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Cultura

“Temporada Acelera Boca de Brasa” retoma sua agenda terça (10)

Ana Paula Nobre

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Samba de Roda Tubarão | Foto: Patricia Almeida

A “Temporada Acelera Boca de Brasa”, iniciada em 3 de dezembro, retoma sua agenda nesta terça-feira (10), evidenciando a potência das artes das periferias da cidade, depois de sua primeira semana de apresentações e belos momentos vividos em variados pontos de Salvador. O público pode conferir diariamente uma programação plural e totalmente gratuita, promovida pela Fundação Gregório de Mattos em parceria com a Associação Conexões Criativas.

Artes visuais, audiovisual, dança, literatura, música, performance e teatro são protagonizados por iniciativas participantes do Programa de Aceleração de Iniciativas Culturais e Criativas do Boca de Brasa 2024. No domingo (15), o encerramento fica a cargo do Samba de Roda de Tubarão, que exibe seu primeiro álbum visual, “Samba de Roda de Tubarão: 10 anos de continuidade”, no Cine Glauber Rocha, às 11h. A sessão será seguida de celebração com a tradicional roda de samba.

Quem inicia esta segunda semana é a Cia de Teatro JÁÉ, que faz a terceira e última apresentação do espetáculo “A Coisa Vai Ficar Preta”, no Teatro Gregório de Mattos, às 14h30 desta terça (10). Com dramaturgia e direção de Agatha Virgens, fundadora da companhia, a peça é uma homenagem à história, à cultura e à luta da comunidade negra, tratando de representatividade e empoderamento.

Cia de Teatro JÁÉ | Foto: Patricia Almeida

Nos dias 11 e 12 de de dezembro, o cenário é o Centro Cultural Sesi Casa Branca, na Cidade Baixa. Na quarta-feira, às 18h30, o coletivo Pixa Mina dispõe a instalação “ORÍ”, que dialoga com a estética urbana, a resistência dissidente e a riqueza cultural dos territórios. Em seguida, às 19h, o cantautor Salutari faz um pocket-show de seu primeiro álbum, “Despache”, e exibe o documentário “Despache – De Agô a Bandagira”. Depois, às 20h, sobe ao palco o Clube DazMinina, pioneiro na comédia stand-up nordestina, com as comediantes Ana Carolana, Brida Aragão, Naiara Bispo e Renata Laurentino.

Já na quinta-feira, a noite começa, às 18h30, com Déa Rodrigues e o solo “Bandeira 2”, que tem roteiro construído a partir das suas vivências como artista e taxista. O cenário é inusitado: o seu próprio táxi. Em interação direta com o público, a peça é uma comédia que pisa o pé no acelerador e uma declaração de amor à experiência de transportar pessoas. Dellen Azevedo chega com “Do(r)m de Mãe”, às 19h30, trazendo à tona vivências reais e reflexões sobre maternidade, perdas, memórias, afetos e as lutas enfrentadas diariamente por mulheres negras da periferia. Fechando a pauta, ODILLON faz seu novo show em que afirma identidade artística renovada, com muita dança, novas canções e desejo de explorar os limites da música.

O cantor e multiartista Vittor Adél, que exalta a representatividade LGBTQIA+ dentro do pagodão baiano, grava o primeiro DVD na sexta-feira, 13 de dezembro, às 18h30, no Espaço Cultural Boca de Brasa Subúrbio 360º. O “Laranjada Experience”, derivado de seu primeiro EP autoral, “Laranjada” (2023), é uma produção com música, dança, performance, moda e artes visuais. O show terá participações especiais das cantoras Maya e Neftara, com quem Adél recentemente lançou o single “Entre Amigos RMX”, que já tem mais de 20 mil reproduções no Spotify. Na mesma noite, às 19h, o Clube DazMinina faz mais uma apresentação, desta vez no Espaço Cultural Boca de Brasa Cajazeiras.

Odillon | Foto: Patricia Almeida

O sábado (14) começa logo pela manhã, com uma dobradinha das peças de Dellen Azevedo e Déa Rodrigues no Espaço Cultural Boca de Brasa Céu de Valéria, às 10h e 11h, respectivamente. Às 17h, NegaFyah faz o pré-lançamento de seu primeiro livro, “Fyah: Do Ódio ao Amor”, na Livraria do Glauber. A coletânea de poemas e contos autorais aborda a transição complexa e transformadora entre os sentimentos de ódio e amor, refletindo sobre cura, autoconhecimento e empoderamento.

