Políticas
II Festival Nacional do Artesanato na Bahia seleciona artesãos

Artesãos interessados em participar do II Festival Nacional do Artesanato na Bahia (FENABA) poderão se inscrever para a seleção por meio do Edital de Chamamento Público nº 16/2024, publicado nesta terça-feira (17) pelo Governo do Estado, conforme as normas do Programa do Artesanato Brasileiro (PAB). Com inscrições abertas no período de 17 de dezembro de 2024 a 31 de janeiro de 2025, o edital foi anunciado durante o lançamento do II FENABA e do I Festival Baiano de Artesanato Indígena.
O II Fenaba será realizado de 24 a 27 de abril de 2025, na Casa de Apostas Arena Fonte Nova. O edital de seleção de artesãs (os) do estado, para o evento, oferece 310 vagas no total, distribuídas entre as 20 Rotas do Artesanato da Bahia. São 170 vagas para artesãos de municípios que pertencem a uma das 20 rotas; 50 vagas para mestres e mestras; 40 vagas para artesãos de Salvador; 20 para representantes dos povos originários do estado; 20 para quilombolas e mais 10 vagas para artesãos de municípios não incluídos em nenhuma das rotas.
Os candidatos individuais devem ter mais de 18 anos, possuir inscrição no Sistema de Informações Cadastrais do Artesanato Brasileiro (SICAB) e Carteira Nacional de Artesão válida. As entidades representativas interessadas, como associações, cooperativas e grupos de produção artesanal devem estar legalmente constituídas e também possuir cadastro ativo no SICAB. O edital está disponível no site da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre).

Foto: Ricardo Filho
Inscrições
Para realizar a inscrição é necessário preencher integralmente um formulário online, disponível no site da Secretaria ou por meio do link. Os interessados devem inserir os documentos: cópia da Carteira Nacional de Artesã (ão) dentro do prazo de validade; cópia de documento de identificação oficial; cópia do CPF, além de dez (10) fotos dos produtos que devem ser comercializados. As fotos, obrigatoriamente coloridas, devem ter resolução mínima de 1280×720 pixels.
Os festivais
O II Fenaba simboliza a consolidação da política de artesanato do Governo da Bahia, pontua o secretário da Setre, Davidson Magalhães. “A segunda edição não é apenas mais um evento, mas um marco na consolidação da valorização do nosso artesanato como identidade cultural, com a valorização do saber fazer, passado de geração em geração, e também do artesanato como fonte de geração de renda”, disse. Para o gestor, que deixa a pasta no início do próximo ano, o trabalho agora é de ampliar e fortalecer ainda mais essa política pública. “Saio com o sentimento de dever cumprido, mas temos desafios pela frente, que serão assumidos pela nova gestão com o mesmo compromisso”, afirmou.
A expectativa é de que o II Fenaba supere em 30% o número de artesãos participantes da primeira edição, realizada em maio desse ano, quando 30 mil pessoas foram à Arena Fonte Nova, nos três dias de evento,, movimentando aproximadamente R$ 2 milhões com a venda de mais de 20 mil peças de artesãos da Bahia e de outros nove estados. “O sucesso da primeira edição foi tamanho, que nessa segunda edição estamos preparando um espaço ainda maior, reunindo um maior número de mestres e mestras e com a participação de todos os estados do país”, disse Weslen Moreira, coordenador de Fomento ao Artesanato da Setre.
Novidade
Além do II Fenaba, a Setre anunciou uma novidade: a realização do I Festival Baiano de Artesanato Indígena, entre 17 e 20 de julho de 2025, com a participação de representantes de 32 etnias de quatro macrorregiões do estado. O objetivo é promover a inclusão socioprodutiva e a geraçao de renda entre artesãos indígenas, contribuindo para a valorização da arte produzida pelos povos originários.
O artesanato indígena utiliza matéria-prima como sementes, cocos, penas de animais, fibras naturais de cipó, piaça, palmeira de licuri, madeira, argila, na confecção de peças como trançado de fiada e tecida em aiós, cerâmica Kiriri, maracas, arcos e flechas, apitos e colares, adornos corporais, instrumentos musicais, entre outras.
