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Cultura

VI Rede Capoeira celebra heróis e heroínas da cultura afro-brasileira

Ana Paula Nobre

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Foto: Leandro Couri

O VI Rede Capoeira acontece em Salvador, entre os dias 22 e 25 de janeiro, celebrando as linguagens de resistência da cultura afro-brasileira por meio de manifestações artísticas, poéticas e musicais. Com ampla programação gratuita, a atual edição do evento abraça, além da Capoeira, o Samba, o Frevo, o Maculelê e o Repente, além de homenagear heróis e heroínas populares responsáveis pela preservação artística da cultura ancestral.

Todas as atividades acontecem na Doca 1 – Polo de Economia Criativa, no Comércio e conta com o patrocínio do Instituto Cultural Vale por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Durante quatro dias, oficinas, palestras, apresentações artísticas, contação de histórias com griôs, rodas de capoeira, samba e shows devem reunir um público diverso com mais de 5 mil pessoas. A realização e idealização do Rede Capoeira é assinada pelo Projeto Mandinga.

Abertura – Um dos momentos mais emocionantes e emblemáticos do evento está previsto para o primeiro dia, 22 de janeiro (quarta-feira), com a roda de conversa “Heróis Populares” com mestre Sabiá, idealizador do evento, o diretor de Promoção das Culturas Populares do Ministério da Cultura (MinC), Sebastião José Soares, e mediação do poeta James Martins, às 17h. Na sequência, será entregue o Troféu Sankofa – que reconhece o trabalho dos mestres e mestras na preservação da cultura africana – aos Heróis e Heroínas Populares, às 18h30.

Foto: Leandro Couri

Recebem o Troféu Sankofa os capoeiristas octogenários Mestre Nô, Mestre Virgílio da Fazenda Grande, Mestre Baiano, Mestre Fernando e Mestre Boa Gente; a aclamada sambadeira Dona Santinha e o Mestre Walmir Lima, integrante da chamada “primeira geração” do samba de Salvador; o músico Mateus Aleluia, grande símbolo de resistência e sabedoria; a passista de frevo mais antiga do país, Zenaide Bezerra; e o cordelista e repentista nordestino mestre Bule-Bule.

O dia acaba em altíssima vibração com o show do músico, cantor, compositor e pesquisador, Mateus Aleluia. Nascido em Cachoeira, no Recôncavo Baiano, o artista é remanescente da formação original do grupo musical Os Tincoãs, considerada a primeira banda a expressar a herança cultural, musical e linguística de diferentes povos africanos que aportaram no Brasil.

Berimbau – Oficinas, painéis e vivências marcam o segundo dia do evento, 23 de janeiro (quinta-feira), quando acontece a apresentação dos maiores tocadores de berimbau do Recôncavo, sendo eles mestres Adó, Ivan, Lucas e Carcará, às 18h. A programação inclui oficinas de capoeira com o mestre Lua de Bobó e mestra Nani, neta de João Pequeno.

Outro destaque é a roda de conversa “A Capoeira, Repente e o Frevo” com os mestres Nô, o repentista Bule Bule, a historiadora Mônica Beltrão, a passista de frevo mais antiga do país, Zenaide Bezerra, e mediação de James Martins. Também é esperada grande movimentação em torno das vivências de frevo e maculelê, com Zenaide Bezerra e Mestre Valmir Martins, respectivamente. Às 19h, acontece a Roda de capoeira do Recôncavo e, às 20h, o Samba Chula com o grupo Samba Chula Poder do Samba encerra a programação do dia.

“Além de ser um evento de preservação da cultura popular e celebração da capoeira, o Rede Capoeira também funciona como um grande ponto de encontro, quando capoeiristas e defensores da cultura popular, com atuação na Bahia, Brasil e outros países do mundo, congregam e compartilham suas lutas”, comenta Mestre Sabiá, que criou o evento e assina a sua coordenação.

Capoeira – No terceiro dia do evento, 24 de janeiro, será a capoeira a estrela da vez. Com todas as vagas preenchidas em poucos dias, seis oficinas prometem reunir centenas de praticantes e profissionais da luta ancestral. Os nomes dos mestres que ministram os encontros explicam o interesse dos participantes. São eles os mestres Jurandir, Paulinho Sabiá, Jogo de Dentro, Lobão, Maurão e mestra Preguiça.
O painel feminino “Minhas Referências na Capoeira” com as mestras Nani de João Pequeno, Preguiça, Patrícia Mascarenhas e mediação de Mônica Beltrão também promete ser concorrido. E quem quer conhecer mais sobre a história de mestre Bimba, poderá ouvir seus filhos no painel “Herança do Mestre Bimba: Família Machado”.

