 artistas e grupos selecionados pelo projeto.

Quilomba Zu - performance

Quilomba Zu – Performance

Formação artística

No Festival Beirú das Artes Negras também vai ter realiza oficinas artísticas em 22 escolas públicas estaduais da região. Cada escola receberá uma oficina de 2 horas, nos turnos matutino e vespertino, ampliando o acesso à formação artística entre crianças, adolescentes e jovens do território.

A programação terá intervenções artísticas em praças e largos do Cabula e Giras Temáticas, que promovem debates e rodas de conversa no Teatro da UNEB, culminando com a Mostra Palco, com apresentações abertas ao público.

Adam Akuma – Dança

O festival tem como objetivo estimular jovens negros e negras a despertarem para utilização da arte como um potente instrumento de educação social, além de manter viva a história de resistência do líder negro Beiru.

“Esse festival potencializa, difunde e fomenta as artes afrodiaspóricas presentes na periferia, além de homenagear o negro Beiru, vindo das terras de Oió, na Nigéria, que foi escravizado em Salvador, mais especificamente na fazenda dos Garcia D’Ávila, conhecida como “Campo Seco”, hoje o bairro Beiru/Tancredo Neves. É também de uma forma de manter vivo o legado de resistência das nossas ancestralidades”, diz Robson Correia, idealizador e diretor artístico do festival.

O FESTBAN reforça o compromisso do IFÁ com a formação artística como ferramenta de transformação social, valorização da memória e fortalecimento da identidade negra nas comunidades.

SERVIÇO:

FESTBAN VI – Festival Beirú das Artes Negras
Onde: Cabula – Salvador, BA
Quando: 03 a 27 de novembro
Programação gratuita

PROGRAMAÇÃO:

  • Oficinas Artísticas (11 linguagens)
    03 a 14/11 — em 22 escolas estaduais da região, pela manhã e tarde.

  • Mostra Rua – Intervenções Urbanas
    18 a 22/11 — Praças e largos do Cabula.

  • Giras Temáticas – Palestras e rodas de conversa
    25/11 — Teatro da UNEB | 9h às 12h e 14h às 17h.

  • Mostra Palco – Apresentações Artísticas
    26/11 — Teatro da UNEB | a partir das 15h.

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Artes

Zéh Palito inaugura exposição individual no MAC_BAHIA

Jamile Menezes

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Zeh-Palito

O Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC_BAHIA) apresenta entre os dias 19 de novembro e 22 de fevereiro de 2026 a primeira exposição individual de Zéh Palito(Limeira, 1986).

Em Do pranto o oceano, e nadamos no amor, sua primeira exposição individual em um museu brasileiro, o artista propõe uma imersão marcada pela fusão entre referências da cultura urbana, estética tropical e temas sociais que atravessam sua produção desde o início da carreira. A mostra no MAC_BAHIA marca um retorno simbólico ao país e um novo capítulo em sua trajetória.

Com curadoria de Daniel Rangel, a exposição apresenta um conjunto de 21 pinturas, uma escultura, seis instalações, um mural e a ativação da escultura inflável de um cacho de bananas, todas desenvolvidas entre 2022 e 2025.

“Na exposição “Do pranto o oceano, e nadamos no amor”, quero expressar, de forma pictórica, que da nossa dor (o pranto) nasce algo imenso (o oceano). Mesmo diante desse oceano de lágrimas, nós nadamos no amor — permanecemos vivos, seguimos em frente, envolvidos e imersos nesse sentimento.
Apesar da dor e de todas as adversidades, é o amor que nos sustenta e nos dá força para continuar”, diz Zéh.

Além das obras de séries já conhecidas – que celebram a cultura e a existência de pessoas negras em posição de poder, com uma iconografia própria e influências do tropicalismo brasileiro -,  Zéh Palito apresenta também uma série inédita criada especialmente para esta exposição, na qual presta homenagem a artistas baianos que admira, como Emanoel Araújo, Mestre Didi, Yedamaria, Estevão Silva e Rubem Valentim.

Formado em Design Gráfico pela FAAL e com passagem pela EMCEA – Escola Municipal de Cultura e Artes, em Limeira (SP), Zéh Palito começou a pintar aos 15 anos, quando o grafite se tornou uma ferramenta de expressão e engajamento comunitário no interior paulista.

As composições do artista apresentam pessoas negras envoltas em cenários fantásticos, repletos de frutas, flores e ícones da cultura pop – como tênis, carros e marcas -, articulando um diálogo entre ancestralidade, desejo e consumo.