“Esse I Festival vai representar uma quebra de paradigma, trazendo a cultura riquíssima do nosso povo. As pessoas vão poder conhecer a diversidade do artesanato indígena, com peças tanto para decoração como utensílios”, disse Kâhu Pataxó, artesão e presidente da Federação Indígena das Nações Pataxó e Tupinambá do Extremo Sul da Bahia (Finpat).
A Bahia é o segundo estado com maior número de etnias. Para a cacica Renata Tupinambá, o evento será um marco para os povos originários do estado. “O festival vai divulgar a arte indígena, desde as peças em madeira, do povo pataxó, às peças em barro do povo kiriri. Artesanato que tem majoriamente mulheres à frente”. disse a cacica, que também é artesã e assessora da Superintendência de Políticas para os Povos Indígenas, vinculada à Secretaria de Promoção da Igualdade Racial e dos Povos e Comunidades Tradicionais (Sepromi).
O II Fenaba e o I Festival Baiano de Artesanato Indígena serão realizados pelo Governo da Bahia por meio da Coordenação de Fomento ao Artesanato (CFA) da Setre, em parceria com as Secretarias da Cultura (Secult), do Turismo (Setur), Sepromi, além da Federação das Associações de Artesanato do Estado da Bahia (FAAEB), do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Serviço Social do Comércio (SESC) e da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado da Bahia (Fecomércio-Ba).
Políticas
‘Positivar Masculinidades’ debate sobre desmarginalização da negritude

A Jornada Positivar Masculinidades dá continuidade à sua programação em maio com um ciclo de encontros voltado ao fortalecimento de vínculos, identidade e autocuidado entre homens negros. O próximo evento acontece na quarta-feira, 14 de maio, às 18h30, no Centro de Estudos Afro-Orientais da UFBA (CEAO), com o tema “Desmarginalizando a Negritude”.
O debate será conduzido por dois importantes nomes do movimento negro: Dudu Ribeiro, historiador e fundador da Iniciativa Negra por uma Nova Política sobre Drogas, e Silvio Humberto, economista, professor e doutor em Administração. O encontro propõe uma reflexão sobre os impactos das estruturas sociais na vida de homens negros, especialmente nos campos da política, economia e direitos.
O evento é gratuito, aberto ao público e as inscrições podem ser feitas pelo Sympla: clique aqui
Um espaço seguro para reflexões e fortalecimento de vínculos
Criada pelo ativista Tiago Azeviche, a jornada teve início em abril com a palestra “Inspirando-nos na ancestralidade para construir um legado próspero”, conduzida pelo capoeirista Mestre Roxinho e pelo filósofo Sérgio São Bernardo. A iniciativa tem como foco a construção de espaços de escuta ativa, cuidado coletivo e troca de saberes entre homens negros.
“Temos muitas questões na agenda externa e coletiva, e essa jornada é um chamado para que possamos escutá-las e enfrentá-las juntos”, afirma Azeviche, que é empreendedor, estudante de Administração e idealizador do projeto iniciado em 2019, após uma vivência imersiva em Gana.
Próximos encontros e imersão final
Além do debate do dia 14, a programação de maio segue com outros dois encontros no CEAO/UFBA:
21/05 – “Nós, homens negros, a sociedade e a mídia”, com o professor Richard Santos
31/05 – Imersão prática “O Chamado do Alacorô”, com atividades integradas ao longo do dia, incluindo yoga kemética com Jorge Bispo e diálogo com Tiago Azeviche
A jornada propõe mergulhos em temas como identidade, afetividade, saúde emocional e espiritualidade, promovendo um cuidado integral com base nas tradições africanas e nas práticas coletivas de autocuidado.
SERVIÇO
Jornada Positivar Masculinidades – Salvador (BA)
📅 Próximas datas: 14, 21 e 31 de maio de 2025
🕕 Horário: 18h30 (dias 14 e 21/05); 9h às 18h (dia 31/05 – imersão final)
📍 Local: CEAO – UFBA (Praça Gen. Inocêncio Galvão, 42 – Dois de Julho, Salvador)
🎟️ Evento gratuito e aberto ao público
🔗 Inscrições: Sympla
📱 Mais informações: @positivarmasculinidades | positivarmasculinidades.com.br
Políticas
Jornada Positivar Masculinidades promove troca de saberes

O diálogo entre homens negros em Salvador segue se fortalecendo. Em 2025, o projeto Positivar Masculinidades, idealizado e liderado por Tiago Azeviche, retorna com novo fôlego e formato: nasce a Jornada Positivar Masculinidades, uma série de cinco encontros voltados para a escuta, o debate e a troca de saberes entre homens negros da cidade, reunindo diferentes identidades, gerações e trajetórias profissionais.
