Políticas
Caso Anhamoná Brito: advogada buscará reparação na Justiça e pedirá indenização à Gol

Na manhã desta quinta-feira (19/12), a advogada, ativista de Direitos Humanos e professora da UNEB, Anhamoná Brito denunciou um caso de injúria racial sofrido no Aeroporto de Congonhas (SP), quando se direcionava à 15ª Reunião Ordinária do Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento da Política Nacional para População em Situação de Rua (CIAMP-Rua Nacional), onde faria uma apresentação.
Em relato divulgado nas redes sociais logo após o ocorrido, Anhamoná afirmou ter sido perseguida e xingada por uma atendente da empresa Gol Linhas Aéreas ao longo do saguão, após ter utilizado o banheiro destinado ao uso preferencial de pessoas com deficiência por estar se sentindo mal no momento.
A advogada relatou ter sido xingada de nomes de baixo calão e ter ouvido que “tudo para esse povo é racismo”, após ter questionado a atendente se o comportamento dela estava pautado por um viés racial. Leia o relato:
“Saí do voo G31525 não me sentindo muito bem. Na área de desembarque, o banheiro feminino comum estava cheio. Fui a um prioritário, que não é exclusivo, porque estava me sentindo muito mal. Quando saí, fui abordada por uma profissional que estava acompanhando uma mulher com deficiência, ao invés de perguntar qual motivo de eu acessar aquele banheiro, começou a gritar comigo. Ela começou a me perseguir e gritar pelo aeroporto, com intuito de me fazer parar e talvez entrar no jogo dela. Quando eu a abordei, de maneira educada, mas objetiva, e perguntei se aquela conduta dela não estava eivada de preconceito racial, se não era uma postura racializada, ela começou a me xingar, de maneira bastante jocoso, de cachorra, de puta e outros termos, com intuito inclusive, no meu entendimento, de conseguir mais adeptos, já que nós não podemos falar que somos vítimas de violência racial”.
ADUNEB emite Nota Pública em apoio à professora
Após o acontecimento, Anhamoná, que foi a primeira Ouvidora da Defensoria Pública do Estado da Bahia no período de 2009 a 2011, buscou atendimento junto a superiores in loco da Gol, os quais se negaram a fornecer o nome da atendente e a proceder com os trâmites, tentando “diminuir o acontecido, dizendo que apenas havia sido um excesso da funcionária”, disse em seu relato. Na ocasião, a princípio, foi encaminhada pela supervisora da empresa apenas à Ouvidoria para registro de reclamação.
Como lida diariamente, em seu fazer jurídico e acadêmico, com as relações raciais e crimes vinculados à raça, Anhamoná registrou o caso de injúria racial na 2ª Delegacia de Atendimento ao Turista, ainda no Aeroporto.
Após a repercussão do caso, em nota, a Gol informou que “após checagem com câmeras internas do aeroporto de Congonhas, averiguou-se que o diálogo relatado pela passageira no vídeo publicado nas redes sociais não se deu com funcionária da Companhia, mas sim com a de uma empresa terceirizada que não presta serviços para a GOL. Disse ainda que “a Companhia entrou em contato com a passageira para prestar apoio e esclarecer os fatos e se mantém à disposição das autoridades que apuram a ocorrência”.
UNEB emite Nota de Apoio a Anhamoná Brito
Segundo Anhamoná, esse posicionamento da Gol, que fez contato com ela ainda ontem (19/12), após repercussão, “a responsabilidade da Gol não se esvai em hipótese de abusividade praticada por terceirizados. Ao contrário, a empresa assume objetivamente. Questionei à atendente sobre o nome e a vinculação real da funcionária e a preposta de quem me ligou foi de que não sabia responder. Questionei ainda, por telefone, à preposta da Gol, sobre a posição da empresa com relação ao atendimento que a mim foi dirigido pela supervisora no Aeroporto, que não quis acolher a minha reclamação, uma conduta profissionalmente incompatível ou constrangimento de qualquer ordem”, diz.
Sobre a conduta da supervisora, a resposta que a preposta da Gol deu à professora foi a de que a empresa iria verificar e dar uma posição formal por e-mail, assim como aos pedidos de informação sobre a funcionária agressora, local de atividade e empresa à qual estava vinculada. Até o fechamento desta matéria, Anhamoná não recebeu qualquer notificação da Gol.