Também no Centro, a agenda segue pela noite com o grupo Juventude Ativista de Cajazeiras (JACA) e o “Sarau de Poesia do JACA”, que integra múltiplas linguagens para falar da tradição ancestral e das lutas históricas antiescravistas e antirracistas. Vai ser às 18h30, no Teatro Gregório de Mattos. Ali ao lado, no Espaço Cultural da Barroquinha, às 19h30, o Pixa Mina faz mais uma sessão da instalação “ORÍ” e, às 20h, Salutari faz o show oficial de lançamento de “Despache”, que emerge de sua pesquisa intitulada “sacromusicalidade afrodiásporica”.

No último dia, 15 de dezembro, às 9h, Déa Rodrigues leva sua “Bandeira 2” para as ruas da Barra. E então chega o encerramento em festa, com o Samba de Roda de Tubarão. O grupo leva ao cinema o álbum visual “Samba de Roda de Tubarão: 10 anos de continuidade”, que reverencia a sua primeira década de trajetória, conectando dimensões ritualísticas, religiosas, territoriais e ancestrais do samba de roda. Com direção musical de Marcelo Pinho, produção audiovisual da Califórnia Media House e Bicuda Filmes, edição, mixagem e masterização do a2studium, o filme conta com a presença de tocadores, cantadeiras e sambadeiras que marcaram a trajetória do grupo. O repertório inclui músicas populares e autorais, abordando temas de resistência cultural e histórias ancestrais.

Anelim Silva | Foto: Patricia Almeida

Exposições

Também estão abertas à visitação duas exposições. A artista visual e trancista Anelim Silva assina “Teu cabelo, memória”, mostra que propõe uma imersão no universo das tranças como símbolos de resistência, identidade e memória. O trabalho é impulsionado pelo símbolo de Sankofa –conceito africano que representa o ato de retornar ao passado para resgatar o que é essencial para o presente – e está em cartaz na Casa do Benin, de terça a sexta, 10h às 17h, e sábado, 9h às 16h.

No Foyer do Teatro Gregório de Mattos, das 13h às 18h, a multiartista Isa Akilah apresenta a instalação “Um Ensaio Banal”, que explora o cotidiano, a banalidade e sua contraface absurda. A obra inclui uma coleção de cinco capítulos em formato audiovisual que apresentam uma nova perspectiva de emoções e realidades diárias, tratando de temas como insônia, tédio, saudade, amor e morte.

Sobre a Temporada Acelera

A “Temporada Acelera Boca de Brasa” é a culminância do Programa de Aceleração de Iniciativas Culturais e Criativas do Boca de Brasa 2024, que objetiva fortalecer talentos e agrupamentos que se revelam e mobilizam nas comunidades. O desejo é de que essa experiência impulsione as suas existências, poéticas, oportunidades e estratégias de sustentabilidade. Além dos que se apresentam na segunda semana da programação, também participaram a cantora e compositora Andrezza e o Balé Jovem de Salvador, contabilizando um total de 56 sessões de projetos oriundos e espalhados pelos territórios de Cajazeiras, Centro/Brotas, Cidade Baixa, Subúrbio/Ilhas e Valéria, em 13 diferentes espaços da cidade.

As 15 iniciativas foram selecionadas dentre 143 propostas inscritas para fazer parte de um aprofundado trajeto de qualificação de carreiras que vem sendo realizado desde o mês de maio. Além de apoio financeiro, o percurso envolveu atividades de diagnóstico, planejamento e capacitação. Selecionada através do Edital 006/2023 – Polos Criativos Boca de Brasa, a Associação Conexões Criativas assina a realização do Programa de Aceleração de Iniciativas Culturais e Criativas 2024, em parceria com a Fundação Gregório de Mattos, Secretaria Municipal de Cultura e Turismo e Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Emprego e Renda, Prefeitura Municipal do Salvador.

