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Literatura

E-book propõe diretrizes antirracistas para a comunicação digital

Ana Paula Nobre

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Foto: Divulgação

O Instituto de Referência Negra Peregum e a Mozilla Foundation anunciam o e-book “Melhores Práticas Antirracistas na Comunicação Digital”. O material educativo tem como objetivo oferecer diretrizes para a promoção de uma comunicação digital mais inclusiva e equitativa, abordando estratégias para combater o racismo e o discurso de ódio nas interações online. A publicação pode ser adquirida no link gratuitamente.

O e-book integra as iniciativas do programa GriôTech, que busca enfrentar desigualdades tecnológicas para fortalecer a autonomia digital de comunidades negras e periféricas, o que visa desenvolver ações estratégicas para a promoção da equidade digital. O programa trabalha para enfrentar a exclusão digital e os desafios causados pela desinformação, destacando o protagonismo das populações negras e periféricas no ambiente digital.

Segundo a pesquisa TIC Domicílios 2023, apenas 50% dos domicílios possuem acesso à internet, sendo que esse número é ainda menor entre famílias de baixa renda. “No Brasil, a desinformação impacta diretamente as comunidades vulnerabilizadas, agravando desigualdades sociais e ambientais. A exclusão digital restringe o acesso a informações confiáveis e favorece a disseminação de fake news, reforçando a necessidade de estratégias para garantir um ambiente digital mais democrático e acessível”, afirma Vanessa Nascimento, diretora-executiva do Instituto Peregum.

Além do material didático, o GriôTech estrutura suas iniciativas em outras duas frentes. A primeira é a pesquisa, por meio da produção de um relatório que analisa o impacto da desinformação e o fluxo do consumo da informação em contextos locais. A pesquisa identificará vulnerabilidades e desenvolverá estratégias de enfrentamento. A segunda é a educação, com o programa “Comunicação para Transformação”. Ele se fundamenta em leis sobre o ensino da história e cultura afro-brasileira nas escolas. Com isso, estimula-se o pensamento crítico em mídia, o reconhecimento da diversidade cultural e contribui para a retenção escolar.

Para enfrentar esses desafios, o GriôTech estabelece parcerias estratégicas com a Rede de Jornalistas Pretos e o Observatório de Gênero, Raça e Territorialidade na Ciência. “Precisamos compreender a identidade social em sua relação com o ambiente e as experiências individuais. Além disso, o programa fomenta diálogos interseccionais sobre raça, tecnologia e poder, promovendo um futuro digital mais justo”, finaliza Marcelle Chagas, fellowship da Mozilla Foundation.

Sobre o Instituto de Referência Negra Peregum

Criado por militantes da luta por educação, o instituto compõe o movimento negro brasileiro. É uma organização sem fins lucrativos, com natureza de direito privado e tem a missão de fortalecer a população negra e periférica, trazendo para a centralidade do debate e das práticas sociais demandas específicas e urgentes de maneira a transformar as políticas públicas e as pessoas no sentido de uma sociedade antirracista. A organização atua em parceria com iniciativas, projetos, organizações e coletivos que auxiliem pessoas negras, moradoras e moradores de territórios periféricos, com foco em quatro eixos programáticos: Educação Popular, Proteção e Cuidado, Incidência Política e Clima e Cidade.

Sobre a Mozilla Foundation

A Mozilla é uma organização global sem fins lucrativos dedicada a manter a internet como um recurso público, aberto e acessível a todos. Criadora do navegador Firefox, a Mozilla luta por uma internet mais saudável, responsabilizando grandes empresas de tecnologia e garantindo que os usuários tenham controle sobre suas experiências online.

Literatura

Projeto “Literatura de Erê 2025” oferece oficina gratuita para educadores

Iasmim Moreira

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Erê

A Oficina “Contação de Histórias Pretas – Literatura de Erê 2025” está com inscrições abertas para educadores, artistas e interessados em fortalecer práticas educativas a partir da oralidade e da literatura negra voltada à infância. O projeto acontecerá de forma gratuita entre os meses de agosto e outubro, com três edições presenciais nos bairros de Nova Brasília de Valéria, Pirajá e outro local a ser confirmado. São 20 vagas por turma.

Idealizada pela educadora e contadora de histórias Niní Kemba Náyò, a oficina é uma das formações oferecidas pela plataforma LiteAfroInfantil, criada em 2018 para promover ações culturais e pedagógicas baseadas na literatura africana e afrodiaspórica para as infâncias. Desde sua criação, o projeto já impactou centenas de educadores com recomendações de livros, vídeos e formações presenciais e online, com mais de 41 turmas formadas apenas durante a pandemia.

Com linguagem acessível e metodologia própria, a oficina une literatura, ancestralidade e oralidade africana, resgatando valores civilizatórios negros e promovendo o fortalecimento da identidade de crianças pretas. “A contação de histórias é uma das formas mais antigas de ensinar valores, cultivar memória e construir identidade cultural. Nossa oficina amplia o repertório de quem educa e cuida da infância preta”, afirma Niní.

Em 2024, o projeto voltou ao presencial formando 30 educadores através do edital Vozes Culturais da Bahia, e agora chega aos bairros de Salvador com apoio do edital Territórios Criativos – Ano II, da Fundação Gregório de Mattos, Secretaria Municipal de Cultura e Turismo e Política Nacional Aldir Blanc (PNAB), do Ministério da Cultura.