Não ficará por aí…
Considerando ser este caso – como de outros recentes acontecidos em Aeroportos, como o caso de intolerância religiosa contra a Egbomi Lindinalva Barbosa (Terreiro do Cobre/Salvador) acontecido em Fortaleza no último dia 1 – um episódio que não pode ser deixado apenas como “reclamação junto à empresa”, a professora Anhamoná judicializará o caso, e será representada pelo advogado Hédio Silva Jr., que possui ampla experiência nas áreas do Direito Constitucional e Processual Penal. Foi Secretário de Justiça e Cidadania do Estado de São Paulo, e se destaca com grande influência no campo jurídico brasileiro, já tendo atuado em diversas ações contra empresas aéreas, como por exemplo em ações da atriz, Luana Xavier, que já foi “humilhada no portal do Raio X n vezes”, segundo o advogado.
“Mesmo sendo advogada, ativista de direitos humanos e da luta antirracista, escolhi o Dr. Hédio Silva Júnior para me representar por sua ampla experiência em processos que envolvem companhias aéreas e o próprio sistema aeroportuário no país, em situações de crimes e práticas abusivas que refletem o racismo em nossa sociedade. Hédio é um importante expoente na esfera do Direito das relações raciais, com muitas contribuições no aperfeiçoamento da gestão pública e no combate a abusividades decorrentes do racismo”, pontua Anhamoná.
Para Hédio, a situação é lamentável, recorrente e precisa ser investigada. “Lamentavelmente não são poucos os problemas que passageiros negros tem em Aeroportos no Brasil, e não são raros. A ação principal vai ser contra o Ministério de Portos e Aeroportos, a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), a Gol Linhas Aéreas e a prestadora de serviços da Gol. Uma ação que vai pedir ao Judiciário que obrigue essas empresas a adotarem protocolos que preservem passageiros negros de situações como estas que são, lamentavelmente, frequentes. Essa será uma Ação de Obrigação de Fazer e Indenizatória para adoção de protocolo de respeito à diversidade racial e religiosa. E, certamente, a depender do que surja das investigações das imagens, uma ação criminal contra a terceirizada, quem quer que seja, que perpetrou crimes contra Anhamoná de constrangimento ilegal e de injuria racial”, explica Hédio Silva Júnior.
Políticas públicas
É crescente, nos últimos anos, casos de injúria racial, intolerância religiosa e racismo cometidos contra passageiros negros e negras nos Aeroportos em todos os estados, o que reafirma a necessidade premente de se reavaliar e fiscalizar os critérios utilizados nas inspeções aleatórias, além de deixar transparente os procedimentos de segurança, e primar pelo respeito a todos os usuários, independentemente da diversidade de corpos, raça, gênero ou religião.
Para o Mestre em Políticas Públicas e Governo (FGV), e ex-Secretário do Sistema Nacional de Igualdade Racial, Yuri Silva, a recorrência destes tipos de caso deixa visível a necessidade de haver uma responsabilização maior das empresas quanto à qualificação de seus profissionais e a devida reparação às vítimas.
“Esses tipos de caso têm sido recorrentes, dado alguns exemplos que vimos noticiados recentemente. Tem uma concentração de casos que diz respeito à responsabilidade das companhias, como agentes comerciais desse serviço aéreo nacional. E elas precisam ser responsabilizadas pelos casos ocorridos, além de serem obrigadas a reparar as vítimas e a colocar em prática protocolos anti-discriminatórios. Mas também há uma responsabilidade de regulação do serviço aéreo nacional. Então, a criação de protocolos é uma pauta que vem sendo discutida nos últimos dois anos, que pude acompanhar quando ocorreram outros casos envolvendo companhias aéreas, inclusive com atuação da Polícia Federal. Casos que iniciaram diálogos entre órgãos de igualdade racial, direitos humanos, a ANAC pra tratar destes protocolos. Mas é fato que, qualificar melhor os profissionais da aviação civil, do serviço aéreo, dos aeroportos e, sobretudo, a qualificação dos agentes de aviação das companhias aéreas é indispensável para isso. Há uma diferenciação no tratamento entre pessoas brancas e negras diariamente no serviço de aviação e as pessoas negras que usam este serviço com recorrência sentem essa diferenciação na prática, e não é sutil, é muito visível”, diz Yuri.
A advogada e professora da UNEB, Anhamoná Brito falou ao Portal Soteropreta sobre como o ocorrido poderia ter escalado para algo pior, como se costuma ver diariamente nos noticiários.
