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Música

Sambista Ruth Costa chega a Salvador com projeto “Samba da Ruth: conexão Pará-Bahia”

Ana Paula Nobre

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Foto: Tereza Maciel

Um intercâmbio entre Pará e Bahia para promover o diálogo ancestral dentro da
musicalidade que vem do samba em seus mais variados estilos. Esse é o intuito do projeto
“Samba da Ruth: conexão Pará-Bahia”, que vai unir a cantora, produtora cultural e ativista
negra paraense, Ruth Costa às artistas baianas do samba, Ayrá Soares e as Ganhadeiras de
Itapuã. O projeto, que propõe o diálogo entre suas influências diaspóricas Bahia-Amazônia,
desembarca em Salvador em janeiro de 2025 e trará vivências, encontros, gravações e show
musical.

Uma das potencializadoras do samba produzido na Amazônia Paraense, Ruth Costa propõe
uma troca de saberes para fortalecer ainda mais as carreiras das mulheres envolvidas, a
partir de um diálogo sobre suas influências diaspóricas. Com o projeto, serão gravadas em
formato de audiovisual duas canções autorais, uma com cada artista convidada. O registro
ficará disponível no canal da artista Ruth Costa no Youtube. O projeto “Samba da Ruth”
prevê também rodas de samba, e diálogo com mulheres artistas da periferia de Salvador.

Foto: Tereza Maciel

Os encontros irão oportunizar a vivência com o samba da Bahia, potencializando o trabalho
de cada artista na expansão da transformação social através da arte e da cultura. O projeto
“Samba da Ruth: conexão Pará-Bahia” busca reconhecer e visibilizar a ancestralidade que
permeia o ritmo do samba em momentos para trocas e fortalecimento da luta antirracista e
feminina. Trocas que trarão resultados, não somente para os territórios do Norte e
Nordeste, como para todo o país.

“Nosso objetivo com este projeto é o fortalecimento do samba produzido na Amazônia com uma conexão histórica com a Bahia. Queremos unir a história de mulheres negras que vivem da arte ancestral do samba e das culturas populares, expandindo o conhecimento sobre a musicalidade entre os dois estados. Nesta ponte, há um diálogo direto entre essa cultura ancestral e um futuro feito por mulheres negras”, explica Ruth.

A conexão Pará-Bahia pretende, ainda, proporcionar a troca cultural entre Ruth Costa e
Mestras e Mestres da cultura popular baianos, além de grupos femininos de percussão,
como o projeto Didá, em Salvador, e grupos e instituições culturais do Recôncavo.

Da Bahia para o Pará – Sobre Ruth Costa

Como contrapartida do projeto, a artista Ruth Costa irá realizar, em Belém, uma Mostra
Audiovisual, na qual irá compartilhar a experiência vivida em solo baiano por meio de
encontros em três territórios periféricos da capital paraense.

Envolvida com o canto desde os cinco anos de idade, Ruth Costa é mulher negra, lésbica,
cantora, produtora cultural e ativista negra, que vem fomentando o samba na Amazônia
Paraense desde 2019. É reconhecida por sua voz marcante e por ser um dos ícones da nova
geração do samba no Pará. Em seu trabalho na divulgação e fortalecimento do gênero e da
cultura do gênero musical na região, Ruth já produziu e idealizou rodas de samba
protagonizadas por mulheres, como o Ki Roda, Quintal das Bruxas e o Sapasamba, roda
comandada por artistas lésbicas e bissexuais.

