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44ª Noite da Beleza Negra homenageia o berço do Ilê Aiyê e Dete Lima

O título de Deusa do Ébano 2025 do Ilê Aiyê será anunciado na noite deste sábado (15), a partir das 20h30, durante a 44ª Noite da Beleza Negra 2025. Com o tema “O Curuzu é o mundo: e a porta de entrada é a percussão”, as 15 finalistas ao título foram apresentadas em coletiva de imprensa na sexta-feira (14), na sede do bloco afro, na Senzala do Barro Preto.
O bairro Curuzu é considerado o berço do Ilê Aiyê, sendo um forte símbolo de resistência e identidade negra. “A eleição da Deusa do Ébano é sobre essa identidade negra. Aprendemos nossa história com o Ilê Aiyê e não nas histórias que aprendemos nos livros escolares”, destacou Arany Santana, diretora do Ilê.

Foto: André Frutuôso
Na noite da festa, acontecerão encontros musicais, performances e, nesta edição histórica, uma homenagem emocionante a Ekedi Dete Lima, uma das fundadoras do Ilê Aiyê e estilista do bloco. Como atrações já confirmadas estão as cantoras e compositoras baianas Rachel Reis e Larissa Luz, o Coletivo Afrobapho, a orquestra Aguidavi do Jêje, a atriz e cantora Denise Correia e as atrizes Cris Vianna e Jennifer Nascimento.
A anfitriã Band’Aiyê vai se apresentar sob a regência dos maestros Mário Pam e Kehindê Boa Morte. O roteiro e a direção artística são assinados por Ridson Reis. Uma novidade desta edição é a transmissão ao vivo de todo o evento nos telões de LED instalados na Senzala do Barro Preto. Com apresentação de Arany Santana, Sandro Teles e Val Benvindo, o evento traz, este ano, uma quarta personalidade surpresa que integrará o time de apresentadores.

Foto: André Frutuôso
A Rainha do Ilê Aiyê 2025 irá desfilar no Carnaval em que o bloco celebra 50 anos do seu primeiro desfile carnavalesco. Adriane, Camila, Caroline, Cecilia, Ivana, Isis, Lorena, Maria Victoria, Nayara, Rafaela, Stephanie, Tainã, Thuane, Wania e Yasmin são as finalistas. A coroa será entregue pela atual Deusa do Ébano, Larissa Valéria Sá Sacramento.
As candidatas classificadas em 3º e 2º lugar ganharão o troféu Sérgio Roberto, uma referência ao idealizador do concurso, in memorian, uma fantasia do bloco e o valor de R$ 6.000,00 (seis mil reais) e R$ 6.600,00 (seis mil e seiscentos reais, respectivamente. Já a candidata classificada em 1º lugar ganhará como prêmio o Troféu Deusa do Ébano, uma fantasia e o valor R$ 7.150,00 (sete mil cento e cinquenta reais).

Foto: André Frutuôso
Estilista das Deusas – A performance da atriz e cantora Denise Correia fará um convite para uma viagem no tempo pela história da Ekedi mais velha do terreiro Acé Jitolu, Dete Lima, que também é uma das fundadoras do Ilê e estilista do bloco, responsável pelo figurino da Deusa do Ébano.
A intenção é colocar holofotes sobre o talento e dedicação da figurinista, herdados de sua mãe, Mãe Hilda de Jitolu, em vestir os corpos e almas com inspiração e espiritualidade.

Foto: André Frutuôso
Será uma homenagem de música e dança em celebração à beleza e autoestima das eternas rainhas e seus figurinos. Pelas mãos de Dete Lima, amarrações cheias de detalhes viram figurinos impecáveis, que são verdadeiras obras de arte.
O Curuzu na minha vida – O tema da Noite da beleza Negra homenageia o berçário do Ilê Aiyê com atenção especial aos seus moradores. O roteiro passeia por histórias e depoimentos de pessoas que tiveram suas vidas modificadas pelo bloco afro mais antigo do Brasil.
“Gravamos vídeos pelas ruas e estabelecimentos do bairro e espontaneamente convidamos moradores e transeuntes para contar algum fato sobre o Ilê em suas vidas, foi realmente emocionante”, afirma Ridson Reis.

