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Cultura

Agbelas entrega Oferenda Musical para Iemanjá no Rio Vermelho 

Ana Paula Nobre

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Foto: Estúdio Casa de Mainha | André Frutuoso
A Orquestra Agbelas voltou a Salvador no dia 2 de fevereiro de 2025 para a segunda edição de sua Oferenda Musical para Iemanjá, performance que uniu danças, ritmos e cantos de matriz afrobrasileira. Formada majoritariamente por mulheres tocando xequerês (ou agbês) – instrumento de percussão de origem africana -, o grupo reuniu cerca de 100 participantes, incluindo 60 mulheres de diferentes gerações dos dois aos 70 anos, vindas de diversas regiões do Brasil, além de Uruguai, Chile e Canadá.
A apresentação integrou a 18ª edição do Festival Somente Flores para Iemanjá, realizado pelo Centro de Tradições Vivas Canzuá. O público acompanhou o cortejo que saiu do Largo de Santana, no Rio Vermelho, por volta das 6h da manhã, em direção à Praia da Paciência, onde ocorreu a conclusão da celebração em homenagem à Rainha do Mar.

Foto: Estúdio Casa de Mainha | André Frutuoso

O destaque especial ficou por conta da parceria com a Escola Aguidavi do Jêje, localizada no Terreiro do Bogum, no Engenho Velho da Federação, no qual crianças tiveram um momento de apresentação solo e depois se juntaram à Orquestra. O projeto, subsidiado pela Lei Paulo Gustavo, envolve aulas de percussão, confecção de xequerês e criação de figurinos. No repertório, ritmos de matriz africana (Opanijé, Ijexá e Ilú) e referências populares como ciranda, maracatu e samba.

“Reunimos um número recorde de mulheres e a diversidade está em cada detalhe. Da idade, com crianças de dois a senhoras de 70 anos, ao nível de experiência com o instrumento. Tem aluna que nunca havia tocado antes e veio a Salvador, sobretudo, para reverenciar mãe Iemanjá”, ressalta Gio Paglia, líder e fundadora da Orquestra e da iniciativa Agbelas.
Para a terapeuta e enfermeira soteropolitana, Vanda Machado, participante do projeto Agbelas, que é constituído eminentemente por mulheres que se habilitam a tocar o Agbê, “tocar esse instrumento nos permite transcender e viver a nossa essência feminina, rica de suavidade e leveza. Ser Agbelas é acreditar nas nossas potencialidades artísticas, musical e acima de tudo espiritual. Confesso que o meu mergulho nesse universo do sagrado feminino tive um outro olhar sobre eu mesma. Tudo se iniciou com a oficina de Agbê, onde foi possível me autoconhecer entre cada detalhe construtivo, desde a abertura da cabaça, a sua higienização e decoração e consequentemente o saculejar do instrumento emitindo sons que vão do ritmo Ijexá ao Maracatu”.

Foto: Estúdio Casa de Mainha | André Frutuoso

Sobre a Agbelas
Fundada em Brasília em 2019 por  Gio Paglia, a Agbelas difunde o legado ancestral do xequerê sob uma perspectiva negra, matriarcal e decolonial. Com aulas gratuitas de agbê para comunidades em situação de vulnerabilidade social, a iniciativa já passou por Chile, São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro, levando educação e arte afrodiaspórica para diversos públicos.
Patrícia Bernardes Sousa é jornalista, redatora e integra projetos de impacto social, letramento, educação e cultura e é colaboradora do Portal Soteropreta.

Cultura

Academia de Letras da Bahia homenageia Milton Santos com exibição de documentário

Iasmim Moreira

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Milton Santos

Na próxima quarta-feira, 14 de maio, às 16h, o Cineclube da Academia de Letras da Bahia (ALB) promove uma homenagem ao geógrafo baiano Milton Santos com a exibição do documentário “Encontro com Milton Santos ou O mundo global visto do lado de cá” (2006), dirigido por Silvio Tendler. A sessão acontece no auditório da ALB, localizada na Avenida Joana Angélica, 198, no bairro de Nazaré. A entrada é gratuita.

Após a sessão, haverá um bate-papo com o antropólogo, escritor, professor e acadêmico Ordep Serra e o professor, pesquisador e escritor Pedro Vasconcelos. O encontro propõe uma reflexão sobre o legado de Milton Santos no mês em que o intelectual completaria 99 anos de nascimento.

Nascido em 3 de maio de 1926, em Brotas de Macaúbas (BA), Milton Santos foi um dos mais importantes pensadores brasileiros do século XX, reconhecido mundialmente por suas contribuições à geografia crítica. Foi o primeiro geógrafo latino-americano a receber o Prêmio Vautrin Lud, considerado o “Nobel da Geografia”. Sua obra revolucionou o entendimento sobre globalização, território e desigualdade, oferecendo uma leitura do mundo a partir da perspectiva do Sul Global. Defensor da justiça social e da valorização dos saberes locais, Milton deixou um legado profundo que ainda hoje influencia debates em diversas áreas do conhecimento.

Idealizado pelos acadêmicos Carlos Ribeiro e Décio Torres Cruz, o Cineclube ALB tem como proposta exibir obras do cinema nacional e internacional e, por meio delas, estimular o diálogo entre o público e convidados. A cada edição, a iniciativa oferece um espaço de reflexão sobre temas sociais, políticos e culturais, sempre a partir da arte cinematográfica.

