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Carnaval

Festival Batuquerê visa fortalecer blocos afros e anuncia estreia para 2026

Ana Paula Nobre

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Foto: Divulgação
O Festival Batuquerê foi idealizado como um novo espaço de fortalecimento para os blocos afros da Bahia, previsto para ser realizado em 9 de fevereiro de 2026. Dentre as ações incorporadas ao projeto, está a realização de um mega desfile no circuito Tapajós (Ondina-Barra), se apresentando como um movimento contínuo de valorização e visibilidade para as entidades culturais, além de qualificação profissional voltada para a formação de jovens das comunidades dos blocos afros em áreas estratégicas do mercado artístico.
O anúncio foi feito nesta terça-feira (25), durante coletiva de imprensa na sede do bloco afro Ilê Aiyê, na Senzala do Barro Preto, no Curuzu. Na ocasião, foram detalhadas as primeiras iniciativas do Batuquerê. Durante a folia de 2025, cada bloco terá um suporte  de comunicação online e offline para ampliar a presença dos blocos afros na mídia, garantindo espaço na cobertura jornalística para aqueles que não possuem assessoria de imprensa.

Foto: Ana Paula Nobre

Blocos afros como patrimônio cultural
Durante a coletiva, foi reforçada a necessidade de reconhecimento oficial dos blocos afros como Patrimônio Cultural Imaterial da Bahia, seguindo o exemplo do Rio de Janeiro, onde os blocos afros já conquistaram esse status. “Esse festival é um ponto de partida para um movimento muito maior. Os blocos afros são a base da nossa identidade cultural, e o Batuquerê chega para garantir que essa história continue sendo contada, com mais estrutura, mais oportunidades e mais visibilidade”, destacou Alberto Pitta, fundador do Cortejo Afro.
Para os organizadores do festival, a iniciativa representa um avanço na luta por maior reconhecimento e apoio ao legado dos blocos afros na construção do Carnaval da Bahia. “Esse projeto tem a ver com a ressignificação de um momento que sempre esperamos. O Batuquerê chega para reafirmar a força e a resistência do nosso povo”, afirmou Jorge Araújo, presidente do Malê Debalê e Presidente da Liga dos Blocos Afros.
“Que a gente comece, de fato, a colocar em prática a valorização da cultura dos blocos afros, garantindo visibilidade e estrutura para seguir crescendo”, declarou Lucila Laura, percussionista da Banda Didá.

Foto: Ana Paula Nobre

Ações de formação e conscientização
Além da visibilidade, o Batuquerê também atuará na capacitação profissional e na promoção da consciência ambiental. O festival realizará oficinas de formação ao longo do ano, abrangendo temas como:
  • Técnico de Som – Captação, operação e mixagem de áudio.
  • Roadie – Montagem, manutenção e suporte técnico para eventos.
  • Audiovisual – Filmagem, edição e produção de conteúdo cultural.
  • Consciência e Letramento Racial – Reflexões sobre identidade, representatividade e história afro-brasileira.
Outra iniciativa será a Oficina de Conscientização sobre Limpeza das Praias e Preservação Marinha, promovida em parceria com o Projeto Baleia Jubarte.
“Os blocos afros são a alma do Carnaval da Bahia e símbolos da resistência e da identidade negra no Brasil. Este anúncio não é apenas sobre um festival, mas sobre a construção de um novo momento, onde os blocos afros recebem o espaço, a estrutura e o reconhecimento que merecem”, ressaltou Filipe Ratz, da Pira, agência idealizadora do projeto.