Com atividades programadas para os dias 09 e 23 de abril e 14, 21 e 31 de maio, os encontros acontecerão no Centro de Estudos Afro-Orientais da Universidade Federal da Bahia (CEAO/UFBA) – localizado na Praça Gen. Inocêncio Galvão, 42, bairro Dois de Julho – sempre às 18h30. Gratuita e aberta ao público, com inscrições através do Sympla, a jornada será encerrada no dia 31 de maio com o encontro “O Chamado do Alacorô”, em formato de imersão, das 9h às 18h, no mesmo local.
A proposta é abordar, ao longo dos dias, temas como identidade, saúde emocional, relações sociais, afetividade e autocuidado, reunindo convidados especiais, palestras, rodas de conversa e práticas integradas de cuidado.
“A ideia é seguir construindo espaços seguros onde homens negros possam refletir sobre si, repensar suas trajetórias e fortalecer vínculos. Temos muitas questões na agenda externa e coletiva, e essa jornada é um chamado para que possamos escutá-las e enfrentá-las juntos”, afirma Tiago Azeviche.
Ativista das causas das masculinidades negras, empreendedor e estudante de Administração, Azeviche dá continuidade a um trabalho iniciado em 2019. Após uma experiência imersiva em Gana, no continente africano, o projeto ganha agora uma nova roupagem, inspirada na ancestralidade e em práticas coletivas e afetivas.
Para Mestre Roxinho, do Instituto Cultural Bantu, a proposta do encontro representa uma oportunidade rara e necessária: “Este espaço de escuta e acolhimento voltado ao homem preto é uma iniciativa potente, que contribui significativamente para o desenvolvimento emocional e para o enfrentamento de traumas que muitas vezes são silenciados. Ainda são poucas as oportunidades de diálogo sobre masculinidades, especialmente entre homens negros, que historicamente não encontram lugares seguros para falar sobre sentimentos, questões sociais e afetivas. Por isso, participar dessa jornada é motivo de alegria. É um momento de aprendizado, troca e construção coletiva”, conclui.
O encerramento da jornada será marcado por “O Chamado do Alacorô”, um dia inteiro de atividades vivenciais e oficinas que integram mente, corpo e espírito — um momento de reconexão com o cotidiano e com a ancestralidade.

Foto: Divulgação
Sobre o idealizador
Tiago Azeviche é um homem negro com raízes no Recôncavo Baiano e possui forte presença no ativismo negro e nas pautas das masculinidades negras. Estudante de Administração e empreendedor no ramo da moda, Azeviche comanda um estúdio de serigrafia, onde também oferece oportunidades para que outros homens da sua comunidade aprendam o ofício e desenvolvam autonomia profissional.
Programação
09/04/2025
Palestra: Inspirando-nos na ancestralidade para construir um legado próspero
Mestre Roxinho – Capoeirista (Instituto Cultural Bantu)
Sérgio São Bernardo – Professor, advogado e filósofo
23/04/2025
Palestra: Cuidando da saúde integral – corpo e mente
George Barbosa – Psicólogo clínico e social, escritor e criador do projeto Terapia no Bairro
Dr. Osei Akuamoa – Urologista
14/05/2025
Palestra: Corpo negro, o Judiciário e a política de segurança pública
Fernando Santos – Advogado
21/05/2025
Palestra: Nós, homens negros, a sociedade e a mídia
Professor Richard Santos
31/05/2025
Imersão prática: O Chamado do Alacorô
Diálogo com Tiago Azeviche
Yoga kemética com Jorge Bispo
Demais atividades do dia serão divulgadas em breve
Serviço
O quê: Jornada Positivar Masculinidades
Quando: 09 e 23 de abril; 14, 21 e 31 de maio
Horários: 18h30 (dias 09, 23/04 e 14, 21/05); 09h às 18h (dia 31/05)
Onde: CEAO – UFBA (Praça Gen. Inocêncio Galvão, 42 – Dois de Julho, Salvador)
Quanto: Gratuito e aberto ao público com inscrições no Sympla
Programação sujeita a alterações. Acompanhe em: www.positivarmasculinidades.