Integrou a programação do maior carnaval do Pará, o “Circuito Mangueirosa”, em 2023 e
2024, cantando em blocos liderados por mulheres. É reconhecida por usar sua arte como
forma de resistência política, e por isso recebeu a comenda, diploma e medalha “Mérito
Cultural e Patrimônio de Belém – Mestre Verequete” (2021), concedida a pessoas que se
destacaram como incentivadores das artes, cultura e do patrimônio cultural e histórico no
município de Belém. Outra honraria recebida pela artista foi a comenda “Anastácia Livre”
(2025), que premia mulheres negras de destaque nos espaços de poder. Seu clipe “Sou
mulher preta” foi indicado ao Prêmio Amazônia de Música, premiação que reconhece
artistas da região e incentiva o lançamento de novos produtos musicais nas plataformas
digitais.

Programação

Ruth Costa estará em Salvador a partir do dia 18 de janeiro, quando fará visitas a espaços de
samba em Salvador, vivências com as artistas convidadas do projeto, com as quais fará
gravações em estúdio, a grupos femininos percussivos na cidade e em outros municípios, e
show musical no Pelourinho, concluindo o projeto.

“Salvador foi recentemente reconhecida como Capital Afro, e é também onde nós mulheres
negras reconhecemos nossas ancestralidades de quem vive no Brasil. São tambores que se
assimilam, são quilombos que mantêm sua história e cultura. Por isso a escolhemos para
este intercâmbio cultural-musical. A mistura de sons tem influência diaspórica, onde o
tambor e toda uma percussão giram ao entorno de uma ancestralidade que envolve os
territórios do Pará e Bahia. É de grande valia que mulheres destes territórios se encontrem
para fortalecimento da produção cultural no Brasil”, conclui Ruth.

Serviço

Visita a espaços de samba em Salvador, gravações com artistas convidadas, visitas a grupos
percussivos femininos de Salvador e municípios baianos – a partir de 18 de janeiro/2025.
Show Samba da Ruth – Ruth convida Ganhadeiras de Itapuã e Ayrá Soares
Quando: 26 de janeiro (domingo), 17h
Local: Largo Quincas Berro D’água – Pelourinho/Salvador
Entrada: gratuito

Música

Mário Soares e Lan Lanh apresentam um axé pra lua quinta (06)

Ana Paula Nobre

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Foto: Nanda Costa

O violino de Mário Soares e a percussão de Lan Lanh vão desbravar os mares da música afro-brasileira numa criativa apresentação, dia 6 de fevereiro (quinta-feira), às 20h, no Teatro do Sesc – Casa do Comércio. A dupla tem como sintonia fina a multiplicidade de sons desse universo diaspórico e levará ao palco uma canção inédita de cordas, num improviso de violino e berimbau, formação pouco explorada profissionalmente, além de uma homenagem a Luiz Caldas, Gonzagão e Osmar Macêdo, criador do trio elétrico, ao lado de Dodô. Os ingressos estão à venda no site do Sympla e na bilheteria do teatro.

O cantor e compositor Luiz Caldas gravou Axé pra Lua para o disco do trio elétrico Tapajós em 1981, quando ninguém imaginava que ele seria considerado o pai da cena chamada, coincidentemente ou não, de axé music, que este ano completa 40 anos. A homenagem, então, se estende à música baiana e à diversidade do autor de Fricote. “Comungamos com ele essa admiração por vários ritmos”, diz Lan. “E Luiz é um exímio instrumentista. Já toquei com ele nuns três, quatro shows e num programa de TV”, conta Mário.

Para completar, a música é dedicada a Luiz Gonzaga, presente de muitas formas no encontro de Lan Lanh e Mário Soares. Ela toca um medley com músicas do Velho Lua e ritmos afins, como baião, frevo, ijexá, xote, coco. “Todo show eu faço isso”, diz. Mário também toca Gonzaga, mas expande o conceito: “Luiz Gonzaga é o rei da estrutura levada pro país inteiro, que fez com que o Brasil respeite, entenda e leia de forma mais ampla o Nordeste”, contextualiza.