Cultura

Capoeiristas recebem certificação para atuar em escolas públicas

Iasmim Moreira

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Capoeiristas

Em uma noite histórica para a cultura afro-brasileira e a educação pública da Bahia, 200 capoeiristas receberam, na última sexta-feira (16), a certificação do programa Qualifica Capoeira, na Biblioteca Central do Estado, nos Barris.  A formação é pioneira no Brasil e habilita mestres, contramestres e educadores da capoeira a atuarem em escolas da rede estadual, promovendo uma abordagem pedagógica que valoriza a ancestralidade, a resistência e a construção de uma educação antirracista.

Realizado pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), o programa é fruto de uma parceria com o coletivo Capoeira em Movimento Bahia (CMB) e a Organização da Sociedade Civil Comvida. A ação integra o Qualifica Bahia, com investimento de R$ 264 mil, e ofereceu 120 horas de formação gratuita em nove municípios baianos, incluindo Salvador, Feira de Santana, Ilhéus e Vitória da Conquista.

Com conteúdos voltados à prática pedagógica da capoeira, como psicologia da educação, fundamentos filosóficos, história da capoeira e metodologias de ensino, a qualificação buscou fortalecer o papel da capoeira como ferramenta de transformação social. Além do aprendizado, os participantes receberam apoio com transporte, lanche, camisas e material didático, promovendo o acesso igualitário à formação.

Para o coordenador do CMB, Jacaré DiAlabama, a certificação representa uma conquista histórica:

“O curso, criado por capoeiristas para capoeiristas, é uma conquista inédita no mundo. Ele responde a demandas antigas do nosso segmento e é parte essencial da luta para integrar a capoeira às escolas públicas da Bahia. Precisamos estar em sala de aula respeitando os marcos legais da educação, mas também oferecendo uma formação que valorize a identidade e a ancestralidade das nossas juventudes.”

A formação também contribui para a efetivação da Lei Moa do Katendê (Lei nº 14.341/2021), que garante o ensino da história e cultura afro-brasileira nas escolas.

Festival celebra a ancestralidade

Durante a cerimônia de certificação, foi lançado oficialmente o 3º Festival de Capoeira Ancestralidade e Resistência, que acontecerá de 21 a 24 de agosto, também na Biblioteca Central da Bahia. Com o lema “O Futuro é Ancestral”, o festival promete transformar Salvador na capital da capoeira, reunindo mestres, pesquisadores, artistas, jovens e crianças em torno da arte que é patrimônio imaterial do Brasil e do mundo.

Entre as atrações, o evento contará com a Cidade da Capoeira – espaço cenográfico com moeda própria (batizada de Mestre Bimba), feira cultural, desfile afro, rodas históricas, oficinas, apresentações musicais e vivências sensoriais. Homenagens a mestres e mestras griôs também integram a programação.

O festival reafirma o papel da capoeira como instrumento de resistência e denúncia das desigualdades históricas enfrentadas por seus praticantes, como bem destacaram os organizadores:

“A capoeira é mais do que luta, é um modo de existir, de resistir e de ensinar. Celebrar sua ancestralidade é também lutar por dignidade e reconhecimento.”

A entrada para o festival será gratuita, e mais informações estão disponíveis no perfil oficial do coletivo no Instagram: @capoeiraemmovimentobahia.


Informações: @capoeiraemmovimentobahia

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Cultura

Região Metropolitana celebra Mês da África

Iasmim Moreira

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África

Entre os dias 22 e 31 de maio de 2025, a Região Metropolitana de Salvador será palco da Agenda África-Bahia 2025, uma série de atividades culturais, educativas e políticas que celebram o Mês da África. Com ações em Camaçari e Salvador, a programação tem como objetivo central fortalecer a identidade civilizatória da herança africana na Bahia, estado cuja capital é considerada a cidade mais negra fora do continente africano.

A iniciativa é uma articulação da Comunidade dos Africanos Residentes na Bahia (CARBA) e da Rede Mundial de Empreendedorismo Étnico (Rede EMUNDE), com apoio da Casa de Angola, UNILAB, UNEB e da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia.

A abertura da programação acontece em Camaçari, com o VI Fórum Mês da África, nos dias 22 e 23 de maio, no Campus XIX da UNEB. O fórum promoverá debates sobre ancestralidade, protagonismo africano e afrodescendente, empreendedorismo étnico e estratégias de fortalecimento da diáspora.