Políticas
Kabengele Munanga fará palestra magna no lançamento da IV CONEPIR

A IV Conferência Estadual de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (CONEPIR) será lançada nesta sexta-feira (21), Dia Internacional de Luta contra a Discriminação Racial, pela Secretaria de Promoção da Igualdade Racial e dos Povos e Comunidades Tradicionais (SEPROMI). O evento acontece na Assembleia Legislativa do Estado da Bahia, a partir de 8h30, e contará com uma palestra magna do professor e especialista em antropologia da população afro-brasileira, Dr. Kabengele Munanga. Ele vai mobilizar reflexões sobre os desafios e perspectivas das políticas de promoção da igualdade racial no Brasil.
Na relevante data instituída pela ONU em 1996, Kabengele Munanga, conhecido por introduzir a questão racial nos temas transversais dos Parâmetros Curriculares Nacionais de maneira pioneira, fará uma troca importante sobre as construções e expectativas para as políticas públicas de promoção da igualdade racial na Bahia. Com o tema “Igualdade e Democracia: Reparação e Justiça Racial” e realizada entre os dias 20 a 22 de agosto de 2025 , em Salvador, o momento marca o início da mobilização das etapas municipais da Conferência em pelo menos 13 territórios de identidade da Bahia, sucedida da etapa estadual com a participação de 800 delegados(as) e convidados(as).
Coordenada pela SEPROMI, o Conselho de Defesa dos Direitos da Comunidade Negra (CDCN), o Conselho Estadual para a Sustentabilidade dos Povos e Comunidades Tradicionais (CESPCT) e o Conselho Estadual dos Direitos dos Povos Indígenas do Estado da Bahia (COPIBA), o ato pretende reunir cerca de 120 representantes dos Conselhos do segmento, sociedade civil, representantes das universidades estaduais e federais, intelectuais, blocos afros, a Rede de Combate ao Racismo, parlamentares, fórum de Gestores(as) Municipais, além de lideranças religiosas de organismos internacionais e secretarias do Governo do Estado.
Convocada por meio do Decreto nº 12.192 de 20 de setembro de 2024,conforme deliberação da 90ª reunião do Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial, o principal objetivo da IV CONEPIR é movimentar o cenário da Política Estadual de Promoção da Igualdade Racial e dos Povos e Comunidades Tradicionais. No momento que destaca com mais detalhes os eixos temáticos, etapas e expectativas para o processo conferencial, o público encontrará análises sobre o racismo e suas consequências na sociedade.
A Secretária Ângela Guimarães avalia que, de um ponto de vista transversal, este é um encontro valiosíssimo para a mobilização da agenda que vai pensar as políticas de promoção da igualdade racial da Bahia para a próxima década.
“Enquanto sociedade organizada, junto a muitas mãos e instituições relevantes para a luta pela superação do racismo, balizaremos os rumos que já tomamos até aqui com vista no futuro, pensando coletivamente as prioridades e os desafios para construirmos políticas públicas ainda necessárias para a formação de uma sociedade cada vez mais justa e equitativa para todos e todas, especialmente para a população negra e as comunidades tradicionais” disse.
O encontro também conta com a apresentação do Observatório da Promoção da Igualdade Étnico-racial – ODS 18, da Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável, pela Dra. Maria do Carmo Rebouças dos Santos, coordenadora do Observatório. Ligado a Universidade Federal do Sul da Bahia – UFSB, pelo Grupo de Pesquisa Pensamento Negro Contemporâneo UFSB/CNPq e da Fundação Escola Politécnica da Bahia, o Observatório é um espaço acadêmico de formação, pesquisa, monitoramento e produção de análises do progresso do ODS 18.
Além disto, na oportunidade de celebrar as conquistas alcançadas na luta por uma sociedade mais justa e igualitária e atenta às ainda necessárias demandas por reparação histórica e justiça racial, o encontro conta também com uma programação regada a momentos culturais e com atração musical da Banda Yayá Muxima.
Serviço
O quê: Ato de lançamento da IV CONEPIR e palestra magna com Kabengele Munanga
Quando: 21 de março de 2025 | 08h30 às 12h30
Onde: Auditório Jornalista Jorge Calmon, ALBA – Assembleia Legislativa da Bahia | CAB