Dentro do universo de Luiz Gonzaga, Lan Lanh e Mário recebem a cantora Mãeana, para uma participação especial com canções de João Gomes, que tem como uma das referências à obra do “Rei do Baião”. O trabalho da cantora como o repertório do jovem artista pernambucano conecta diretamente com a ponte que os músicos baianos fazem de Luiz Gonzaga com Luiz Caldas, que fundamenta o título Num Axé Pra Lua.

Foto: Nanda Costa

Lan Lanh define seu encontro com o violinista tomando emprestada a expressão “forroxé”, dessa música de Luiz Caldas, ou seja, Nordeste com axé. Mário descreve essa relação no show: “À medida que o violino se revela, também, como uma rabeca, esteticamente, no toque, nos acompanhamentos, na maneira de interpretar, Lan Lanh traz o pandeiro, uma percussão que vai para esse lugar do barro do chão, do sertão, e esse lugar celebra a região Nordeste”.

Com mais de 30 anos de carreira, Lan Lanh brilhou, nos últimos tempos, como percussionista da banda de Maria Bethânia, que a apresentava, todo santo show, como seu “auxílio luxuoso”. Mestre em performance pela Ufba, Mário Soares atua na Osba e na Sinfônica da Ufba e gosta da ideia de deslocar um instrumento da erudição europeia de seu contexto original para criar texturas sonoras com a rítmica de matriz africana.

“Nosso encontro e o repertório ratificam essa abertura para vários espectros da música, tirando o violino do lugar exclusivamente erudito e trazendo a percussão para um diálogo paradoxalmente harmônico. Ritmo no violino e harmonia no batuque”, descreve Lan. “O encontro do violino com o universo percussivo de Lan Lanh nos traz um mundo de possibilidades e cores. A sonoridade rica e diversa que orquestramos é desafiadora e surpreendente!”, anima-se Mário.

Em mais de 20 anos de carreira, Mário já dividiu palco com artistas como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Moraes Moreira e Armando Macedo. Por sua vez, Lan Lanh já trabalhou com Cássia Eller, Cyndi Lauper, Tim Maia, Nando Reis, Marisa Monte, Jussara Silveira e outros. Ambos os artistas são compositores e têm trabalhos solos lançados no mercado, mas uma das curiosidades deste encontro é que Mário morou na Espanha, onde se encantou pelo flamenco, e Lan Lanh é a percussionista brasileira pioneira em cajón, instrumento usado no flamenco.

“Abriremos o show pedindo licença a Iemanjá, trazendo um pouco de referência ao Dois de Fevereiro, com Batuque nas Águas (Naná Vasconcelos), Sereiar (Lan Lanh e Robson Nonato) e Sexy Yemanjá (Pepeu Gomes). A noite vai ter lua cheia”, explica Mário.

O Canto de Xangô fará a ponte, a transição, do nordeste, do baião, da lua do sertão, do barro do chão de Luiz Gonzaga para a alegria e o frenesi dos frevos e suas misturas que tanto alegram o nosso carnaval. “Nessa seção frevo homenageamos Dodô e Osmar, os grandes inventores do trio elétrico e Moraes Moreira, o primeiro cantor de trio elétrico”, explica Lan Lanh.

Serviço

O quê: Mário Soares e Lan Lanh Num Axé Pra Lua

Quando: 6 de fevereiro (quinta-feira)

Horário: Às 20h

Onde: Teatro Sesc – Casa do Comércio – Avenida Tancredo Neves, 1109 – Caminho das Árvores

Ingressos: R$ 60,00 (inteira) e R$ 30,00 (meia) – 1º lote

Onde comprar: site da Sympla

 

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Música

Show “Eu Mulher” une vozes de Irma Ferreira e Ifátókí na Casa da Mãe

Ana Paula Nobre

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Irma Ferreira | Foto: Divulgação

No dia 3 de fevereiro de 2025 (segunda-feira), às 21h, a Casa da Mãe, no Rio Vermelho, será palco da apresentação “Eu Mulher”, um encontro emocionante entre as cantoras com carreira internacional Ifátókí e Irma Ferreira. Duas potentes vozes da música brasileira que se reencontram para um show inédito em Salvador.