“Esta ocorrência poderia ter resultados mais gravosos, com violência física e, até mesmo, impedimento real do registro da reclamação. Sei que, enquanto mulher negra, o peso da raça direciona a forma como eu acesso serviços, oportunidades e exerço minhas liberdades, sempre numa perspectiva limitadora. Também compreendo que o meu ativismo político, conhecimento jurídico e acadêmico, além da própria rede de apoio que consigo acessar, me diferencia em possibilidades de resolver o problema, responsabilizando as pessoas e empresas envolvidas com a situação. Até mesmo por isso, tenho o compromisso político de não deixar esta situação cair na senda do esquecimento. Além da dimensão pedagógica aos que me atacaram, precisamos que casos emblemáticos imprimam uma nova ordem de mudanças, por um Brasil para todas as pessoas. O que só alcançaremos através de medidas que possibilitem, mais que a identificação de casos de racismo, a reversão deste triste legado da escravização”, diz Anhamoná.
Quem é Anhamoná Brito
Autora do livro “Manual avançado para atuação de conselheir@s tutelares”, Anhamoná Brito atuou em diferentes cargos públicos no estado da Bahia e na esfera federal, dentre eles o de Ouvidora Geral da Defensoria Pública do Estado da Bahia (2009/2011), Secretária de Políticas de Ações Afirmativas da SEPPIR, (2011/2012), Superintendente de Apoio e Defesa dos Direitos Humanos do Estado da Bahia (2015/2016); e Coordenadora Geral do Programa de Proteção a Vítimas e Testemunhas Ameaçadas de Morte do Estado da Bahia (2020/2022). Sua primeira obra é voltada à reflexão, conscientização, informação e instrumentalização cidadã para a garantia e defesa de direitos de crianças e adolescentes. É advogada, ativista de Direitos Humanos e professora auxiliar do Colegiado de Direito da Universidade do Estado da Bahia – UNEB (Departamento de Ciências Humanas e Tecnologias – Campus XIX/Camaçari). É Doutora em Difusão do Conhecimento (análise cognitiva) pela UFBA e pesquisadora do Centro de Referência em Desenvolvimento e Humanidades (órgão suplementar da UNEB), do Grupo Enlace e do Grupo de Pesquisa “Trabalho Digno para o Homem do Campo), ambos da UNEB.
Políticas
Jornada Positivar Masculinidades promove troca de saberes

O diálogo entre homens negros em Salvador segue se fortalecendo. Em 2025, o projeto Positivar Masculinidades, idealizado e liderado por Tiago Azeviche, retorna com novo fôlego e formato: nasce a Jornada Positivar Masculinidades, uma série de cinco encontros voltados para a escuta, o debate e a troca de saberes entre homens negros da cidade, reunindo diferentes identidades, gerações e trajetórias profissionais.
Com atividades programadas para os dias 09 e 23 de abril e 14, 21 e 31 de maio, os encontros acontecerão no Centro de Estudos Afro-Orientais da Universidade Federal da Bahia (CEAO/UFBA) – localizado na Praça Gen. Inocêncio Galvão, 42, bairro Dois de Julho – sempre às 18h30. Gratuita e aberta ao público, com inscrições através do Sympla, a jornada será encerrada no dia 31 de maio com o encontro “O Chamado do Alacorô”, em formato de imersão, das 9h às 18h, no mesmo local.
A proposta é abordar, ao longo dos dias, temas como identidade, saúde emocional, relações sociais, afetividade e autocuidado, reunindo convidados especiais, palestras, rodas de conversa e práticas integradas de cuidado.
“A ideia é seguir construindo espaços seguros onde homens negros possam refletir sobre si, repensar suas trajetórias e fortalecer vínculos. Temos muitas questões na agenda externa e coletiva, e essa jornada é um chamado para que possamos escutá-las e enfrentá-las juntos”, afirma Tiago Azeviche.
Ativista das causas das masculinidades negras, empreendedor e estudante de Administração, Azeviche dá continuidade a um trabalho iniciado em 2019. Após uma experiência imersiva em Gana, no continente africano, o projeto ganha agora uma nova roupagem, inspirada na ancestralidade e em práticas coletivas e afetivas.
Para Mestre Roxinho, do Instituto Cultural Bantu, a proposta do encontro representa uma oportunidade rara e necessária: “Este espaço de escuta e acolhimento voltado ao homem preto é uma iniciativa potente, que contribui significativamente para o desenvolvimento emocional e para o enfrentamento de traumas que muitas vezes são silenciados. Ainda são poucas as oportunidades de diálogo sobre masculinidades, especialmente entre homens negros, que historicamente não encontram lugares seguros para falar sobre sentimentos, questões sociais e afetivas. Por isso, participar dessa jornada é motivo de alegria. É um momento de aprendizado, troca e construção coletiva”, conclui.
O encerramento da jornada será marcado por “O Chamado do Alacorô”, um dia inteiro de atividades vivenciais e oficinas que integram mente, corpo e espírito — um momento de reconexão com o cotidiano e com a ancestralidade.