Foto: André Frutuôso
Um dos pontos altos da noite será a apresentação da orquestra Aguidavi do Jêje com a interpretação da música “Xirê”, que prepara a entrada da cantora Larissa Luz para ela narrar a história de resistência do Ilê Aiyê em meio a lutas raciais e sociais, exaltando a percussão como símbolo de liberdade e empoderamento,
A liberdade de ser o que quiser será um grito entoado pelos integrantes do Afrobapho, coletivo formado por jovens negros LGBTIA+ da periferia de Salvador. Em tom de protesto, o grupo vai denunciar as desigualdades raciais e sociais no Brasil, destacando a arte como resistência e resposta às opressões. Um momento de pura efervescência promete ser a batalha de vogue com bailarin@s do coletivo.
Em outra performance, as atrizes Cris Vianna e Jeniffer Nascimento levarão ao palco uma reflexão sobre a ancestralidade, os sonhos e a força das mulheres negras, homenageando figuras inspiradoras e reafirmando o poder da arte e da resistência. A apresentação teatral será embalada ao som da música Fé, da cantora Iza.
E para embalar a alegria da Deusa do Ébano vencedora e sua torcida, quem faz o show oficial da noite é a cantora e compositora baiana Rachel Reis. A artista vem conquistando o Brasil desde seus primeiros singles com o EP Encosta (2021) e sobe no palco do Ilê Aiyê para mostrar todo seu talento com uma seleção de canções especialmente para a ocasião.
Recentemente, Rachel Reis despontou em importantes lançamentos como “Meu Corpo Treme”, em um feat com Daniela Mercury, que integrou a lista de destaques de 2024. Após lançar seu último sucesso, “Ensolarada”, Rachel apresentou o seu novo single “Deixa Molhar”, que antecede seu novo álbum, que chega em março.
Festa de paz – O presidente do Ilê Aiyê, Antônio Carlos Vovô, reforça a importância de fazer esta festa todos anos no Curuzu porque movimenta a economia e valoriza o bairro. “O Curuzu é discriminado pelo preconceito e relacionado com a violência, mas não acontece nada disso. A comunidade fica muito feliz em receber um grande evento como este”.
Ele lembra que, antes de ter a sede, o Ilê fez a Noite da Beleza Negra em vários lugares, mas reforça que, hoje, a prioridade da diretoria do bloco é fazer na Senzala do Barro Preto. “Além da participação da comunidade, também vem muita gente que quer conhecer onde o Ilê nasceu, pisar no Curuzu e entender mais a nossa história”, defende.
A 44ª Noite da Beleza Negra é uma realização do Ilê Aiyê e Ministério da Cultura, em parceria com a Caderno 2 Produções, apoio institucional da Prefeitura de Salvador através do Procultura, apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia, por meio do edital Eventos Calendarizados do Fundo de Cultura da Bahia, Secretaria de Cultura, Secretaria da Fazenda, patrocínio da Neoenergia Coelba e Grupo Belov, mantenedores do Plano Anual do Ilê Aiyê em 2025, através da Lei Federal de Incentivo à Cultura – Lei Rouanet, apoio da Unifacs, ITS Brasil, Clube Correio, Salvador FM, do projeto ‘Salvador Carnaval do Brasil’, e da TVE.
Serviço
O quê: 44ª Noite da Beleza Negra
Quando: 15 de fevereiro (sábado)
Onde: Senzala do Barro Preto – Curuzu
Horário: 22h I Abertura dos portões: 20h30
Ingressos: Ticket Maker e Senzala do Barro Preto
Pista – R$ 200 (inteira) e R$ 100,00 (meia) – Lote 1 (Valor convencional)
R$ 45 (inteira) e R$ 22,50 (Ingresso social)
R$ 100 (inteira) e R$ 50 (Ingresso promocional)
Camarote – R$ 300 (inteira) e R$ 150 (meia) – Lote 1 (Valor convencional)
Destaque
Barro Mulher: Solo cênico biográfico é inspirado na orixá Nanã

A atriz e coreógrafa baiana, Fabíola Nansurê, lança seu mais novo monólogo “Barro Mulher”, das vivências como uma mulher negra e inspirada na poética da orixá Nanã. O espetáculo estreia dia 12 de março em Alagoinhas, no Ilê Axé Oyá L’adê Inan, com duas sessões abertas ao público, às 15h e às 19h30, e abre temporada em Salvador do dia 14 a 30 de março (todas as sextas, sábados e domingos), na Sala do Coro do Teatro Castro Alves, sempre às 20h.
A obra cênica-biográfica atravessa arte e ancestralidade para contar uma história de renascimento. Inspirada na poética da Yabá Nanã, senhora do tempo, da vida, da morte e da sabedoria, o espetáculo acompanha a jornada de uma mulher que se refaz e se fortalece a partir da memória e da relação com sua Yalorixá, dentro do terreiro de Candomblé.
O espetáculo é criado, dirigido e coreografado por Fabíola Nansurê, tem direção musical e trilha de Jarbas Bittencourt, e é inspirado na concepção poética do Teatro Preto de Candomblé, cunhado pela encenadora Onisajé, que também assina a consultoria de encenação e dramaturgia. O figurino é de Anthea Xavier; cenografia, adereços e maquiagem de Agamenon de Abreu; iluminação de Nando Zâmbia; produção de Luiz Antônio Sena Jr. e mediação de Silara Aguiar.

