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Cultura

Curto Circuito das Artes aquece Salvador com 15 espetáculos

Ana Paula Nobre

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Edvana Carvalho | Foto: Brenda Ferreira e Bárbara Carvalho

A segunda edição do Curto Circuito das Artes inicia o ano de 2025, em Salvador, com uma vasta programação cultural, de forma gratuita. Entre os dias 8 de janeiro (quarta-feira) e 16 de fevereiro (domingo), uma mostra de 15 espetáculos de música, dança, circo e teatro vão ocupar seis espaços culturais, alegrando não só o verão dos adultos, mas também da criançada. O objetivo é movimentar a cena cultural da cidade com espetáculos, exposições e residências artísticas que promovam inclusão, diversidade e acesso à cultura. A iniciativa busca envolver e inspirar o público de todas as idades, fortalecendo a conexão com as artes de maneira autêntica e transformadora.

Realizado pela Fundação Gregório de Mattos (FGM), por meio da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Prefeitura de Salvador), em parceria com a Funarte, do Ministério da Cultura (Governo Federal), no dia 8 de janeiro, a temporada de verão do Curto Circuito das Artes será aberta em grande estilo. O público poderá conferir o show “Baba Yaga”, da cantora mirim Lilica Rocha, às 16h, no Teatro Gregório de Mattos, e a peça “Aos 50 quem me aguenta”, da atriz e escritora baiana Edvana Carvalho, às 19h, no Espaço Cultural da Barroquinha. Entre um espetáculo e outro, dá pra conferir  a exposição “Plantações de Autoestima”, dos grafiteiros Sagaz & Pepino, em cartaz na Galeria da Cidade, além de curtir performances de outros artistas que realizam Residências Artísticas no Curto Circuito.

Segundo o idealizador do festival e diretor de Patrimônio e Equipamentos Culturais da FGM, Chicco Assis, as atrações de janeiro e fevereiro vão aquecer ainda mais o verão da capital baiana, ocupando todos os espaços da Fundação Gregório de Mattos espalhados pela cidade: do Quarteirão das Artes aos Espaços Bocas de Brasa, do Centro à Valéria, de Cajazeiras à Cidade Baixa e do Pelourinho à Vista Alegre.

“Um caldeirão fervilhando de teatro, dança, música, circo, artes visuais, performance e muito mais. Vai ter arte transbordando por toda parte, para todos os gostos e idades. Inclusive para a criançada, que será agraciada com espetáculos infantis, contemplando até bebês. Mais do que um festival, a temporada de verão do Curto Circuito das Artes será um estrondo na cidade”, afirma Chicco Assis.

Do axé aos clássicos infantis

A primeira apresentação da mostra de espetáculos que convida o público infantil para cantar, dançar e se divertir é o show Baba Yaga, da artista mirim Lilica Rocha. No dia 8 de janeiro, a cantora, compositora e atriz, de apenas 10 anos, promete agitar o Teatro Gregório de Mattos, a partir das 16h, com canções do seu segundo disco, “Baba Yaga – O Futuro é Agora”, além de releituras de clássicos infantis e da Axé Music, como Faraó, Chame Gente e Raiz de Todo Bem.

Ícone na música para os pequenos, Lilica conquistou a atenção de todas as idades, em 2020, ao fazer uma live nas redes sociais tocando Tigresa, de Caetano Veloso, no teclado. Durante a apresentação promovida pelo projeto, ela promete fazer um pré-carnaval, tirando os pés de todo mundo do chão. “Participar do Curto Circuito com o show Baba Yaga me deixa muito feliz e super animada. Tocar em Salvador pra mim é especial, minha terra, ainda mais no verão. Já vamos entrar no clima de carnaval”, antecede Lilica, que fará mais três apresentações no Curto Circuito ao longo do mês de fevereiro.

Lilica Rocha | Foto: Donminique Santos

Os novos 50

Quem abre a programação de espetáculos adultos do Curto Circuito no dia 8 de janeiro é a peça teatral “Aos 50 quem me aguenta”, da atriz baiana Edvana Carvalho. A artista sobe ao palco no Espaço Cultural da Barroquinha, às 19h, para encenar textos autorais que tratam sobre a sua experiência enquanto mulher negra, nordestina e professora que ultrapassa a barreira dos 50 anos e lida com os desafios que essas condições impõem à mulher contemporânea.