Foto: Divulgação
Sobre o idealizador
Tiago Azeviche é um homem negro com raízes no Recôncavo Baiano e possui forte presença no ativismo negro e nas pautas das masculinidades negras. Estudante de Administração e empreendedor no ramo da moda, Azeviche comanda um estúdio de serigrafia, onde também oferece oportunidades para que outros homens da sua comunidade aprendam o ofício e desenvolvam autonomia profissional.
Programação
09/04/2025
Palestra: Inspirando-nos na ancestralidade para construir um legado próspero
Mestre Roxinho – Capoeirista (Instituto Cultural Bantu)
Sérgio São Bernardo – Professor, advogado e filósofo
23/04/2025
Palestra: Cuidando da saúde integral – corpo e mente
George Barbosa – Psicólogo clínico e social, escritor e criador do projeto Terapia no Bairro
Dr. Osei Akuamoa – Urologista
14/05/2025
Palestra: Corpo negro, o Judiciário e a política de segurança pública
Fernando Santos – Advogado
21/05/2025
Palestra: Nós, homens negros, a sociedade e a mídia
Professor Richard Santos
31/05/2025
Imersão prática: O Chamado do Alacorô
Diálogo com Tiago Azeviche
Yoga kemética com Jorge Bispo
Demais atividades do dia serão divulgadas em breve
Serviço
O quê: Jornada Positivar Masculinidades
Quando: 09 e 23 de abril; 14, 21 e 31 de maio
Horários: 18h30 (dias 09, 23/04 e 14, 21/05); 09h às 18h (dia 31/05)
Onde: CEAO – UFBA (Praça Gen. Inocêncio Galvão, 42 – Dois de Julho, Salvador)
Quanto: Gratuito e aberto ao público com inscrições no Sympla
Programação sujeita a alterações. Acompanhe em: www.positivarmasculinidades.
Políticas
Kabengele Munanga fará palestra magna no lançamento da IV CONEPIR

A IV Conferência Estadual de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (CONEPIR) será lançada nesta sexta-feira (21), Dia Internacional de Luta contra a Discriminação Racial, pela Secretaria de Promoção da Igualdade Racial e dos Povos e Comunidades Tradicionais (SEPROMI). O evento acontece na Assembleia Legislativa do Estado da Bahia, a partir de 8h30, e contará com uma palestra magna do professor e especialista em antropologia da população afro-brasileira, Dr. Kabengele Munanga. Ele vai mobilizar reflexões sobre os desafios e perspectivas das políticas de promoção da igualdade racial no Brasil.
Na relevante data instituída pela ONU em 1996, Kabengele Munanga, conhecido por introduzir a questão racial nos temas transversais dos Parâmetros Curriculares Nacionais de maneira pioneira, fará uma troca importante sobre as construções e expectativas para as políticas públicas de promoção da igualdade racial na Bahia. Com o tema “Igualdade e Democracia: Reparação e Justiça Racial” e realizada entre os dias 20 a 22 de agosto de 2025 , em Salvador, o momento marca o início da mobilização das etapas municipais da Conferência em pelo menos 13 territórios de identidade da Bahia, sucedida da etapa estadual com a participação de 800 delegados(as) e convidados(as).
Coordenada pela SEPROMI, o Conselho de Defesa dos Direitos da Comunidade Negra (CDCN), o Conselho Estadual para a Sustentabilidade dos Povos e Comunidades Tradicionais (CESPCT) e o Conselho Estadual dos Direitos dos Povos Indígenas do Estado da Bahia (COPIBA), o ato pretende reunir cerca de 120 representantes dos Conselhos do segmento, sociedade civil, representantes das universidades estaduais e federais, intelectuais, blocos afros, a Rede de Combate ao Racismo, parlamentares, fórum de Gestores(as) Municipais, além de lideranças religiosas de organismos internacionais e secretarias do Governo do Estado.
Convocada por meio do Decreto nº 12.192 de 20 de setembro de 2024,conforme deliberação da 90ª reunião do Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial, o principal objetivo da IV CONEPIR é movimentar o cenário da Política Estadual de Promoção da Igualdade Racial e dos Povos e Comunidades Tradicionais. No momento que destaca com mais detalhes os eixos temáticos, etapas e expectativas para o processo conferencial, o público encontrará análises sobre o racismo e suas consequências na sociedade.
A Secretária Ângela Guimarães avalia que, de um ponto de vista transversal, este é um encontro valiosíssimo para a mobilização da agenda que vai pensar as políticas de promoção da igualdade racial da Bahia para a próxima década.