“A obra de Zéh Palito impacta à primeira vista. Cultura negra pop afrofuturista, permeada por muitos tons de rosa com um traço pessoal que vem das ruas para o museu. A exposição de Zéh Palito no MAC_BAHIA, primeira individual do artista em um museu no país, marca a trajetória de um expoente artista brasileiro, que possui obras em importantes museus e coleções particulares no mundo todo”, afirma o curador Daniel Rangel.

Com trabalhos presentes em coleções de instituições como Instituto Inhotim, Baltimore Museum of Art e Institute of Contemporary Art Miami, Zéh Palito consolida sua presença internacional ao mesmo tempo em que reafirma suas raízes brasileiras.

Serviço:
Exposição: Do pranto o oceano, e nadamos no amor, individual Zéh Palito
Curadoria: Daniel Rangel
Abertura: 19 de novembro, quarta-feira, às 17h
Período: 19 de novembro de 2025 a 22 de fevereiro de 2026
Local: MAC_BAHIA – Museu de Arte Contemporânea da Bahia Rua da Graça, nº 284, Graça, Salvador/BA
Horário: terça a domingo, das 10h às 18h
Entrada gratuita
Realização: MAC_BAHIA, IPAC, Secretaria de Cultura do Estado (SecultBA).

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Artes

Instituto Calu Brincante chega ao Subúrbio com Novembro Pretinho

Jamile Menezes

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O núcleo artístico do Instituto Calu Brincante construiu, ao longo dos anos, uma caminhada marcada por afeto, coletividade e resistência

O Instituto Calu Brincante, liderado pela atriz e escritora Cássia Valle, realiza o Novembro Pretinho com uma programação gratuita, artística e lúdica, no dia 14 de novembro, no Teatro Subúrbio 360°, das 14h às 16h30.

O Novembro Pretinho celebra o protagonismo das infâncias negras por meio da arte, da educação e da ancestralidade, culminando as atividades iniciadas em julho e reunindo crianças, educadores, artistas e famílias em um encontro marcado pela celebração da identidade, da criatividade e da memória preta.

A tarde começa com a Feira da Criatividade, que traz o Balcão de Trocas de Livros da Literatura Preta Infantil-Baiana, incentivando a circulação de obras de autores negros e a valorização da leitura desde a infância. O evento também apresenta a Mostra das Ações Formativas, reunindo experiências vividas ao longo do festival em escolas e instituições parceiras.

Bonde da Calu | Foto Anderson Moreira

Haverá ainda o Troféu Julhinho e da Medalha Calu, homenageando alunas, alunos e instituições que se destacaram em iniciativas voltadas ao protagonismo feminino preto e à promoção da igualdade racial.

A curadoria é formada por Cássia Valle, Valdinéia Soriano, Lucila Laura, Pietra Gomes e Aya Dantas.

O encerramento artístico fica por conta do Recital “Maria Felipa”, espetáculo que reafirma os pilares do festival — ancestralidade, representatividade, arte e educação preta — e homenageia uma das maiores figuras da resistência feminina na história da Bahia.

“O Novembro Pretinho é o momento de celebrar o que construímos juntos — com as crianças, escolas e famílias. Reafirmar que o brincar, o aprender e o sonhar também são formas de resistência”, destaca Cássia Valle, atriz, educadora e idealizadora do Instituto Calu Brincante.

Bonde da Calu: Arte e Representatividade

Em 2025, o Bonde da Calu celebra oito anos de trajetória, reafirmando seu compromisso com a arte, a educação e o fortalecimento das infâncias negras. O núcleo artístico do Instituto Calu Brincante construiu, ao longo dos anos, uma caminhada marcada por afeto, coletividade e resistência. Com espetáculos, formações e projetos como o Festival Julho das Pretinhas, o Bonde da Calu segue inspirando novas gerações a se reconhecerem e amarem sua identidade afro-brasileira

“O Bonde da Calu nasceu do desejo de transformar o palco em espaço de representatividade e liberdade. Hoje, seguimos reafirmando que o teatro, a literatura e a música são caminhos de resistência, educação e cuidado”, conclui Cássia Valle

SERVIÇO:

O quê: Novembro Pretinho

Quando: 14 de novembro (sexta), das 14h às 16h30

Onde:  Teatro Subúrbio 360° (Rua da paz, S/N, Coutos)

Atividades: Feira Criativa, mostras artísticas e recital em homenagem à Maria Felipa

Público-alvo: Crianças e adolescentes

Atividade: Gratuita

Realização: Instituto Calu Brincante e Bonde da Calu Acompanhe em: @calubrincante e @cassiavallereal

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