No dia 25 de maio, data em que se comemora o Dia da África — marco da criação da Organização da Unidade Africana (OUA), atual União Africana — será realizada a segunda edição do Festival África Bahia (AFRI-BA), no Largo Tereza Batista, no Pelourinho, das 10h às 20h. Com o tema “África Viva na Bahia: Tradição, Resistência e Futuro em Movimento”, o festival reunirá música, dança, gastronomia, moda, exposições e apresentações de artistas africanos e afro-baianos.

Encerrando a programação, no dia 31 de maio, a Chácara São Jorge, em Salvador, recebe o Festival de Música Africana, também promovido pela CARBA. Este será o único evento da agenda com entrada paga, no valor de R$ 100 (open bar), e promete uma noite de celebração ao som da musicalidade do continente africano.

A Agenda África-Bahia reafirma o papel da Bahia como ponte viva entre o Brasil e a África, promovendo o intercâmbio cultural, a valorização da ancestralidade e o reconhecimento da diversidade como força de transformação social.

PROGRAMAÇÃO COMPLETA – MÊS DA ÁFRICA 2025

📍 Camaçari
22/05 (14h às 17h)VI Fórum Mês da África – 1º dia
Local: Campus XIX – UNEB Camaçari
Acesso: Gratuito

23/05 (14h às 21h)VI Fórum Mês da África – 2º dia
Local: Campus XIX – UNEB Camaçari e transmissão online (YouTube)
Acesso: Gratuito

📍 Salvador
25/05 (10h às 20h)2ª edição do Festival AFRI-BA: África Viva na Bahia
Local: Largo Tereza Batista – Pelourinho
Acesso: Gratuito

31/05 (a partir das 9h)Festival de Música Africana
Local: Chácara São Jorge – Salvador
Acesso: R$ 100 (Open Bar)

📧 Contato:
comunidadecarba@gmail.com
redeemunde@gmail.com

Foto: Jean Victor

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Cultura

Slam das Minas leva a potência poética de Salvador para Cabo Verde e Lisboa

Iasmim Moreira

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Slam das Minas

O mês de maio será marcado por um feito histórico para a cena cultural de Salvador. O coletivo Slam das Minas Bahia, formado por mulheres potentes da nossa terra, realiza sua primeira turnê internacional com ações em Cabo Verde e Portugal. A iniciativa, intitulada “Vozes em Poesia”, afirma o Slam como ferramenta de criação, resistência e intercâmbio entre Brasil, África e Europa — tendo as mulheres negras como centro e força motriz desse movimento.

De 12 a 14 de maio, a cidade da Praia, capital de Cabo Verde, recebe a residência artística do grupo, com oficinas de Slam Poetry, escrita criativa e performance poética no Instituto Guimarães Rosa. Voltada especialmente para mulheres negras, a proposta promove escuta, fortalecimento de vínculos e amplificação de vozes historicamente silenciadas. Encerrando essa etapa no continente africano, uma batalha de poesia — o tradicional Slam — será realizada no dia 15 de maio, em uma edição especial e gratuita.

A poesia segue seu curso e cruza o oceano rumo à Europa. No dia 20 de maio, Lisboa será palco da performance “Ancestralitura”, no Museu do Aljube – Resistência e Liberdade. A apresentação será acompanhada de um bate-papo e lançamento de livro, reafirmando a oralidade como instrumento político, poético e ancestral. Mais do que uma apresentação, o evento se torna um marco de encontro entre experiências de luta, arte e liberdade nos territórios da diáspora negra.

Desde 2017, o Slam das Minas Bahia vem ocupando espaços na literatura e na vida, com batalhas de poesia falada, oficinas e intervenções em escolas, comunidades e centros culturais. Sempre com a missão de fortalecer o protagonismo de mulheres negras e dissidências, o coletivo é hoje um dos principais nomes da cena literária contemporânea na Bahia — e agora no mundo.

PROGRAMAÇÃO COMPLETA

CABO VERDE – CIDADE DA PRAIA
📍 Instituto Guimarães Rosa
📅 12 a 14 de maio – Oficinas de Slam Poetry, escrita criativa e performance poética
📅 15 de maio – Batalha de Poesia – Slam
🕒 Gratuito e presencial

PORTUGAL – LISBOA
📍 Museu do Aljube – Resistência e Liberdade
📅 20 de maio – Performance Ancestralitura, bate-papo e lançamento de livro
🕒 Gratuito e presencial

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