SERVIÇO

O quê: Cineclube ALB – Edição em homenagem a Milton Santos
Filme: Encontro com Milton Santos ou O mundo global visto do lado de cá, de Silvio Tendler
Convidados: Ordep Serra e Pedro Vasconcelos
Quando: Quarta-feira, 14 de maio, às 16h
Onde: Academia de Letras da Bahia – Av. Joana Angélica, 198, Nazaré, Salvador
Quanto: Gratuito e aberto ao público

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Cultura

Elegbapho reúne Nando Zâmbia, Zebrinha e Mabel Freitas no Espaço Cultural da Barroquinha

Iasmim Moreira

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Elegbapho

A celebração da presença preta nos espaços de criação, saber e arte será o foco do encontro promovido pelo multiartista Nando Zâmbia, nesta quarta-feira (07 de maio), às 18h, no Espaço Cultural da Barroquinha. O evento, gratuito e aberto ao público, integra a programação do projeto Elegbapho – Território Afrocênico de Celebração Negra, que marca os 25 anos de carreira do artista.

Na atividade, Zâmbia recebe o renomado bailarino e coreógrafo Zebrinha e a pesquisadora Mabel Freitas, referência em educação antirracista, para uma entrevista pública sobre os avanços da comunidade negra na Década Internacional dos Afrodescendentes, instituída pela ONU. O encontro terá início com um pocket show do cantor e compositor Maurício Maumau, natural de Alagoinhas, que mescla músicas autorais com clássicos da música negra brasileira.

Zebrinha, conhecido do grande público por sua participação como jurado em “A Dança dos Famosos”, traz uma trajetória internacional nas artes cênicas. Atuou com nomes como Tina Turner e Liza Minelli, lecionou na Europa e assinou coreografias premiadas no teatro e na TV brasileira. Já Mabel Freitas é pós-doutora em Educação pela USP e tem uma carreira acadêmica marcada pela defesa de uma educação antirracista em espaços institucionais.

“Zebrinha é um corpo em trânsito, um homem negro das artes que pertence ao mundo, enquanto Mabel é uma pesquisadora negra que acompanhou as transformações nas universidades brasileiras na última década”, afirma Zâmbia. “Vamos falar sobre o desafio de naturalizarmos a presença de pessoas negras nesse lugar de referência e, sobretudo, o que queremos fazer quando chegamos a esse lugar.”

A entrevista pública também compõe o processo de pesquisa e criação do novo espetáculo de Nando Zâmbia, previsto para estrear em 2026.

SERVIÇO

O que: Elegbapho – Território Afrocênico de Celebração Negra
Nando Zâmbia convida Zebrinha e Mabel Freitas
Pocket show de Maurício Maumau
Quando: 07 de maio (quarta-feira), 18h
Onde: Espaço Cultural da Barroquinha – Salvador (BA)
Gratuito
Classificação livre

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Cultura

ACBANTU promove encontro em Fortaleza com foco em ODS, territórios e combate ao racismo

Iasmim Moreira

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ACBANTU

De 6 a 9 de maio, a cidade de Fortaleza (CE) recebe o III Encontro Nacional da Associação Nacional de Preservação do Patrimônio Bantu (ACBANTU), que acontece no Centro de Formação, Capacitação e Pesquisa Frei Humberto. Com o tema “Agenda 2030, Saberes Tradicionais e Etnodesenvolvimento”, o evento reunirá mais de 100 lideranças religiosas de 16 estados brasileiros, promovendo o diálogo entre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e os direitos dos povos e comunidades de terreiro.

A iniciativa visa articular ações estruturantes nos territórios de atuação da ACBANTU, com foco em justiça social, reconhecimento dos saberes ancestrais e fortalecimento das políticas públicas voltadas para comunidades tradicionais. Entre os eixos centrais estão o acesso à água, energia, segurança alimentar e infraestrutura de saneamento, além da regularização fundiária, combate ao racismo religioso, reparação histórica e valorização das culturas afro-brasileiras.

Além de debates e rodas de conversa, a programação inclui o lançamento da Cartilha sobre os Direitos dos Povos de Terreiro, material que busca fortalecer a proteção e reconhecimento dos territórios tradicionais dessas comunidades, contribuindo para a defesa dos seus modos de vida e espiritualidades.

O encontro também será espaço de fortalecimento das redes temáticas e territoriais ligadas à ACBANTU, como a Rede KÔDYA, voltada ao direito humano à alimentação; a Rede de Etnodesenvolvimento Kitaanda Bantu; o Coletivo Azuele; e o Ponto de Cultura Lubitu kwa Ndeembwa.

A realização é da própria ACBANTU, com apoio de organizações como o Coletivo Cultural de Matriz Africana Ibilé, Associação Alagbá e o Ponto de Cultura Lubitu kwa Ndeembwa.

Sobre a ACBANTU

A Associação Nacional de Preservação do Patrimônio Bantu – ACBANTU é uma organização da sociedade civil que atua na defesa dos direitos dos povos e comunidades tradicionais de matriz africana, com foco nos povos de terreiro de tradição Bantu. Com presença em diversos estados brasileiros, a ACBANTU desenvolve ações voltadas ao etnodesenvolvimento, à justiça socioambiental e à promoção da igualdade étnico-racial e religiosa.

SERVIÇO: 
O quê: III Encontro Nacional da ACBANTU – NDEEMBWA: Saberes e Fazeres Tradicionais pelo Desenvolvimento Sustentável dos Territórios dos Povos e Comunidades de Terreiro
Quando: 6 a 9 de maio de 2025
Onde: Centro Frei Humberto – Rua Paulo Firmeza, 445, João do Tatuape, Fortaleza (CE)
Quanto: Gratuito

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