Irma Ferreira, cantora baiana, transita entre a musicalidade ancestral dos orixás e a erudição do canto lírico orquestral. Com uma trajetória marcada pela vivência no repertório afro-religioso e experiência em óperas, orquestras e big bands, sua voz carrega a força e a ancestralidade da cultura afro-brasileira.

Ifátókí | Foto: Divulgação

Já Ifátókí, anteriormente conhecida como Maíra Freitas, é cantora, pianista, compositora e produtora musical. Com uma sólida carreira, sua música transita entre o piano clássico, o jazz e as influências do samba, sempre conectada à ancestralidade.

“Eu Mulher” é uma celebração dessas trajetórias e influências, um espetáculo que exalta a energia feminina e a espiritualidade afro-brasileira. Inspirado na grande mãe Iemanjá e em outras Iabás e entidades femininas, o show propõe uma experiência sensorial de força, beleza e conexão com a ancestralidade.

O público poderá apreciar um repertório cuidadosamente selecionado para expressar essa fusão de estilos e vivências, criando um ambiente de profunda imersão musical e espiritual.

Serviço

O quê: Show “Eu Mulher” – Irma Ferreira e Ifátókí
Onde: Casa da Mãe – Rua Guedes Cabral, 81, Rio Vermelho
Quando: 3 de fevereiro (segunda-feira)
Horário: 21h
Ingressos: Antecipado: R$ 50 / na porta: R$ 60
Reservas e informações: (71) 99168-3879
Produção: Beira da Praia Produções

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Música

Juliana Ribeiro faz show no Barracão Cultural Odoyá domingo (2)

Ana Paula Nobre

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Foto: Divulgação

A artista Juliana Ribeiro faz show na quarta edição do Barracão Cultural Odoyá, no próximo domingo, 2 de fevereiro, em celebração à Rainha do Mar. Em seu repertório, Juliana promete um canto de agradecimento a Iemanjá. O evento será realizado na Rua Fonte do Boi e os ingressos já estão sendo vendidos na plataforma Sympla.

Ícones como Dorival Caymmi, Matheus Aleluia, Elza Soares, Gerônimo Santana, Carlinhos Brown, Clementina de Jesus, Ivone Lara, dentre outras fontes da música popular, estarão no show, em um misto de coro, tambor e cordas com arranjos para celebrar a entidade sagrada.

Em uma reverência a todos os Orixás, Juliana também trará ao palco composições do Tincoãs, com canções que evocam a festa a partir da musicalidade. Como os Ijexás, frevos e afro-sambas, além do samba de umbigada que é marca de suas apresentações, a artista vai trazer seu samba feminino, das matriarcas, a partir de Iemanjá e das águas, que tem um lugar especial no repertório.

Em seu show, com figurino especial feito pela marca Nega Negona, Juliana convida a Rainha e dançarina Vania Oliveira e a cantora Ana Paula Albuquerque, que lança, este mês, álbum em tributo aos Tincoãs. Atração principal do evento, Juliana Ribeiro prepara músicas que estão nesse universo de Iemanjá, da festividade, da rua, que trazem o mar em suas letras, como suas composições “Eu Vim das Águas”, “Lição de Vida”, “Eu vim das águas”. Também estarão no repertório clássicos como “É d’Oxum”, “Abracei o Mar” e “Muito obrigado, Axé”, dentre outros.

Neste ano, o Barracão promete levar ao público momentos festivos, de celebração da capoeira baiana e valorização da cultura afro-brasileira com samba de roda, capoeira e feijoada que, mais uma vez, é o carro-chefe da gastronomia do evento. Terá ainda, o grupo Menos Um no Quartetto e Banda Cajá.

O show conta com patrocínio da Bahiagás, Companhia de Gás da Bahia.

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