SERVIÇO
O quê: Oficina “Contação de Histórias Pretas – Literatura de Erê 2025”
Onde: Nova Brasília de Valéria (agosto), Pirajá (setembro) e outro local a definir (outubro)
Vagas: 20 por edição
Quanto: Gratuita
Inscrições: Link na bio do Instagram @ochpliteraturaere

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Literatura

Escritora Ana Cecília participa do Festival Pôr do Sol da Literatura em Itapuã

Iasmim Moreira

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Ana Cecília

A escritora e psicóloga Ana Cecília, um dos nomes em ascensão na cena literária baiana contemporânea, está entre as atrações confirmadas da 20ª edição do Festival Pôr do Sol da Literatura, que acontece nos dias 12 e 13 de julho, no bairro de Itapuã. Nascida e criada no território que sedia o festival, Ana retorna à sua terra natal com sua escrita potente e afetiva, marcada por memórias, ancestralidade e resistência.

Autora do livro Nossa Pele e membro da Academia de Cultura da Bahia, Ana Cecília vem conquistando leitores em todo o estado com sua poesia visceral e transformadora. Seu novo livro, Preta, será lançado em agosto pela editora BFK Books e promete ampliar ainda mais sua presença no cenário literário nacional. Enquanto isso, ela segue com uma intensa agenda de eventos, tendo participado recentemente de festivais, feiras, bienais e encontros literários em diferentes cidades da Bahia.

“É uma emoção e uma honra muito grande estar participando do Festival no território de onde venho, de onde as minhas mais velhas passeavam comigo, me entregavam ensinamentos e escolheram Itapuã para viver seus dias. É bonito de ver e vivenciar tudo isso na minha terra. Eu posso voar o mundo e Itapuã sempre será minha casa, será sempre memórias inseparáveis, amor inegociável. Vamos fazer uma edição do festival de jamais se esquecer”, declara Ana, que carrega com orgulho o pertencimento ao bairro e à sua história.

O Festival Pôr do Sol da Literatura é uma poderosa articulação comunitária em torno da arte, da economia criativa e da memória cultural de Itapuã. Em sua 20ª edição, o evento reafirma seu papel como espaço de encontro, celebração e resistência, com uma programação gratuita e acessível. Parte das atividades contará com tradução em Libras, reforçando o compromisso com a inclusão e a democratização do acesso à arte.

Além de conferir a participação de Ana Cecília no festival, o público pode adquirir seu livro Nossa Pele nas livrarias LDM Shopping Bela Vista e Paseo, ou diretamente pelo Instagram da autora, no perfil @annaceciliafs, onde também é possível acompanhar novidades sobre seu trabalho e o lançamento de Preta.

SERVIÇO
O quê: Participação da escritora Ana Cecília no Festival Pôr do Sol da Literatura
Quando: 12 e 13 de julho
Onde: Bairro de Itapuã, Salvador (BA)
Quanto: Gratuito
Mais informações: @annaceciliafs

Onde encontrar o livro Nossa Pele:
📚 Livrarias LDM – Shopping Bela Vista e Paseo
📦 Venda direta: via Instagram @annaceciliafs

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Literatura

Educadora Fabiana Cardeal lança Livro das Emoções sobre escuta sensível na infância

Iasmim Moreira

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Livro das Emoções

A escritora, psicóloga e educadora baiana Fabiana Cardeal acaba de lançar Livro das Emoções, obra infantil que convida crianças e adultos a reconhecer, nomear e acolher sentimentos como medo, tristeza, raiva, nojo e felicidade. Publicado pela editora Usina de Textos, o livro reúne cinco histórias curtas, sensíveis e cotidianas que propõem uma abordagem cuidadosa da saúde emocional desde os primeiros anos de vida.

Inspirada em vivências com o filho, sobrinhos e também em sua prática clínica e escolar, Fabiana criou personagens como Felipe, Maria, Juju, Elis, Henrique e João Pedro, que conduzem os pequenos leitores por enredos que favorecem o autoconhecimento e a construção de vínculos mais saudáveis. “Acredito que quando as crianças aprendem a dar nome ao que sentem, elas ganham ferramentas importantes para se expressar, criar vínculos mais saudáveis e crescer com mais consciência emocional”, afirma a autora, natural de Feira de Santana (BA).

A ideia para o livro nasceu da experiência de Fabiana como mãe e terapeuta. João Pedro, seu filho de quatro anos, é uma das inspirações diretas da obra, que busca romper com a ideia de que sentimentos negativos devem ser evitados. Pelo contrário: “O livro retrata emoções vivenciadas por muitas crianças no dia a dia e deixa a mensagem de que todas, inclusive as emoções consideradas negativas, são essenciais para o desenvolvimento infantil”, explica.

O lançamento do Livro das Emoções acontece durante o Julho das Pretas, mês de mobilização em torno das lutas e conquistas das mulheres negras na América Latina e Caribe. O momento não é coincidência. Para Fabiana, trabalhar o desenvolvimento emocional desde cedo é também uma ferramenta de enfrentamento ao racismo e às desigualdades. “Percebo no consultório que muitas meninas negras só chegam para serem acolhidas e tratadas já na adolescência, quando as situações já estão agravadas. Quanto antes pudermos olhar e cuidar das emoções, melhor”, pontua.

Com ilustrações de Camila Scavazza, artista paulistana, e 20 páginas, o livro tem preço de capa de R$ 40,00 e reforça o compromisso de Fabiana com uma literatura afetiva, educativa e inclusiva. Em 2024, a autora lançou Era uma vez uma Menina Preta, sua estreia na literatura infantil, que percorreu escolas da Região Metropolitana de Salvador com contações de histórias que promoveram interação e senso de pertencimento entre as crianças.

Foto: Thamires Leite

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