“Os desafios são muitos porque a nossa sociedade ainda é patriarcal. O homem envelhece e fica mais bonito, a mulher envelhece e vira bruxa. Mas nós, mulheres de 50+, em 2024, não aceitamos mais sermos colocadas em caixinhas. Somos bem diferentes das nossas avós, somos mulheres atuantes no mercado, na vida como um todo, muitas vezes refazendo nossas próprias vidas”, afirma Edvana.

Natural de Salvador, Edvana também é poetisa, escritora e educadora. Em 2024, ela foi um dos grandes destaques de Renascer, última novela das 21h da Rede Globo, ao dar vida à personagem Inácia. Agora com o seu trabalho solo “Aos 50 quem me aguenta”, a atriz reforça para as mulheres pretas que as suas histórias são interessantes e podem virar livro, peças teatrais e até mesmo discussões acadêmicas.

“A gente passou uma vida lendo romances em que as mulheres não pareciam com a gente, tanto as que eram destaque nesses romances quanto as que não eram. Agora vivemos num novo tempo, em que escrevemos sobre nós mesmas, sem a tutela de ninguém, e onde outras pessoas poderão enxergar que estamos aqui para sermos felizes como qualquer outro ser humano. A vida não acabou quando criamos nossos filhos ou nos aposentamos, ela está só começando”, reitera a atriz.

Sempre com início às 19h, a peça também será apresentada no dia 10 de janeiro (sexta-feira), no Espaço Boca de Brasa Subúrbio 360°, e no dia 11 (sábado), no Espaço Boca de Brasa Cajazeiras. Como parte da programação do Curto Circuito, que tem o intuito de fortalecer a conexão entre público e arte de maneira autêntica, serão promovidas atividades formativas associadas aos espetáculos da mostra.

No caso da encenação “Aos 50 quem me aguenta”, será realizada no dia 9 de janeiro (quinta-feira), no Espaço Boca de Brasa Valéria, a “Oficina de interpretação teatral e expressão vocal”. A atividade terá início às 9h, com duração de três horas e 20 vagas disponíveis para atores iniciantes e estudantes de teatro. O objetivo central é desenvolver o repertório e as técnicas necessárias para a criação de personagens, utilizando abordagens práticas e teóricas que combinem improvisação, jogos teatrais e construção da personagem. Também serão explorados textos do teatro nordestino e do negro, além da estética afrobrasileira percussiva.

Diversidade

Com uma variedade de linguagens artísticas para todas as idades, a programação do Curto Circuito das Artes promoverá, ao todo, 57 apresentações gratuitas de música, teatro, dança e circo espalhadas por diferentes bairros de Salvador até fevereiro de 2025. Além do show infantil de Lilica Rocha e da peça “Aos 50 quem me aguenta”, a primeira semana da mostra ainda conta com mais cinco espetáculos.

Os atores baianos Rita Assemany e Marcelo Praddo trazem, respectivamente, as peças “Surf no Caos” e “Vou te Contar”. Enquanto Rita se apresenta no dia 10 de janeiro (sexta-feira), às 19h, no Teatro Gregório de Mattos, com um monólogo que questiona a natureza humana através da perspectiva de Lucy, o primeiro ser humano primitivo, Praddo sobe ao palco no sábado (11), às 16h, no Espaço Boca de Brasa Valéria, com um monólogo dirigido e atuado por ele mesmo. O espetáculo dá voz a pessoas comuns, que não possuem milhões de seguidores ou desfrutar das regalias dos camarotes vips do nosso carnaval, mas que são a pura essência da nossa alma brasileira.

Nos dias 9 e 10 de janeiro (quinta e sexta-feira), às 19h, acontecerá a apresentação do espetáculo “Entrelinhas” no Espaço Cultural da Barroquinha. Direcionado ao público adulto, o espetáculo de dança discute a violência contra a mulher e evidencia como a voz da mulher negra é historicamente silenciada dentro de uma sociedade opressora, machista e de mentalidade escravocrata. A coreógrafa e intérprete Jaqueline Elesbão costura uma narrativa essencialmente visual, quase sem palavras, que apresenta uma série de imagens e referências históricas.

No quesito música, haverá a apresentação do projeto Sibí Dúdú nos dias 11 e 12 de janeiro (sábado e domingo), às 16h. O espetáculo também acontecerá no Espaço Cultural da Barroquinha e busca celebrar a cultura de matriz africana em Salvador através das raízes do samba de roda. Os artistas soteropolitanos que comandam o palco são Nega Duda Sambadeira e a Orquestra de Atabaques do grupo Mãos no Couro.