O fechamento do dia será com a beleza de rodas de capoeiras e com a voz inconfundível do cantor baiano Aloisio Meneses, que vai embalar todos com o repertório selecionado e dançante do seu show às 19h30.

Cortejo – O último dia do VI Rede Capoeira, 25 de janeiro (sábado) dá continuidade às disputadas oficinas, desta vez ministradas por mestre Sabiá e mestres Peixe Cru, Boa Gente, Medicina e Nô. O ponto alto será o Cortejo do Bando Anunciador do Mestre Lua Rasta e Berimbalada, às 12h40. A despedida e agradecimento a todos os participantes da sexta edição do evento será ao som de Pedrão Abib & O Samba da Democracia, com participação especial do mestre Walmir Lima.

Serviço

O quê: VI Rede Capoeira
Quando: 22 a 25 de janeiro
Local: Doca 1 – Polo de Economia Criativa – Comércio
Programação completa aqui

Cultura

Agbelas entrega Oferenda Musical para Iemanjá no Rio Vermelho 

Ana Paula Nobre

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Foto: Estúdio Casa de Mainha | André Frutuoso
A Orquestra Agbelas voltou a Salvador no dia 2 de fevereiro de 2025 para a segunda edição de sua Oferenda Musical para Iemanjá, performance que uniu danças, ritmos e cantos de matriz afrobrasileira. Formada majoritariamente por mulheres tocando xequerês (ou agbês) – instrumento de percussão de origem africana -, o grupo reuniu cerca de 100 participantes, incluindo 60 mulheres de diferentes gerações dos dois aos 70 anos, vindas de diversas regiões do Brasil, além de Uruguai, Chile e Canadá.
A apresentação integrou a 18ª edição do Festival Somente Flores para Iemanjá, realizado pelo Centro de Tradições Vivas Canzuá. O público acompanhou o cortejo que saiu do Largo de Santana, no Rio Vermelho, por volta das 6h da manhã, em direção à Praia da Paciência, onde ocorreu a conclusão da celebração em homenagem à Rainha do Mar.

Foto: Estúdio Casa de Mainha | André Frutuoso

O destaque especial ficou por conta da parceria com a Escola Aguidavi do Jêje, localizada no Terreiro do Bogum, no Engenho Velho da Federação, no qual crianças tiveram um momento de apresentação solo e depois se juntaram à Orquestra. O projeto, subsidiado pela Lei Paulo Gustavo, envolve aulas de percussão, confecção de xequerês e criação de figurinos. No repertório, ritmos de matriz africana (Opanijé, Ijexá e Ilú) e referências populares como ciranda, maracatu e samba.

“Reunimos um número recorde de mulheres e a diversidade está em cada detalhe. Da idade, com crianças de dois a senhoras de 70 anos, ao nível de experiência com o instrumento. Tem aluna que nunca havia tocado antes e veio a Salvador, sobretudo, para reverenciar mãe Iemanjá”, ressalta Gio Paglia, líder e fundadora da Orquestra e da iniciativa Agbelas.
Para a terapeuta e enfermeira soteropolitana, Vanda Machado, participante do projeto Agbelas, que é constituído eminentemente por mulheres que se habilitam a tocar o Agbê, “tocar esse instrumento nos permite transcender e viver a nossa essência feminina, rica de suavidade e leveza. Ser Agbelas é acreditar nas nossas potencialidades artísticas, musical e acima de tudo espiritual. Confesso que o meu mergulho nesse universo do sagrado feminino tive um outro olhar sobre eu mesma. Tudo se iniciou com a oficina de Agbê, onde foi possível me autoconhecer entre cada detalhe construtivo, desde a abertura da cabaça, a sua higienização e decoração e consequentemente o saculejar do instrumento emitindo sons que vão do ritmo Ijexá ao Maracatu”.