Foto: Joan Souza
“Eu fui formada artisticamente dentro de um terreiro de candomblé. A obra é um mergulho sensível na minha vivência, que, ao me confirmar como Ajoiê, iniciei um processo de escrita intitulado CANDOMBLESIA, que transformou meus Escritos de Runcó – espaço sagrado de recolhimento para iniciação no candomblé – em poesia cênica. Depois dei corpo, voz e música nessa obra artística que fala de renascimento e resistência”, afirma Fabíola.
Na encenação, corpo, voz e música se entrelaçam, conduzindo o público por um rito de celebração e pertencimento. A figura de Nanã se torna guia e inspiração para essa travessia, revelando, em cada gesto e em cada som, as camadas de uma história marcada pelo feminino, pelo sagrado e pela potência do barro que molda e ressignifica.
“Mais do que um espetáculo teatral, Barro Mulher é um chamado ao encontro, à escuta e ao reconhecimento da força ancestral feminina que ecoa através do tempo”, conclui a atriz.
Os ingressos para a temporada em Salvador custam R$ 40 (inteira) R$ 20 (meia). Estudantes e pessoas de terreiro podem assistir o espetáculo gratuitamente, entrando em contato através do e-mail espetaculobarromulher@gmail.com ou do whatsapp 71 98390-7308. Acompanhe em @barromulher.espetaculo | @nansureatriz.
Nas apresentações de sábado, haverá de tradução em libras e, em seguida, o público poderá participar de rodas de conversa com a atriz Fabíola Nansurê. A atriz irá compartilhar questões relativas ao processo de criação, que envolve desde as questões cênicas até os contextos de formação como ajoiê. Em Alagoinhas também haverá tradução em libras e uma roda de conversa.
O espetáculo “Barro Mulher” é uma realização do Oyá L’adê Inan Ponto de Cultura, com produção assinada pela DA GENTE Produções. Este projeto foi contemplado nos Editais da Paulo Gustavo Bahia e tem apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura via Lei Paulo Gustavo, direcionada pelo Ministério da Cultura, Governo Federal. Paulo Gustavo Bahia (PGBA) foi criada para a efetivação das ações emergenciais de apoio ao setor cultural, visando cumprir a Lei Complementar nº 195, de 8 de julho de 2022.
Serviço
O quê: Espetáculo “Barro Mulher”- um solo de Fabíola Nansurê
Alagoinhas – Ilê Axé Oyá L’adê Inan
Duas sessões: às 15h e às 19h30
Entrada gratuita
Salvador – Sala do Coro TCA
De 14 a 30 de março (sexta a domingo)
Horário: 20h
Ingressos: R$ 40 (inteira) R$ 20 (meia)
OBS: Aos sábados tradução em libras, seguido de roda de conversa
Destaque
Vai ter Bloco Aspiral do Reggae e Pipoca do Reggae no Campo Grande

O público que curte reggae terá muitas opções para passar o Carnaval. Em mais uma folia, a produtora cultural e ativista do Movimento Reggae na Bahia, Jussara Santana, coloca no circuito Campo Grande o Bloco Aspiral do Reggae, em seu 16º ano, e a Pipoca do Reggae. Ambas as iniciativas vão arrastar uma multidão de regueiros e regueiras fiéis ao gênero musical nascido na Jamaica e tão popular em Salvador.
Os 7km de desfile do Bloco será na segunda-feira de Carnaval, dia 3 de março, com saída a partir das 20h30, do largo dos Aflitos – Campo Grande, e abadás já estão sendo vendidos a valores sociais na Casa Cultural Reggae (Pelourinho), onde nasceu o Bloco.

Foto: Lucas Malkut
Este ano, a homenagem será feita a um dos fundadores do grupo Jamaicano “Culture”, formado nos anos 70, década de ouro do reggae. Em toda sua carreira, Joseph Hill gravou cerca de 31 álbuns até o seu falecimento em 2006. Adorador do movimento Rastafari, Hill se consolidou como uma das maiores vozes e pilares do reggae e do movimento no mundo.
Com um trio elétrico, o bloco terá apresentações de Kamaphew Tawa e Banda Aspiral do Reggae, DJ Ras Peu, além da presença feminina com Kelly Matos e Fabiana Rasta, fortalecendo a participação das mulheres no gênero. Abadás podem ser adquiridos até o dia 2 de março na Casa Cultural Reggae (Rua do Passo – N.17 Santo Antônio).
Os mesmos estão sendo vendidos a valores sociais R$ 35 (individual) | R$50 (casadinha). Interessados também podem colaborar com a doação de 2k de alimentos e uma lata de leite, que serão encaminhados a famílias do bairro.