Ocupando três espaços entre 9 e 15 de janeiro, o espetáculo teatral ‘Museu do que Somos’ convida o público a experienciar o lugar de curador de uma exposição e construir um museu que exponha não apenas sua memória, mas sobretudo os contextos do vivido e as peças do presente. Com direção e dramaturgia de Luiz Antônio Sena Jr., a obra mistura teatro, performance e museologia e será apresentada no Teatro Gregório de Mattos (9/01, às 16h), Sesi Casa Branca (11 e 12/01, às 19h) e no Espaço Boca de Brasa Cajazeiras (15/01, às 19h).

Gratuitos, os ingressos para as atrações da mostra serão distribuídos no local, uma hora antes de cada apresentação na bilheteria do teatro. Para mais informações sobre a programação e inscrições das atividades formativas de cada espetáculo, acesse o site da FGM.

Cultura

Academia de Letras da Bahia homenageia Milton Santos com exibição de documentário

Iasmim Moreira

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Milton Santos

Na próxima quarta-feira, 14 de maio, às 16h, o Cineclube da Academia de Letras da Bahia (ALB) promove uma homenagem ao geógrafo baiano Milton Santos com a exibição do documentário “Encontro com Milton Santos ou O mundo global visto do lado de cá” (2006), dirigido por Silvio Tendler. A sessão acontece no auditório da ALB, localizada na Avenida Joana Angélica, 198, no bairro de Nazaré. A entrada é gratuita.

Após a sessão, haverá um bate-papo com o antropólogo, escritor, professor e acadêmico Ordep Serra e o professor, pesquisador e escritor Pedro Vasconcelos. O encontro propõe uma reflexão sobre o legado de Milton Santos no mês em que o intelectual completaria 99 anos de nascimento.

Nascido em 3 de maio de 1926, em Brotas de Macaúbas (BA), Milton Santos foi um dos mais importantes pensadores brasileiros do século XX, reconhecido mundialmente por suas contribuições à geografia crítica. Foi o primeiro geógrafo latino-americano a receber o Prêmio Vautrin Lud, considerado o “Nobel da Geografia”. Sua obra revolucionou o entendimento sobre globalização, território e desigualdade, oferecendo uma leitura do mundo a partir da perspectiva do Sul Global. Defensor da justiça social e da valorização dos saberes locais, Milton deixou um legado profundo que ainda hoje influencia debates em diversas áreas do conhecimento.

Idealizado pelos acadêmicos Carlos Ribeiro e Décio Torres Cruz, o Cineclube ALB tem como proposta exibir obras do cinema nacional e internacional e, por meio delas, estimular o diálogo entre o público e convidados. A cada edição, a iniciativa oferece um espaço de reflexão sobre temas sociais, políticos e culturais, sempre a partir da arte cinematográfica.

SERVIÇO

O quê: Cineclube ALB – Edição em homenagem a Milton Santos
Filme: Encontro com Milton Santos ou O mundo global visto do lado de cá, de Silvio Tendler
Convidados: Ordep Serra e Pedro Vasconcelos
Quando: Quarta-feira, 14 de maio, às 16h
Onde: Academia de Letras da Bahia – Av. Joana Angélica, 198, Nazaré, Salvador
Quanto: Gratuito e aberto ao público

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Cultura

Elegbapho reúne Nando Zâmbia, Zebrinha e Mabel Freitas no Espaço Cultural da Barroquinha

Iasmim Moreira

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Elegbapho

A celebração da presença preta nos espaços de criação, saber e arte será o foco do encontro promovido pelo multiartista Nando Zâmbia, nesta quarta-feira (07 de maio), às 18h, no Espaço Cultural da Barroquinha. O evento, gratuito e aberto ao público, integra a programação do projeto Elegbapho – Território Afrocênico de Celebração Negra, que marca os 25 anos de carreira do artista.

Na atividade, Zâmbia recebe o renomado bailarino e coreógrafo Zebrinha e a pesquisadora Mabel Freitas, referência em educação antirracista, para uma entrevista pública sobre os avanços da comunidade negra na Década Internacional dos Afrodescendentes, instituída pela ONU. O encontro terá início com um pocket show do cantor e compositor Maurício Maumau, natural de Alagoinhas, que mescla músicas autorais com clássicos da música negra brasileira.