Foto: Ana Paula Nobre

Sobre os blocos participantes do Festival Batuquerê
O Festival Batuquerê contará com a participação de oito blocos tradicionais da cultura afro-baiana, cada um com uma história rica de resistência e expressão cultural:
1.Cortejo Afro – Um dos blocos mais emblemáticos de Salvador, o Cortejo Afro é reconhecido por sua ousadia em levar à rua a riqueza das manifestações culturais negras, unindo música, dança e tradição com temas contemporâneos.
2.Didá – Fundado por mulheres, o Bloco Dida é uma das principais expressões da cultura afro-feminina, com ênfase no protagonismo negro e nas danças tradicionais.
3.Bankoma – O Bankoma representa a força das tradições africanas e o movimento de reafirmação da cultura afro-brasileira, com foco na preservação de ritmos e danças.
4.Malê Debalê – O Malê Debalê é um dos blocos mais tradicionais, com uma história marcada pela luta e resistência dos negros na Bahia, trazendo em suas músicas e danças a memória de Zumbi dos Palmares e a luta pela liberdade.
5.Apaxes do Tororó – Focado na valorização das tradições negras e nos festejos de rua, o Apaxes do Tororó é conhecido por sua energia contagiante e por manter vivas as raízes culturais dos afrodescendentes.
6.Blocão da Liberdade – O Blocão da Liberdade é um dos maiores blocos afros da Bahia, com uma trajetória de resistência e força no movimento cultural, resgatando a memória dos negros e celebrando sua história.
7.Bloco da Capoeira – Esse bloco é um marco na preservação da capoeira como manifestação cultural afro-brasileira, levando o ritmo e a arte das rodas de capoeira para as ruas do Carnaval.
8.Muzenza – Fundado com o propósito de promover a música e a dança afro-brasileira, o Muzenza é um bloco que celebra a riqueza da cultura negra, sempre com forte presença de músicos e dançarinos.

Carnaval

Quarta edição do Palco do Reggae acontece na Praça Jubiabá

Jamile Menezes

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Foto: Ivone Bonfim

A Associação Cultural Aspiral do Reggae realizou a IV edição do Palco do Reggae, localizado na Praça Jubiabá (Casa Cultural Reggae), no Pelourinho. A nação regueira em Salvador tem no espaço um ponto de encontro dos amantes do gênero musical jamaicano, que curtiram uma vasta programação. Com mais de 30 shows gratuitos, o público conferiu a apresentação de 21 bandas, cinco DJ’s e quatro Sound System. Na sexta-feira (28), tocaram o DJ Ras Péu, Nollasko e as bandas Cativeiro, Kamaphew Tawá e B. Aspiral do Reggae, Ital Crew, Zimbabwe Roots, finalizando com DJ Ras Péu. No repertório, covers de ídolos como Bob Marley e também canções autorais.

Ao todo, foram cinco dias de festa, com muitas atrações já conhecidas da cena, como Tikão e Banda Santuaryo, Jô Kallado, entre outros. Para o cantor Kamaphew Tawá, “é extremamente fundamental a existência do Palco do Reggae porque existe o público que ama essa música. Às vezes, a gente encontrava pessoas procurando por shows de reggae, então é fundamental esse apoio, pois podemos fazer com que as coisas viabilizem realmente. É uma forma de suscitar com que as pessoas que não gostam de axé, de pagode, mas que querem curtir o carnaval e gostam de reggae possam encontrar aqui esse ponto do gênero. Essa música vem agregando pessoas que gostam de ritmos diferentes”, declarou.

Foto: Ivone Bonfim

Criado na Jamaica do fim da década de 1960, a partir dos gêneros Ska e Rocksteady, o gênero musical tem muitos adeptos na capital baiana, a exemplo da dançarina e estudante de comunicação, Gisele Soares. “O Reggae é uma das culturas mais antigas e poderosas que a gente tem, que resgata vidas e traz paz. Dentro do Carnaval, que sabemos que é uma festa agitada, ter um momento onde vamos chegar e não vai ter confusão, que vai ter harmonia e que vai falar da resistência do povo preto é de muita importância. Temos o costume de falar que mesmo que a TV não mostre, mesmo que o rádio não toque, nós estaremos aqui fazendo reggae, então é mais um ato de resistência”, afirmou.