Foto: Lucas Malkut
Pipoca do Reggae
Outra iniciativa de Jussara Santana é a Pipoca do Reggae, mais um projeto para garantir a visibilidade de novos talentos e fortalecimento das ações sócio-políticas e culturais do Movimento Reggae em Salvador e no interior do estado.
A Pipoca, já no segundo Carnaval, vai sair no sábado dia 1º de março, às 21h30. Em seu segundo ano, a iniciativa enaltece essa produção artística do Reggae, e terá participação do veterano Kamaphew Tawa e Banda Aspiral do Reggae, Dj Ras Peu, Fabiana Rasta e Kelly Matos. A Pipoca vai se unir às tradicionais no circuito, levando regueiros sem cordas pelas ruas do Centro.
Serviço
O quê: Bloco Aspiral do Reggae e Pipoca do Reggae na Avenida
Quando: Bloco (segunda-feira, 3 de março, 20h30), Pipoca do Reggae de Carnaval (01/03/25), a partir das 21h30
Onde: Largo dos Aflitos – Campo Grande
Quanto: Bloco (R$35 individual | R$ 50 casadinha), Pipoca (gratuito)
Destaque
Palco do Reggae apresenta mais de 30 atrações no Pelourinho

São quatro anos de Palco do Reggae no Carnaval de Salvador, e este ano o evento acontece de 28 de fevereiro a 4 de março, na Praça Jubiabá (Casa Cultural Reggae – Pelourinho), aberto aos amantes do reggae. A iniciativa é voltada para foliões regueiros que não são beneficiados na festa com um ponto de encontro musical do gênero.
Para fortalecer o Movimento Reggae em Salvador, a programação será diversa, com 21 bandas, cinco djs e quatro sound system, buscando dar visibilidade a grupos novos e já conhecidos da cena do reggae em Salvador, como DJ Ras Peu, Zimbabwe Roots, Tikão e Banda Santuaryo, Jô Kallado e Kamaphew Tawá & Banda Aspiral do Reggae, dentre outros.
Serão cinco dias seguidos de festa, resultado de uma construção coletiva de artistas, produtores e agentes da cadeia produtiva da cultura reggae em Salvador. As primeiras edições aconteceram em 2020, 2023 e 2024. E o projeto cresce a cada ano. Em 2025, estão previstas mais de 30 atrações, com início às 17h30 até à meia-noite, diariamente.
O Palco do Reggae tem patrocínio do Governo do Estado, através da Secretaria de Cultura do Estado (SecultBA), Superintendência de Fomento ao Turismo do Estado da Bahia (Sufotur).

Foto: Divulgação
Confira a programação
Sexta – 28/02/25
17:30 – Dj Ras Péu
18:10 – Nollasko
19:50 – Cativeiro
20:40 – Kamaphew Tawá e B. Aspiral do Reggae
21:20 – Ital Crew
22:00 – Zimbabwe Roots
22:40 – Dj Ras Péu
Sábado – 01/03 /25
17:30 – Dj Tau
18:10 – Brasa Acesa
19:50 – Vivi Akwaba
20:40 – Tikão e Banda Santuaryo
21:20 – Reinaldo Formigão e Banda Misturekaya
22:00 – Jô Kallado – soundsystem
22:40 – Q’BANA som de Praia
Domingo 02/03/25
17:30 – Dj Junior Vibz
18:10 – Chocolate e Banda Bola de Fogo
19:50 – Luis Cardoso e Banda Celebration
20:40 – Defensores da Natureza
21:20 – Jahca Man e Banda Os Conscientes
22:00 – Adilson Alves e Banda Dom de Jah
22:40 – Gelfyah – soundsystem
Segunda – 03/03/25
17:30 – Dj Maicon Rasta
18:10 – Libu do Reggae
19:50 – André Marques
20:40 – Seguidores Roots
21:20 – Bruno Natty
22:00 – Ras Mateus
Terça – 04/03/25
17:30 – Dj Ras Seles
18:10 – Mukambu
19:50 – Futuro do Reggae
20:40 – Adaiton Poesia Banda MisturAfro
21:30 – Denison Doria – soundsystem
22:10- Jahdson Mc – soundsystem
Veja vídeo do Ital Crew aqui