Zebrinha, conhecido do grande público por sua participação como jurado em “A Dança dos Famosos”, traz uma trajetória internacional nas artes cênicas. Atuou com nomes como Tina Turner e Liza Minelli, lecionou na Europa e assinou coreografias premiadas no teatro e na TV brasileira. Já Mabel Freitas é pós-doutora em Educação pela USP e tem uma carreira acadêmica marcada pela defesa de uma educação antirracista em espaços institucionais.

“Zebrinha é um corpo em trânsito, um homem negro das artes que pertence ao mundo, enquanto Mabel é uma pesquisadora negra que acompanhou as transformações nas universidades brasileiras na última década”, afirma Zâmbia. “Vamos falar sobre o desafio de naturalizarmos a presença de pessoas negras nesse lugar de referência e, sobretudo, o que queremos fazer quando chegamos a esse lugar.”

A entrevista pública também compõe o processo de pesquisa e criação do novo espetáculo de Nando Zâmbia, previsto para estrear em 2026.

SERVIÇO

O que: Elegbapho – Território Afrocênico de Celebração Negra
Nando Zâmbia convida Zebrinha e Mabel Freitas
Pocket show de Maurício Maumau
Quando: 07 de maio (quarta-feira), 18h
Onde: Espaço Cultural da Barroquinha – Salvador (BA)
Gratuito
Classificação livre

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Cultura

ACBANTU promove encontro em Fortaleza com foco em ODS, territórios e combate ao racismo

Iasmim Moreira

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ACBANTU

De 6 a 9 de maio, a cidade de Fortaleza (CE) recebe o III Encontro Nacional da Associação Nacional de Preservação do Patrimônio Bantu (ACBANTU), que acontece no Centro de Formação, Capacitação e Pesquisa Frei Humberto. Com o tema “Agenda 2030, Saberes Tradicionais e Etnodesenvolvimento”, o evento reunirá mais de 100 lideranças religiosas de 16 estados brasileiros, promovendo o diálogo entre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e os direitos dos povos e comunidades de terreiro.

A iniciativa visa articular ações estruturantes nos territórios de atuação da ACBANTU, com foco em justiça social, reconhecimento dos saberes ancestrais e fortalecimento das políticas públicas voltadas para comunidades tradicionais. Entre os eixos centrais estão o acesso à água, energia, segurança alimentar e infraestrutura de saneamento, além da regularização fundiária, combate ao racismo religioso, reparação histórica e valorização das culturas afro-brasileiras.

Além de debates e rodas de conversa, a programação inclui o lançamento da Cartilha sobre os Direitos dos Povos de Terreiro, material que busca fortalecer a proteção e reconhecimento dos territórios tradicionais dessas comunidades, contribuindo para a defesa dos seus modos de vida e espiritualidades.

O encontro também será espaço de fortalecimento das redes temáticas e territoriais ligadas à ACBANTU, como a Rede KÔDYA, voltada ao direito humano à alimentação; a Rede de Etnodesenvolvimento Kitaanda Bantu; o Coletivo Azuele; e o Ponto de Cultura Lubitu kwa Ndeembwa.

A realização é da própria ACBANTU, com apoio de organizações como o Coletivo Cultural de Matriz Africana Ibilé, Associação Alagbá e o Ponto de Cultura Lubitu kwa Ndeembwa.

Sobre a ACBANTU

A Associação Nacional de Preservação do Patrimônio Bantu – ACBANTU é uma organização da sociedade civil que atua na defesa dos direitos dos povos e comunidades tradicionais de matriz africana, com foco nos povos de terreiro de tradição Bantu. Com presença em diversos estados brasileiros, a ACBANTU desenvolve ações voltadas ao etnodesenvolvimento, à justiça socioambiental e à promoção da igualdade étnico-racial e religiosa.

SERVIÇO: 
O quê: III Encontro Nacional da ACBANTU – NDEEMBWA: Saberes e Fazeres Tradicionais pelo Desenvolvimento Sustentável dos Territórios dos Povos e Comunidades de Terreiro
Quando: 6 a 9 de maio de 2025
Onde: Centro Frei Humberto – Rua Paulo Firmeza, 445, João do Tatuape, Fortaleza (CE)
Quanto: Gratuito

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