Por ser mundialmente conhecido, o reggae atrai baianos e turistas aos locais em que circulam os admiradores de artistas como o jamaicano Bob Marley, que deixou todo um legado musical e de estilo de vida. De acordo com Neto Nascimento, músico, guitarrista e vocalista em várias bandas do estilo, o Palco do Reggae durante o carnaval também “é um fomento à cultura e ao turismo, por que vêm muitas pessoas do mundo todo pra cá. O Reggae Music está aqui para todos nós e é uma cultura que traz muita renda para a gente, além de cultura, educação e fé no Todo Poderoso”, avaliou.

Foto: Ivone Bonfim

O espaço existe há quatro anos com o patrocínio do Governo do Estado, através da Secretaria de Cultura do Estado, e Superintendência de Fomento ao Turismo (Sufotur) e é uma conquista da produtora cultural Jussara Santana, ativista do movimento reggae e atuante da cultura da Bahia. “Eu estou extasiada com esse aporte financeiro e com essa estrutura que o Governo dá, então é um passo à frente para a comunidade regueira. Estou muito contente, porque o reggae é uma música de positividade e ele precisa disso. O público está aqui querendo mais, com muita energia. Vem muito estrangeiro, muito brasileiro, muita gente da periferia celebrando o reggae. Agradeço ao Governo do Estado e à Secult por acreditar em nós”, celebrou.

Texto de cobertura de Ana Paula Nobre, jornalista e repórter do Portal Soteropreta.

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Carnaval

Camarote Vale do Dendê une inovação e tradição no Carnaval do Pelourinho

Ana Paula Nobre

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Foto: Rodrigo de Jesus Oliveira

O Carnaval de 2025 do Centro Histórico de Salvador deixou saudade para aproximadamente mil baianos e turistas que, durante os dias 01 e 04 de março, marcaram presença no Camarote Vale do Dendê. Iniciativa pioneira, o camarote dedicado à inovação, com vista privilegiada para o Largo Terreiro de Jesus trouxe a experiência das Startups para o público, unindo diversão e tecnologia em um mesmo local.

O videocast transmitido ao vivo pelo Canal do YouTube da Vale do Dendê gravado pela Startup Estúdios Feirapod, foi uma das atrações de destaque e proporcionou bate-papos exclusivos sobre viagens, carnaval, ancestralidade, música e empreendedorismo feminino, com convidados do Camarote Vale do Dendê, como a empresária paulista Rebeca Aletheia, o ativista baiano Jerônimo Silva, a consultora Mel Campos e as professoras da Howard University Vaneesha Dutra, Mariko Carson, Tonija Hope acompanhantes de 39 estudantes do programa de intercâmbio da primeira universidade negra dos Estados Unidos, que pela primeira no Brasil, conheceram e participaram do carnaval da Bahia.

Foto: Júnior Assis

“Conexão é tudo. Temos um mundo cada vez mais globalizado, interdependente, onde não se faz mais nada sozinho. As grandes corporações mundiais e internacionais trabalham em cooperação no nível estratégico, por entenderem que a conexão de coisas aparentemente diferentes são importantes e fundamentais para a criação de sinergias. E nós, como pequenos empreendedores, com ecossistema em maturação, precisamos cada vez mais nos apropriar desses conceitos e usar de maneira estratégica. O Camarote Vale do Dendê é isso. Tínhamos o desejo de criar um camarote, aproveitar nossa casa, estar aqui no lugar mais central do Pelourinho e da história, onde tem o Carnaval mais importante de Salvador nesse momento, que é o Carnaval da família, da tradição, da raiz africana e soteropolitana”, comentou Paulo Rogério Nunes, cofundador da Vale do Dendê.

O camarote também promoveu interações com o público por meio de soluções inovadoras. Startups parceiras, como Design&Dendê, Points e Infleet, apresentaram experiências imersivas, incluindo desenho no quadro de design de experiência, simulações com realidade aumentada e o protótipo de um aplicativo para facilitar a busca por restaurantes com base nas preferências e necessidades do usuário. A Ecoloy contou com sua experiência de marca trazendo suas bolsas sustentáveis.