“Enquanto sociedade organizada, junto a muitas mãos e instituições relevantes para a luta pela superação do racismo, balizaremos os rumos que já tomamos até aqui com vista no futuro, pensando coletivamente as prioridades e os desafios para construirmos políticas públicas ainda necessárias para a formação de uma sociedade cada vez mais justa e equitativa para todos e todas, especialmente para a população negra e as comunidades tradicionais” disse.
O encontro também conta com a apresentação do Observatório da Promoção da Igualdade Étnico-racial – ODS 18, da Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável, pela Dra. Maria do Carmo Rebouças dos Santos, coordenadora do Observatório. Ligado a Universidade Federal do Sul da Bahia – UFSB, pelo Grupo de Pesquisa Pensamento Negro Contemporâneo UFSB/CNPq e da Fundação Escola Politécnica da Bahia, o Observatório é um espaço acadêmico de formação, pesquisa, monitoramento e produção de análises do progresso do ODS 18.
Além disto, na oportunidade de celebrar as conquistas alcançadas na luta por uma sociedade mais justa e igualitária e atenta às ainda necessárias demandas por reparação histórica e justiça racial, o encontro conta também com uma programação regada a momentos culturais e com atração musical da Banda Yayá Muxima.
Serviço
O quê: Ato de lançamento da IV CONEPIR e palestra magna com Kabengele Munanga
Quando: 21 de março de 2025 | 08h30 às 12h30
Onde: Auditório Jornalista Jorge Calmon, ALBA – Assembleia Legislativa da Bahia | CAB
Políticas
Primeira Escola Antirracista será lançada pela OAB Bahia

A primeira Escola Antirracista do Sistema OAB no Brasil será lançada nesta quarta-feira (19), pela OAB Bahia. Idealizada pela Escola Superior de Advocacia da Bahia (ESA-BA) com a proposta de “formar para transformar”, a Escola desenvolverá uma série de ações contínuas voltadas a advogados e estudantes de direito com o objetivo de fomentar o desenvolvimento da educação antirracista, contribuindo para a formação de profissionais comprometidos com a igualdade racial e direitos humanos.
“Dados do Conselho Nacional de Justiça revelam que, com 80% da população autodeclarada negra, a Bahia é líder em ocorrências de injúria racial no país, contabilizando um aumento de 647% dos casos entre 2020 e 2023. Isso é absurdo. A nossa perspectiva, então, é usar a conscientização como ferramenta para formar advogadas e advogados comprometidos com a causa antirracista, ajudando a diminuir esses índices alarmantes na Bahia”, destacou a presidenta da OAB-BA, Daniela Borges.
O lançamento da Escola acontecerá no Auditório do Salvador Shopping Business, Torre América, das 9 às 12, com inscrição gratuita no site da ESA-BA. O evento contará com as palestras do juiz Fábio Esteves, auxiliar do ministro Edson Fachin, e da promotora do Ministério Público da Bahia (MPBA), Lívia Vaz. As palestras terão como temas a importância do letramento racial para uma atuação eficiente no sistema de justiça e as regulamentações mais recentes sob a perspectiva antirracista para as pessoas que atuam neste sistema.

Foto: Angelino de Jesus
“Estamos muito ansiosos para o lançamento da primeira Escola Antirracista do Sistema OAB no Brasil, um marco para a advocacia e para a luta por equidade racial. Nosso compromisso é formar profissionais que não apenas compreendam a estrutura do racismo, mas que estejam preparados para combatê-lo na prática jurídica”, destacou a diretora-geral da ESA-BA, Sarah Barros.
Ainda segundo ela, a ESA-BA assume essa responsabilidade com seriedade, trazendo uma formação qualificada e acessível, que contribuirá de forma decisiva para uma advocacia mais justa e comprometida com a transformação social.
Matrículas em breve
Com palestras, seminários, congressos e demais atividades de capacitação, a Escola Antirracista da OAB-BA abrirá matrículas, em breve, no site da ESA. A Escola trabalhará sob as perspectivas teórica e prática, por meio de exposições e disponibilização de materiais didáticos, recomendações bibliográficas e outros materiais didáticos. Todas as aulas e demais atividades serão gratuitas e voltadas à advocacia, bacharéis e estudantes de Direito. Mais informações podem ser obtidas no site da ESA-BA, onde será divulgada a programação da Escola.
Serviço
O quê: Lançamento da primeira Escola Antirracista da OAB
Quando: Dia 19 de março (quarta-feira)
Horário: Das 9h às 12h
Palestrantes: Juiz Fábio Esteves e promotora Lívia Vaz
Inscrições gratuitas no site da ESA-BA