Foto: Estúdio Casa de Mainha | André Frutuoso

Sobre a Agbelas
Fundada em Brasília em 2019 por  Gio Paglia, a Agbelas difunde o legado ancestral do xequerê sob uma perspectiva negra, matriarcal e decolonial. Com aulas gratuitas de agbê para comunidades em situação de vulnerabilidade social, a iniciativa já passou por Chile, São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro, levando educação e arte afrodiaspórica para diversos públicos.
Patrícia Bernardes Sousa é jornalista, redatora e integra projetos de impacto social, letramento, educação e cultura e é colaboradora do Portal Soteropreta.
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Cultura

Campanha Balaio Verde promove cortejo no dia 1 de fevereiro

Ana Paula Nobre

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Foto: Luzia Moraes

A Campanha Balaio Verde está promovendo um cortejo pela preservação das praias limpas e união dos povos, na Festa de Iemanjá, trazendo muitas performances artísticas e causas socioambientais.

A ação, que é coordenada pela produtora cultural Luzia Moraes, tem como objetivo orientar a sociedade para a manutenção do equilíbrio marinho, buscando a redução do impacto ambiental do tradicional presente de Iemanjá.

A ação vem pelo segundo ano consecutivo em parceria com o artista plástico e ambientalista André Fernandes e seu projeto “Movimento Onda de Plástico”, que promove a sensibilização e conscientização sobre a limpeza e preservação das praias. André levará uma escultura de Iemanjá feita de resíduos plásticos retirados do mar para desfilar.

O Cortejo também é em prol da divulgação da campanha “Carnaval Sem Fome”, organizada pela ONG Ação da Cidadania que tem Raimundo Bandeira como coordenador e visa o combate as desigualdades sociais, além de incentivar a tomada de consciência em relação à fome e à pobreza.

Urso da Montanha estará conduzindo a “Ala Xamânica”, conhecida como “Música Medicina”, de elevação vibracional. A concentração será em frente ao Espaço Jubiabar, na Rua da Paciência, Rio Vermelho, às 21h.

Serviço

O quê: Campanha Balaio Verde

Quando: 1 de fevereiro (sábado)

Concentração: Às 21h

Saída: Às 22h

Local da Concentração: Jubiabar – Rua Conselheiro Pedro Luiz, 79, Rio Vermelho

Cortejo: Até a Casa de Iemanjá

Apoio: SECIS, André Fraga (Vereador), UNEB, Movimento Onda de Plástico, Jubiabar, Boteco do Crioulo, Revista PeopleNews, Portal Café com Shah, Marta Fox: A Única, ShayraModel Collection, Deo Carvalho, Podcast “PodEmerson?”.

Também apoiam Ação da Cidadania Salvador, ASR Construções Sustentáveis, IODDEB; Hidro Capoeira, HECAM, Coletivo Gente que Brilha, Rádio Vai Vai Brasile Itália, Zermatten Productions, ONG ABEALUX, Revista Magazine e Ação, Rádio Doinha Prata FM, Búzio e ART, Essential Design e Casa da Noiva e Pousada Terapêutica Mangará.

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Cultura

Associação Cultural Alzira entrega “Presente Ecológico” domingo (2)

Ana Paula Nobre

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Foto: Divulgação

No dia 2 de fevereiro, a Associação Cultural Alzira do Conforto e Reggae o bloco realiza mais uma edição do “Presente Ecológico”, unindo tradição, espiritualidade e consciência ambiental. O evento, denominado “Yemanjá Rasta”, busca enaltecer a importância da orixá, considerada a Rainha do Mar, dentro das religiões de matriz africana, ao mesmo tempo em que propõe uma homenagem sustentável.

A concentração acontece às 13h, em frente à Escola Medalha Milagrosa, onde estará a Kombi do Reggae, ponto de encontro para os participantes. Diferente das oferendas tradicionais, o “Presente Ecológico” propõe substituições que respeitam o meio ambiente, promovendo uma celebração consciente e alinhada à preservação das águas.

Os interessados em apoiar o evento podem adquirir a camisa oficial, criada pelo artista plástico Mundão, por R$ 40. A arte exclusiva reflete a conexão entre espiritualidade e sustentabilidade, reforçando a proposta do evento.

Para Albino Apolinário, organizador do “Presente Ecológico”, a homenagem a Iemanjá representa mais do que devoção: “Homenagear essa divindade feminina, que simboliza a ancestralidade, é promover a união. Mais do que a senhora das águas, Iemanjá é nossa conexão com o continente-mãe.”

Serviço

O quê: Associação Cultural entrega “Presente Ecológico”

Quando: 2 de fevereiro

Onde: Concentração na Kombi do Reggae, em frente à Escola Medalha Milagrosa

Informações: Albino Apolinário – (71) 98802-3837

Realização: Associação Comunitária Alzira do Conforto Reggae, o bloco

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