Foto: Júnior Assis

Cores e alegria

Por todo o camarote, pessoas com tranças e fitinhas coloridas no cabelo, corpos pintados, mulheres e homens com turbantes, glitter, muitas cores na maquiagem e uma boa massagem foram serviços aprovados por quem passou pelo Camarote Vale do Dendê, registrando uma média de 200 atendimentos diários pelos empreendedores.

O Camarote Vale do Dendê segue as diretrizes do Hub de Inovação que visa a valorização do Centro Histórico, bem como o fortalecimento do ecossistema de inovação e da economia local. A primeira edição do Camarote da Inovação contou com apresentações de artistas do Pelourinho, como o Grupo Cultural Chegou a Hora, Samba da Vizinha, Meninos da Rocinha do Pelô e a playlist atualizada de Dj Branco, proporcionando visibilidade para talentos da região responsável pela manutenção do carnaval tradicional baiano.

Foto: Júnior Assis

Com apoio institucional da Solvum Tecnologia, Associação Baiana de Startups – ABAS, Howard University, o Camarote Vale do Dendê inovou também na cobertura do Carnaval do Pelourinho, a partir das parcerias de veículos de mídia negra como Afro.TV, Correio Nagô, TV Kirimurê e Nunu Films produzindo conteúdos integrados sobre o Carnaval do Centro Histórico.

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Carnaval

Muzenza celebra 43 anos de resistência e inovação no Carnaval 2025

Ana Paula Nobre

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Foto: Maria Auxiliadora Santos

Um dos mais tradicionais blocos afro da Bahia, o Bloco Afro Muzenza do Reggae promete um Carnaval inesquecível em 2025. Completando 43 anos de história, o bloco levará para as ruas de Salvador o tema “Muzenza, Uma História de Resistência”, reafirmando sua trajetória de luta, cultura e inovação. Em um ano marcante para o Carnaval baiano, que celebra 40 anos de axé, o Muzenza chega com tudo para contagiar os foliões e exaltar a riqueza da cultura afrodescendente.

“Há 43 anos estamos escrevendo nossa história, sendo o único bloco a levar a cultura afro-jamaicana para o Carnaval da Bahia, inspirados na música e no legado de Bob Marley. Este ano, temos a honra de apresentar a primeira rainha trans do Muzenza, um marco de representatividade e empoderamento no nosso Carnaval”, afirma Jorge Santos, Diretor-Presidente do bloco.

Assim como em 2019, quando coroou uma rainha PCD, o Muzenza segue ampliando espaços de protagonismo e valorização da diversidade dentro do Carnaval. Em 2025, a realeza do bloco será representada por Paloma Basttos, que brilhará à frente dos guerrilheiros do reggae nos três dias de desfile.

Foto: Maria Auxiliadora Santos

Muzenza: resistência e transformação social

Mais do que um bloco, o Muzenza é um símbolo de resistência e transformação social, fortalecendo a identidade e a ancestralidade do povo negro. Este ano, o bloco conta com patrocínio CAIXA e Governo Federal e apoio do Governo de Estado e Prefeitura de Salvador, garantindo um desfile ainda mais grandioso.

Dias e circuitos de desfile

Segunda-feira (03/03) – Circuito Dodô
Concentração: 21h30 | Saída: 22h30
Terça-feira (04/03) – Circuito Osmar
Concentração: 17h30 | Saída: 18h30

Foto: Maria Auxiliadora Santos

Sobre o Bloco Afro Muzenza do Reggae

Fundado em 5 de maio de 1981, no bairro da Liberdade, o Muzenza nasceu como um tributo a Bob Marley e ao reggae jamaicano, incorporando a batida inconfundível do samba-reggae. Ao longo de sua trajetória, tornou-se referência cultural e musical, conquistando 12 títulos em 13 carnavais disputados e colaborando com artistas como Daniela Mercury, Margareth Menezes e Carlinhos Brown.

Endereço da sede: Rua Alaíde do Feijão, nº 22 – Pelourinho

 

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